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IMAGENS FUNERÁRIAS: UMA LEITURA DIDI-HUBERMANIANA 1 Maristela Carneiro (Doutora) -UFMT Resumo: O presente trabalho se propõe a articular alguns aspectos das ideias do historiador e filósofo francês Didi-Huberman à análise da escultura funerária. No espaço funerário, estas obras desempenham um papel específico na resolução da problemática da finitude, fator que deverá ser considerado na análise. Consideramos, portanto, cada escultura funerária a partir de um cruzamento específico de tempo e espaço, visto que o elemento primordial desta linguagem é o volume, espacial por definição e fruto temporal. Tomadas enquanto imagens, são observadas por intermédio das lentes de Didi-Huberman (2010; 2011A; 2017). Porque uma imagem não é o simples resultado de uma transposição do real, mas é o produto do processo de leitura realizado pelo artista, a ser também apreendido pelo observador. Refletir sobre as imagens/esculturas funerárias na perspectiva da história da arte propõe tomá-las enquanto objetos problemáticos para a historicidade: permitem abrir a própria história, feri-la, revelando diferentes territorialidades e temporalidades. Para o autor, as imagens tocam o real, são capazes de criar, ao mesmo tempo, sintoma e conhecimento, interrompendo tanto o saber quanto o caos. Uma imagem é um rastro, é um traço visual que arde, porque ao ser aberta, é capaz de colocar o homem diante do tempo. Palavras-chave: Arte Funerária, Didi-Huberman, Cultura Visual.
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Neste trabalho nos propomos a investigar o uso da nudez masculina na arte funerária paulista, a partir do acervo dos Cemitérios da Consolação, Araçá e São Paulo. Fruto da pesquisa de doutoramento junto ao PPGH/UFG, em desenvolvimento, sob a orientação da Profª Dra. Maria Elizia Borges, consideramos a produção artística referente à belle époque. A partir do inventário das ocorrências de imagens masculinas, parcial ou completamente despidas, vimos que estas se utilizam de representações que ora destacam a sensibilidade perante a morte, ora deixam em relevo a virilidade em associação ao mundo do trabalho; opções nem sempre em consonância com a moral burguesa e o ideal de masculinidade do período. Vimos que o uso da nudez enquanto linguagem simbólica remete ao mundo grego, e assumiu diversos sentidos ao longo da história. Em especial, a nudez corporal masculina comumente ocupou lugar de destaque, sendo temática relevante em diferentes momentos históricos e artísticos, desde a Antiguidade Clássica, até a contemporaneidade, passando pelo Renascimento e o Neoclassicismo. Em face disso, buscamos construir uma leitura iconográfica e iconológica das mesmas, esperando que a investigação da composição das esculturas permita recuperar parte dos devaneios dos escultores e sua expressividade estética, os significados do uso da nudez corporal na arte funerária do período e explicar porque os cemitérios a céu aberto permitiram a exposição das imagens de uma masculinidade sensível e/ou viril com maior liberdade expressiva.
Resumo: O presente artigo se presta a analisar representações artísticas de Jesus Cristo encontradas em um conjunto de cemitérios de cidades brasileiras de pequeno e médio porte, discutindo seu papel como uma iconografia devocional. Cemitérios são espaços de grande elaboração artística, simbólica e religiosa, capazes de expressar muito acerca das sociedades que os produziram. Nossa análise compreende considerações acerca da configuração dos cemitérios secularizados no Brasil, assim como uma discussão sobre as possibilidades temáticas das imagens crísticas no horizonte artístico. A partir dessas considerações, estudamos imagens devocionais de Jesus Cristo nos cemitérios pesquisados, ponderando como estas abordam modelos tradicionais de representação crística. Palavras-chave: Arte Funerária, Imagens Crísticas, Cemitérios.
Este trabalho investiga o uso da sensualidade na composição das imagens femininas na escultura funerária brasileira, durante o período da Primeira República (1889República ( -1930, sobretudo nos cemitérios Consolação/SP e São João Batista (RJ). A partir das discussões teóricas acerca da sensualidade, consideramos a produção artística referente ao período da belle époque, que se pautou pelos movimentos art nouveau, simbolista, art decó e modernista, oriundos das correntes artísticas européias, a partir do século XIX. Pudemos observar que os conceitos de sensualidade e de nudez são pouco discutidos pelos historiadores, contrapostos à vasta literatura obtida sobre o corpo. O cemitério como um local particularizado permitiu que os escultores e os artistas-artesãos pudessem explorar no corpo humano todas essas possibilidades de expressão artística.
Eduel, 2018
Quando alguém que se ama morre, restam apenas fragmentos que suscitam recordações. Em face da ausência, a fotografia se apresenta como potente artefato, garantindo a sobrevida memorial dos que se foram. Os registros estáticos no papel servem de suporte para a elaboração de crônicas do tempo, que não cessa de passar. No reduto doméstico, os tradicionais retratos estão inseridos em uma complexa teia comunicativa, possibilitando o intercâmbio de recordações e afetos para aplacar a ausência daqueles que deixaram saudades.
2021
Direitos para esta edição cedidos à Atena Editora pelos autores. Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição-Não-Comercial-NãoDerivativos 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores, inclusive não representam necessariamente a posição oficial da Atena Editora. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Todos os manuscritos foram previamente submetidos à avaliação cega pelos pares, membros do Conselho Editorial desta Editora, tendo sido aprovados para a publicação com base em critérios de neutralidade e imparcialidade acadêmica. A Atena Editora é comprometida em garantir a integridade editorial em todas as etapas do processo de publicação, evitando plágio, dados ou resultados fraudulentos e impedindo que interesses financeiros comprometam os padrões éticos da publicação. Situações suspeitas de má conduta científica serão investigadas sob o mais alto padrão de rigor acadêmico e ético.
Resumo O artigo busca pensar a condição do trágico, tragicidades e seus correlatos a partir de fotografias de mulheres que perderam seus filhos e o problema de achar uma forma de nomeá-las em alguma linguagem. A matemática, tida como linguagem universal, tem suas estruturas abaladas através dos estudos de Kurt Gödel como o teorema da incompletude, mostrando a impossibilidade de apreensão do todo. A escolha das fotos toma como hipótese que o trágico que ocorre nestes registros é potencializado pela figura do outro, uma multidão que evoca o coro de bacantes. A linguagem humana mostra também sua tragicidade ao evidenciar que os signos não conseguem compreender as relações imediatas com as coisas. O trágico apresenta-se como um arché da condição humana, um ciclo vicioso que retorna para uma humanidade que busca compreender a totalidade de seu universo. Palavras-chave: Fotografia. Tragédia. Trágico. Inominável. Linguagem.
Flusser Studies, 2013
This article explores the concept of language as shown by Flusser in his book Língua e Realidade in order to explain that it is a comprehensive and symbolic structure which can be undertood in a restricted or in a broad way
Eccos Revista Cientifica, 2011
2015
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Este trabalho se propõe a analisar aspectos da arte funerária moderna brasileira, a partir do estudo de caso da obra "O Sepultamento", de autoria do artista plástico Victor Brecheret , à luz das proposições do pensamento decolonial, visando a desconstrução do olhar eurocêntrico acerca da temática da arte.
Revista Brasileira de História, 2011
O artigo analisa o processo de constituição de funerais em liturgias cívicas, destacando sua relação com outros fenômenos históricos, como a conformação dos imaginários nacionais, o processo de individualização moderno e as mudanças nas formas de lidar com a morte. Assim, pretende conjugar elementos que permitam refletir sobre a conformação de um campo específico de pesquisas, cuja potencialidade permanece ainda pouco explorada. Chamando a atenção para os limites das análises centradas apenas nos usos políticos e intencionais do passado, ressalta a importância de considerar as dimensões utópica e imaginária presentes nos rituais e festas cívicas, sugerindo a relevância de tal reflexão para pensar o próprio desenvolvimento da prática historiográfica.
No presente artigo, discute-se o ato de prantear do homem por meio de um exemplar escultórico proveniente da arte funerária paulistana: a obra Lenda Grega, parte do complexo tumular da Família Trevisioli, concebido em 1920 pelo escultor Nicola Rollo (1889-1970) e instalado no Cemitério da Consolação. Muitas vezes, o sentido da morte é tão inescrutável para aqueles que ficam que a dor e o lamento são as únicas manifestações possíveis: o pranteador é escolhido como manifestação destes sentimentos. Também chamados pleurants, colocam-se em um lócus particular e transitório, entre a vida e morte. Diante dos túmulos, debruçados em pranteio, estes homens sinalizam a morte e sua sensibilidade tensiona as representações de masculinidade mais habituais.
Pensares em Revista, 2020
O centro de nossas discussões é espaço urbano e os seus sentidos a partir da leitura de um cemitério, entendendo-o como lugar que guarda traços da história da cidade, dos sujeitos que formam seu corpo social, suas filiações, memórias, contribuindo para a leitura/interpretação e compreeensão da cidade-texto. O cemitério conjuga o tempo tridimensional – passado, presente e futuro e um dos pressupostos que autoriza a leitura da cidade por esse viés decorre da contradição dada pela morte – comum a todos os sujeitos e sinalizar, conforme Catroga (2009), para traços que revelam, mas também escondem a experiência temporal e a indissociabilidade do espaço. O impulso para essas discussões adveio de projetos desenvolvidos junto a professores do ensino fundamental e médio no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/PR), em que atuamos como orientadoras e significamos a leitura como prática social e discursive e a história da cidade como constitutiva do sujeito. Nesses projetos, o espaço ur...
Resenha de Guilherme Gurgel Pereira (2019) Texto, imagem e retórica visual na arte funerária egípcia, 2022
2017
Este trabalho discute as questoes que permeiam a constituicao dos monumentos funebres, entendidos como uma manifestacao cultural formada e legitimada constantemente por intermedio do trauma e do tabu sobre a morte, e que, por conseguinte, possuem em sua essencia o que entendemos como evidencia de angustia. O procedimento metodologico aplicado e o estudo de caso, pois sera analisado o monumento escultorico de uma carpideira segundo a logica em que um sujeito ou objeto nos permite uma reflexao do corpo social avaliado. O trabalho desenvolve-se da seguinte maneira: primeiramente, discorreremos sobre o conceito de monumento, sua formacao fisica e como esta permite o dialogo entre a memoria e a morte. Na sequencia, refletiremos sobre os conceitos de trauma, tabu e angustia, vistos como uma triade que molda a subjetividade inerente a existencia dos monumentos escultoricos. Por fim, analisaremos um monumento escultorico localizado no Cemiterio de Sao Joao Batista em Botafogo, Rio de Janeir...
Serrote #19, 2015
Este ensaio desenvolve temas do romance Mil rosas roubadas (Companhia das Letras, 2014), mistura indefinível de ensaio, biografia e ficção.
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