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Nesse artigo, tempos por finalidade discutir alguns aspectos referentes à afirmação da autoridade episcopal na Antiguidade Tardia, centrando nossa análise na atuação dos bispos como líderes que apresentam, entre os séculos III e V, uma preocupação recorrente com tudo aquilo que, em sua opinião, coloque em risco a integridade da Igreja, não apenas em termos de doutrina.mas também em termos disciplinares, o que os leva a investir em discursos e práticas visando a restabelecer a ordem na congregação. Nosso propósito é lançar alguma luz sobre a atuação dos bispos no cotidiano, destacando os desafios do cargo episcopal num momento de transição entre duas fases da Igreja, uma marcada pelo estranhamento com o poder imperial e outra na qual o cristianismo, embora reconhecido como religião oficial do Império, não deixa de suscitar pontos de divergência com as autoridades públicas. Para tanto, tomaremos como estudo de caso dois bispos que desempenharam, na Antiguidade Tardia, um importante papel no sentido de reforçar a autoridade episcopal: Cipriano, bispo de Cartago entre 249 e 258, e João Crisóstomo, bispo de Constantinopla entre 397 e 404.
RESUMO: Nesse artigo, tempos por finalidade discutir alguns aspectos referentes à afirmação da autoridade episcopal na Antiguidade Tardia, centrando nossa análise na atuação dos bispos como líderes que apresentam, entre os séculos III e V, uma preocupação recorrente com tudo aquilo que, em sua opinião, coloque em risco a integridade da Igreja, não apenas em termos de doutrina.mas também em termos disciplinares, o que os leva a investir em discursos e práticas visando a restabelecer a ordem na congregação. Nosso propósito é lançar alguma luz sobre a atuação dos bispos no cotidiano, destacando os desafios do cargo episcopal num momento de transição entre duas fases da Igreja, uma marcada pelo estranhamento com o poder imperial e outra na qual o cristianismo, embora reconhecido como religião oficial do Império, não deixa de suscitar pontos de divergência com as autoridades públicas. Para tanto, tomaremos como estudo de caso dois bispos que desempenharam, na Antiguidade Tardia, um importante papel no sentido de reforçar a autoridade episcopal: Cipriano, bispo de Cartago entre 249 e 258, e João Crisóstomo, bispo de Constantinopla entre 397 e 404.
arianismo e o paganismo no século IV *
Eunápio de Sardes é um sofista grego que prestou serviços à administração imperial no âmbito municipal de Sardes, cidade localizada na província da Ásia Menor, sob o reinado do imperador Juliano (Exc. De Leg. Gent. 3apud BLOCKLEY, 1983,p.35). Tornou-se conhecido como biógrafo a partir de 399 d. C. com a publicação de "Vidas de filósofos e sofistas", no interior da qual encontramos a coleção de biografias de 13 filósofos, 13 sofistas e 4 médicos, todos neoplatônicos, que viveram antes de Eunápio e, em sua maioria, contemporâneos a ele. Conforme indicamos, investigaremos, nessa obra, a intencionalidade dos artifícios retóricos apregoados, por Eunápio, à edificação da figura dos neoplatônicos da Ásia Menor no cenário político da sociedade romana oriental tardia, entre eles, a emergência do "homem divino" ou a divinização das realizações pessoais dos neoplatônicos biografados na administração imperial, o dom de receber presságios e, por fim, a valorização de acontecimentos políticos atinentes à cultura clássica grega, os quais são mencionados pela historiografia, em geral, como principal característica da Segunda Sofística. Há, no entanto, poucos estudos que associam tais construções literárias ao clima de competitividade política entre as elites cristãs e não-cristãs no final do IV século, fato que nos levou a refletir sobre o tema.
Os Curiales eram autoridades importantes na administração das cidades do Império Romano durante o período da Antigüidade Tardia. Em Antioquia, podemos observar que os Curiales estiveram no centro de alguns eventos importantes como, por exemplo, o Levante das Estátuas. Libânio, o imperador Juliano, Amiano Marcelino e o Código Teodosiano oferecem dados ricos sobre Antioquia e acerca dessas autoridades municipais que ainda merecem uma investigação mais detida sobre sua educação, seu papel durante o século IV d.C., sobre os problemas e os conflitos em torno dos Curiales sob um ponto de vista diferente. Logo, nos propomos, no espaço deste artigo, refletir sobre a Cúria e os Curiales de Antioquia de modo a compreender os problemas que cercavam os Curiales dessa cidade a partir da perspectiva de Libânio e recorrendo à documentação de Juliano e ao Código Teodosiano. Palavras-Chave: Antigüidade Tardia; Império Romano; Conflitos sociais.
As instituições romanas tardo imperiais não formavam um todo coerente e perfeitamente integrado” (MACHADO, 1998:13). Pelo contrário, por várias ocasiões, as diversas instâncias administrativas se opunham e conflitavam em seus interesses particulares, como podemos depreender, por exemplo, da relação entre os imperadores e os bouleutas de Antioquia no século IV d.C. Antioquia tem um histórico de conflitos contra seus imperadores, seja pela interferência imperial mais efetiva na regionalidade, seja pela escassez de suprimentos destinados à cidade e seus habitantes, seja pela importância de Antioquia no contexto de disputas territoriais por imperadores proclamados em busca de legitimação. A população de Antioquia nunca esteve isenta em nenhum desses casos. Os antioquenos faziam claras suas demandas, se levantavam contra a administração, apoiavam, bem como negociavam, por vezes, decisões imperiais. A fama de Antioquia não se restringirá, portanto, à sua posição estratégica, à sua cultura e arquitetura urbana e riqueza material. Antioquia de Orontes também será a cidade de sedições e conflitos importantes, que foram documentados por diversos autores antigos. Amiano Marcelino, Libânio de Antioquia, João Crisóstomo, João Malalas são apenas alguns dos autores antigos que fornecem, em cores vívidas, a história da cidade, mas, ao contrário da maioria da historiografia que se dedica à história da cidade em razão de seus mosaicos, arquitetura, importância e status no conjunto das cidades tardo antigas, buscaremos refletir sobre os conflitos político culturais que ocorreram na cidade, sobre a relação entre uma elite citadina, os bouleutas, e o governo imperial, nas figuras de César Galo e dos imperadores Juliano e Teodósio, particularmente, a fim de que possamos compreender o contexto das relações conflituosas entre esses imperadores e os bouleutas de Antioquia. Logo, nossa exposição está dividida em cinco seções, nas quais apresentaremos, respectivamente, Antioquia e seu histórico de sedições, os bouleutas de Antioquia, o cesariato de Constâncio Galo, o imperador Juliano em Antioquia e, por fim, o imperador Teodósio e o Levante das Estátuas (387 d.C.).
Com base na análise comparativa entre o Código Teodosiano, especificamente as leis promulgadas no IV século, e os discursos De Regno e De Providentia de Sinésio de Cirene, produzidos por ocasião de sua embaixada a Constantinopla, refletimos sobre as estratégias de aquisição de poder político no Império Romano tardio, tendo em vista os mecanismos institucionais legais e não-legais que asseguravam o ingresso a cargos políticos na administração imperial e de que maneira tais mecanismos reafirmaram a teoria de declínio do Império Romano pela historiografia contemporânea.
História (São Paulo), 2016
RESUMO Comparado à organização política do Principado, o regime imperial da Antiguidade Tardia obteve um controle muito maior sobre a circulação da informação política em decorrência da centralização do poder e do número ainda maior de funcionários qualificados dedicados a coligir, cotejar e recuperar informações em todo o Império. Ainda assim, a vastidão do Império Romano e a lentidão das comunicações continuavam a representar as principais ameaças ao poder absolutista, especialmente nos momentos de crises políticas, quando a própria ausência de informações oficiais alimentava os canais subterrâneos e incontrolados de notícias. Do ponto de vista da plebe urbana e dos atores políticos locais, o recurso a essas notícias clandestinas que nós chamamos de "boatos" podia representar uma tentativa de avaliar a abertura de oportunidades para a ação em um ambiente político marcado por uma profunda incerteza. O objetivo deste artigo é explorar como a plebe urbana, as facções religi...
DOAJ: Directory of Open Access Journals - DOAJ, 2012
REFLEXUS - Revista Semestral de Teologia e Ciências das Religiões, 2015
Resumo: Este artigo pretende apontar os caminhos e descaminhos da tolerância e da intolerância religiosa no período denominado de Antiguidade Tardia, considerando, em especial, o trato do Império Romano em relação ao Cristianismo e a atitude deste último em relação aos demais grupos religiosos. Divide-se em quatro partes: na primeira, procura-se conceituar os termos tolerância e intolerância e sua pertinência para o período histórico em questão, procurando diferenciá-lo do seu uso na modernidade e na contemporaneidade; na segunda, apresenta-se a maneira como o Império Romano lidava com as questões religiosas, particularmente com o Cristianismo, levando em consideração o papel que a religião desempenhava na ordem política e social romana; na terceira, discute-se a postura cristã para com outras crenças e práticas religiosas, desde as suas origens até o período agostiniano; finalmente, na quarta parte, apresenta-se a contribuição de Agostinho de Hipona na consolidação da intolerância ...
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Heródoto: Revista do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Antiguidade Clássica e suas Conexões Afro-asiáticas
Dimensoes Revista De Historia Da Ufes, 2010
Mneme Revista De Humanidades, 2011
Plêthos, 2012
Lugares de Poder e de Conflito no contexto Tardo Antigo e Medieval, 2022
Cadernos de História, 2011
Poder, Autoridade e Representações no contexto Tardo Antigo e Medieval, 2021
Congrés Internacional d'Arqueologia i Món Antic VII Reunió d'Arqueologia Cristiana Hispànica, 2019
Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos, 2017
Ensinar e Aprender Idade Média, 2021
Topoi. Revista de História, 2019