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Literatura comparada: Fausto no cinema

Literatura em Debate, URI Rio Grande do Sul.

Abstract

Nas literaturas e culturas ocidentais, o mito de Fausto cumpre a função de representar o perpétuo embate do ser humano contra sua condição limitada e finita, em permanente confronto com seus desmedidos e inesgotáveis desejos. Este trabalho analisa as manifestações do mito de Fausto na obra homônima de Goethe e nos filmes Coração Satânico (1987) e Fausto 5.0 (2001), com base na teoria da tradução intersemiótica. Dedica-se especial atenção ao contexto e aos sistemas culturais em que se produziram essas duas versões cinematográficas do célebre clássico literário de inspiração popular. PALAVRAS-CHAVE: Mito de Fausto. Cinema e Literatura. Tradução intersemiótica. 1 Introdução Os mitos são parte consolidada da cultura universal e exercem um papel basilar na definição do comportamento individual e coletivo, servindo de exemplo e guia para escolhas e ações dos seres humanos. Nessa perspectiva, vale notar que o mito de Fausto concretizou-se sob contornos literários já na Alemanha do século XVI e, nas mais diversas variantes (condição própria aos mitos), conserva sua plena e sólida atualidade e relevância em diferentes culturas, do Ocidente ao Oriente, das sociedades industrializadas às etnias aborígenes de todas as latitudes. Como testemunho de sua importância nas sociedades ocidentais, o mito de Faustode sua primeira manifestação literária aos dias de hojeinfluenciou e inspirou as mais diversas formas de arte, como o teatro, a música, a pintura, o cinema e a literatura. Nas páginas a seguir, analisa-se a representação do mito de Fausto em duas de suas adaptações cinematográficas -Coração Satânico (Estados Unidos, 1987) e Fausto 5.0 (Espanha, 2001) -, em suas articulações com o clássico Fausto (Alemanha, 1808), de Johann Wolfgang von Goethe. Para