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Resumo: Este artigo procura apresentar a partir do trabalho com fontes secundárias uma breve análise dos campos de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial, deixando explícito que, ao contrário do que tantos imaginam, o 'mundo do campo' é também um espaço de vida. As diversas formas de resistência, especialmente as grandes revoltas armadas, serão aqui trabalhadas como resultantes do desenvolvimento de um emaranhado de relações sociais existentes no mais inóspito dos ambientes.
Outros Tempos: Pesquisa em Foco - História, 2007
Este artigo procura apresentar a partir do trabalho com fontes secundárias uma breve análise dos campos de extermánio durante a Segunda Guerra Mundial, deixando explácito que, ao contrário do que tantos imaginam, o ”˜mundo do campo”™ é também um espaço de vida. As diversas formas de resistência, especialmente as grandes revoltas armadas, serão aqui trabalhadas como resultantes do desenvolvimento de um emaranhado de relações sociais existentes no mais inóspito dos ambientes.
Revista Ciência em Extensão - UNESP, 2021
Nosso propósito no presente texto é contribuir para o debate sobre a relação entre ruralidade e extensão popular. O artigo desdobra-se com um duplo objetivo: primeiramente, realizar um brevíssimo apanhado sobre conceitos relacionados ao rural, à(s) ruralidade(s), ao campo e ao campesinato. Isso se deve ao fato de termos desenvolvido práticas de extensão popular ao longo dos últimos tempos – prioritária, mas não exclusivamente - no meio rural. Um segundo objetivo refere-se à discussão sobre a relação estabelecida entre sujeito e “objeto/sujeito” no processo de elaboração daqueles conceitos, ou seja, na produção de um conhecimento no âmbito de uma extensão popular. O desenvolvimento do texto foi realizado de modo que a caracterização do rural, da(s) ruralidade(s), do campo e do campesinato fossem num crescendo de complexidade. Partimos, portanto, de análises em que a relação de um desses conceitos - ou mais de um deles - fosse tal que nos tornasse possível defini-lo como linear para, na sequência, irmos apresentando aquelas reflexões em que aqueles mesmos conceitos ganhariam em complexidade. A complexidade da conceituação desenvolvida não se deveu apenas a um suposto apuramento na construção do conhecimento por parte dos pesquisadores que se debruçaram sobre o tema em questão, mas sim pelo papel de sujeito de conhecimento que passou a ser reconhecido naqueles que antes eram entendidos como meros objetos de pesquisa. Dessa forma, acabamos por atingir o segundo objetivo proposto no início deste texto que é a discussão sobre os papéis desempenhados por sujeito e objeto/sujeito do conhecimento. Somente quando o objeto deixou de ser mero objeto é que o conhecimento pôde aflorar em sua riqueza de um conhecimento coletivamente construído. Tal consideração não nos leva a desconhecer os diferentes papéis dos também diferentes sujeitos do conhecimento. Tratando-se mais especificamente da produção de conhecimento na extensão popular, dois elementos se apresentam como fundamentais em nosso entendimento: a) o protagonismo dos sujeitos participantes; b) uma visão crítica e problematizadora decorrente da metodologia da educação popular capaz de garantir sua potencialidade crítica, na qual cabe ao conhecimento acadêmico problematizar tanto o conhecimento popular quanto seu próprio conhecimento, além de estar aberto às críticas advindas do conhecimento popular com relação ao conhecimento acadêmico. Não há assim uma mera transferência de informações, mas sim sua construção coletiva e dialógica, posto que calcada em relações horizontais em que os sujeitos participantes reconhecem suas diferenças sem que isso represente o estabelecimento de uma hierarquia de saberes. Sabendo dos diferentes papéis, bem como da novidade que cada um dos polos da relação entre sujeitos do conhecimento representa para o outro, é preciso que ambos adotem uma atitude que favoreça a mútua problematização por parte de ambos para que a extensão seja efetivamente popular.
O conceito de território está em disputa, cada ciência o entende a partir do seu mirante. O território compreendido a partir da multidimensionalidade (social, econômica, política, cultural, ambiental, psicológica etc.) tem em sua composicionalidade a contemplação nata das diferentes potencialidades de perspectivas que habitam na realidade, ou seja, os distintos mirantes das ciências humanas. Nesse sentido partimos da noção que compreende o território como ferramenta importante para refletir e analisar operativamente sobre as conflitualidades em suas múltiplas dimensões e escalas.
Este trabalho é resultado parcial do projeto de investigação que tem o objetivo entender a relação entre os processos socioespaciais e a educação. Neste ensaio analisaremos a relação entre o processo de construção do território rural-ribeirinho na Amazônia paraense e a educação popular do campo. Portanto, buscaremos compreender o processo conflituoso em que os sujeitos das comunidades vêem estabelecendo sua territorialidade e como a educação popular do campo os auxilia na afirmação do território ribeirinho.
Revista da Faculdade Mineira de Direito
O linchamento, enquanto fenômeno social que envolve uma complexa e violenta gramática, está consolidado na sociedade brasileira, atingindo a população de diversas cidades do país. Embora essa prática seja antiga e tenha ocorrido nas mais distintas épocas e regiões do planeta, o Brasil no século XXI figura como um dos países que mais comentem esse tipo de violência, conforme constatou Martins (2019). Objetivando apresentar uma análise da incidência deste fenômeno ocorrido no Espírito Santo nesta última década, propusemos a construção de um artigo que contemplasse os resultados de uma pesquisa documental que investigou os linchamentos físicos ocorridos na Região Metropolitana da Grande Vitória – RMGV entre os anos de 2010 e 2020. Por intermédio da utilização de dados documentais extraídos de fontes jornalísticas digitalizadas, localizamos 153 casos singulares e, ao os identificarmos, fizemos um tratamento cuidadoso acerca das informações colhidas que foram analisadas a partir de uma p...
Resumo: o terrorismo absorve novos e mais avançados meios proporcionados pela internet, como é o caso do twitter e facebook. Este fato mudou a configuração das ações terroristas de celular para viral. Neste artigo procuramos também verificar esta nova dinâmica da guerra à luz de Clausewitz em seu célebre livro Da Guerra. A Guerra em Clausewitz torna-se um ato de força para obrigar nosso inimigo a fazer a nossa vontade e para isto recorre-se a todos os meios
Editora: Dra. Marlene Araújo de Carvalho Artigo recebido em 12/02/2013. Última versão recebida em 10/03/2013. Aprovado em 11/03/2013. Avaliado pelo sistema Triple Review: a) Desk Review pela Editora-Chefe; e b) Double Blind Review (avaliação cega por dois avaliadores da área).
Revista Goitacá, 2022
Este artigo apresenta um breve levantamento, não completo nem exaustivo, das ações dos docentes do Departamento de Serviço Social (SSC), do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional (ESR), da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Campos dos Goytacazes (RJ), a partir da conjuntura de lutas pelos Direitos de Cidadania na Constituição Federal de 1988. Metodologicamente, com base nos relatórios das coordenações de extensão, nos pareceres e nas informações de docentes, apresenta a atuação do SSC na Extensão, na perspectiva dos seus vínculos com as manifestações da Questão Social e seu enfrentamento no espaço regional de influência do município de Campos, emolduradas pelas particularidades do processo de desenvolvimento regional, referenciado no modelo de desenvolvimento do País.
Contracampo, 2016
O objetivo deste artigo é identificar as principais perspectivas a partir das quais a infância vem sendo compreendida enquanto construção social na sua relação direta com a mídia. O trabalho consiste no levantamento da produção acadêmica, nos últimos dez anos, através de consultas no Portal de Periódicos da Capes e na Plataforma Scielo. De acordo com o levantamento realizado, as análises que investigam a relação entre mídia e infância indicam que os elementos constituintes da infância são fabricados pelas sociedades por meio de verdades que não são desveladas e sim produzidas nas disputas simbólicas.
Revista Geonorte, 2020
O Maranhão, segundo o IBGE (2019), é um estado essencialmente agrário, engloba a maior população rural do Brasil, possui ainda uma ordenação fundiária historicamente concentrada, devido ao processo de incorporação e territorialização concebidos pelo capital, processo facilitado em seu contexto histórico pelo aparato do Estado. Assim, o presente artigo se propõe a analisar o papel do Estado e sua dinâmica de transferência do poder ao capital, como fator determinante para o processo de territorialização, este que se materializa em conflitos e exclusão dos trabalhadores no campo maranhense. A pesquisa foi baseada no método materialismo histórico e dialético com abordagem do tipo quantitativa, foram utilizados em complemento a bibliografia especializada no tema, dados secundários e de softwares de tabulação, auditoria de dados e confecção de mapas. Os resultados obtidos elucidam o elevado índice de conflitos por terra no Maranhão, o qual desencadeiam os processos de conflitos e suas conflitualidades no campo. Portanto, é necessário fomentar a articulação de movimentos dentro da estrutura social para estruturar uma política fundiária efetiva, que pode e deve ser parte de uma estratégia política destinada a combater ao mesmo tempo a desigualdade, a miséria e o desemprego e contribuir para superar o atual modelo de concentração fundiária, aplacar o processo de conflitos e conflitualidades e construir uma sociedade onde a vida tenha mais importância que os interesses do capital.
Tese de Mestrado apresentada ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, para obtenção do Título de Mestre em Filosofia., 2012
David Hume, no Tratado da Natureza Humana, livro 1, parte 4, seção 2, “Do ceticismo quanto aos sentidos”, pretende explicar a causa de nossa crença na existência do mundo exterior, isto é, a crença em existências contínuas e distintas da mente e da percepção. Ele inicia a seção com a seguinte afirmação: devemos dar nosso assentimento ao princípio referente à existência dos corpos, embora não possamos ter a pretensão de sustentar a sua veracidade por meio de argumentos filosóficos (T 1.4.2.1). Mas, ao final da seção, sua postura diante da crença na existência do mundo exterior muda totalmente, como Hume mesmo diz, em T 1.4.2.56, penúltimo parágrafo: “iniciei este tema com a premissa de que deveria ter uma fé implícita em nossos sentidos, e que essa é a conclusão que extrairia da totalidade de meu raciocínio”, contudo, argumenta ele, “sinto-me neste momento possuído pelo sentimento contrário”, ou seja, Hume não deposita mais nenhuma confiança nos sentidos, ou antes, imaginação. Por que Hume chega a tal conclusão? Hume argumenta que essas existências contínuas e distintas são ficções da imaginação e, como tais, não merecem nosso assentimento e confiança. Essa situação embaraçosa conduz Hume a um ceticismo radical que, segundo o próprio filósofo, somente pode ser curado por meio do “descuido e desatenção”. Mas, como poderíamos interpretar essa declaração de Hume? Minha proposta de interpretação defende que através do conceito humeano de ceticismo mitigado presente no Tratado, livro 1, parte 4, seção 7, “Conclusão deste livro”, e na Investigação sobre o Entendimento Humano, seção 12, “Da filosofia acadêmica ou cética”, somos capazes de compreendê-la. Nas duas obras mencionadas Hume apresenta o modo de investigação filosófica que é, para ele, o mais adequado, a saber: o método cético. Contudo, o ceticismo de Hume não é o ceticismo radical que impede toda a ação, mas sim um ceticismo mais mitigado que combina consigo uma parcela da “mistura bruta e terrena” (T 1.4.7.14), constituinte da vida comum e afazeres cotidianos.
Resumo: Nesta conferência, descrevo o caminho que me levou ao " externalismo semântico " pelo qual estou sendo homenageado com o Prêmio Rolf Schock. Embora meu interesse em linguística remonte aos meus tempos de graduando, foram conversas com Jerrold Katz e Jerry Fodor no MIT (onde nós três lecionávamos à época) nos anos 1960 que levaram a um esforço, por parte dos três, com vistas ao desenvolvimento de teorias semânticas. Minha própria direção era falsa, pelo que vejo hoje; na época nós três defendíamos a concepção " internalista " de que o significado de uma palavra é fixado por uma " bateria de regras semânticas " implicitamente conhecidas por cada falante. Descrevo como fui levado a perceber que isso não poderia estar correto, e finalmente às concepções que defendi em " The meaning of 'meaning' " .
This article aims to point out the scope of procedures and the organs involved in the processes of export and import made by Brazil. In order to show the importance of foreign trade for the country, presents the situation of companies in this context and also discusses the government's responsibility to encourage and direct resources to international trade to happen in an easier way.
ANAIS do IX Singa, 2019
Introdução Os camponeses são sujeitos que compõem uma classe social, com um modo de vida singular e heterogêneo, sendo hibrida, é uma classe que depende da sua força de trabalho, mas também detém a propriedade da terra. A sua existência é de fundamental importância para a manutenção da sociedade e do próprio sistema capitalista, contraditoriamente, os agentes modeladores do espaço tentam inviabiliza a reprodução social do camponês. O município de Brejo Grande está localizado no estado de Sergipe, a margem do Rio São Francisco e é banhado pelo oceano Atlântico. Essa área foi afetada primeiramente pelas mudanças do regime das águas do Rio São Francisco devido à operacionalização da hidrelétrica de Xingó e posteriormente a inserção das atividades da aquicultura que para se instalar necessita retirar a vegetação, afetando a reprodução das espécies nativas que são o sustento dos pescadores e marisqueiras. Esse trabalho apresenta a análise realizada sobre a territorialização do campesinato frente aos desafios socioambientais ocasionados pela atuação dos empreendimentos do Estado-Capital no supracitado munícipio. Busca-se analisar a totalidade sócio-espacial através das atividades pesqueiras a partir das duas modalidades, a pesca empresarial e a artesanal. Com base nos relatos e nas falas dos sujeitos foi possível entender como o conflito entre camponeses e carcinicultores (agentes do capital) impacta a relação entre os seres humanos entre si e com o meio afastando o homem do convívio harmônico com a totalidade da vida.
Anais da ABRALIC , 2018
Resumo: Haroldo de Campos destacou-se no cenário nacional enquanto um intelectual de múltiplos interesses (foi crítico, poeta e tradutor). Dentre os vários desdobramentos que a produção do autor proporciona, chamamos atenção para o seu engajamento num projeto de revisionismo da tradição literária brasileira. Partindo desse recorte, o texto acompanha a trajetória que tal tema segue dentro da ensaística haroldiana, verifica como o discurso do poetacrítico se altera ao longo dos anos e reflete sobre o que isso significa na busca pela construção de um pensamento próprio acerca dos problemas que a questão da tradição e/ou historiografia literária impõem. Palavras-chave: Haroldo de Campos; Revisões da tradição; Crítica historiográfica.
INTRODUÇÃO O golpe político/parlamentar/jurídico/midiático de 2016 violentou a jovem democracia brasileira. A opção eleitoral de milhões de brasileiros foi sumariamente descartada ao passo que setores da elite nacional e do capital internacional arquitetaram a tomada do poder pelo viés de um golpe parlamentar alicerçado nas duas casas legislativas: Câmara e Senado. Deputados e senadores da legislatura 2014-2018, os quais formam o congresso mais conservador desde o golpe militar de 1964, sem temor e com retumbante tranquilidade, imputaram à presidente da República, Dilma Rousseff, um crime de responsabilidade que ela não cometeu, pelo menos na forma da acusação e de suas consequências. Como típico de um golpe, ele foi acompanhado da violência da mentira, da covardia, da difamação, do lobby, da corrupção, etc.; porém, a despeito das várias dimensões que o conceito de violência pode significar, o sentido mais concreto do conceito, que é a violência contra a vida, parece ter ganhado liberdade para acontecer, sobretudo no campo brasileiro diante da conjuntura de usurpação da democracia.
Em a "Contra a correnteza" (1999,2009), o objetivo foi o de mostrar, a partir da ciência moderna, tendo Descartes como referência, a ruptura integral do conceito pré-socrático, tendo por objetivo, legitimar a apropriação espontaneista da Natureza como base de sustentação do sistema de produção capitalista. Na oportunidade deu-se ênfase à ideologização do processo de externalização da Natureza, considerando, no campo científico, os elementos que contribuíram para as posturas positivistas, que culminaram com a dualização da própria disciplina geográfica. Agora, procura-se mostrar, como a ideologia da externalização foi sendo assimilada pelo inconsciente coletivo. Pretende-se antes, fazer algumas referências aos principais momentos que culminaram com a ruptura estrutural e consequente externalização da Natureza, para em seguida, tratar do processo de ideologização que se apropriou do inconsciente coletivo. 2. As principais derivações do conceito de Natureza Como marco histórico, parte do pensamento pré-socrático, tendo como referência o conceito de Natureza, denominada de "Phýsis' pelos gregos (Thales e Mileto: 624-558 aC), caracterizada como "princípio de movimento e substância; ordem necessária ou conexão causal; exterioridade contraposta à interioridade da consciência; o macro e o microcosmo formando uma unidade", como também aquilo que singulariza algo existente, "essência ou princípio diretivo". Como escreve Gorresio (2017), o conceito de Phýsis "tem um sentido muito abrangente, pois abarca tudo que é em qualquer nível de ser: o céu, a terra, um animal, uma pedra, uma planta, o ser humano, mas também um sentimento, um deus, tudo que é, é uma expressão de Phýsis". Assim, a Natureza não é só causal, mas também movimento teleológico, atribuído de "enteléchia" por Aristóteles. Na Idade Média, período que se estende entre os Séculos V e XV, a presença de filósofos árabes, judeus e cristãos, até então ausentes na história da filosofia, a Natureza não recebe uma concepção específica, embora mantida a ordem macrocósmica e microcósmica, "o homem como parte de um macrocosmo divino", com suas raízes vinculadas à Natureza deificada, "mesmo quando compreendida como 'exterioridade' de espírito, e por isso, imperfeita e descaracterizada", a exemplo da teosofia medieval de Plotino (205-270 aC). Em Copérnico, Kepler e Galileu, o conceito de Natureza "é entendido ainda como ordem necessária, mas de caráter matemático", embora perdendo a noção finalista. Conforme Gorresio (2017), "esse sentido de Natureza atravessou todo o naturalismo renascentista até o Século XVII, quando começou a contraposição entre o homem e a Natureza, com René Descartes (1596-1650), dando início à filosofia moderna". Embora esse processo tenha sido iniciado por Bacon (1561-1626), empirista inglês, Descartes foi quem rompeu com a tradição e o desenraizamento do homem da Natureza. "De sorte que, esse eu, isto é a alma, pela qual sou o que sou, é inteiramente distinta do corpo e de fato é mais fácil de conhecer do que o corpo, e, ainda que nada fosse, ela não deixaria de ser tudo o que o eu é" (Descartes, 2000). Como se lê em Casseti (1999:2009), a separação entre "cogito" e "res extensa", ao revelar o desencantamento do corpo, revela também o desencantamento da alma, iniciando o processo de dissolução do sujeito. A partir de então tem-se a "feliz apatia" que Adorno & Horkheimer (1986) entendem como a dominação da natureza interna em prol da dominação da natureza externa. O processo de desenraizamento do homem da Natureza é corroborado por Kant (1724-1804), idealista transcendental, com sua filosofia da Natureza e da Natureza humana, que dominou a vida intelectual do Século XX. "Kant reduziu o ser à razão, negando totalmente a existência da realidade exterior, quando coloca a sua total dependência em relação ao sujeito conhecedor". Continua Gorresio (2017), "...estava instalado assim, o paradigma moderno, leitura do ser, do conhecer e do homem. Dentro desse paradigma o homem agora centrado na Razão soberana, desintegrou-se da Natureza".
O ESPAÇO RURAL BREJO-GRANDENSE: AS ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO SOCIOAMBIENTAIS DO CAMPESINATO, 2020
O projeto moderno colonial idealizado pelos países centrais, afetou e ainda afeta a organização sócio-espacial brasileira, desenvolvendo uma racionalidade e ocasionando conflitos, contrastes e contradições com o modo de vida campesino. Ademais, origina danos ambientais nos locais onde é implantado, sendo que na área da pesquisa em questão, é materializada com a aquicultura (carcinicultura). Tornou-se necessário, um estudo mais detalhado de como a racionalidade moderna e o capitalismo extrai a renda da terra do camponês, como também, entender como os sujeitos sociais do campo estão resistindo ao movimento do capital. A pesquisa tem como objetivo, analisar a territorialização da classe camponesa, frente aos impactos socioambientais, ocasionados pelo modelo de produção capitalista no espaço rural, no município sergipano de Brejo Grande. Para tal, fez-se necessário incialmente, o levantamento bibliográfico e a coleta de dados secundários nos órgãos oficiais, com o objetivo de conhecer a realidade socioambiental da área de estudo. Neste sentido, utilizou-se das seguintes metodologias e instrumentos de pesquisa: a pesquisa de campo, para a aplicação de formulários com perguntas abertas e fechadas. Concomitantemente, à tabulação e análise dos dados, caracterizando a pesquisa como quanti-qualitativa. Nas visitas em campo, fez-se do uso da máquina fotográfica e da orientação via GPS. Esse material subsidiou a elaboração e organização dos mapas que estão na dissertação e, serão elaborados a partir desse trabalho. Os dados e a realidade, foram analisados a partir da dialética. Os camponeses quilombolas e pescadores de Brejo Grande, têm criado e recriado algumas estratégias de reprodução social, que os possibilitam resistir aos avanços do capital. Não obstante, foi elaborado um índice de presença das espécies, a partir da fala dos camponeses entrevistados e, no caminhar da pesquisa, ocorreu a necessidade de iniciarmos a construção de um protótipo para medir a turbidez, temperatura e Ph da água. Espera-se com esta pesquisa, a contribuição para as discussões a respeito do tipo de desenvolvimento que é induzido pelo Estado-capital nas comunidades brasileiras, além de contribuir com os estudos a respeito da diversidade do campesinato, com suas variadas estratégias de reprodução social.
Mostra De Iniciacao Cientifica Do Cesuca 2317 5915, 2013
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