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Introdução O tipo de Igreja que tivemos no período colonial, no qual insere-se a história da Igreja na Colônia do Sacramento, era caracterizado pelo regime do Padroado. Este regime pode ser vagamente definido como um conjunto de direitos, privilégios e deveres concedidos pela Santa Sé à Coroa portuguesa como patrona das missões e instituições católicas nos territórios sob o domínio português. Muitos destes privilégios e deveres haviam sido originariamente concedidos à Ordem de Cristo quando se iniciara o período das grandes navegações portuguesas, momento em que lhe foi cedida a jurisdição espiritual sobre todas as terras descobertas e a descobrir. Com a obtenção do cargo de grão-mestre da Ordem de Cristo e das demais ordens militares, Santiago e Avis, os reis de Portugal assumiram o controle sobre todos os postos, funções, cargos e benefícios eclesiásticos nos territórios ultramarinos conquistados em nome destas Ordens. 1 Pelo regime do Padroado, os reis assumiam as despesas da construção de igrejas e capelas, da manutenção do clero e do envio de missionários para converter os povos pagãos. Em troca, recebiam vários privilégios: recolhiam os dízimos eclesiásticos e administravam, através da Mesa de Consciência e Ordens, os assuntos ligados ao clero e às Ordens religiosas estabelecidas nos territórios do Padroado. Aos missionários estrangeiros que desejassem participar das missões existentes em seu território, a Coroa impunha que pedissem autorização real, viajassem em navios portugueses e ficassem diretamente subordinados ao controle do governo através de seus provinciais e 1 BOXER, Charles R. O Império Colonial Português. Lisboa: Edições 70, 1981. pp. 224 e 225. superiores. A Coroa ainda recusava-se a reconhecer qualquer breve, bula ou disposição papal que não tivesse recebido o beneplácito real. 2 Todos estes privilégios eram severamente regulamentados numa época que era pródiga na criação e concessão de monopólios. Por outro lado, estava profundamente enraizada em todas as classes da sociedade portuguesa a convicção de que Portugal era a nação missionária por excelência. Gil Vicente chamava Portugal "alferes da fé", enquanto que o Pe. Antônio Vieira afirmava que Deus tinha criado e fundado o reino português com o objetivo particular e específico de propagar a fé católica nas terras habitadas pelos pagãos. 3 As relações entre o Estado e a Igreja, durante o período colonial, podem ser resumidas como sendo uma " aliança estreita e indissolúvel entre a Cruz e a coroa, o trono e o altar, a Fé e o império." 4 Portanto, se trata de um período em que o pensamento de expansão da fé católica confundia-se com a expansão política. Neste sentido, a expansão dos domínios portugueses na América era freqüentemente apoiada pelo clero, que endossou as reivindicações portuguesas sobre o Prata e a implantação de uma povoação na região, a Colônia do Sacramento. A reivindicação da região platina como parte dos domínios portugueses na América era antiga, ligando-se ao descobrimento do Rio da Prata por D. Nuno Manuel em 1513. 5 Ao saber que, de Sevilha, partira uma frota destinada a povoar o Prata, em 1553 D. João III mandou um emissário a Castela avisar ao príncipe Felipe de que "este Rio da Prata, como sabeys he de minha conquista e caye debaixo de minha demarcaçam". 6 Em março do mesmo ano, o padre Nóbrega escreveu ao padre Simão Rodrigues, "que estava "averiguado estarem na Conquista d"El Rei de Portugal" as terras do Paraguai onde se estabeleceram os castelhanos." 7 Em carta datada de 1º de junho de 1553, referindo-se expressamente a Assunção, Tomé de Souza escreveu ao rei: "Parece-nos a todos que esta povoação está na demarcação de Vossa Alteza; e se Castela isto negar, mal pode provar que Maluco é seu." 8 Essa afirmação provavelmente ligava-se à reivindicação portuguesa de que a ocupação das Molucas e 2 Ibidem. pp. 225 e 226. 3
2016
Aqueles homens e aquelas mulheres assumiam a romaria não apenas como um meio para o cumprimento de uma promessa ou a busca de uma graça ou milagre, mas como um fim que se realizava na própria peregrinação. Assim, para além das motivações, que eram reais e decisivas para que se colocassem em movimento, a própria peregrinação era vivida como um ato que tinha um propósito em si mesmo. (STEIL, 1996, p. 109)
O presente artigo é fruto de minha pesquisa de pós-doutoramento financiada pela FAPESP e aborda alguns aspectos da passagem do paganismo à religião judaico-cristã, como a herança dos povos pagãos, o contexto histórico e o filosófico e, sobretudo, como a Deusa Mãe criadora é substituída pelo Deus Pai criador. The present article is a result of my post-doctoral research financed by FAPESP and it deals with some aspects of the passage from panism to the Jewish-Christian religion as the heritage of the pagan peoples, the historical and philosophical contexts and above all, how the Mother God creator is substituted by the Father God creator. In this transition period it is possible to notice a movement of the society’s interior that leads to the exterior, that is, the interior life of the man becomes a public tlak, not private anymore; likewise, the demon is no more na exterior world being and it starts to “inhabit” the man, the hub on which this transformation happens and it the one of the sexuality.
Amazônica - Revista de antropologia, 2020
No dia 20 de janeiro, afrorreligiosos se mobilizam para cultuar Rei Sabá, entidade encantada que, segundo uma de muitas histórias, se petrificou na Praia do Castelo, região insular da cidade São João de Pirabas, localizada no nordeste do estado do Pará, na Amazônia oriental. Embarcações saem da cidade para a ilha, levando afrorreligiosos, pessoal de apoio e outras pessoas interessadas em assistir e participar da festividade. O ápice da atividade é quando se entrega oferendas na pedra onde se reconhece o encantado. O ato é acompanhado de giras coletivas, juntando as comunidades de terreiros participantes. Por acontecer no dia do mártir da igreja católica, São Sebastião, os afrorreligiosos celebram-no em uma missa no dia anterior, na paróquia de São João Batista. Em 2019, o Templo de Umbanda Oxóssi e Mamãe Oxum, liderado por Mãe Rita, levou um andor em forma de barquinha, com a imagem de São Sebastião para a pedra do Rei Sabá (Rei Sebastião), assim, o santo se encontrou com o rei encantado, eclodindo na multiplicidade dessa entidade.
O presente trabalho teve como principal objetivo criar e testar uma nova ferramenta de escuta popular. A proposta teve como ponto de partida desenvolver um aplicativo parametrizado utilizando as diretrizes do Novo Urbanismo1, que pretende revelar necessidades e demandas das comunidades, sem interferências de técnicos e gestores públicos, executado com poucos recursos e de maneira rápida e transparente, buscou fomentar as iniciativas comunitárias. Sendo assim, utilizou a premissa de que o aprimoramento dos espaços públicos e a multiplicidade dos usos nos bairros podem ajudar na construção de comunidades mais ativas e resilientes, já que a diversidade pode gerar emprego, renda e inclusão. Cinco eixos teóricos envolveram o universo da configuração do aplicativo testado. Inicialmente, e de grande importância no processo, foram estudadas soluções que envolviam o uso de dados e tecnologia digital no planejamento urbano, principalmente os que utilizam crowdsourcing2. Como complemento foram estudados os ativismos sociais, os contextos urbanos, o Novo urbanismo e a resiliência comunitária, funcionando como possíveis reações e ou soluções de problemas e conflitos no ambiente urbano.
As referências à presença de escravos negros na Colônia do Sacramento, estabelecimento implantando pelos portugueses na margem norte do Rio da Prata em 1680, são muitas. Infelizmente, contamos com pouquíssimas notícias sobre o intenso tráfico de escravos entre Colônia e Buenos Aires, pois o mesmo tratava-se de contrabando e, portanto, evitou-se deixar registros escritos sobre o mesmo. As poucas fontes de que dispomos a esse respeito, na maioria das vezes, referem-se às capturas de feitas pelos espanhóis entre os cativos dos portugueses.
O setor de rochas ornamentais do Espírito Santo é parte importante na composição do comércio exterior capixaba. No intuito de promovê-lo internacionalmente, o poder público local (governo e munícipios) têm atuado na elaboração de políticas e ações paradiplomáticas. As ações de internacionalização do setor contam com o apoio de outros entes – federação, sindicatos, paraestatais e agências. O objetivo do estudo é identificar as ações paradiplomáticas dos governos estadual e dos municípios principais do setor de rochas ornamentais, bem como dos demais entes ativos junto ao setor. O estudo é exploratório, descritivo, qualitativo e contou com bibliografia primária e secundária, bem como com entrevistas e aplicação de questionários no ano de 2014. Identificou-se que a inexistência de órgãos estruturados para atuação diplomática não impede a ação paradiplomatica subnacional, bem como o papel relevante dos demais entes no apoio da internacionalização do setor de rochas ornamentais do Espírito Santo.
Todas as Artes, 2022
RESUMO: O presente artigo procede a uma análise crítica ao processo de criação e colocação no espaço público de Santo Tirso da sua primeira estátua, no ano de 1892, a qual representa o Conde de S. Bento, brasileiro de torna-viagem natural de S. Miguel das Aves. Através de documentação municipal, da Irmandade e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso e da imprensa local e regional, acompanharemos o debate público suscitado pela construção da estátua e as vicissitudes de uma subscrição pública que congregou interesse de ambos os lados do Atlântico, sendo criada uma subcomissão no Rio de Janeiro. Um escasso ano após a revolta republicana de 31 de janeiro de 1891 na cidade do Porto, os tirsenses sentiram a necessidade de promover um tributo ao mais distinto benemérito local relevando nesta homenagem as suas qualidades. Este momento foi igualmente revelador da sociedade liberal da época e dos seus valores. Palavras-chave: arte pública; Conde de S. Bento; emigração; representações sociais; Santo Tirso.
Resumo: por estar fora do atual Estado nacional brasileiro, a Colônia do Sacramento poucas vezes foi considerada algo mais do que um enclave militar e comercial no Rio da Prata. Por isso ela geralmente não consta como parte da história do Brasil. Esta visão nacionalista, de contar a história a partir do Estado nacional, não leva em conta que, dentro do contexto da América portuguesa, ela era parte integrante do “Estado do Brasil” e tinha um importante papel de colonização na região platina. Durante boa parte do período em que os portugueses se mantiveram nas margens do Rio da Prata, a discussão sobre o que constituía o território pertencente à Colônia do Sacramento seria motivo de conflito entre as Coroas de Portugal e Espanha. Palavras-chave: Fronteira. Diplomacia. Guerra.
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Revista Noctua - Arqueologia e Patrimônio, 2018
O COTIDIANO DA GUERRA: A VIDA NA COLÔNIA DO SACRAMENTO (1715-1735), 2001
Anais do 1º Encontro do GT Nacional de História das Religiões e Religiosidades - ANPUH, 2007
Nova Revista Amazônica, 2017
CODIGO SANITÁRIO ESTADO DE SAO PAULO 1978