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Preconceito de cor e racismo no Brasil 1

Abstract

RESUMO: O autor analisa a formação do campo temático dos estudos de relações raciais, no Brasil dos anos 1940, e sua posterior superação pelos estudos de identidade racial e racismo, nos anos 1970, buscando precisar a história dos significados teóricos de dois conceitos: preconceito de cor e ra-cismo. Retroagindo ao final do século XIX, o autor argumenta que o racia-lismo dogmático de então foi desbancado pelo culturalismo do começo do século XX, apenas para ceder lugar à imprecisão entre a expressão nativa " preconceito de cor " e " preconceito racial " , esta última introduzida pelo para-digma das relações raciais, gerado pela Escola de Chicago. Com a superação deste, nos anos 1970, e sua substituição por paradigmas que utilizam quase exclusivamente a análise estrutural e institucional, o conceito de racismo passou a denominar de maneira imprecisa todas as dimensões da vida social e da interação entre " brancos " e " negros ". O autor sugere que apenas um retorno à separação analítica das diversas formas de interação e dimensões da vida social pode restituir a esse campo disciplinar a riqueza que teve nos primórdios das ciências sociais. PALAVRAS-CHAVE: racismo, preconceito de cor, preconceito racial, rela-ções raciais. Antes de entrar no assunto deste texto, convém alertar para um ponto metodológico de todo pertinente para o que vou expor: refiro-me ao emprego de categorias abstratas, puramente analíticas, para compreen-der a vida ou o pensamento sociais tais como eles foram concretamente