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O presente artigo discorre sobre o papel da memória na constituição da teledramaturgia. Nosso principal aporte teórico-metodológico é a Semiótica da Cultura (SC) na confluência com a narrativa de ficção. Partimos de um levantamento de técnicas narrativas enraizadas nas matrizes clássicas de escrever histórias ficcionais para TV, sobretudo, as características herdadas do melodrama e do folhetim (MACHADO, 2009, 2011; MARTÍN-BARBERO, 2006, 2009; PALLOTTINI, 2012; THOMASSEAU, 2005). Essa trajetória nos ajuda a entender o papel da memória dos sistemas culturais (LOTMAN, 1996, 1998, 2000) na composição da ficção seriada de televisão, sobretudo da telenovela, considerando a cultura como uma memória coletiva, por incorporar a historicidade dos sistemas de signos. Conclui-se que a ficção seriada televisual contemporânea é um texto que traz à tona a reconfiguração nos modos de se produzir e narrar próprios da era da comunicação digital constituindo-se na atualização em processos graduais e explosivos (LOTMAN), mas, sobretudo, essas mesmas narrativas se mantêm ancoradas na linguagem clássica de contar histórias.
XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom, 2016
O artigo tem como objetivo problematizar as formas de lembrar e esquecer no cenário tecnológico atual, atentando para a condição de hiperconectividade móvel e sem fio e para o acoplamento cada vez maior entre humanos e máquinas tecnológicas em tal cenário. Tomando como disparador um episódio da série de TV britânica Black Mirror, discutimos as potencialidades do uso da ficção científica e de seu imaginário sobre o futuro como forma de produzir um pensamento crítico sobre o contemporâneo. Por fim, analisamos, a partir do episódio de ficção, como estamos produzindo um tipo de hipermemória a partir dos enormes arquivos digitais, conhecidos como Big Data, e de que forma nossa obsessão pelo registro digital está nos levando a produzir novas formas de narrativa e de história.
Alceu, 2020
Primeiras páginas de jornais impressos inspiraram as home pages, suas equivalentes digitais no jornalismo em rede . Nos primórdios da internet comercial, nos anos 1990, Mc Adams (1995) notou que os veículos jornalísticos transpuseram para seus sites noticiosos o mesmo conceito adotado pelos periódicos no papel. Na página principal, ou home page, devem estar os principais destaques do noticiário. Manchetes e chamadas ali dispostas são redigidas até hoje segundo os mesmos princípios do jornal impresso, de acordo com os valores-notícia consagrados pela cultura profissional dos jornalistas. Entretanto, apesar da continuidade acima observada, também é possível notar rupturas . Entre elas, está a efemeridade das home pages. Como o fluxo de publicação é contínuo, diversas primeiras páginas ou recombinação delas são editadas sem cessar. O intervalo de atualização das home pages revela um rompimento em relação ao ciclo de 24 horas do jornal impresso. Para se ter uma ideia, em 2011, a primeira página on-line de O Globo era atualizada a cada 10 minutos e a do Extra, a cada 12 (BARSOTTI, 2014). Na verdade, o processo de construção da primeira página on-line é, antes, sua própria desconstrução. Sucessivas atualizações decretam a efemeridade de notícias que minutos antes foram julgadas como as mais importantes do dia (ou do momento). Sua construção também não começa com uma página em branco, como no jornal impresso. Ela é sempre feita e refeita a partir 1 O artigo é parcialmente fruto de pesquisas realizadas durante o doutoramento da autora.
As distopias literárias são obras que tratam de um futuro hipotético onde o controle exercido sobre os indivíduos é total e irrestrito. Tal controle tenta se estender inclusive sobre a memória dos sujeitos, como forma de controlar seu passado e por conseguinte, seu futuro. Em Admirável Mundo Novo, 1984 e Fahrenheit 451, a questão da memória é retomada constantemente por Huxley, Orwell e Bradbury, respectivamente. Em comum a estes autores está a função da memória de dotar a vida dos personagens de sentido, oferecer-lhes explicações e potencial crítico que acabam por culminar no confronto direto com os regimes que os oprimem. As memórias dos personagens se entrecruzam com o discurso oficial dos regimes distópicos, discurso este que insiste em suas próprias verdades e nega o factual em nome delas. Nos regimes distópicos evidencia-se a necessidade de haver um controle da verdade pelo grupo que detém o poder, com isso, todo saber não-oficial ou que seja desinteressante para os detentores do poder é sistematicamente abolido. Neste processo a história é modificada de modo que não existam vestígios materiais para provar ou negar o que está sendo dito e para que o passado possa, no futuro, continuar a ser alterado. É neste sentido que um dos slogans do Ingsoc, partido do controla a Oceania, em 1984 é "quem controla o passado, controla o futuro", que aprendese a ter ojeriza a tudo que é antigo em Admirável Mundo Novo e que a história é apenas copiada mecanicamente pelos alunos de Fahrenheit 451, ou que os museus tenham se convertido em meros acervos virtuais e que nas três distopias aqui citadas o controle ou extinção dos livros seja símbolo do fim da memória. Como conseqüência disso os personagens centrais destas obras tentam recompor debilmente suas memórias, amarrar seus fios frágeis como forma de resistência aos regimes que os oprimem. A memória é, nesses casos, expressão não dos fatos decorridos, já que não é possível provar os fatos lembrados, mas modo de expressão da subjetividade dos protagonistas e da sua afirmação enquanto indivíduos num meio que lhes é hostil e que exige um comportamento de massa.
Colóquio do Museu Pedagógico - ISSN 2175-5493, 2014
Dentre as múltiplas abordagens que fazem uso das teorias da memória como arcabouço teórico, escolhemos neste artigo nos ater àquelas que buscam compreender de que maneira se institui a memória específica de um evento histórico, visando refletir acerca do caráter comemorativo de escritos poéticos e da sua função de salvaguardar a memória dinástica. Tais narrativas constituem o legado literário de uma determinada ordem social e fazem parte de uma política de memória amplamente praticada no Antigo Regime que visa perpetuar a memória dos feitos obrados pelo monarca e pelos homens nobres da corte. Este artigo apresenta as primeiras reflexões acerca do caráter comemorativo de obras literárias de modo geral, com o intuito de servir posteriormente à reflexão acerca do uso de notas memoriais em poemas épicos como o Caramuru, de Santa Rita Durão, e OUraguay, de Basílio da Gama.
2021
ainda quando há transversalidade, que neste no caso específico são inserções de animação 2D clássica. Quanto mais o tema é confrontado e aprofundado, mais questões surgem, o que possibilitam pesquisas futuras para uma abordagem analítica do processo animado enquanto opção de registro documental, desdobrando para a função metafísica da animação, suas texturas na narrativa de um filme não ficcional e a rede de metáforas que podem ser constituídas em diálogo com estética adotada. Segundo a interpretação da professora e pesquisadora Jennifer Serra para um termo comum aos pesquisadores do tema, animatedness denomina a característica da animação de ter a sua ‘natureza animada’ sempre autoevidente, independente de quão real ou imparcial seja a realidade ou discurso por ela representada.” Pela localização do termo em estudos acadêmicos, ele está mais factível a compreender uma carga emocional pela sua abrangência às inconsistências da técnica animada ao considerar os processos autônomos e n...
Voz, memória e literatura - narrativas sobre a violência na América Latina, 2015
Na história não tão distante sobre a ditadura em nosso continente, algumas vozes driblaram o trauma e trouxeram, em signo verbal e iconográfico, lembranças do que foi, do que poderia ter sido, do que não chegou a ser. A falta, o espaço. O vazio, a imagem que a luz não forma, a história que a palavra não conta. Ao lado de Juan Gelman, outros dois poetas de uma arte outra que não a verbal decidem escrever uma das páginas arrancadas de nossas veias abertas. Marcelo Brodsky, coincidentemente homônimo do filho de Gelman, e Gustavo Germano; ambos fotógrafos argentinos, trouxeram, em 1996 e 2008, respectivamente, suas exposições Buena memoria e Ausencias à leitura do mundo.
The doctoral thesis is a revision of the classical concept of memory and its application to the creation process of performing arts.
Revista Aniki Dossiê Teoria de Cineastas, 2020
O objeto da pesquisa, os making of documentários (MDocs), enquanto produtos extrafílmicos presentes nos DVD/BD colecionáveis, permite explorar diversas questões do cinema e do audiovisual. Neste texto, proponho uma reflexão sobre a dimensão da memória nos processos de criação cinematográficos, ou seja, trata-se de compreender os making of documentários enquanto “índices de pensamento em criação” (Salles 2017), cujos vestígios temporais reverberam e disseminam sentidos de uma memória do (e para o) cinema, ultrapassando o texto fílmico ao qual se refere. Reconheço o making of como processo e obra, donde a memória desponta enquanto um ato teórico no ambiente de criação cinematográfica possível de desvelamento.
Convenit Internacional No. 12 maio-agosto 2013
Com o objetivo de compreender as expectativas em torno das atuais transformações televisivas, o artigo resgata antigas obras de ficção que apresentam concepções futurológicas da televisão. São analisadas concepções televisivas que precedem a efetiva invenção da televisão, como o filme de Georges Meliés "La photographie électrique à distance" (1908) e o artigo "L'Ottava Arte" de Eisenstein (1922). São também examinadas as elaborações da ideia de televisão presentes nas obras audiovisuais: "Flash Gordon no Planeta Mongo" (Alex Raymond, 1936), "Tempos Modernos" (Charles Chaplin, 1936) e "Videodrome" (David Cronenberg, 1982). O estudo se ampara na concepção de heterogênese maquínica de Félix Guattari (1992) e considera a televisão como máquina diagramática, em suas instâncias materiais e abstratas. Parte-se do pressuposto defendido por Murray (2003) de que novos meios se valem de apropriações e reformulações de outros meios expressivos, para assim se projetarem, até que suas propriedades intrínsecas sejam identificadas e exploradas. Assim, através do estudo de antigas visões de futuro da televisão, o artigo evidencia a chamada ostentação da "intenção revolucionária" (Dubois, 2004) que precede as transformações dos meios de comunicação. Palavras Chave: televisão do futuro; ficção científica.
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Repositório Institucional da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, 2022
Macabéa - Revista Eletrônica do Netlli
Dispositiva, 2018
Trama Interdisciplinar, 2024
Revista Arcádia, 2019
Revista FAMECOS, 2017
Revista Eletrônica da ANPHLAC, 2020
Philósophos - Revista de Filosofia
Anais do XXXI Encontro Anual da Compós, 2022
Desafios e Soluções da Sociologia, 2019
Revista Mídia e Cotidiano, 2023