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Ação e Percepção em Merleau-Ponty e Alva Noë

2016, Revista Portuguesa de Filosofia

Abstract

This paper compares two accounts of perception, one by Alva Noë in Action in Perception and another by Maurice Merleau-Ponty in his Phenomenology of Perception. I address the difference between defending a thesis (as the former does) and developing a descriptive phenomenology (as the latter does). Both authors take into account cases from Experimental Psychology and deal with the problem of drawing philosophical conclusions from them. I describe the link between perception and action in what Noë calls the Enativist thesis and what he currently defends as Conceptual Pluralism, and I attempt to understand whether he is committed to some kind of dualism in his account of the relationship between perception and awareness, comprehension and self. My purpose here is to highlight relevant points for a phenomenology of action in the works of both Merleau-Ponty and Alva Noë.

Key takeaways

  • Para Noë e Merleau-Ponty não há representações mentais neste nível na percepção, mas de uma forma moderada podemos ver que é um tipo de representação a nível corporal no primeiro.
  • A conclusão que Noë quer tirar destes casos é que estes pacientes têm cegueira experiencial, não possuem conteúdos representacionais genuínos na percepção porque não possuem conhecimento sensoriomotor.
  • O modo de compreender conceitualmente o mundo que diz Noë, como habilidade de acesso, estaria para Merleau-Ponty sempre relacionado com o esquema corporal e a situação do sujeito, não há uma compreensão pura, um conceituar puro, a percepção está entrelaçada ao mundo por um corpo que também é sujeito, que não pode ser reduzido a sujeito ou a objeto, como apontou Barbaras: Portanto, o corpo, em última análise só pode ser descrito como através da exclusão simétrica dos dois termos de oposição que não está sujeito, não é o objeto, mas a mediação do sujeito e do objeto tais como o lugar ainda misterioso, onde seu relacionamento está vinculado.
  • A questão é que conceitos auxiliam no entendimento da percepção e Noë não nega que há uma relação entre julgar e perceber, a percepção propicia a faculdade de julgar.
  • Uma alternativa para o intelectualismo é o que Noë chama de pluralismo conceitual afirmando que há diferentes modos de compreensão genuínos, mas não os descreve.