Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2012, Revista Estudos Feministas
2021
Este artigo apresenta a resistência libertária à masculinização da cultura a partir da análise do conceito de “verdadeiro gozo” de Teresa Claramunt. Insere Claramunt, pelo tratamento arqueológico de Foucault, no dispositivo de sexualidade (FOUCAULT, 2008). Demonstra como, ainda no fim do século XIX e início do XX, produziu-se uma sexualidade de resistência que não se centrava na instância “Sexo”. A proposta de recomposição libertária do indivíduo materializada no “verdadeiro gozo” de Claramunt dá preferência a movimentos sublimes.
Neste artigo discutimos as posições do anarquismo sobre a sexualidade ao longo da história. Ressaltamos algumas manifestações que surgiram no século XX como o Assexualismo como prática de resistência, o Polyamory como a forma de sexualidade privilegiada e o Anarcoqueer que opera na interface da Teoria Queer e do anarquismo. Finalizamos colocando a discussão da anarconormatividade da sexualidade humana.
Mulheres de Luta: Feminismo e Esquerdas no Brasil (1964-1985), 2019
Revista Estudos Feministas, 2001
53ª ICA. Los Pueblos Americanos: Cambios y Continuidades, 2009
Civilizar, a si ou aos outros, implica tornar manso, obediente, controlado, contido, longe da animalidade, apto a viver em sociedade. Implica saber controlar os instintos, a animalidade. Guiar-se pela razão com consciência. A anarquia, por outro lado, remete àquilo que contraria normas, leis, autoridade, ordem, à própria sociedade. Está relacionada ao que não é pacificado. Hoje, na sociedade de controle, a moderação é um dos principais elementos que rege a vida. Permite que os atos, as condutas, os comportamentos possam ser controlados e contidos. Todos os excessos, o que apresenta risco e descontrole, são vistos como transtornos a serem pacificados, controlados. Da mesma forma, o que está ligado à animalidade é visto com algo a ser eliminado, a não ser que seja também pacificado como alternativo à mesma ordem. Até nos atuais movimentos anti-capitalistas, algumas práticas são capturadas por um discurso 'politicamente correto', apresentado como pluralista, mas reproduzindo uma lógica racista e evolucionista. Procurarei expor aqui a anarquia como o considerado bárbaro e selvagem. A atualidade do anarquismo, entretanto, mesmo entre alguns anarquistas do século XIX, mostra-se no que não pode ser classificado ou fixado.
Eckert, Lena (2013) Pós(-)anarquismo e as práticas contrasexuais de ciborgues na dildotopia ou ‘a guerra contra o Falo’ Übersetzung von Postanarchism and the contrasexual practices of the cyborg in dildotopia or ‘The War on the Phallus.’ In: Richard Cleminson und Jamie Heckert. (eds.) Anarchism & Sexuality. Ethics, Power and Relationships, New York: Routledge, 2011, 69-92. ins Portugiesische, in: Revista Àrtemis, 13. Jan –Jul.
Agradeço ao professor Rurion Soares Melo pela orientação da tese, por todas as aulas inspiradoras e por sempre receber minhas demandas com acolhimento e empatia. Uma sorte tê-lo como orientador. Agradeço a Sofia, minha sobrinha que ao longo desses cinco anos tentou entender com o que o tio trabalhava. Agradeço aos meus pais Sebastião Xavier dos Santos e Maria de Lourdes dos Santos (Tião e Lourdinha, respectivamente) pela confiança incansável e pelo apoio nos bons e não tão bons momentos. Agradeço a Bianca Franzoso por não me deixar esquecer o caminho que percorri até aqui, por me lembrar todos os dias o valor inestimável dessa conquista, por me presentear todos os dias com a sua presença, seu carinho e seu amor. Gratidão aos meus irmãos Rafael Xavier e Ana Paula Menezes pelo apoio o tempo todo e por apoiar todas as minhas escolhas. Agradeço a Lívia Avelhan pela parceria ao longo dos anos. Essa parceria teve importância fundamental na minha caminhada.
N o começo dos tempos, o Cosmos estava infinitamente quente: pó, estrelas, tormentas de gravidade e explosões animavam o céu iluminado, ainda carente de escuridão. Durante esse primeiro período, as fusões nucleares cozinharam novos elementos: as compactas partículas de hi-drogênio e hélio deram vez a outras partículas mais complexas, como o ferro, o cálcio e o carbono. No entanto, pouco a pouco, aquele calor primordial foi se diluindo, detendo esse acelerado processo de expansão. A eclosão se deteve. A energia cósmica se distribuiu entre as luzes e a escuridão. Pese a isto, a expan-são, mediante choques que deram corpo aos elementos, continuou empurrando a muralha do infinito, como se se tratasse do fruto daquela diminuta eclosão cósmica.
2021
Este artigo apresenta a resistência libertária à masculinização da cultura a partir da análise do conceito de "verdadeiro gozo" de Teresa Claramunt. Insere Claramunt, pelo tratamento arqueológico de Foucault, no dispositivo de sexualidade (FOUCAULT, 2008). Demonstra como, ainda no fim do século XIX e início do XX, produziu-se uma sexualidade de resistência que não se centrava na instância "Sexo". A proposta de recomposição libertária do indivíduo materializada no "verdadeiro gozo" de Claramunt dá preferência a movimentos sublimes. This article presents the libertarian resistance to the masculinization of culture from the analysis of Teresa Claramunt’s concept of “true orgasm”. Claramunt, through archaeological treatment of Foucault, is inserted in the sexuality dispotif (FOUCAULT, 2008) to demonstrate how, in the late 19th and early 20th centuries, a resistance sexuality was produced which was not centralized in the “Sex” instance. The proposal of libertarian recomposition of the individual materialized in Claramunt’s “true orgasm” gives preference to sublime movements.
Valendo-me de trechos do livro O naufrágio do Titânic de Hans M. Enzesberger, bem como de outros poetas e artistas, proponho explorar a relação entre uma certa ecologia -a qual chamarei menor -, que remete àquilo que na vida permanece indomesticável, escapando insistentemente aos sistemas de ordenação, sejam eles quais forem; com a anarquia, esta última entendida como afirmação do desigual e do excesso, da diferença sem mediação, como o incondicionado de qualquer individuação possível e coextensiva às relações nas quais se entra, aos problemas inventados e às decisões tomadas. Ambas inseparáveis, portanto, de uma metamorfose no pensamento, de uma transformação no corpo, na linguagem e nas relações como meio de invenção e de combate aos modelos hierarquizantes e às conciliações conformistas e reativas que conservam condições e agentes como fatores e princípios que legislam sobre a vida encerrando a ecologia no estudo da organização dos corpos em que as metáforas da comunidade e do organismo tornam-se pertinentes á uma teoria global e globalizante que a tudo captura e à qual (aparentemente) não se poderia resistir; expropriando os corpos da "qualidade desconhecida do mundo único que constitui cada um", como afirma Deleuze -, qualidade, sobretudo anárquica e anarquizante.
Modernos & Contemporâneos, 2022
Resumo: O presente artigo tem como proposta aproximar o daoísmo, tradição filosófica e religiosa chinesa que data de mais de dois mil anos, ao anarquismo. Para se atingir este fim, em um primeiro momento, será feita uma análise comparativa de conceitos base presentes nos dois sistemas de pensamento, onde procurar-se-á demonstrar algumas ideias e atitudes que são compartilhadas, em maior ou menor grau, por ambos. Em seguida, trechos dos dois livros clássicos do daoísmo serão utilizados, nomeadamente o 道德經 Dào Dé Jīng de 老子 Lǎozǐ e o 南華經 Nán Huá Jīng de 莊子 Zhuāngzǐ, para apontar e exemplificar estes conceitos em comum, partindo do pre-suposto de que os pensamentos anarquistas foram construídos ao longo da história, tendo surgido muito antes do estabelecimento do anarquismo como movimento político-social, no final do séc. XIX. Palavras-chave: Daoísmo; anarquismo chinês; Dao De Jing; Nan Hua Jing Abstract: This article proposes to bring Daoism, a Chinese philosophical and religious tradition that dates back more than two thousand years, to anarchism. To achieve this end, at first, a comparative analysis of the basic concepts present in the two systems of thought will be carried out, where some ideas and attitudes will be demonstrated that are shared, to a greater or lesser degree, by both. Then, excerpts from the two classic books of Daoism will be used, namely the 道德經 Dào Dé Jīng by 老子 Lǎozǐ and the 南華經 Nán Huá Jīng by 莊子 Zhuāngzǐ, to point out and exemplify these common concepts, starting from the assumption that Anarchist thoughts were built throughout history, having emerged long before the establishment of anarchism as a socio-political movement, at the end of the 19th century. Keywords: Daoism; Chinese anarchism; Dao De Jing; Nan Hua Jing
Ponto E Virgula Revista De Ciencias Sociais Issn 1982 4807, 2007
P.-J. Proudhon ao elaborar a noção de força conferiu ao anarquismo a singularidade que o distinguiu do liberalismo e dos socialismos dos séculos XIX e XX; algumas reflexões de E. Malatesta indicam retomadas, deslocamentos e problematizações posteriores; e são indicadas possíveis confluências com o pensamento de M. Foucault.
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2007
No clássico estudo Um teto todo seu, de 1929, Virginia Woolf, ao visitar bibliotecas à procura de obras escritas por mulheres, e constatar o número quase insignificante dessa produção, atribuiu à profunda misoginia que não cansava de afirmar a inferioridade mental, moral e física do gênero feminino, as poucas chances que então eram dadas às mulheres. E resumiu assim as condições necessárias para que o talento criativo pudesse surgir: era preciso ter um quarto próprio e serem minimamente independentes e instruídas. A exclusão cultural estava associada irremediavelmente à submissão e à dependência econômica. Se o talento criador não era exclusivo dos homens, os meios para desenvolvê-los, com certeza eram. É certo que Virginia Woolf fala de um outro lugar e de um outro tempo, quando as universidades inglesas não aceitavam mulheres circulando em suas dependências, e muito menos o mercado de trabalho. Mas também entre nós já foi assim. Nas últimas décadas do século XIX, e mesmo nas primeiras do século XX, causava comoção uma mulher manifestar o desejo de fazer um curso superior. E a publicação de uma obra costumava ser recebida com desconfiança, descaso ou, na melhor das hipóteses, com condescendência. Afinal, era só uma mulher escrevendo. Por isso, para realizar o desejo de publicar seus trabalhos, muitas usaram pseudônimos, o anonimato, ou se juntaram para criar jornais e revistas que atravessaram muitas vezes os limites de suas cidades, de seus Estados, e se converteram em verdadeiras redes intercambiantes de informações e cultura. Outras, apesar de tudo e todos, ousaram escrever poemas, contos, romances, teatro, e publicaram seus livros, que com o tempo se perdiam nas primeiras edições e na poeira dos arquivos. Em conhecido ensaio publicado na Revista Anhembi, em 1954, intitulado "As mulheres na Literatura Brasileira", Lúcia Miguel Pereira, assim como Woolf, decide buscar as escritoras antigas, e recorre à pesqui-
2023
O carnaval, aqui, deve se encerrar no início da Quaresma. Mesmo em tempos republicanos, supostamente secularizados, o carnaval brasileiro respeita a medieval determinação da Igreja. Sobre esses temas, vou me delimitar nesse ensaio a falar de um ponto mais específico, sobre o qual Meuli acabou por mencionar mais de uma vez no seu referido ensaio sobre a origem do carnaval: sobre como a festa do carnaval, seus adereços, máscaras, seus excessos, provocam o que ele chamou de “anarquia legal”.
Grande parte das recentes discuss6es filosoficas sobre o anarquismo exibem uma fastidiosa falta de clareza devido ao falhanqo. por parte dos teoricos da politica, duma cuidadosa definigEo dos termos <anarquia>" <anarquista>> e <anarquismo>. Este falhango resulta. creio eu, da negligOncia havida sobre v6rios topicos relevantes para o assunto. comopara dar alguns dos exemplos mais importantesa natureza da teoria anarquista classica. a historia do movimento anarquista e numerosas tentativas de experimentar a teoria e aprhtica anarquistas na realidade contemporlnea. Neste ensaio serfi feita uma tentativa de formular uma definigio que tenha em conta todos os aspectos sigrrificantes do anarquismo:
Política & Sociedade, 2021
Neste artigo recuperamos temas republicanos, como não dominação, tirania e escravidão, no anar-quismo clássico, para expor os limites da revitalização republicana neorromana contemporânea. Para anarquistas, o Estado-nação moderno e a propriedade privada são antitéticos à liberdade como não dominação, atuando como limites estruturais à liberdade em vez de como meios para sua realização. Reanalisamos os fundamentos dessa crítica, propondo dois argumentos. Primeiro, que um comprometimento, seja com o Estado ou com a propriedade privada, representa um com-prometimento moral e ético positivo sem fundamento que enviesa a teoria negativa de liberdade que republicanos contemporâneos buscam desenvolver. Segundo, que o comprometimento moral com o Estado faz com que o republicanismo neorromano seja essencialmente conservador. Teorias anarquistas da liberdade como não dominação vão muito além do que a revitalização republica-na parece permitir, abrindo novas possibilidades para inovações institucionais e constitucionais, permanecendo ao mesmo tempo consistentes com o valor normativo nuclear do republicanismo, a não dominação.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.