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DINÂMICAS SOCIAIS E CONFLITOS DA PESCA NA AMAZÔNIA

Abstract

Neste texto, que faz parte de um estudo mais amplo sobre os conflitos sociais e ambientais na pesca amazônica, pretendo trazer ao debate algumas situações que nas três últimas décadas, principalmente, tem se convertido em conflitos relacionados à apropriação e uso dos ambientes pesqueiros na região amazônica, visando apresentar nuances de conflitos ambientais vivenciados por comunidades ribeirinhas e costeiras da Amazônia, para as quais os mananciais aquáticos são de extrema importância e prioridade. Com uma abordagem etnográfica, trago ao debate dados da experiência do trabalho de campo em pequenas vilas do litoral, estuário e águas doces do Estado do Pará.

Key takeaways

  • Neste texto, que faz parte de um estudo mais amplo sobre os conflitos sociais e ambientais na pesca amazônica, pretendo trazer ao debate algumas situações que nas três últimas décadas, principalmente, tem se convertido em conflitos relacionados à apropriação e uso dos ambientes pesqueiros na região amazônica, visando apresentar nuances de conflitos ambientais vivenciados por comunidades ribeirinhas e costeiras da Amazônia, para as quais os mananciais aquáticos são de extrema importância e prioridade.
  • Relevante também é dizer que a pesca, aqui pensada o é no sentido de sua complexidade de cadeia produtiva e não apenas do ato direto de extrair o produto das águas (costeiras, marítimas, ribeirinhas, lacustres), mas significa as instâncias de produzir (peixes, crustáceos, moluscos, mariscos), de transformar/beneficiar, e de distribuir/trocar/comercializar.
  • Este quadro certamente não é a chave para o sucesso das comunidades pesqueiras nem para a solução de seus conflitos.
  • Trazer essa parceria para a gestão ambiental é reconhecer as potencialidades cognitivas de nossa região; trazer essa parceria para a colaboração nas alternativas de conflitos é reconhecer que sem esse potencial, as ações exógenas teriam pouco sucesso na questão da sustentabilidade, perseguida nos últimos anos, continuaria apenas no discurso.
  • Os pescadores declaram que não são refratários aos empreendimentos turísticos posto que entendem que os mesmos são geradores de emprego e renda, mas reclamam a alienação à que são relegados, a exclusão do planejamento como se não tivessem direito à terra e aos mananciais ainda que sejam patrimônios de marinha.. Efeito: impactos na territorialidade construída pela população nativa; nas formas de zoneamento econômico-ecológico nativo; impactos sobre o meio ambiente provocando destruição da cobertura vegetal de bosques de manguezal e restigas; destruição da vegetação e mobilidade de dunas costeiras; soterramento de casas de pescadores; morte de mangues pela expansão imobiliária em função do turismo; por outro lado mobilizam idéias e ações mais coletivas para enfrentar os desafios interculturais vindos através do turismo.