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Resumo A raça, uma construção sócio-histórica, é um conceito fundamental para entender a história do Brasil e da humanidade. Constata-se sua transversalidade em relação a como se estruturam as relações entre grupos dentro de uma sociedade e entre diferentes sociedades, vis à vis as formas como as características físicas das pessoas são percebidas e classificadas. Assim, neste capítulo, a evolução do pensamento racial brasileiro é posta em relação com a problemática do encontro com o outro na sua alteridade, a construção de taxonomias a partir do século XVIII e a maneira como a ideologia racial determina a assimetria de relações entre as categorias de classificação, ao serviço dos processos de colonização e escravidão da época moderna. É apresentado um histórico da classificação étnico-racial no Brasil, através dos censos e pesquisas domiciliares, para finalizar com um estudo de conjuntura das tensões e conflitos contemporâneos associados a processos de discriminação e preconceito ainda arraigados nas sociedades.
Tradução de Iracema Dulley 01 e Olivia Janequine 02 Breve introdução sobre as relações entre antropologia e arte, desafios analíticos e (in)segurança I.D. e O. J. O texto a seguir, Etnografia e imaginação histórica03, de Jean e John Comaroff, volta-se para o lugar da antropologia no mundo contemporâneo e apresenta a proposta teórico-metodológica dos autores para uma antropologia crítica, consolidando e sintetizando, em especial, o argumento dos livros Of Revelation and Revolution (1992) e Body of Power, Spirit of Resistance (1985). Outros temas fundamentais da obra dos autores – a corporalidade, as missões, os fenômenos estéticos, o colonialismo e a resistência a ele no contexto da África Austral – também estão presentes. O texto é a introdução ao livro que também se intitula Ethnography and the Historical Imagination, publicado pela Westview Press em 1992. Diante da ausência quase total de publicações em português da obra destes que são autores centrais no debate atual da disciplina e responsáveis por contribuições importantes e criativas na intersecção entre antropologia e história, a publicação da tradução que se segue nos parece fundamental. No artigo os autores refletem sobre o lugar da etnografia e da história na antropologia como meios complementares entre si para a reflexão sobre o " mesmo " e sobre o " outro ". Voltando-se principalmente para a crise epistemológica que se configura como crise de autoridade da etnografia enquanto método excepcionalmente revelador, os autores apresentam uma argumentação complexa que leva à defesa desse método, associado à imaginação histórica. Abandonado um empiricismo ingênuo, que preconiza a necessidade de ver para crer e remonta às ciências biológicas, a etnografia permanece um método extraordinário a despeito e por causa de sua principal fraqueza: a recusa em se valer cegamente de técnicas padronizadas que permitem que se confira uma pretensa objetividade às metodologias científicas. O texto apresenta reflexões instigantes ao afirmar que o fazer etnográfico se aproxima muito mais do fazer artístico do que das ciências biológicas. A arte aparece como uma aliada em seu questionamento das pretensões de objetividade da ciência e um convite à reflexão sobre o método etnográfico: de acordo com os autores, a principal " tensão produtiva " da etnografia residiria justamente na impossibilidade de separar o objeto do conhecimento daquele que observa. É essa defesa de um conhecimento encarado por diversas disciplinas como " imperfeito " que faz com que os autores se alinhem ao partido tomado por Evans-Pritchard em
Ponto Urbe Revista Do Nucleo De Antropologia Urbana Da Usp, 2008
Este texto foi preparado para a conferência inaugural do seminário "VI Graduação em Campo", do Núcleo de Antropologia Urbana da Universidade de São Paulo, em 20 de agosto de 2007. Agradeço a José Guilherme Magnani a honra do convite, que me permitiu participar do entusiasmo, da diversidade de temas e da qualidade da pesquisa de campo de alunos de graduação de várias instituições do país, assim como da organização impecável do evento pelos alunos do NAU/USP. 1 Inicio com uma constatação elementar-a de que conceitos acadêmicos, assim como outras idéias da nossa experiência, mudam no tempo e no espaço, isto é, são históricos e são contextuais. Nenhum conceito tem um significado perene e, especialmente, nas ciências sociais, a vida dos conceitos reflete o que Max Weber definiu como sua "eterna juventude". Para Weber, essa era uma característica positiva das ciências sociais e refletia um otimismo raro nele-o de que, por definição, essas ciências seriam sempre jovens, sempre em processo de elaboração e sofisticação, sempre renovadas. A etnografia, antes 2 Dessa perspectiva da "eterna juventude", não é surpresa verificar que a idéia do que seja etnografia tenha uma história longa e freqüentemente espiralada, ou pendularmodificamos nossa concepção de etnografia, muitas vezes para voltar, revigorados, a um ponto familiar. Como em outros momentos na antropologia, devemos a Malinowski uma perspectiva que propunha e defendia a etnografia quando definiu a apresentação do kula como "interna", "etnográfica", isto é, em consonância com a prática e a perspectiva dos trobriandeses. Malinowski evitava uma descrição que chamou de "sociológica", resultado de uma observação "do lado de fora"-ele a considerava importante, sim, mas dizia que a utilizava apenas quando indispensável para dissipar Etnografia, ou a teoria vivida
Perspectivas do Ensino de História, 2009
Tomando os manuais didáticos da disciplina de História como objeto de estudo, esta comunicação pretende apresentar uma trajetória possível na investigação das relações entre a produção didática e a circulação de modelos identitários, entendendo o manual didático como meio de comunicação e o autor (ou a autoria) como mediador cultural. MORENO, J. C.. Manuais Didáticos de História e Identidades. In: VII Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História, 2009, Uberlândia. Anais do VII Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História. Uberlândia: EDUFU, 2009.
Psicologia Argumento
Este artigo traz como principal foco de discussão o conceito de identidade de lugar. A proposta é fazer, inicialmente, uma contextualização do tema a partir das categorias espaço, lugar e não-lugar. Esta discussão inicial visa compreender essas categorias como construções semióticas e ideológicas, as quais se moldam a partir das interações humanas com o ambiente para além da simples ocupação física. Em seguida, apresentaremos a metodologia histórico-cultural de base materialista histórico-dialética, que possibilitará compreender a argumentação final do artigo; nesta etapa, o método será abordado historicamente com o objetivo de apontar as bases fundamentais à sustentação da visão de homem adotada por este estudo. Finalmente, discorreremos criticamente sobre identidade de lugar. Para esta tarefa, elegemos como principal centro de revisão teórica a concepção defendida por Proshansky, Fabian e Kaminoff. Identificamos que a linha de argumentação epistemológica desses autores segue uma v...
Revista Brasileira de Educação Básica, 2022
O presente texto tem como objetivo demonstrar algumas perspectivas sobre a identificação racial, especificamente negra, a partir do posicionamento de alguns sujeitos históricos, nomeadamente: Gilberto Freyre (1962), José Craveirinha (1963), Sueli Carneiro (1996) e os Agentes de Pastorais Negros da Igreja Católica (1996). Metodologicamente, parte-se do pressuposto de que a análise de fontes no ensino de História colabora com o exercício da criticidade, da cidadania e com a compreensão de que as dinâmicas sociais resultam e estão integradas aos processos históricos, colocando em perspectiva a ação dos sujeitos individuais e coletivos. Conclui-se que a consolidação de diálogos sobre as relações raciais no contexto educativo pode contribuir com a construção de uma sociedade democrática ao visar à erradicação do racismo em suas mais variadas formas de manifestação. Palavras-chave: Identidade. Educação étnico-racial. Antirracismo. Ensino da História Afro-brasileira e Africana.
Os mitos fundadores são por defi nição trans-históricos: não apenas estão fora da história, mas são fundamentalmente a-históricos. São anacrônicos e têm a estrutura de uma dupla inscrição. Seu poder redentor encontra-se no futuro, que ainda está por vir (HALL, S. 2008, p. 29). Para uma discussão sobre a noção de identidade cultural a par-tir de um referencial antropológi-co, o primeiro passo é retomarmos a noção de cultura. Há sempre uma tensão presente entre uma linha argumentativa que percebe a cultura como sistema de regras estabelecido pela tradição, mito ou totem, uma instituição, amálgama que estabelece o social para além dos atores sociais individualizados e uma outra, que foca nestes ato-res sociais e os concebe com dada autonomia. Este segundo caminho percebe o mundo cultural com ên-fase no próprio indivíduo, em sua agencia, e defi ne a cultura pela ca-pacidade dos indivíduos tecerem vínculos e signifi cados, que iriam além do engessamento do mundo coletivo. Evidencia-se na discus-são teórica sobre cultura a tensão entre estrutura e conjuntura. A li-teratura antropológica tem indicado recorrentemente uma dinâmica que envolve: de um lado, um sistema de crenças, repertório coletivo de princípios e valores, representados por normatividades que conformam modos de pensar e de agir do mundo social. De ou-tro lado, temos atores sociais concretos e suas práticas cotidianas, espaço de atualização e de transformação das prescrições culturais, da in-ventividade das muitas estratégias. Espaço este, também subordinado a imperativos culturais, mas é o pólo do indivíduo, de suas redes e do mundo cotidiano ao qual se submete, e potencialmente faz es-colhas ou cria, ainda que dentro de um repertório sempre estrutural-mente dado. É aqui, neste pólo, o do ator social capaz de construir e negociar signifi cados, que se situa a noção de identidade cultural. Identidade cultural, como ca-tegoria analítica, opera uma subs-tantivação com o termo identidade e torna cultura um adjetivo. Ao fa-zermos isto e lançarmos mão desta noção, estamos heuristicamente pressupondo uma noção de agen-cia-coletiva ou individual-com potencial de apropriar-se, engen-drar ou até mesmo conceber ou produzir cultura. Ainda assim, o pano de fundo permanece a noção clássica de cultura como sistema de signifi cados compartilhados que se institucionalizam na ação; mas, neste caso, recorren-do à noção de identidade cultural temos atores sociais reorganizando suas identidades; e temos signifi cados e estratégias políticas que são negociados e devem (ou deveriam) ser o foco de nossas análises empíricas. D O S S I Ê ONDINA FACHEL LEAL* RESUMO Este trabalho inicialmente discute as no-ções de cultura e identidade cultural, para focar na análise de uma narrativa mitológica da cultura pastoril tradicional da região do pampa. Através da análise desta narrativa, aponta-se para a função estruturante da cultura na construção da identidade gaúcha, que neste caso, so-brepõe-se também a uma identidade de gênero. ABSTRACT This paper, fi rst, discusses the notionof culture andcultural identity, in order to focuson the analysis ofamythological nar-rativeof thetraditionalpastoral cultureof the pampa region, in south Brazil.Through the analysisof this narrative, points tothes-tructural roleof culture in buildingGaucho identity that, in this case, overlaps with-gender identity.
Horizontes Antropológicos, 2011
Revista Esquerda Petista, 2020
O artigo debate o livro Armadilha da Identidade: Raça e Classe nos Dias Atuais, oferecendo uma análise crítica da interseção entre raça, classe e identidades políticas sob uma perspectiva materialista histórico-dialética. O texto explora como a política identitária e a interseccionalidade têm funcionado simultaneamente como instrumentos de luta e de alienação dentro do contexto capitalista.
Um dos fenômenos mais comuns no mundo moderno talvez seja o contato interétnico, entendendo-se como tal as relações que têm lugar entre indivíduos e grupos de diferentes procedências "nacionais", "raciais" ou "culturais". É fato sabido que isso se tornou possível graças à expansão das chamadas Civilizações e à diminuição do mundo pela modernização dos transportes. Nesse sentido, parafraseando a conhecida afirmação cartesiana, mais do que o "bom senso" parece ser a identificação étnica a coisa "melhor" distribuída no mundo! Este ensaio pretende discutir o conceito de identidade étnica, descrever algumas modalidades de sua constituição e examinar as possibilidades de sua explicação para, finalmente, sugerir sua relevância para a investigação das relações interétnicas. Porém a pesquisa dessa temática deve ser precedida de esclarecimentos sobre os conceitos de etnia e de grupo étnico, de modo a justificar a inclusão da identidade étnica no centro de nossas reflexões.
Dimensoes, 2008
O artigo relaciona fatores teóricos e práticos sobre a formação da identidade pessoal dos indivíduos nascidos e criados em uma comunidade remanescente de quilombo do interior da Bahia. A partir do aporte sócio-cultural, que desenvolve o conceito de identidade sob alguns pontos de vista complementares, além dos pré-supostos históricos do senso comum que envolvem a vinda dos africanos para a América, faz-se uma descrição dos dados reais advindos de trabalho de campo numa comunidade remanescente de quilombo, a de Bananal, localizada na Chapada Diamantina, como WDPEpP GD DQiOLVH GH PDWHULDO GH IRQWH VHFXQGiULD R ¿OPH GRFXPHQWiULR Quilombos da Bahia de Antonio Olavo. O período de pesquisa foi Janeiro GH DSHQDV H HQYROYHX D SHVTXLVD ELEOLRJUi¿FD R WUDEDOKR GH FDPSR e a análise das fontes secundárias. Palavras-chave: Quilombo; Identidade Histórica; Identidade Pessoal.
Revista Diversidade & Educação, 2023
RESUMO Trata-se de um Relato de Experiência da aproximação entre o ensino superior e o médio, como estratégia a formação docente, de pós-graduandos em nível stricto sensu, na disciplina Estágio de Docência. Decorre da realização do minicurso "identidades, diferença e educação: multiversas abordagens", que teve como público-alvo estudantes do ensino médio, faixa etária entre 15 e 18 anos, de uma instituição pública no interior da Bahia. Realizado em dois encontros, que totalizou vinte horas, e se inscreveu na programação pedagógica escolar. Inserem-se na perspectiva de discussões sobre temas ligados às populações negras, à promoção do agir-refletir os constructos de saberesfazeres enoveladores das discussões sobre consciência negra. Teve como foco de ação educativa trazer para dentro da escola experiências que cooperem a uma sociedade mais
2020
RESUMO Neste artigo, discute-se a função de gênero gramatical nos nominais e sua correlação com individuação. A partir de uma pesquisa exploratória sobre o comportamento dessa categoria e seus efeitos morfossintáticos em nomes, interlinguisticamente, e assumindo a proposição de partição de aspecto nominal apresentada em Rijkhoff (1991), objetiva-se evidenciar que gênero gramatical é especificado léxico-semanticamente na composição de individuação. Assume-se, pois, a hipótese de que a marcação gramatical de gênero determina diferenças de perspectivização dos nominais e que a marcação de gênero e de número são duas faces do traço aspectual CONJUNTO (RIKHOFF, 1991; CARVALHO; BRITO; FARIAS, 2020). Adota-se ainda como aporte teórico uma taxonomia geométrica de traços baseada em Cowper e Hall (2009), para uma formalização lexical de individuação, dentre os quais encontra-se gênero. Conclui-se que a realização das marcas de gênero possibilita leituras mais individuadas de objetos, que podem ser genéricas ou particularizadas, e cuja estrutura lexical é apresentada a partir de um modelo de traços constitutivos (Teoria-phi (HARBOU; ADGER; BÉJAR, 2008)).
A Cor das Letras
Este texto tem como proposta produzir uma reflexão meta- etnográfica no contexto das relações interétnicas no Nordeste do Brasil, bus- cando descrever os caminhos teóricos e metodológicos que traçamos em nossa pesquisa sobre a relação entre o consumo de álcool e a etnicidade en- tre os Tremembé do Ceará. Em um primeiro momento, procuramos descre- ver o campo empírico da pesquisa, associando-o ao contexto das relações in- terétnicas que organizam a realidade dos índios no Nordeste. Em seguida, discutimos as tensões colocadas à elaboração do quadro teórico e metodoló- gico a partir do qual construímos o trabalho de investigação. Ao final, apre- sentamos algumas reflexões sobre o conjunto dos dados recolhidos e suas implicações para a articulação entre política e elaboração cultural no âmbito dos estudos sobre etnicidade entre os índios no Nordeste brasileiro.
Zenodo (CERN European Organization for Nuclear Research), 2023
Signum: Estudos da Linguagem, 2019
Resumo: O tema identidade de gênero tem sido pauta de diversos debates sociais e políticos em que, de um lado, se apresenta sujeitos que procuram combater e excluir padrões que fogem ao previsto no estatuto heteronormativo. De outro, aqueles em busca de visibilidade e reconhecimento de direitos, constituído como um grupo que viveu historicamente segregado e que agora pode presentificar sua existência nas ruas por meio da ascensão de movimentos identitários que a comunidade LGBTTQI+ performatiza. Dessa forma, o presente trabalho refere-se ao recorte de uma pesquisa realizada em uma universidade do interior paulista, cujo corpus consiste em depoimentos consentidos de acadêmicos que discorrem sobre os temas: identidade, alteridade, gênero, preconceito e discriminação. Por se tratar de um tema multifacetado, onde emerge, em seus diversos desdobramentos, os fenômenos da intolerância, ódio e medo, além de discussões que envolvem questões políticas, religiosas e ideológicas, o presente trabalho recorre à semiótica discursiva de linha francesa, de Algirdas Julien Greimas e colaboradores, para fundamentar a análise da significação produzida por uma das depoentes da pesquisa mencionada. Desse modo, observou-se, em seu discurso, entre outros efeitos, a transformação identitária a partir do enfrentamento subjetivo de algumas paixões malevolentes, como o ódio e a intolerância. Palavras-chave: Semiótica discursiva. Intolerância. Identidade de gênero.
2003
O problema da identidade foi abordado, ao longo da história, de muitas e variadas perspectivas. Heraclito sentenciava a impossibilidade de banhar-se duas vezes no mesmo rio, isto é, a radical negação da conservação da identidade do rio e do próprio homem consigo mesmo, tudo estando mergulhado num eterno devir. Nada permanece constante. Nada pode ser idêntico, pois quando alguma propriedade poderia ser compartilhada por dois objectos, estes já se transformaram. Também Parménides, apesar de oposto a Heraclito, faz considerações interessantes, pois concebe o Ser parado e eterno, sempre idêntico a si mesmo. Platão, por sua vez, analisando os sentidos do verbo ser, no diálogo Sofista, foi o primeiro a reconhecer a necessidade de uma diferenciação nos usos de "é" como cópula e como "idêntico a", pois essa falta de clareza gerou, por parte dos sofistas, muitos paradoxos. Mais tarde, Kant discute a identidade com o exemplo das duas gotas de água na vidraça, onde é possível abstrair totalmente de qualquer diferença interna (de qualidade e de quantidade), mas basta que elas sejam intuídas, simultaneamente em lugares diferentes, para as considerar numericamente diferentes. No século XX, o austríaco Ludwig Wittgenstein tratou bastante bem o problema da identidade, ao fazer as suas observações ao seu antigo professor Bertrand Russell, autor da obra Principia Mathematica 1. Enfim, todas estas e demais abrangentes referências servem, no nosso trabalho, para apontar as inúmeras motivações que esta temática envolve.
Caminhando, 2004
O texto: Gênesis 24,1-9 v.1 E Abraão era velho, avançado em dias, e Javé (havia) abençoado a Abraão em tudo.
Hélade: Revista de História Antiga, 2017
Resumo: Pensar questões de etnicidade pode contribuir muito para entendermos as populações do mundo antigo. O Oriente Próximo foi caracterizado pela predominância de grupos semitas e, em menor grau, indo-europeus, mas esses não eram os únicos na região. Este artigo, portanto, pretende apresentar os hurritas, com um breve levantamento histórico e historiográfico baseado na etnicidade. Vivendo, durante anos, às margens da sociedade próximo-oriental, os hurritas mantiveram seus elementos étnicos e, no segundo milênio AEC, os fortificaram e dispersaram, formando o reino de Mitani. Graças a unificação dos grupos hurritas, decorrente do surgimento do reino, os elementos étnicos foram aceitos na região. Este estudo, então, apresenta uma discussão sobre a pesquisa de etnicidade, tanto na relação teórica como, em especial, no caso aplicado aos hurritas, para entendermos a dispersão e a identidade desses grupos. Palavras-chave: Hurritas, Mitani, etnicidade, Antigo Oriente Próximo. Ao norte da Mesopotâmia, grupos hurritas foram unificados no século XVI AEC sob a forma do reino de Mitani. O reino e sua população ainda são alvo de muita discussão na Academia, tanto em relação ao seu carácter étnico como a sua própria formação (espacial e política). No presente artigo, então, procuro apresentar alguns aspectos e debates sobre a identidade deste grupo, que, como afirma Liverani, era marginalizado até a unificação mitânia e consequente fortificação do elemento hurrita na antiguidade (LIVERANI, 2016, p. 405). A predominância de comunidades semitas, sumérias e indo-europeias no Antigo Oriente Próximo, porém, não é o único motivo para a discreta aparição desse grupo na historiografia. Por muito tempo, os hurritas permaneceram à margem, também, dos estudos acerca da antiguidade, seja pela ação " política " dos estudos históricos (em que prevalecem grupos ocidentais), seja pelas suas fontes esparsas. No Brasil, isso se torna particularmente verdadeiro na medida em que pesquisas de antiguidade oriental estão voltadas, em especial,
Estudos Ibero-americanos, 2011
Resenha do livro: GOMES, Carla Renata de Souza. De Rio-Grandense a Gaucho: o triunfo do avesso – um processo de representacao regional na literatura do seculo XIX (1847-1877). Porto Alegre: Editoras Associadas, 2009, 352 p.
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