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Desigualdades, estratificação e justiça social

2016, Civitas - Revista de Ciências Sociais

Abstract

Este artigo reúne a análise das percepções, valores e opiniões a respeito de temas sobre justiça social, igualdade de classes e das possibilidades de ascensão e mobilidade social de jovens, no Rio de Janeiro, pertencentes a grupos sociais que aqui chamamos "classe média" e "classe popular", obtidas a partir de pesquisa com grupos focais. Além disso, foram abordados, também, assuntos relacionados a temas tais como as políticas de discriminação positiva e o papel do Estado e da sociedade civil no combate às desigualdades. O estudo realizado em 2008 está baseado nas falas transcritas das dinâmicas de grupos focais e não pretende responder questões específicas, mas, sim, oferecer elementos para reflexão sobre percepção de desigualdades e justiça. Em linhas gerais, os jovens atribuem a definição da classe à renda e, principalmente, ao local de moradia, mostrando que a espacialidade é significativa para a atribuição de um lugar social. Os jovens de classe média mostraram-se mais críticos, atribuíram a fatores mais diversos e complexos, tanto as causas e consequências das desigualdades, como a responsabilidade pela superação delas. Os jovens de classe popular mostraram um repertório mais vinculado a prescrições genéricas e apresentaram muita confiança na educação e no esforço pessoal para superação das desigualdades e obter ascensão social, atribuindo sucesso ou fracasso à esfera da conquista individual.