Oliveira – CAS – Rotary. Natal/RN 1 O hábito de contar histórias está presente desde os primeiros traços de civilização até os dias atuais. Contam-se estas na gestação, na alfabetização, nos anos escolares, mas também, em outros espaços sociais. Em grupos de amigos, em casa ou na apresentação de trabalhos. Karnoop (2008) comenta que essas narrativas, à luz da Literatura Surda, representam culturalmente uma comunidade surda e, também, auxiliam na difusão da Libras através das expressões artísticas e linguísticas. Apesar dessa importância, a Literatura Surda, na prática, inexiste nas escolas ou mesmo Universidades. Em pesquisa realizada por Oliveira (2015) constata-se que as disciplinas de Literatura no curso de Letras Libras nas Universidades Federais representam menos de 10% (dez por cento) da grade curricular. Dessa forma cabe a pergunta: O contato com a Literatura, de fato, promove o desenvolvimento linguístico do aluno? Este trabalho busca então, através da pesquisa exploratória, avaliar como os alunos surdos utilizam os parâmetros da Libras na representação de narrativas, sejam elas de domínio popular ou criadas pelos surdos, para que possa ser entendida a importância da Literatura para o sujeito surdo. Por tratar-se de uma pesquisa exploratória, a mesma parte da análise de 11 (onze) vídeos contendo narrativas criadas pelos alunos do CAS-Natal, observando-se os parâmetros sugeridos por Silveira e Karnoop (2013), combinados com os estudos de Quadros (2004): Modificação de sinais; variação de sinais; uso de classificadores e; expressão facial e corporal. Foram classificadas enquanto narrativas as histórias que possuíam: Tempo; espaço; enredo e; personagens. Durante a pesquisa foram apresentados aos alunos livros com histórias infantis em Libras (Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, entre outros) e vídeos de animações gráficas contendo pequenas narrativas (sem áudio ou legendas). Após a produção dos vídeos, pode-se perceber que em produções próprias, há grande utilização de classificadores e expressões faciais e corporais. Percebe-se também que há um ganho na percepção desses alunos no tocante a linearidade de pensamento e desenvolvimento de coerência e coesão, decorrente do contato com narrativas literárias. Palavras-chave: Literatura surda. Desenvolvimento linguístico. Narrativas surdas.