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Eça de Qeirós: mercado literário e classe social

Abstract

Ainda que pequeno com relação ao total da população, o número de leitores em Portugal nunca antes havia sido tão grande. O complexo processo histórico de expansão das escolas, diminuição do analfabetismo, barateamento dos livros, expansão do mercado editorial e de instituições ligadas à leitura (bibliotecas públicas, gabinetes de leitura, bibliotecas de associações sindicais ou sociais, novas instituições de ensino superior, etc.) gerou uma concentração de forças nunca antes colocadas a serviço da leitura e do livro; notadamente, o Estado centralizado e forte a disseminar salas de aula pelo país e o capital industrial a fazer do livro uma fonte de lucros para empresas cada vez maiores e mais poderosas. Falta, porém, outro elemento aí. Há um novo poder que se soma ao do dinheiro e ao do Estado e que será de extrema importância para o mercado literário: a imprensa.