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Nosso objetivo neste artigo é comunicar aspectos de uma pesquisa realizada junto ao povo Pataxó, da aldeia Barra Velha, em Porto Seguro-Ba, na qual foram analisadas narrativas da tradição oral na perspectiva da antropologia histórica, com o propósito de mostrar alguns elementos constitutivos de um tema histórico próprio desses índios. Discutimos, aqui, questões relativas à aplicação da metodologia da história oral configurando a relação entre memória, cultura, e identidade, bem como a problematização do papel do pesquisador na recolha das fontes e a edição de textos transcritos, recorrendo a um exercício poético de transcriação.
Por que mitos? Por que nos importarmos com eles? O que eles têm a ver com nossas vidas? Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a literatura do espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas práticos do momento. Antigamente, o campus de uma universidade era uma espécie de área hermeticamente fechada, onde as notícias do dia não se chocavam com a atenção que você era estimulado a ter em se dedicar à vida interior, no aprender, e onde não se misturava com a magnífica herança humana que recebemos de Platão, o Buda, Goethe e outros, que falam de valores eternos e que dão o real sentido à vida. As literaturas grega e latina e a Bíblia costumavam fazer parte da educação de toda gente. Tendo sido surprimidas, em prol de uma educação concorde com uma sociedade industrial, onde o máximo que se exige é a disciplina para um mercado de trabalho mecanicista, toda uma tradição de informação mitológica do ocidente se perdeu. Muitas histórias se conservavam na mente das pessoas, dando uma certa perspectiva naquilo que aconteciam em suas vidas. Com a perda disso, por causa dos valores pragmáticos de nossa sociedade industrial, perdemos efetivamente algo, porque não posuímos nada para por no lugar. Essas informações, proveninetes de tempos antigos, têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, construíram civilizações e formaram religiões através dos séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limiares de nossa travessia pela vida, e se você não souber o que dizem os sinais deixados por outros ao longo do caminho, terá de produzi-los por conta própria. Quer dizer que contamos histórias para tentar entrar em contato com o mundo, para nos adaptarmos à realidade? Sim. Por exemplo, grandes romances podem ser excepcionalmente instrutivos, porque a única maneira de você descrever verdadeiramente o ser humano é através de suas imperfeições. O ser humano perfeito é desinteressante. As imperfeições da vida, por serem nossas, é que são apreciáveis. E, quando lança o dardo de sua palavra verdadeira, o escritor fere. Mas o faz com amor. É o que Thomas Mann chamava "ironia erótica", o amor por aquilo que você está matando com a sua palavra cruel. Aquilo que é humano é que é adorável. É por essa razão que algumas pessoas têm dificuldade de amar a Deus; nele não há imperfeição alguma. Você pode sentir reverência, respeito e temor, mas isso não é amor. É o Cristo na cruz, pedindo ao Pai que afaste seu cálice de sofrimento, e que chora por Lázaro morto, que desperta nosso amor.
Leituras e releituras românticas: José de Espronceda e Álvares de Azevedo
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Resumo: Este artigo procurou fazer uma análise do processo de criação e recriação na obra de arte verbo-sonora "Tuyabaé Cuaá" (A Sabedoria dos Antigos Pajés), de autoria do compositor e escritor paraense Walter Freitas, uma obra que repercute a amazonidade e o conhecimento fundamental desta cultura. Teve como objetivo observar o processo de tradução cultural e as mesclas transformadoras, apontando o novo conjunto que se intercomunica, a partir de caminhos, pressupostos e veículos de uma obra de arte complexa. Sobre noções de memória e mestiçagem, foram utilizados pensamentos de autores como Jerusa Pires Ferreira e Amálio Pinheiro e de teóricos como Jésus Martín-Barbero e Serge Gruzinski, que pensam a mestiçagem e as relações entre comunicação e cultura na América Latina como um lugar de multiconfluências de elementos diversos.
Este artigo intitulado Pátu: o "pó da memória" dos conhecedores ye'pamasa (Tukano), ele abarca um conjunto amplo e complexo de ideias, concepções e perspectivas a respeito do pátu dos Ye'pamasa, tal como fazem e pensam os kumûa ye'pamasa. Talvez por ser uma temática complexa e que foi silenciada há muito tempo através pela destruição das basaka wi'íseri (malocas) pelos não-indígenas, têm-se pouco investimentos de pesquisa e estudo sobre ela no alto Rio Negro. Para os Ye'pamasa, o pátu foi usado pelo Ʉmᵾkoho Ñekᵾ para intuir e pensar a construção do a'tipati (mundo) e a criação dos primeiros seres humanos. Esse produto, ao ser consumido, ativa os conhecimentos tradicionais, baseados no kiti ukũse (narrativas míticas), basese ("benzimentos") e basase (cerimônias de rituais de cantos/danças) que se ouve e escuta dos especialistas ye'pamasᵾ (tukano). Assim, o pátu é entendido como tᵾoñakawese, o pó da memória dos Ye'pamasa, um elemento de uso dos especialistas para a produção, reprodução e construção dos conhecimentos tradicionais.
A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudíavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo Sobre nós: O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: LeLivros.link ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link. "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível." também o desprezo pela guerra e seus ingredientes: "A grandeza mudou de campo. Ela está no protesto e no sacrifício sem futuro". Mais especificamente, Le mythe de Sisyphe (1942)-que, não vamos esquecer, o autor publicou aos vinte e nove anos-é a primeira formulação teórica da noção de absurdidade, isto é, da tomada de consciência, pelo ser humano, da falta de sentido (ou, portanto, do sentido absurdo) da sua condição. Situando a questão nos planos da sensibilidade e da inteligência, Camus trabalha com designações que muitas vezes se confundem, na base de estímulo e resposta assumidos com o mesmo nome. Assim, o "homem absurdo" é o que enfrenta lucidamente a condição-e a humanidade-absurda. Antecedido intuitiva e literariamente (como reconhece e aplaude no último ensaio do livro) pelo gênio de Franz Kafka, Camus é o primeiro a descrever objetivamente as situações e consequências da absurdidade, compreendendo a sua lógica e propondo a sua moral. De lá para cá, ao mesmo tempo em que o "homem absurdo" se exprimiu em toda a sua verdade na literatura, no teatro e em outros campos ou vertentes da arte e do pensamento (de Jorge Luis Borges à dramaturgia de autores como Beckett, Ionesco, Genet, Pinter, Albee, Arrabal-e tantos escritores contemporâneos) a absurdidade do humano se estendeu, fez metástases por toda parte, prosperou. Como, nos seus rumos políticos, o autoritarismo já não anda de braçadeiras ou suásticas às claras, a humanidade absurda também adotou disfarces e novos colarinhos para as respectivas coleiras. Os esquemas burocráticos de falso paternalismo e servidão são estéreis, mas afanosa vaidade de hierarquias inteiras que superpõem andróides às voltas com obrigações e incumbências inúteis nos mostram hoje como viu longe a atividade crítica e criativa de homens em corpo inteiro como Franz Kafka (muitas vezes chamado "profeta do absurdo") e Albert Camus-inclusive em suas obras posteriores, principalmente La peste (1947) e L'homme revolté (1951). Por todos esses motivos, a atualidade e oportunidade de O mito de Sísifo são absolutamente exemplares. Estão aqui os antídotos certos, a palavra certa para uma rara humanidade que ainda merece continuar a se distinguir dos insetos e dos ratos. Como se depreende do ensaio-título deste livro, pode até rolar a pedra até o alto da montanha, de onde ela desce de novo: desde que, nos intervalos, se mantenha e se renove a consciência do processo. A grande maioria, no entanto, já prefere naqueles momentos tão-somente rolar também de volta, ladeira abaixo. E já consegue chegar um pouco antes da pedra.
Argumentos Pró-Educação, 2020
Este é um relato de experiência sobre a construção da história YAMANI, publicada no livro “Kijetxawê Zabelê – Aldeia Kaí”, em 2019, e construído juntamente com as crianças da comunidade pataxó da Aldeia Kaí. O texto parte do processo de construção poético dessa história e se enreda em vivências no território expandido da escola Kijetxawê Zabelê, com o intuito de pensar a presença do imaginário dos encantados entre as crianças da comunidade, assim como refletir sobre a experiência de criação de um livro vivo. O trabalho descreve procedimentos de criação coletiva com as crianças, assim como documenta suas etapas de criação, ao passo em que reflete sobre a escola como espaço expandido da aldeia.
Revista Concinnitas, 2019
O tema do mito de Sísifo é o do herói absurdo. Esse mito não é narrado como um episódio de mitologia, mas como um mito já sujeito à reflexão. Camus iv nos expõe e relaciona o mito de modo a introduzir sua concepção filosófica do homem. O tema do mito de Sísifo é o do herói absurdo. Como Camus indica, o herói absurdo existia desde a Antiguidade Clássica. Querendo estabelecer uma ligação entre a consciência antiga e a consciência moderna, ele nos propõe o mito como um símbolo, tal qual era feito na Antiguidade, enquanto incute sua interpretação existencialista e consequentemente, moderna. A frase seguinte é a ilustração óbvia da interpretação de Camus: "Não vejo contradição em Sísifo ter sido ladrão de estradas ou sábio". O herói absurdo de Camus vive sem juízo de valor transmitido pela tradição; sendo assim, ver uma contradição entre o ladrão de estradas e o sábio só poderia vir a ser um juízo de valor burguês. Ao suprimir os juízos de valores tradicionais, ele introduz aqui um novo valor, o do herói absurdo: o do homem que não tem mais nenhum sistema de valores hereditário. Na sequência, mostraremos que a outra qualidade do herói absurdo é a inocência. No mito de Sísifo, a culpabilidade só se dá aos olhos dos Deuses v. Os deuses não apoiam insubordinação, nem poder de decisão, nem qualquer ingerência sobre suas esferas de influência. O reino dos
RUS (São Paulo), 2019
No presente artigo, Eleazar Meletínski discute a transformação do mito em conto maravilhoso. Para isso, ele apresenta diferentes pontos de vista sobre a distinção entre mitos e contos (skazka) primitivos. Como tentativa de síntese, ele propõe um sistema de traços distintivos capaz de distinguir os dois gêneros narrativos.
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Trioká xohã - Caminhar guerreiro: a retomada dos Pataxó de Gerú Tucunã, 2024
Topoi. Revista de História, 2021
Desdobramentos da Educação Física Escolar e Esportiva 2, 2019
Vozes E Dialogo, 2013
Anais de Artigos Completos do 9º Seminário Nacional Cinema em Perspectiva, 2021
Caderno de resumos: II encontro do Grupo de Estudo e Trabalho em História e Linguagem : linguagem no mundo, mundo na linguagem, 2011
Cidadania em Ação: Revista de Extensão e Cultura, 2021
REVISTA FOCO
https://textopoetico.emnuvens.com.br, 2021
O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 2012