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2017 - Imagens funerárias: uma leitura didi-hubermaniana

Abstract

IMAGENS FUNERÁRIAS: UMA LEITURA DIDI-HUBERMANIANA 1 Maristela Carneiro (Doutora) -UFMT Resumo: O presente trabalho se propõe a articular alguns aspectos das ideias do historiador e filósofo francês Didi-Huberman à análise da escultura funerária. No espaço funerário, estas obras desempenham um papel específico na resolução da problemática da finitude, fator que deverá ser considerado na análise. Consideramos, portanto, cada escultura funerária a partir de um cruzamento específico de tempo e espaço, visto que o elemento primordial desta linguagem é o volume, espacial por definição e fruto temporal. Tomadas enquanto imagens, são observadas por intermédio das lentes de Didi-Huberman (2010; 2011A; 2017). Porque uma imagem não é o simples resultado de uma transposição do real, mas é o produto do processo de leitura realizado pelo artista, a ser também apreendido pelo observador. Refletir sobre as imagens/esculturas funerárias na perspectiva da história da arte propõe tomá-las enquanto objetos problemáticos para a historicidade: permitem abrir a própria história, feri-la, revelando diferentes territorialidades e temporalidades. Para o autor, as imagens tocam o real, são capazes de criar, ao mesmo tempo, sintoma e conhecimento, interrompendo tanto o saber quanto o caos. Uma imagem é um rastro, é um traço visual que arde, porque ao ser aberta, é capaz de colocar o homem diante do tempo. Palavras-chave: Arte Funerária, Didi-Huberman, Cultura Visual.