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Intelligere, 2021
O objetivo deste artigo é discutir possibilidades de interpretações teóricas na construção de trajetórias intelectuais. Nossas considerações caminham em duas linhas. Explanamos, antes, a necessidade de compreensão acerca das acepções teóricas do – assim chamado – “nascimento dos intelectuais”. Na sequência, nos referimos, mais precisamente, às articulações conceituais desenvolvidas pelo sociólogo Pierre Bourdieu. Utilizamos, ao longo desta análise, conceitos que podem ser levados em consideração a fim de apoiar a construção de trajetórias intelectuais; sendo, principalmente, habitus, campo e capital com o intuito de envolver e analisar ações intelectuais, bem como seus impactos na esfera social.
Educar em Revista, 2021
RESUMO Pretendo neste texto apresentar reflexões conceituais e metodológicas produzidas em pesquisa de doutorado que se dedicou à reconstrução sociológica da trajetória de uma mulher, trânsfuga de classe, chamada Juscelina. A pesquisa teve duração de 16 meses, dentro dos quais foram realizadas entrevistas, pesquisa em variados tipos de documentos e incursões etnográficas. Dos muitos desafios da investigação, apresento aqui duas questões que se articulam. A primeira refere-se à utilização do conceito de trânsfuga. A segunda discute o valor sociológico da pesquisa biográfica. Praticando o artesanato intelectual que constrói explicações no entrelaçamento entre a pesquisa de campo e a literatura das ciências sociais, exponho o processo que me levou a considerar produtivo o conceito de trânsfuga para o caso em análise, e argumento que as críticas do campo sociológico ao método biográfico, exemplarmente sintetizadas no clássico “A Ilusão Biográfica”, de Pierre Bourdieu, devem ser relativi...
A difusão e apropriação do pensamento de Pierre Bourdieu no Brasil tem se consolidado como objeto de estudo nas duas últimas décadas no interior das Ciências Sociais. O presente artigo junta-se, pois, a esta frente de análise, com o escopo circunscrito aos pesquisadores brasileiros que atuaram como divulgadores das ideias e das obras de Bourdieu entre as décadas de 1960 e 1990, a partir de contato direto e indireto com o sociólogo francês. Com o objetivo de compreender o papel desses então jovens investigadores na difusão do pensamento bourdieusianos no Brasil, construímos um esboço da genealogia acadêmica de Bourdieu no Brasil a partir de dados extraídos das plataformas Lattes e Acácia, de entrevistas e relatos de experiências publicados no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) e em periódicos científicos, bem como de contato direto com os sujeitos mapeados. Os resultados apontam para a existência de uma divulgação científica que ocorreu não apenas através da tradução de trabalhos originais de Bourdieu para o português e da publicação de artigos e coletâneas sobre sua obra, como também através da circulação de suas ideias por meio de cursos, palestras e orientações, de modo que esses interlocutores assumiram uma posição central na consolidação deste autor no campo acadêmico brasileiro.
Lisboa, em especial a Yanda Anastacio e a Maria das Gra~as Moreira de Sa, este convite para me juntar avos nesta jornada de trabalho sobre cultura portuguesa. Tiveram elas a iniciativa de me sugerir que viesse trazer aqui algumas reflex6es sobre as re1a~oes entre a biografia e a historia, desenvol venda e aprofundando as breves notas sobre 0 assunto que incluf na abertura da biografia do rei Dom Fernando que publiquei recentemente.
A história de vida é urna dessas no<;oes do senso comum que entraram como contrabando no universo científico; inicialmente, sem muito alarde, entre os etnólogos, depcis, mais recen te mente, com estar-dalha<;o, entre os sociólo8os. F;¡];n Of' históri;¡ de vid<1é pelo menos pressupor -e isso nao é pouco -que a vida é urna história e que, como no título Maupassant, Urna vida, urna vida é inseparavehnente o conjunto dos acontecimentos de urna existencia individual concebida como urna história e o relato dessa história. É exatamente o que diz o senso comum, isto é, a linguagem simples, que descreve a vida como um caminho, uma estrada, urna carreira, com suas encruzilhadas (Hércules entre o vicio e a virtude), seus ardis, até mesmo su as emboscadas (Jules Romains fala das Usucessivas emboscadas dos concursos e dos exames"), ou como um encaminhamento, isto é, um caminho que perconemos e qlle deve ser percorrido, um trajeto, lima corrida, Ull1 CllrSllS, lima passagem, urna viagem, lIm percurso orientado, lIm deslocamento linear, unidirecional (a umobilidade"), que tem um come<;o (Uuma estréia na vida"), etapas e um fim, no duplo sentido, de término e de finalidade (Uele faréÍ seu caminho" significa ele terá exito, fará urna bela carreira), um fim da história. Isto é aceitar tacitamente a filosofia da história no sentido de sucessao de * Bourdieu, Pierre. L' iIIusion biogmphique. ACles de la. Recherche en Scíellces Socíales (62/ 63):69-72, juin 1986. Usos & ABUSOS DA HISTORIA ORAL A IlUSAO BIOGRAFICA 185
As biografias se situam entre história, jornalismo e literatura. O narrador reconstrói episódios a partir de documentos, cartas, livros e depoimentos. Artigo publicado originalmente na Revista Continente (NOV 2013).
Os anos de aprendizado “etnossociológico” de Pierre Bourdieu na sociedade argelina têm sido objeto de um interesse acadêmico renovado. Inspirado por questões oriundas dessa literatura recente, o presente artigo explora, primeiramente, como as experiências de Bourdieu em uma Argélia atravessada pela guerra influenciaram os princípios teóricos e metodológicos de sua sociologia madura. Em segundo lugar, o texto mostra que os escritos bourdieusianos de juventude sobre as turbulências históricas por ele presenciadas naquela sociedade exibem temas e perspectivas que destoam das imagens mais comuns do seu trabalho: o assentimento prático à dominação característico da “violência simbólica” dá lugar à resistência aberta, a “cumplicidade ontológica” entre disposições subjetivas e circunstâncias objetivas dá lugar ao seu descompasso histórico, enquanto a suspeição de princípio diante das representações dos agentes leigos dá lugar a uma alta confiança analítica em longos testemunhos pessoais. Conectando as investigações sociológicas de Bourdieu ao seu uso da fotografia, a terceira seção examina as múltiplas funções que a prática de tirar fotos desempenhou em suas excursões etnográficas a comunidades argelinas. Por fim, o ensaio apresenta a conexão entre motivos da teoria da modernização e das teorias do (neo) colonialismo como uma das primeiras sínteses operadas por Bourdieu em sua carreira intelectual.
A FINA FLOR DOS "BAS-FONDS" CURITIBANOS: UMA ANÁLISE SOBRE A CIRCULAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE MERETRIZES ESTRANGEIRAS (1928-1932), 2021
Em A fina flor dos "bas-fonds" curitibanos: uma análise sobre a circulação e identificação de meretrizes estrangeiras (1928-1932), oitavo capítulo, Wellington do Rosário de Oliveira aborda as questões das meretrizes em Curitiba. Preocupadas com a circulação de meretrizes estrangeiras na capital do Paraná, autoridades policiais e a imprensa se propuseram a delimitar os espaços de transgressão na cidade, identificando os bas-fonds curitibanos, em meio ao desenvolvimento da criminalidade, onde transitavam essas mulheres de origem europeia. Suas principais fontes são os prontuários oriundos do Gabinete de Identificação e Estatísticas do Paraná.
Este artigo é o resultado de uma observação, situada numa pesquisa mais ampla que procura compreender o papel do culto cristão na constituição das diferenças sociais, dos papéis que diferentes agentes desempenham no universo das relações sociais. A pesquisa é amplamente respaldada pela análise bourdieusiana, a qual projeta sobre uma prática eclesial – a celebração litúrgica comunitária – referencial crítico que visa possibilitar compreender o culto como lugar de diferenciação social. Neste sentido, este artigo, ainda que experimentalmente, trabalha com o cerne da investigação proposta nesta pesquisa mais ampla. Após ser realizada aplicação de referencial teórico bourdieusiano em uma observação de um culto ordinário, pode-se perceber que nada no culto está livre de prerrogativas distintivas que (re)afirmam o lugar social dos determinados agentes. Esta reflexão crítica visa representar acréscimo à prática eclesial, atentando para aqueles momentos em que ela não exerce sua função primordial – a de acolher com amor pessoas em suas diferenças.
Pesquisar e contar: horizontes da narrativa, 2022
2021
Lycia de Biase Bidart (1910-1991) foi uma compositora, pianista e maestrina brasileira que teve grande produção composicional ao longo do século XX. O presente artigo é resultado da pesquisade dissertaçãosobre sua vida e obra e tem como objetivo analisaratrajetória pessoal e musical da compositora a partir do conceito de trajetória de Pierre Bourdieu. Devido à omissão da produção artística de mulheres ao longo da história, Lycia foi pouco estudada no meio acadêmico, por isso, essa pesquisa buscou se aprofundar em sua trajetória com o intuito de lhe dar uma maior visibilidade.Vários dos capitais descritos pelo sociólogo puderam ser identificados na trajetória da compositora, que contribuíram para o seu sucesso no início da carreira e por sua alta produção composicional até os últimos anos de sua vida.
No presente artigo, propõe-se uma leitura comparada dos prefácios das Controvérsias de Sêneca o Rétor e das Vidas dos Poetas de Suetônio. Após a identificação dos diferentes tipos de gêneros de imitação a que se filiam os prefácios de Sêneca -epistolografia, historiografia e biografia -, busca-se destacar as características da biografia em função de "crítica literária", tanto em Sêneca como em Suetônio. Por meio da análise comparativa dos trechos biográficos com função de crítica, emergem as afinidades e diferenças formais e estilísticas entre os dois autores, que podem ser justificadas com base nos objetivos e nas posições histórico-literárias de cada autor. ABSTRACT
Temáticas, 2023
Este artigo tem como foco observar, pensar e propor um debate acerca da noção de trajetória. Para tanto, foram eleitos dois autores, de campos acadêmiconacionais diferentes, para investigar como a noção se organiza e se corporifica em suas elaborações, a saber: Pierre Bourdieu e Suely Kofes. O aporte metodológico para execução desta composição é eminentemente bibliográfico, tanto em obras dos autores quanto de comentadores. Ainda se traçam as junções e as disjunções entre eles no intuito de entender como a noção de trajetória se compõe metodologicamente para aplicar-se na pesquisa de sujeitos sociais com vistas a escopos mais amplos. Como considerações finais são pontuados alguns alicerces sobre trajetória que podem ser fundamentais para construções e pesquisas posteriores.
Resumo: Abordamos, aqui, alguns aspectos narrativos para a (re)construção da trajetória biográfica em biografias jornalísticas. Adentramos, em um primeiro momento, na narrativa biográfica descrevendo nossos achados em relação às escolhas desse narrador jornalístico. Em seguida, analisamos abordagens e possíveis respostas para o boom biográfico, as informações paratextuais, além da desconfiança em relação à ficção o que concede à biografia legitimidade como relato verossímil na contemporaneidade.
2007
Este artigo retoma algumas contribuições em língua francesa sobre a obra de Pierre Bourdieu, publicadas logo após a morte deste sociólogo em 2002. Trata-se de um artigo e de uma revista, os quais foram confrontados a alguns aspectos biográficos do autor.
Ciência & Saúde Coletiva
Resumo Temos como objeto o diálogo com seis obras, entendidas no mercado editorial como biografias, que contemplam narrativas de primeira e segunda pessoa sobre a relação com situações de adoecimento crônico, raro ou complexo. Como ensaio teórico, experimentamos construir um argumento: essas biografias são formas públicas de construção e apresentação de pessoa, representam a possibilidade de atribuir um lugar de visibilidade para experiências morais, de grande apelo público, mas que precisam ser reconhecidas na atenção e formação e saúde como ferramentas políticas para reflexão sobre as práticas. Nesse sentido, passam a ser testemunhos, proporcionando menos histórias de vida particulares, e mais trajetórias biográficas, onde se coloca um diálogo interacionista entre significados, lugares, pessoas, posições, estigmas, violações de direito e discriminações.
Revista Farol
Lycia De Biase foi uma musicista capixaba que atuou ativamente no meio musical na década de 1930, tendo produzido 426 composições no decorrer de sua vida. Ainda são poucas as pesquisas dedicadas a estudar a sua produção, por isso, este artigo objetiva investigar possíveis aspectos da técnica e da estética da compositora como auxílio para futuros estudos de interpretação de suas obras. Isto se realizará por meio de observações a cerca de dados biográficos obtidos por LORENÇÃO (2020) e GARCIA (2021).
RESUMO-Os fatos e ações daqueles que outrora povoaram o mundo da dança, muitas vezes, nos chegam através dos relatos de suas histórias de vida. A necessidade do outro seria a fonte de nosso interesse nos detalhes dos fatos e gestos da vida do outro. Este artigo se propõe a examinar as primeiras autobiografias e biografias de bailarinos publicadas e, a partir delas, levantar algumas questões concernentes ao gênero biográfico no mundo da dança. Propõe-se também a refletir em como essas histórias de vida podem nos ajudar melhor a conhecer algumas das tensões subjacentes a todo relato que se pretende de cunho histórico. Palavras-chave: Biografia. Autobiografia. Dança. Heterobiografia. Bailarino/bailarina. Heroína/herói.
Resumo: Nas últimas décadas, os estudos biográficos recuperaram um lugar de prestígio na produção dos historiadores, estimulados pela descrença nos modelos totalizadores de explicação histórica e pela retomada das reflexões sobre a ação individual na história. Apesar da força das novas produções, as discussões teóricas sobre a biografia histórica são ainda incipientes. O presente artigo pretende oferecer uma contribuição para o preenchimento desta lacuna ao tratar das relações e tensões entre biografia e escrita da História. Palavras-chave: Biografia; Teoria da História; Historiografia.
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