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ORIENTALISMO: O Oriente como invenção do Ocidente

Abstract

Orientalismo é um modo de abordar o Oriente que tem como fundamento o lugar especial do Oriente na experiência ocidental europeia. Ele é parte integrante da civilização e da cultura material europeia. Os pesquisadores que se dedicam aos estudos do Oriente são chamados de orientalista e o seu trabalho é o Orientalismo, no entanto com o surgimento de termos como estudos orientais e estudos de área este termo se tornou vago. Ademais, traz consigo uma conotação arrogante e colonialista do século XX. Independente do nome que lhe é dato, é fato que as doutrinas acerca do Oriente e o oriental seguem vivas na academia. Neste âmbito, os pensamentos que são trabalhados acerca do Orientalismo, partem de uma distinção ontológica e epistemológica entre o Oriente e o Ocidente. Essa diferenciação geográfica é o que determina o pensamento, a cultura e as leituras referentes a esta região. É notável o envolvimento franco-britânico no oriente, e até mesmo dos americanos, após a Segunda Guerra Mundial. Criaram-se ideias sobre a região, em especial a Índia e as terras bíblicas, de que ali permeava uma zona de esplendor, crueldade e sensualidade. O Oriente passou a ser um lugar místico repleto de ideias que deveriam ser domesticadas para os ocidentais, em especial os europeus. Este livro não tem por objetivo realizar uma correspondência entre Orientalismo e Oriente, mas a coerência interna do Orientalismo e suas ideias sobre o Oriente. Ele vai além da ideia do Oriente imaginário e da falta de correspondência com um Oriente " real ". Há de se considerar também que, existe uma configuração de poder, isto é, o Oriente não foi retratado de tal maneira apenas por um desejo imaginativo, relações de poder e dominação são partes fundamentais deste processo. Os Orientais são historicamente tomados como um povo de uma cultura só, todos possuidores das mesmas atitudes e pensamentos. Um bom relato desta prática é a passagem onde Flaubert se encontra com uma cortesã egípcia e ali se produziu um modelo da mulher oriental. " Ela nunca falava de si mesma, nunca representou suas emoções, presença ou história, Ele falava por ela e a representou ". Essa é a ideologia que até hoje influencia aqueles que não buscam obter mais informações sobre as diversas culturas presentes no Oriente e cria mitos. Essa generalização do que é o Oriente causa imprecisão e distorção, aquilo que é reduzido torna-se impreciso e por isso pode tornar-se grosseiro. Edward Said separou essas distorções em três aspectos: 1. A distinção entre o conhecimento puro e o político: