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O trabalho aborda criticamente algumas reflexões que pretendem superar o conceito de populismo, tradicional base explicativa para a relação entre classe trabalhadora e Estado, essencialmente vinculada ao período que vai de Getúlio Vargas até João Goulart. Tomo como expoentes dessa corrente revisionista os autores Ângela de Castro Gomes, Daniel Aarão e Jorge Ferreira, que se sem dúvida têm formulações distintas, comungam de referenciais fundamentais. A crítica se debruça sobre suas resoluções teóricas de “classe” e “Estado” e sobre como sua epistemologia concorre não para uma superação do conceito clássico de populismo, mas para uma diferente forma de mistificação sobre o período.
O texto aborda as as fontes ou origens teórico-ideológicas do conceito de populismo, bem como as determinações sociais que permitiram sua aceitação e enraizamento no interior das esquerdas brasileiras.
Exilium. Revista de Ciências Sociais, 2021
Resumo: Esse artigo tem como objetivo discutir o populismo em uma dimensão histórica e conceitual. Para tanto, a proposta é dividida em duas partes. Primeiro, percorremos a históriado conceito, começando no século XIX quando populismo definiaos movimentos na Rússia e nos Estados Unidos; depois, atravessamos o século XX,
In: Salomão, Ivan Colangelo (Org.) - O Brasil em Construção: Teoria, História e Economia na Obra de Pedro Cezar Dutra Fonseca, 2017
O objetivo principal desse texto é sistematizar a abordagem sobre o “populismo” ao longo da obra de Pedro Cezar Dutra Fonseca. Ainda que esse tema não tenha se configurado como eixo prioritário de suas reflexões acadêmicas, é notória a importância do assunto em boa parte dos seus textos e orientações mestrado e doutorado. Para realizar essa tarefa, o artigo desenvolve uma periodização em três momentos do populismo no programa de pesquisa do autor, de modo a caracterizar a evolução do termo em seus trabalhos. O marco inicial analisado é a publicação de sua tese de doutorado, em 1989, considerado aqui o primeiro trabalho de vulto do autor. Nesse sentido, é notório ao longo dos anos o crescente questionamento por parte do Pedro Fonseca sobre a adequação do populismo como conceito que explica a relação entre a política e economia brasileiras, sem, no entanto, negar diálogo com a literatura específica.
Prefácio - Grigoris Markou Quarta capa - Luiz Ramiro Jr. Fruto de uma conferência conjunta proferida na Unesp em 2018, o livro de Jeremiah Morelock e Felipe Ziotti Narita enfrenta diretamente a questão do populismo, que voltou a ganhar destaque nas ciências sociais e no debate público. Os autores propõem uma reflexão multidirecional que agrupa temas a respeito de identidade, polarização, mobilização, poder e autoritarismo. A obra, então, discute os problemas de representação nas democracias liberais contemporâneas e destaca como as figurações de "o povo" produzem legitimação na arena política. Por meio de uma análise não-determinista do populismo, o livro destaca a dinâmica variada do fenômeno e suas relações ambivalentes com a democracia, tendo em vista transformações e pressões culturais disseminadas no terreno social, ou seja, fora dos canais da política formal.
La contribución de Ernesto Laclau y Chantall Moufe a la Teoría del discurso y a la teorización social y política en general es muy significativa. Pienso el trabajo de ellos en conjunto porque el libro señero, que abrió camino, de esta teoría es Hegemonia y Estrategia Socialista es un escrito de ambos y además porque si bien luego de esa producción compartida ambos publicaron también de manera independente, las múltiples referencias entre ello y las huellas del pensamiento de cada uno de ellos es muy reconocible en los trabajos de ambos.
Jus Humanum: Revista Eletrônica de Ciências Jurídicas e Sociais, 2012
Heitor de Andrade Carvalho Loureiro-O estado da arte sobre o uso do conceito "populismo" nas ciências sociais ZÔOM POLITIKÓN-REVISTA ELETRÔNICA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DA UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL. São Paulo, v. 1, n. 1, jul./dez. 2011. 59 O estado da arte sobre o uso do conceito 'populismo' nas ciências sociais Heitor de Andrade Carvalho Loureiro Resumo: Esse trabalho pretende resenhar algumas reflexões acerca do fenômeno do populismo no Brasil a fim de compreender melhor os pontos de divergência e convergência das principais pesquisas sobre a temática. Palavras-chave: Populismo, Trabalhismo, Nacional-Estatismo. Abstract: This paper aims to summarize some works about the Populism in Brazil. At the end, we will able to understand the convergence and divergence points of the main researches in this subject.
Revista Latino-Americana de História (Unisinos), 2012
In the present communication we intend to reflect on the concept of "Populism", a concept that comes being, in last the twenty years, debated for social historians, sociologists and scientists and constitutes currently in one of most complex, controversial and "prickly" in the Brazilian academy. Of this form, in the limits of our text, we intend to analyze the main arguments that involve this debate, beyond reflecting concerning the operationalization or not of the concept of "Populism".
Crise e Crítica, 2019
RESUMO: Trata-se de apresentar três diagnósticos recentes no campo da Teoria Crítica da sociedade acerca do fenômeno do populismo nas democracias ocidentais do século XXI. Para tanto, mobilizamos como os modelos críticos da teoria do reconhecimento e cooperação social de Axel Honneth, da contestação e julgamento político de Albena Azmanova e da crítica da participação e redistribuição de Nancy Fraser compreendem o populismo como manifestações de patologias políticas decorrentes das mudanças estruturais do neoliberalismo ocorridas na esfera pública e na cultura política na última década. Palavras-chave: Neoliberalismo. Populismo. Teoria Crítica. Azmanova. Fraser. Honneth. ABSTRACT: The aim of this paper is to compare three recent diagnoses in the field of the Critical Theory of the society regarding the phenomenon of the populism in the western democracies of the XXI century, understood by the critical theory of recognition and social cooperation of Axel Honneth, political judgment and contestation of Albena Azmanova and participation and redistribution of Nancy Fraser as manifestations of political pathologies arising from the structural changes of neoliberalism occurred in the public sphere and political culture in the last decade. Key-words: Neoliberalism. Populism. Critical Theory. Azmanova. Fraser. Honneth
Revista Brasileira de História, 2002
A co l etânea or ga n i z ada por Jor ge Ferrei ra , profe s s or do Dep a rt a m en to de Hi s t ó ria da Un ivers i d ade Federal flu m i n en s e , se inscreve a meu ver em uma das mel h ores verten tes da ch a m ada "h i s t ó ria po l í tica ren ovad a", tra zendo preocupações con cei tuais como ei xo de articulação dos arti go s , con form e bem ex prime seu títu l o. Como os histori adores têm proc u rado mostra r, o s con cei to s , além de históri cos (como tu do que se refere ao hom em e sua cultu ra , i s to é, tu do que é hu m a n o) , qu a n do usados em po l í tica-em i n en tem en te uma disputa-nunca são neutro s. Também as em o ç õ e s , os sen ti m entos e insti n tos dos indiv í duos e das "m a s s a s" são hoj e , p a ra mu i to s h i s tori adore s , uma dimensão fundamental da vida po l í ti c a ; os analistas do s é c. XIX dela mu i to se oc u p a ra m , mas essa dimensão foi rel egada pelos cientistas sociais bra s i l ei ros das últimas décad a s. Ao começar seu tex to por uma bela epígrafe de Rachel de Queiroz, Jorge Ferreira indica sua intenção de lembrar a importância dessa qu e s t ã o, em bora isso só permaneça su bjacen te aos tex to s. Cita ele : "Não há povo amorfo. Não há massa bruta e indiferen te. A massa é form ada de hom ens e a natu reza de todos os hom ens é a mesma: dela é a paixão, a gratidão, a cólera, o instinto de luta e de defesa." Os autore s , em suas análises, f a zem-nos dar profícuas voltas e mais vo ltas em torno do con cei to ou categoria ex p l i c a tiva pop u l i s m o, ao qual se referem também como "n o ç ã o", "p a l avra", "ex pre s s ã o", " i m a gem", "s en ti do".. . Exploram também aqueles que são vistos como os sujeitos políticos dessa história: os líderes e seus proj eto s , as "m a s s a s" ou as classes e suas rel a ç õ e s. Na obra , o populismo su r ge absolut a m en te en red ado em outros con cei to s , como tra b al h i s m o, getu l i s m o, qu erem i s m o, sindicalismo ou pel eg u i s m o, a utori t a ri s m o, fascismo ou to t a l i t a rismo (como se fo s s em termos equ iva l en te s) , e ainda nacionalismo e estatismo. Esses são analisados em suas doutrinas e em suas práti c a s , con f i g u radas estas em noções como "m i s ti f i c a ç ã o, manipulação e demagogia".
Existe em curso um ressurgimento do amplo debate sobre a natureza do populismo, lastreado por novos atores populistas, eleições e referendos, assim como o retorno da palavra em análises jornalísticas escritas no calor do momento, frequentemente desprovidas de uma reflexão conceitual sobre o fenômeno. A novidade na conjuntura atual é a expansão do populismo para contextos onde há muito não era encontrado, como Europa e Estados Unidos. A interação global entre as características supostamente populistas de diferentes líderes e movimentos políticos em contextos diversos geram comparações que transpõem uma definição conceitual e problematizam ainda mais um debate que já sofria com a falta de consenso. No trabalho são tratadas as dificuldades do método comparativo mediante a indeterminação conceitual do populismo. A miríade de características levantadas pelas comparações é evidência das diversas escolas de análise sobre o populismo que o relacionam a um estilo retórico, estrutura de governo ou ideologia política. São exploradas algumas conseqüências destas diferentes vertentes, e são sugeridas estratégias para uma agenda de pesquisa sobre o método comparativo utilizado no populismo.
Relações Internacionais, 2018
Revista Tempo e Argumento, 2020
This paper aims to reflect on the concept of populism, which in Brazil has been the subject of extensive debates in most recent decades. Thus, in a first moment, the analysis will be focused, in a succinct way, on the trajectory of this concept in Brazil by verifying how the theory of modernization, the studies of the Itatiaia Group, and the works of Francisco Weffort and Octavio Ianni contributed to the construction of a theory - referred in this paper as "classical" - and for the consolidation of the concept of populism in the country. Second, this paper will reflect on how the contributions of Edward P. Thompson, the new history of work, and cultural history have influenced a new generation of historians to foster a series of new studies that have criticized some of the premises that support the classical theory of populism. Later, this paper focus will be the reflections of the Ernesto Laclau on the concept of populism, reflections that are still little diffused in Brazil, but that have repercussion in Latin America and Europe, allowing us to theoretically rethink the concept.
Resumo: Mais do que o tradicional conceito de populismo ou a realidade histórica a que este se refere, o objeto deste texto é o pensamento da corrente revisionista que lhe pretende ser superação. Tomarei como expoentes os autores Jorge Ferreira e Daniel Aarão Reis, os quais, ainda que tenham formulações distintas, comungam de perspectivas fundamentais. Observarei como sua caracterização e diagnóstico do populismo, bem como a solução apresentada para o suposto imbróglio, contém, antes de insuficiências empíricas, pressupostos problemáticos para a abordagem histórica: encerram concepção subjetivista e idealista, a serem demonstradas. O resultado mais destacado é uma leitura mistificadora sobre a situação política de dominação em que se encontra a classe trabalhadora em sociedades burguesas. Uma vez que no centro da discussão revisionista estariam os preconceitos políticos marxistas dos " autores populistas " , trago também ao debate uma reflexão sobre o historiador (revisionista) enquanto sujeito do conhecimento e seu sentido invariavelmente político. Palavras-chave: classe trabalhadora; Estado; populismo.
Revista Brasileira de Ciência Política, 2021
O objetivo do presente artigo é oferecer uma interpretação de algumas das leituras recentes sobre o populismo, detendo-se em dois aspectos fundamentais dos usos do conceito: (i) distinguir que tipo de processos políticos o populismo pretende explicar e se seu uso é suficiente para diferenciá-lo analiticamente de outros fenômenos semelhantes; e (ii) entender como tais interpretações articulam o populismo com uma compreensão do funcionamento e da eventual crise da democracia. A tese aqui é a de que os usos do conceito de populismo sempre se definem a partir de uma determinada concepção de democracia e, por conseguinte, do tipo de conflito que a ação política populista desperta em seu interior. Usos diversos do conceito de populismo pressupõem leituras diferentes e expectativas distintas sobre a interação entre representação e democracia e, portanto, estão relacionados com concepções diferentes sobre os limites da relação entre legitimidade democrática e instituições políticas.
Compolítica, 2019
Nesta entrevista, Gianpietro Mazzoleni, Professor da Università Degli Studi di Milano, e destacado pesquisador internacional na área de Comunicação e Política, discute a mediatização da política em tempos de mídias sociais digitais e analisa a relação entre emergência do populismo no mundo e as novas estratégias de comunicação política nas redes. Além disso, comenta o processo de “memetização da política” (apropriação da agenda pública pelos memes), objeto de seu último livro, recentemente lançado na Itália (La Politica Pop Online, Mulino, 2019).
Dissonância , 2020
BENHABIB, Seyla. “Breves reflexões sobre o populismo (de esquerda ou de direita)”. Trad. Adriana P. Matos. Dissonância: Revista de Teoria Crítica, AOP (Advance Online Publication), Junho de 2020.
O objetivo deste artigo é traçar as origens do uso do termo “populismo” no interior do marxismo latino-americano. Para tanto, retomarei três polêmicas ocorridas no final da década de 1920: entre o cubano Julio Antonio Mella e o peruano Victor Raul Haya de La Torre; entre Haya e o também peruano José Carlos Mariátegui, e entre este último e os representantes da Internacional Comunista (IC) na região. Ao examinar os usos do “populismo” nessas contendas, procurarei demonstrar como, de modo análogo ao que ocorrera nas controvérsias entre os revolucionários russos em fins do século XIX, o vocábulo foi empregado para estigmatizar correntes políticas ou autores que propugnavam a necessidade de um caminho próprio para a revolução no subcontinente, escapando aos limites da ortodoxia da IC. Tal uso do termo ganha sentido no bojo da divisão entre comunistas e nacionalistas, de grande duração na esquerda latino-americana.
Aurora. Revista de Arte, Mídia e Política
O populismo se apresenta no século XXI com o status de fenômeno. A importância empregada ao termo, articula esforços teóricos e intensos debates a procura de definir um significado a este. Tendo em vista esse desafio, que ronda as Ciências Sociais, especialmente a Ciência Política, elaboramos esse artigo com o objetivo de enriquecer o acesso às abordagens contemporâneas do populismo, entendido enquanto fenômeno político. Por esse viés, o populismo trata de se colocar antagonicamente ao elitismo econômico e político, que renega a soberania popular como base da democracia.
Jornal da USP / ISSN 2525-6009 13/07/2018
Este artigo procura discutir os principais impasses teórico-metodológicos em torno do debate sobre o “populismo” em algumas obras do marxismo latino-americano. Para tanto, discutirei o problema da relação entre as categorias de “classe” e “povo”, confrontando duas abordagens alternativas: uma que denominarei como “histórico-estrutural”, ou ainda como “teoria do populismo”, e outra, calcada na análise do discurso. Por fim, concluirei defendendo que o populismo deve ser pensado, menos como um conceito ou chave explicativa, do que como um problema que revela as dificuldades dos marxistas de lidar com as formas concretas de expressão dos subalternos na vida política do subcontinente.
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