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Em divertida inversão do afirmado por Georges Canguilhem acerca dos precursores 1 -estranhos personagens que, somente depois, se sabe que vieram antes -, prefácios nos exigem perceber, antes, que vieram...depois! Paradoxalmente, inclusive depois dos posfácios -menos necessitados, nesse sentido, de incursões analíticas à ordem do(s) discurso(s). Sendo assim, atendendo ao convite de organizadores e autores, estas linhas pré-face são redigidas após uma leitura integral e, sobretudo, bi-facetada da presente coletânea.
Entre a lua, o caos e o silêncio: a Flor - Antologia de poesia angolana, 2021
A mais completa recolha de poesia angolana até hoje. O prefácio, que tive a honra e o prazer de escrever, vai simultaneamente repassando ao leitor uma ideia da antologia e uma ideia da formação da poesia angolana, que ela ilustra.
O título deste seminário já traz implícita a triste herança que tem nos deixado a modernidade, um hábito por dividir (Stengers, 2012) decorrente do que Whitehead chama bifurcação da natureza (1920) e que tem alimentado nossa crença de que estamos sozinhos no mundo, de que o solipsismo é o único modo possível de estar no mundo. Queremos resistir a esta herança das luzes com trabalhos que afirmem que não estamos sozinhos e que, antes que estar no mundo, estes tempos catastróficos nos impõem a estar com os mundos. Para quem nunca perdeu uma intimidade e conexão efetiva com o mundo como os Yanomami, o céu pode cair (Kopenawa, 2015) justamente porque nós, os brancos, nos sentimos alheios a ele e a todas as possíveis relações que dele se desprendem. Como as infinitas linhas por onde a vida prolifera (Ingold, 2015), forças anímicas que se agenciam com as nuvens, mas também com a chuva, a floresta, o rio, os cantos e o próprio pensamento. Este aliar-se com as nuvens é aliar-se com tudo aquilo que não deixa cair o vivo, dispondo-se como superfície de contacto e interseção para que o vivo continue em movimento. Uma aliança que acontece como possibilidade construtiva dos mais impensados encontros multiespécies (Haraway, 2016; Van Dooren et al., 2016) e da emergência de modos de existência (Latour, 2012), onde o humano se abre a uma certa leveza, transmutabilidade e multirelacionalidade, fazendo da potência de pensar um gesto menor e pluri-ontológico – entre artes, ciências, filosofias. Um convite a estar a céu aberto, sem medo de que ele caia.
O Sistema dos Céus: a colusão entre catolicismo, fascismo e marxismo no Rio Grande do Norte (1930-1960), 2024
Em "O Sistema dos Céus", o autor Renato Amado Peixoto busca alargar o conceito de "colusão", criado pelo historiador inglês Roger Griffin para explicar a aproximação entre as religiões cristãs e a extrema-direita no entreguerras, na direção de compreender o envolvimento de leigos e religiosos da Arquidiocese de Natal, primeiro com o integralismo, depois com o marxismo, entre 1930 e 1960.
2015
Resumo: O ensaio procura considerar criticamente o caráter antropocêntrico (segundo suas condições de sentido) da cosmologia filosófica moderna, exemplificada pela Teoria do céu e pelos Sonhos de um visionário, de Immanuel Kant -sob a perspectiva do diagnóstico xamânico da catástrofe climática proposto por Davi Kopenawa Yanomami, em A queda do céu. Investiga-se principalmente o estatuto cosmológico da humanidade cosmopolita em relação aos extraterrestres, de um lado, e aos espíritos ou espectros terrenos, de outro, tomados como figuras radicalmente distintas da alteridade cosmológica. Ao fim, especula-se sobre se haveria um nexo escatológico necessário entre a teoria do céu, enquanto discurso do homem cosmopolita, e a sua queda, enquanto símbolo da catástrofe cosmopolítica iminente.
Curriculo sem Fronteiras, 2020
Neste artigo, trazemos algumas perguntas, histórias e reflexões mobilizadas por sentimentos e experiências que temos vivido, sem muitas certezas, num momento em que o planeta sofre em função dos abusos que a humanidade tem cometido, atacando-o, aderindo à lógica do consumo desenfreado e de um modelo capitalista, este sim "selvagem", que coloca em risco a própria existência humana. Neste estado de normalidade da exceção (SANTOS, 2020), como "suspender o céu" (KRENAK, 2020) para respirar? Como preservar nossas esperanças e continuar sonhando, pensando possibilidades de reinventar sentidos para a Educação neste contexto? Num primeiro momento, iremos refletir sobre a fundamentalidade das narrativas como possibilidade de reinventar caminhos e, num segundo momento, vamos recorrer às narrativas de diferentes grupos étnicos historicamente alijados de direitos na tentativa de recuperar nossas utopias.
123 á doze ou quinze anos, quando este livro foi escrito, as concepções do espaço eram confusas, paradoxais, incompatíveis. Desde as performances dos cosmonautas, após os foguetes interplanetários, o espaço estava incontestavelmente "na moda": espaço disso, espaço daquilo... -espaço pictórico, escultural, e até musical; mas a imensa maioria das pessoas e do público só compreendia por essa palavra, o Espaço (com E maiúsculo) carregado de novas e singulares conotações, as distâncias cósmicas. Tradicionalmente, o termo evocava somente as matemáticas, a geometria (euclidiana) e seus teoremas; portanto, uma abstração, um contentor sem conteúdo. Na filosofia? O espaço era mais frequentemente desdenhado, tratado como uma "categoria" entre outras (um "a priori", diziam os kantianos: uma maneira de ordenar os fenômenos sensíveis). Às vezes, a ele se imputavam todas as ilusões e todos os erros: desviando a interioridade do "si", o desejo e a ação em direção ao exterior, portanto a vida psicológica em direção ao fora e ao inerte, fragmentando e fragmentado (com e como a linguagem: Bergson 2 ). Quanto às ciências que dele se ocupavam, elas o partilhavam entre si, o espaço se fragmentando segundo postulados metodológicos simplificados: o geográfico, o sociológico, o histórico etc. No melhor dos casos, o espaço era tido como um meio vazio, contentor indiferente ao conteúdo, mas definido segundo alguns critérios não formulados: absoluto, óptico-geométrico, euclidiano-cartesiano-newtoniano. Se fossem admitidos "espaços", eles seriam reunidos em um conceito cujo alcance permaneceria mal determinado. A noção de relatividade, mal assimilada, estabelecia-se à margem do conceito, das representações e, sobretudo, do cotidiano, consagrados à tradição (o tridimensional, a separação entre o espaço e o tempo, o metro e o relógio etc.).
Prefácio do livro de poemas "Deserto Azul", de Eduardo Veras.
2021
O artigo busca tracar conceitos que foram motivados pela pandemia da Covid-19 surgida em 2020, a partir das falas de Paul Preciado, Achille Mbembe, Boaventura de Sousa Santos e Ailton Krenak. Os autores produziram pensamentos emergenciais e uma subteorizacao, segundo o proprio Sousa Santos, do momento em que vivemos. O texto tambem foi construido a partir das ideias da passagem entre sociedade soberana e disciplinar de Michel Foucault e de um pequeno lampejo presente na “filosofia da historia” de Walter Benjamin.
Protestantismo em Revista, 2017
Resumo O texto tem como objetivo descrever o desenvolvimento histórico-bíblico-teológico do conceito de céu desde a antiguidade até a contemporaneidade. O trabalho é resultado de uma pesquisa bibliográfica e documental, com tratamento qualitativo dos dados. As civilizações – desde as mais antigas-desenvolveram no decorrer dos tempos uma maneira típica de pensar e falar sobre o céu, tendo como elemento comum o padrão do céu como morada da " Suprema divindade ". Independente de lugar ou religião, o céu sempre foi um contraste daquilo que se vive aqui neste mundo. O estudo indicou que a noção de céu não é apenas algo que pertence à religião cristã, ele está relacionado a povos e culturas desde as mais remotas até as atuais. No entanto, no decorrer dos tempos, e em específico neste século presente, o que notamos é uma forte ênfase em espiritualizar o céu, deixando este de ser um lugar. Palavras-chave Céu. Vida eterna. Igreja. Abstract The goal of the text is to describe the historical-biblical-theological development of the concept of heaven from antiquity to contemporaneity. The work is the result of a bibliographic and documental research with a qualtitative treatment of the data. The civilizations-from the most ancient ones-developed throughout time a typical way of thinking and talking about heaven having as the common element the pattern of heaven as the dwelling of the "Supreme divinity". Independently of place or religion, heaven has always been a contrast to that which one lives here in this world. The study indicated that the notion of heaven is not something that belongs only to the Christian religion, it is related to peoples and cultures from the most remote times to the current times. However, with the [Texto recebido em setembro de 2016 e aceito em junho de 2017, com base na avaliação cega por pares realizada por pareceristas ad hoc]
Revista Scientiarum História, 2024
Bringing together the examples of a literary chronicle, a mural painting and a film, we propose to contribute to the necessary emphasis on aspects of growing importance for research, teaching and dissemination of astronomical sciences, such as those that stand out in the studies of Astronomy. Cultural, a field here outlined in quick brushstrokes, opening, however, to future research. Developing sensitivity and respect for the other's gaze, which is always fundamental, is an exercise that can begin with an interdisciplinary reading, attentive to the plural richness of the meanings of a text, verbal or non-verbal.
2016
A presente dissertação de mestrado trata das relações imanentes ao fenômeno niilista, estudando-o, principalmente, sob a perspectiva do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, e a poética de Augusto dos Anjos, no que tange à desistência do conhecimento do espírito fatigado e à ascese schopenhaueriana como meio de se evitar o sofrimento intrínseco ao sempre desejar, atitudes consideradas passivas diante da quebra dos fundamentos que significavam objetivamente o mundoThis master's dissertation studies both the inherent relations of the nihilist phenomenon fathoming its core mainly under the perspective of Nietzsche’s philosophy and dos Anjos’s poetry with a focus on the utmost renounce of knowledge symptomised by the wearied spirit that engages in the schopenhauerian ascesis to shun of the pain of the ever returning desire. Those attitudes, namely, the renounce and the ascesis are both passive outcomes of the loss fundamental grounding and meaning of the objective world
Dimensões do estético - V Colóquio Internacional Estéticas no Centro, UFG/UnB, 2023
REFERÊNCIA: A pele da imagem: sobre a obra "A queda do céu". In: DAMIÃO, Carla; GALLY, Miguel; MARTINS, Alice; RUFINONI, Priscila (Orgs.). Dimensões do estético. Goiânia: Cegraf UFG, 2023. p. 186-193. RESUMO: O par de palavras imagem e pele já surgem, com força, ainda no peritexto da obra "A queda do céu". Esse rico prelúdio textual, composto por duas epígrafes, um prefácio e duas apresentações, é encerrado com uma atraente fac-símile na qual vemos as palavras de David Kopenawa desenhadas em seu próprio idioma e caligrafia: o xamã oferece o livro aos seus leitores afirmando dar aos brancos aquela pele de imagem que é a sua. “Pele de imagem”, tradução literal de utupa sikɨ, é uma expressão Yanomami utilizada para se referir aos livros, nos informa Bruce Albert, antropólogo coautor-cúmplice da obra. A potência fulgurante da combinação dessas palavras volta a nos assombrar mais adiante no livro, dessa vez como o título de um dos capítulos: “A imagem e a pele”. O capítulo assim nomeado pertence a primeira parte da obra, na qual Kopenawa narra sua iniciação como xamã e nos apresenta toda a cosmologia que envolve o trabalho xamânico. Segundo Albert, justamente o conceito de imagem (utupë) funciona como uma espécie de centro de gravidade da ontologia e da cosmologia Yanomami e, por sua vez, esta cosmo-ontologia está fundamentalmente relacionada à experiência corporal dos xamãs. Nesse sentido, propõe-se no presente ensaio, um exercício filosófico de imersão na imaginação conceitual indígena Yanomami, particularmente nas noções de imagem e pele. PALAVRAS-CHAVE: pele; imagem; livro; A queda do céu.
Mais uma vez, podemos dizer que “escrevemos a história no céu”, 2021
Mais uma vez podemos dizer que "A história está escrita no céu", é um artigo publicado na revista da Força Aérea dos Estados Unidos, escrito por Héctor Ríos, Oficial e Piloto Instrutor da Força Aérea de Honduras. Narra os fatos envolvendo a proposta, aquisição, treinamento e voo da nova aeronave de treinamento básico, o Maule MXT-7-180, e a missão de transferência da frota de Moultrie, Geórgia, Estados Unidos, para Tegucigalpa, capital de Honduras. Eventos ocorridos em 2008.
Revista Voz da Literatura Orides Fontela Coleção Ensaio n. 6 jun, 2023
Eis a carta dos céus": notas de um encontro com revista voz da literatura voz da literatura { } junho 2023 n. 6 coleção ensaio voz da literatura voz da literatura revista } { junho 2023 Nathaly Felipe Ferreira alves um ensaio de Nathaly Felipe Ferreira alves Orides Fontela Orides Fontela n. 6 orides fontela voz da literatura revista { } 2 um ensaio de Nathaly Felipe Ferreira Alves 3 A partir de uma dinâmica relacional eu/mundo, ao "sair de si" (expressão de Michel Collot), a subjetividade lírica oridiana pode fazer-se outra-e outras, em nível intersubjetivo-com a alteridade do próprio mundo, de suas coisas, de seus seres, das outras subjetividades que aí habitam. Ao apresentar-se como investigação e origem de uma realidade partilhada liricamente, os poemas de Orides são experiência de e como linguagem: exercícios poético-filosóficos investigadores da subjetividade humana e de seus devires.
2015
A astronomia e um dos temas que parece estar fora da compreensao da crianca, pois para entender os fenomenos que lhe estao subjacentes, nao existe algo de concreto que a crianca possa tocar. No entanto, ha uma serie de fenomenos que a crianca observa, constata e explora o que a leva a criar uma serie de justificacoes para a sua ocorrencia. Atualmente sao varios os documentos que defendem a abordagem da astronomia nas primeiras idades. Nas Normas de Ciencias da Educacao Nacional dos Estados Unidos da America, citados por Kallery (2010) e salientada a importância da abordagem da astronomia com criancas, perspetiva tambem defendida por Hannust e Kikas (2010). O estudo centra-se na questao de investigacao: “E possivel alterar conhecimentos de criancas de 5 e 6 anos acerca de fenomenos astronomicos?” e foi desenvolvido recorrendo a uma metodologia qualitativa, apoiado num desenho de investigacao-acao, tendo como participantes 21 criancas de cinco e seis anos. No referido estudo foram des...
[…pensamentos como se fossem retratos quase apagados, dir-se-iam quase imaterializados… vejo-me no espelho que olhou sempre; entendo a fuga e a sofreguidão.] O que está em causa: a translucidez do silêncio e a morfologia – transparente, (trans)lúcida e opaca - da reflexão. Os eixos de sustentação, anunciados pela própria escultora, remetem para estádios de alerta: são avisos de segurança para incautos observadores de nada. Não que seja imprescindível preencher o nada, acarinhando o vazio, alimentem-se os olhares de silêncio. As esculturas de Rute Rosas são autorretratos entre o formato mínimo e a amplitude infinito do imensurável. Assim, como moldou traços e volumes do seu rosto, criando parcelas de si a passearem-se nas lapelas dos casacos de outras pessoas, ou mesmo pregados a paredes alheias, a artista agora cruza o entendimento do vidro soprado pela alma e as teias matizadas pelas encruzilhadas das certezas. São técnicas e estratégias para se garantir a harmonia que as coisas devem auferir quando se lhes atribui intenção de obra.
Notas sobre A queda do céu por um leitor branco. Jean-Christophe Goddard (Universidade de Toulouse) Permanecerá dificíl a quem, como eu, foi educado nos livros impressos, e ano apos ano por eles, de se libertar sem ser por um livro. Somente um livro, e um livro único, pode ainda libertar desse apego à epistéme desastrosa do livro impresso que Tim Ingold, em Une breve histoire des lignes, remarcavelmente descreveu e denunciou para desaprender a tessitura de um texto vivo e que pela força das armas e dos conceitos coloniais ampliou o domínio da ignorância em quase toda a superfície da Terra. A queda do céu, publicado em 2010 é um dos livros da nomeada, pelo próprio Jean Malaurie, « Biblioteca indígena da Terre Humaine ». Inteiramente escrito em primeira pessoa _ na língua e com a ajuda do etnólogo francês Bruce Albert_ pelo líder e chamam yanomami Davi Kopenawa, ele é o primeiro, senão o mais completo dos textos contra-antropológicos dirigidos aos leitores europeus. Um livro único, que libera da ilusão do livro, simplesmente pelo fato de falar em voz alta dessa voz que o livro impresso está determinado a sufocar pela leitura silenciosa e privada que ele induz. Uma palavra contra antropológica pois que apenas a palavra viva é contra-antropológica. A antropologia dos povos indígenas pelo homem urbanisado que, como diz o escritor marroquino Driss Chraïbi, começa a escrever porque não vive, e escreve sobre o homem que não escreve, o homem das florestas, dos desertos e dos jardins, o homem que vive, a contra-antropologia substitui a antropologia oral, constrangida e crítica, do homem branco pela do indígena. Uma palavra antropológica que não pode apenas ser ouvida e guardada em pensamento como essas palavras distantes dos seres do céu e da floresta sobre os quais os yanomamis não « desenham nenhum discurso ». Um livro único, então, na medida em que não pode ser lido como um livro, nem ser o conteúdo de algum livro. A questão, colocada às vezes , de saber o que a gente poderia escrever como filosofia com a contribuição do pensamento ameríndio é uma questão idiota _ no duplo sentido da idiotia : ela é a questão de um ignorante privado de inteligência pelo próprio fato de sua disposição antropológica particular, que é, estranhamente, não ou não mais viver. A incompatibilidade epistémica é aqui total. Se para Davi Kopenawa os Brancos ignoram todas as palavras da floresta, é porque eles « não cessam de fixar seus olhos sobre os desenhos de seus discursos e de os fazer circular entre eles, colados sobre peles de papel », e, assim, « não examinam nada além do que seu próprio pensamento e não conhecem nada além do que está no interior deles mesmos », « ignoram as palavras distantes de outras pessoas e de outros lugares » e não sabem mais sonhar com nada além deles mesmos. Necessariamente introspectivo, o livro é fundamentalmente xenófobo, no sentido onde, substituido pela visão e pela audição sensível das entidades que populam o céu e a floresta, ele não conhece nem admite nada que seja estrangeiro ao pensamento daquele que escreve e daqueles que lêem. A introspecção sendo assim a própria forma que toma o etnocentrismo branco. Essa xenofobia profunda dos Brancos « fixa sobre seus próprios vestígios » é o fato contrantropológico primeiro distinguido por Davi Kopenawa. O fato que concentra toda sua idiotia. O que faz deles, segundo sua expressão, « gente outra » que não Indios. Que eles sejam yanomamis ou não. Pois o outro Índio, o Índio estrangeiro, é a principio aquele que apresenta seus próprios estrangeiros, seres jamais antes vistos, jamais ouvidos. O estrangeiro indígena, e assim o Índio, se define por essa xenofobia generosa. Portanto, deixando de ser suficientemente à si mesmos, os Brancos « não são verdadeiros estrangeiros ». A questão idiota, de saber o que a gente poderia escrever como filosofia contra antropológica_ ou seja, indígena_ é uma questão xenófoba. A antropologia invertida dos Brancos conduzida por seus antigos informantes não permitirá a nenhum de nós progredir na compreensão de si mesmo, de explorar mais adiante as subestruturas de seu
Redenção e Escatologia - Estudos de Filosofia, Religião, Literatura e Arte na Cultura Portuguesa, VOL. II - Idade Moderna TOMO 2, Coordenção Samuel Dimas, R. Epifânio, L. Lóia, Universidade Católica Editora, Lisboa, 2018, 2018
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