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Editora InterSaberes, 2017
Ter a possibilidade e a capacidade de compreender, mesmo que minimamente, o funcionamento da sociedade da qual fazemos parte constitui-se direito e dever de todo cidadão. No entanto, apesar dos esforços de inserir as disciplinas de Sociologia e Filosofia no currículo escolar do Ensino Médio e em alguns cursos do Ensino Superior, a realidade brasileira está distante do ideal. Compreender o impacto do trabalho – elemento central na vida de todos nós – na sociedade parece ser algo ainda mais distante de nós. Desvendar e compreender o homo faber e a relação consigo, com seus próximos e com a sociedade é uma atividade hermenêutica que nem sempre é bem vista, sobretudo para o poder econômico hegemônico, pois o desnudar dessas relações importuna o funcionamento da economia e da sociedade como um todo e, ainda, conforme assinalam alguns, pode instigar a luta de classes. Diante dessa problemática em estudar e apreender as relações de trabalho no século XXI, nosso posicionamento aqui será moderado. Todos podem ler sem medo algum de se tornar um “perturbador” da ordem social e das relações de trabalho vigentes. Contudo, como não poderia ser diferente, não nos esquivaremos de apresentar um panorama geral da Sociologia, do mundo do trabalho e das relações entre ser humano e mundo do trabalho. Por conseguinte, o fio condutor desse livro é o contínuo interrogar-se sobre o lugar do ser humano – compreendido como ser social – no mundo do trabalho, o que inclui reflexões sobre as “novas” relações de trabalho, alta tecnologia e ciência na sociedade. Em termos muito sucintos, a indagação sobre esse lugar e essas relações constitui a Sociologia do Trabalho. Além de ser um elemento fundante na constituição da vida em sociedade, o trabalho é decisivo na vida de cada indivíduo, pois determina as condições de vida e constitui-se parte das conquistas individuais, conforme averigua Josué Pereira Silva (1995). O estabelecimento do trabalho como um valor fundamental da vida está relacionado à firme crença de que todos os integrantes capazes de uma sociedade têm o objetivo de trabalhar, devem trabalhar, bem como deveriam gostar de trabalhar. Segundo o autor, a necessidade de propiciar meios de subsistência conduz ao impulso de trabalhar. Por isso, o dever de trabalhar assenta-se em valores e normas que colocam o trabalho como fundamento de uma vida plena de sentido. Para que você tenha uma visão e compreensão ampla a respeito da Sociologia do Trabalho, o conteúdo deste livro está estruturado em seis capítulos. No primeiro capítulo apresentamos a Sociologia e o trabalho e mostramos como os dois estão intimamente conectados. Para isso, fazemos uma breve apresentação do surgimento da Sociologia, as principais instituições que conformam a sociedade e são objeto de estudo desta ciência, apresentamos o trabalho como elemento ou categoria de análise da Sociologia e, finalmente, elencamos as principais temáticas que fazem parte das discussões da Sociologia do Trabalho. No capítulo dois, apresentamos os clássicos da Sociologia, pautando e discutindo suas produções teóricas relacionadas à temática do trabalho. Além dos já tradicionais clássicos, como Marx, Durkheim e Weber, também apresentamos as contribuições de Hannah Arendt, Claus Offe, Immanuel Wallerstein e dos fundadores da escola francesa de Sociologia do Trabalho, como Georges Friedmann e Pierre Naville, além de Alain Touraine. Nosso estudo prossegue com o capítulo três, no qual expomos os sistemas e os principais modos de produção que o mundo conheceu e que fizeram parte da organização social e do trabalho e que também foram objeto de estudo dos clássicos da Sociologia. Assim, proporcionamos uma visão geral dos modos de produção asiático, escravismo, feudalismo e socialismo. Em seguida, discutimos de forma mais detalhada o modo de produção capitalista e seus sistemas taylorista, fordista e toyotista. Por fim, abordamos duas alternativas atuais ao modo de produção capitalista: o cooperativismo e a economia solidária, bem como tecemos algumas ponderações sobre os desvios que ocorrem especialmente com as cooperativas. No capítulo quatro, abordamos a temática do trabalho no Brasil, apresentando um pequeno histórico das políticas de trabalho no país e discutindo o longo e doloroso processo de transição do trabalho escravo (ou em condição similar) ao trabalho assalariado e com direitos trabalhistas. Prosseguimos debatendo as relações de trabalho e emprego no Brasil, incluindo o sindicalismo e, por fim, abordamos a precarização do trabalho e suas formas de manifestação. O quinto capítulo trata das transformações e da crise do mundo do trabalho. Nele, dando continuidade ao capítulo anterior, tecemos críticas à fragmentação e à divisão do trabalho e como isso repercute no ser humano-trabalhador. Abordamos também os impactos do pós-industrialismo e da globalização para o indivíduo e à vida em sociedade, bem como questões relativas à precarização do trabalho e ao mito da liberdade do trabalhador. Por fim, para encerrar o capítulo, apresentamos as soluções estratégicas que as empresas globalizadas põem em prática com relação ao trabalho e emprego. O sexto e último capítulo trata das premissas que o trabalho deve proporcionar a cada indivíduo: realização, lazer e ócio criativo. Além disso, discutimos a centralidade do trabalho no mundo contemporâneo e as tendências e perspectivas do mundo do trabalho. Nosso estudo encerra-se com as considerações finais, nas quais fazemos um apanhado de alguns autores e elementos essenciais da Sociologia do Trabalho. Uma característica importante desta obra é seu caráter didático. Todo o texto é apresentado em uma linguagem acessível, de forma esquemática, sem, contudo, omitir elementos essenciais do nosso objeto de estudo. Leituras complementares e vídeos são recomendados para que você possa obter um aprendizado mais amplo, e suas reflexões são demandadas pelas questões que são postas ao final de cada capítulo, possibilitando a você fazer a revisão da matéria estudada. Bom estudo e boa jornada na Sociologia do Trabalho!
INTRODUÇÃO O autor Carlos Benedito Martins em seu livro O Que é Sociologia procura demonstrar de forma geral e objetiva o contexto histórico no qual se fez possível o surgimento, a formação e o desenvolvimento da sociologia. Procura em linhas gerais demonstrar que a sociologia, como ciência tensa e contraditória, sempre deu margem para diversas interpretações. Para algumas pessoas ela é uma poderosa arma a serviço da classe dominante , para outros serve de embasamento teórico para os movimentos revolucionários , como , por exemplo , o marxismo. O livro procura tratar a sociologia como sendo resultado da compreensão de situações sociais novas provocadas pela sociedade capitalista. Porém adverte que a sociologia sempre foi algo maior que reflexões e teorias acerca da sociedade moderna. Esta ciência sempre teve aspirações e intenções práticas , desejando interferir nos rumos de nossa civilização. A sociedade capitalista e os discrepantes interesses econômicos e políticos que a constituem sempre foram inspiração na formação do pensamento sociológico. Portanto o autor procura discutir e analisar , até que ponto a sociologia se compromete nos embates de tal sociedade e em que medida seus conceitos e teorias são responsáveis em manter ou alterar as relações de poder e dominação existentes na sociedade. O SURGIMENTO A sociologia pode ser entendida como uma manifestação do pensamento moderno. O mundo social, que até então não havia sido incorporado a ciência, passa com a evolução do pensamento científico ser enfocado e estudado pela sociologia. O surgimento de tal ciência se dá em um contexto histórico específico, que coincide com esfacelamento das bases da sociedade feudal e com o estabelecimento de uma nova ordem social , ou seja , a consolidação da sociedade capitalista. Nesse contexto , vários pensadores se empenham em compreender e analisar as novas situações vigentes em tal sociedade. O século XVIII foi referencia para a história do pensamento social e para o surgimento da sociologia. Este século foi testemunha de uma dupla revolução, a industrial e a francesa, que consistem na instalação da sociedade capitalista. As revoluções constituem dois lados de um mesmo processo e possibilitam o surgimento da sociologia, embora, essa palavra só venha ser usada um século depois, em 1930. A revolução industrial representou a vitória da indústria capitalista que converteu grandes massas humanas em simples trabalhadores desprovidos de quaisquer privilégios. Foram introduzidas novas formas de organizar as atividades sociais, houve um generalizado trauma sobre milhões de seres humanos que tiveram suas formas habituais de vida. Como exemplos das mudanças ocorridas, o autor sita a desaparição de pequenos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho, etc. O surgimento do proletariado foi sem dúvida um dos fatos de maior importância, principalmente o papel histórico que ele desempenharia na sociedade capitalista.
O Surgimento do Conhecimento Científico (uma forma do pensar diferente da mítico-religiosa, sem a invalidar) permite-nos entender bem melhor o que ocorre no Social neste mundo
Descrição: Esta disciplina visa apresentar e discutir, a partir de uma perspectiva sociológica crítica, temas e autores sociológicos clássicos e contemporâneos. O curso se concentra no estudo de teorias sociológicas sobre relações de poder, opressão, exploração, tais quais o capitalismo, o racismo, o sexismo, colonialismo, o eurocentrismo e o punitivismo. Informações Gerais da Turma: 2024-2. Contato: E-mail institucional e/ou Comunidade Virtual da turma no SIGAA. Ao final do semestre, as/os estudantes serão capazes de: ▪ Debater os fundamentos da sociologia crítica em clássicos como W.E.B Du Bois e Karl Marx; Debater interseccionalidades de raça, gênero e classe e seus impactos e tensões sobre organizações políticas; Debater a origem e as relações recíprocas entre estruturas de dominação social e sobre possibilidades de resistência e revolução; Debater acerca das continuidades e rupturas da emergência do colonialismo e eurocentrismo até os dias atuais, analisando criticamente as narrativas sobre a modernidade.
A relação entre a Sociologia e a Educação tem sido frutífera desde as origens de ambos os campos. Porém, a Educação tem sido beneficiada pelo olhar sociológico já que a Sociologia lhe ofereceu uma reflexão sobre os processos educativos, permitindo levar em consideração fatores sociais localizados além das aulase instituições escolares.Este Dossiê participa desse amplo conjunto de preocupações, precedido de uma série de publicações que têm se ocupado com essa ampla interface entre a Sociologia e a Educação. Os trabalhos são heterogêneos em termos de enfoques e pertencimentos institucionais; porém, condensam os temas centrais do debate sobre a importância do ensino de Sociologia, o lugar da Sociologia da Educação dentro da investigação educacional, a importância da formação de professores, o papel dos livros didáticos na escola, a produção, circulação, recepção e reprodução de tradições e teorias sociológicas, e a articulação entre a formação universitária e a inserção professional, o lugar das instituições universitárias como um objeto preferencial de investigação empírica, repensando seu lugar como espaço plural e inclusivo. Essa pluralidade representa, de certo modo, o próprio incremento que tem sofrido a Sociologia da Educação nos últimos anos em termos de temáticas de pesquisa.
Não é possível falar das questões políticas em um país democrático sem mencionar o processo eleitoral. Através das eleições a "vontade" popular é evidenciada.
1.Introdução O presente trabalho consiste no relato de experiência do estágio de Psicologia Social Comunitária, que traz a vivência da estagiária na instituição onde se desenvolve o estágio, a qual é o Centro de Atendimento e Apoio ao Desenvolvimento Educacional, mais conhecido como CAADE. O estágio com duração de 20 horas, sendo 2 horas semanais, objetiva introduzir o aluno no campo de estágio e através da Observação Participante relacionar as teorias aprendidas em sala com a prática. Sendo o foco na Psicologia Social Comunitária, Vasconcellos (1985) explica que no Brasil o estudo desse tema teve início pelas universidades, trazendo o material e tentando se adequar a realidade do país. Um pouco mais tarde, é possível notar os movimentos populares realizados por estudantes de psicologia e psicólogos em conjunto com a comunidade, onde se formaram grupos e trabalho em comunidades. Posteriormente, a psicologia comunitária foi incluída em programas de políticas públicas, os quais um psicólogo tinha a função de orientar atividades dentro de instituição. Tendo em vista o caminho percorrido pela Psicologia social comunitária no Brasil, é possível notar, que assim como todos os demais estudos em diversas áreas, ela está crescendo, se estruturando cada vez mais. Freitas (1996) comenta que esse estudo se utiliza do enquadre teórico da Psicologia Social privilegia o trabalho com os grupos, colabora para a formação da consciência crítica e para a construção de uma identidade social e individual, orientada por preceitos eticamente humanos. A psicologia social comunitária enquadra concepções da psicologia social e da psicologia comunitária e fundamenta-se em princípios éticos, políticos e humanitários, o que objetiva o desenvolvimento de práticas direcionadas para as comunidades, que visa promover a capacidade de reflexão nos indivíduos e acordo com as situações vivenciadas no ambiente social (Campos, 2007). Dessa forma, a psicologia social comunitária visa
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REVISTA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - POLÍTICA & TRABALHO, 2019
Pensamento Plural, 2014