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Economia Global e Gestão, 2005
Resumo Os jovens vêm o futuro como algo inevitável, mas temem-no ou ambicionam-no de diferentes formas, consoante as suas vivências e características culturais. Através de um questionário sobre os sentimentos que associam ao processo de globalização procedemos a uma classificação dos respondentes. O questionário foi colocado a jovens estudantes universitários de Portugal, Espanha, Macau, China, Alemanha, Moçambique e Quénia. Os resultados obtidos indicam que os jovens que mais temem o futuro representam quase um terço de todos os inquiridos. Contudo, verifica-se que não são as características culturais que definem o tipo de sentimentos face ao processo de globalização. Os jovens mais receosos do que o futuro lhes propiciará são os jovens de Macau e da Alemanha e os que são em menor número pertencem aos países africanos. Os que têm expectativas elevadas quanto ao futuro são os jovens da península ibérica e de África. Abstract Young people see future as something inevitable, have fears and have hopes and ambitions according with their experiences of life and cultural characteristics. Through an inquiry about opinions and values that individuals associated to the current process of development designated by globalization we classified answers. The questionary was conducted between university students of Portugal, Spain, Macau, China, Germany, Mozambique and Kenya. The results indicate that almost one third of young people fear from the outcome. However, aren’t the cultural characteristics that define the afraid from the future. Who suffer the higher level of anxiety about future is in greatest number are students of Germany and Macau, and the Africans represent the lowest number of it. Those that have higher expectations are from Portugal and Spain and from de African countries. Palavras-chave: Segmentação; Globalização; Juventude; Key Words: Segmentation; Globalization; Youth;
Synesis, 2010
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Este artigo tem por objetivo demonstrar que a inflação em curso atualmente na economia mundial pode levar ao colapso da globalização econômica e financeira contemporânea. A inflação é definida como o aumento contínuo, persistente e generalizado nos preços em geral. A globalização econômica e financeira é definida como a interdependência econômica entre os países ao redor do mundo, resultante de um volume e variedade crescentes de transações de bens e serviços através das fronteiras nacionais, bem como de uma maior mobilidade de fatores de produção, incluindo uma ampla difusão internacional de capitais e tecnologia. Com a persistência da inflação, a globalização econômica e financeira será levada ao colapso porque o mundo não conta com uma governança global capaz de coordenar a ação dos países no combate à inflação e a economia mundial ser afetada pela recessão resultante do aumento das taxas de juros adotado pelos governos de todos os países do mundo para controlá-la. Inflação global e recessão global farão com que o mundo se defronte com a estagflação global que levará ao colapso da globalização econômica e financeira quando muitos governos nacionais a abandonarão para não serem levados, também, ao colapso econômico. Os sinais do colapso da globalização econômica e financeira já estavam se apresentando a partir de 2010 quando a relação entre as exportações mundiais e o PIB mundial caiu cerca de 12%, um declínio não visto desde a década de 1970. O fim da globalização econômica e financeira representada pela relação entre as exportações mundiais e o PIB mundial poderá ocorrer, não apenas devido à estagflação mundial, mas também em consequência da queda na relação da taxa de lucratividade global. A última onda de globalização começou a diminuir pouco antes do início dos anos 2000, quando a lucratividade global passou a recuar. Em vez de um desenvolvimento harmonioso e igualitário, a globalização aumentou a desigualdade de riqueza e renda, tanto entre as nações quanto dentro delas. Com o colapso da globalização, é pouco provável que o capitalismo ganhe um novo sopro de vida baseado em lucratividade crescente e sustentada. É improvável que o capitalismo retome a lucratividade do passado diante da perspectiva de aprofundamento da crise atual e talvez de mais guerras no futuro. É inevitável o colapso da globalização econômica e financeira. Isto significa dizer que cada país do mundo deverá promover seu desenvolvimento voltado para seu mercado interno com a adoção de políticas econômicas nacional desenvolvimentistas para não sofrerem o mesmo colapso que terá a globalização econômica e financeira.
Rio de janeiro: Record, 2000
Há alguns anos, o primeiro volume resultado do assim chamado Projeto Fundamentalismo aterrisou em minha mesa. O Projeto Fundamentalismo era generosamente financiado pela Fundação MacArthur, e dirigido por Martin Marty, o famoso historiador do campo eclesial da Universidade de Chicago. Alguns intelectuais dos mais respeitados participaram do projeto, e de modo geral os resultados publicados são de excelente nível. Mas deparar-se com aquele primeiro volume proporcionou-me a tal "experiência aha!". O volume sobre minha mesa era muito grande, um "livro bomba", do tipo que podia causar grandes danos. E perguntei-me por que a Fundação MacArthur dedicaria vários milhões de dólares para apoiar uma pesquisa internacional sobre fundamentalistas religiosos.
Cadernos Zygmunt Bauman, 2012
Resumo: Alguns estudiosos, sobretudo sociólogos, são a favor do modelo denominado globalização e outros fazem grandes dissertações e análises a partir de outra posição político-ideológica. Buscou-se nos escritos de importantes pesquisadores, opiniões que se contradizem ou que se completam, tais como as de Anthony Giddens, Boaventura de Souza Santos e Zygmunt Bauman. Poderia caracterizar o primeiro como incentivador e os demais como críticos de tal leitura da atualidade. Enfatiza-se, nesta breve reflexão, a globalização e as relações sobre o trabalho na atualidade. Palavras-chave: Globalização; ambiguidade; mundo do trabalho.
Globalizacao e Globalismo, 2017
[Objetivo: notas para entrevista em vídeo; finalidade: programa Brasil Paralelo] Globalismo e globalização: qual a diferença? A globalização é fenômeno bem conhecido, e praticamente secular, ou mesmo milenar, tendo se acelerado em diversas ondas desde os grandes descobrimentos e aventuras marítimas do século XVI, que realmente unificaram o mundo pela primeira vez; trata-se de um processo impessoal, objetivo, independente de quaisquer outras forças políticas e sociais, pois ela é conduzida essencialmente ao nível micro, ou seja, por iniciativa de indivíduos e empresas, inventores, inovadores, empresários, aventureiros, missionários, intelectuais ou quaisquer outros atores, de quaisquer países e origens sociais, que transcendem suas circunstâncias locais ou nacionais, para projetar-se além fronteiras, mundialmente e até universalmente, graças aos instrumentos, processos e mecanismos criados, deliberadamente ou não, para justamente ultrapassar barreiras nacionais, limites fronteiriços graças às ferramentas de informação e de comunicação desenvolvidos por esses mesmos agentes privados ou institucionais, com tais objetivos universalistas, transmitindo, transferindo, vendendo, oferecendo os mais diferentes tipos de bens e serviços, mas sobretudo ideias, conceitos, propostas para uma maior integração entre pessoas, empresas, instituições públicas e privadas. Já o globalismo é um conceito novo, criado com motivações deliberadamente políticas, para caracterizar um movimento, ou processo, equivalente a outros ismos existentes no cenário intelectual ou conceitual do mundo moderno: por exemplo, o socialismo, o feminismo, o altermundialismo, o nacionalismo, quem sabe até o próprio capitalismo, ainda que este seja também um fenômeno econômico e social totalmente objetivo, impessoal, incontrolável, correspondendo apenas a uma determinada forma de organização das forças produtivas (baseada em empresas privadas produzindo bens e serviços para mercados de massa) e das relações de produção (baseadas no trabalho assalariado e no contratualismo direto entre trabalhadores e empresários). Como eu vejo o globalismo? Como uma tentativa de forças conservadoras ou de direita, para rejeitar a sensação de perda de soberania nacional em prol da globalização, justamente, como se estivesse ocorrendo uma conspiração de forças globalistas para reduzir a soberania dos Estados em favor de um fantasmagórico "governo mundial".
Uma sociedade pautada pelos conceitos de sustentabilidade, na qual é preciso ser capaz de satisfazer nossas necessidades sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas, seria uma saída para o desequilíbrio em que vivemos hoje entre crescimento econômico e desenvolvimento humano?
Líder, 2020
O século XIX foi marcado pelas primeiras pandemias, originadas pelo aumento das viagens e do comércio a nível mundial. Quando a cólera chegou à Europa nos anos trinta do século XIX, vinda da Índia e passando pela Rússia, encontrou populações debilitadas por doenças endémicas que afetavam todas as fases da curta vida que as esperava. Com uma alimentação deficiente e total falta de higiene privada e pública, era difícil sobreviver às doenças infantis e ainda ultrapassar as sempre presentes tuberculose, sífilis, varíola, raiva, entre outras, e as recorrentes febre amarela e peste negra, que dizimou os europeus desde o século XIV. Diretamente relacionadas com a sujidade das águas, a febre tifoide e a malária enfraqueciam e matavam povoações inteiras. Beber água era um perigo ou consumir alimentos frescos mal lavados. E todos eram afetados, como foi o caso do Rei D. Pedro V e dos seus irmãos, que faleceram em 1861 após uma caçada em Vila Viçosa, durante a qual consumiram água de um poço. A autópsia realizada pelos mais conceituados médicos da época, sob a direção do Dr. Bernardino António Gomes, foi conclusiva: febre tifoide, o que afastou a suspeita de homicídio. E a malária, transmitida por mosquitos que se reproduziam em águas paradas, provocava as sezões ou febres altas, que acabavam por matar as suas vítimas. A importação de escravos africanos no século XVI para trabalharem nos arrozais do Sado justificou-se pela maior resistência que estas populações apresentavam à doença, por serem portadores do gene da anemia falciforme. Porém a cólera foi uma novidade que gerou o pânico e alterou por completo a forma como os Estados encaravam a saúde pública. Logo em 1832 faleceram 6.500 pessoas em Londres e 20.000 em Paris. Rapidamente se disseminou para o continente americano. Em 1833, quando chegou ao Porto, a bordo do vapor com soldados belgas vindos para ajudar os Liberais na Guerra Civil, acabou por causar mais de 40.000 mortos, um número mais elevado do que o da própria guerra. Desde os trabalhos de Robert Koch, que identificou a bactéria Vibrio cholerae em 1883, sabemos que a sua transmissão se faz pela ingestão de águas ou alimentos contaminados. Os primeiros sintomas são fortes diarreias, seguidas de desidratação, febres altas, vómitos, dores abdominais, queda de temperatura corporal e morte. Perante este cenário, naquelas primeiras vagas e com conhecimentos muito limitados sobre o seu contágio e tratamento, a epidemia espalhou o terror.
Texto lido na cerimônia de encerramento do Fórum Social Mundial 2002
O inevitável resultado do neoliberalismo foi o aumento do denominado desequilíbrio global no comércio, na poupança e no investimento. Este desequilíbrio foi responsável pela crise que eclodiu nos Estados Unidos em 2008 e se espalhou pelo mundo e comprometeu o sistema financeiro dos Estados Unidos, Reino Unido e Europa com débitos insustentáveis. O desequilíbrio coloca duas questões perigosíssimas: 1) poderia inundar as economias do Ocidente com muito crédito cujo sistema financeiro seria levado ao colapso; e, 2) mais estrategicamente, o risco acumulado e a instabilidade no mundo ficariam centrados em um arranjo entre estados nacionais sobre débitos e taxas de câmbio que então colapsariam. Este perigo ainda existe. Para evitar os problemas da globalização, a financeirização da economia mundial precisaria ser revertida, além de incentivar a volta de indústrias e serviços para o Ocidente para criar empregos de alto salário nos países desenvolvidos. Haveria enormes obstáculos sociais e políticos para executar essas medidas.
2019
Das várias dimensões que tem aquilo que se designa por «globalização», vai referir-se aqui principalmente a de natureza económica. Como já defendi noutras alturas (Mendes, 2001), no plano económico, a globalização é o alargamento, à escala mundial, do predomínio da economia de mercado sobre outras formas de organização económica. Este predomínio tende a acontecer devido àquilo que tenho designado por «natureza expansionista da relação de mercado», expressão cujo significado será esclarecido mais adiante. Esta característica é inerente à relação de mercado e, por isso, existe desde que este tipo de processo de transacção existe, ou seja, desde há muitos anos. No entanto, a modalidade de globalização em desenvolvimento desde finais da década de 60 não é apenas o resultado desta característica da relação de mercado. Está também associada aos dois factores seguintes: a) novas tecnologias da informação; b) expansão da democracia e dos direitos humanos ligados a este tipo de regime político. As relações entre estes três factores de globalização tem áreas de complementaridade, mas também tem áreas de conflitualidade. Como veremos, nestas relações de interacção positiva ou negativa podemos encontrar algumas da «luzes» e «sombras» da globalização.
Lutas Sociais Desde 1996 Issn 1415 854x, 2005
2001
Neste mês estamos trazendo um convidado especial para falar de Globalização: Vandana Shiva, pesquisadora indiana de renome mundial e Diretora da Fundação de Investigação para a Ciência, Tecnologia e Ecologia da Índia, com sede em Nova Deli. Incluí em minha tradução do original inglês algumas poucas Notas de Rodapé que, creio, ajudarão o Leitor brasileiro. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos, daqui ou de qualquer outro lugar, é porque o Manual de Instruções é o mesmo e está sendo aplicado com muito empenho.
Neste ensaio, argumento que a guinada neofascista que levou à presidência Trump nos EUA e Bolsonaro no Brasil não se faz compreender sem a atividade de um conglomerado de tecnologias digitais – e que, por constituir-se em um sistema autopoiético de retroalimentação positiva, proponho chamarmos fábrica de hiperstição. Proponho também que a dinâmica interna do sistema alterna entre a produção de memes e a de uma metanarrativa. Por fim, apresento dois conceitos – tecnopolítica e tecnopoiesis – que permitem compreender como tais tecnologias, por um lado, atualizam os horizontes socioeconômicos da qual emergem, e, por outro, programam nossas formas de pensar/perceber. * * * Hyperstition Factory: Or on How We Have Lost the World In this essay, I argue that the neo-fascist turn that brought Trump to the presidency in the USA and Bolsonaro in Brazil cannot be understood without the activity of a conglomerate of digital technologies – which, since it constitutes an autopoietic system of positive feedback, I propose we call hyperstition factory. I also propose that the internal dynamics of the system alternates between the production of memes and that of a metanarrative. Finally, I present two concepts – technopolitics and technopoiesis – that allow us to understand how such technologies, on the one hand, update the socioeconomic horizons from which they emerge, and, on the other, program the forms we think/perceive.
No nordeste do Brasil, dizem que nada pode mais atrapalhar uma boa idéia que um mau pensamento, mas, lá, também, se diz, que nada mais pode atrapalhar um fato que a versão do fato, ou o seu discurso.
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