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O artigo se dedica à obra de Heinrich Böll (1917-1985), autor alemão agraciado com o Nobel de literatura em 1972. Descreve a recepção do escritor no Brasil (sobre a qual apresenta ampla bibliografia), e então se dedica a um aspecto central em sua obra: a preocupação em conciliar a produção satírica com o ethos cristão que caracteriza seus textos. Para Heinrich Böll as considerações do teólogo e escritor Theodor Haecker (1879-1945), um dos poucos pensadores europeus dedicados até então às relações entre sátira e cristianismo na história literária, são ponto de partida para um posicionamento próprio diante da questão: busca justificar a voz satírica sob o argumento de usá-la para externar-se sobre a igreja católica e a religião, o que não poderia fazer se sua dicção o afastasse da comunidade de fé. Assim, assume a dicção satírica como forma legítima e desejável de intervenção eclesiológica.
Entre Beauvoir e Butler, questionaremos se o tornar-se mulher instaura a distinção entre sexo e gênero, convertendose num modo de aculturação que, aquém dos diferenciais anatômicos, designa uma performance em transformação. De Beauvoir, veremos: situada, a subjetividade se estabelece entre a civilização e as relações intercorpóreas. Assinalando a mulher como o segundo sexo, Beauvoir ratifica a ambiguidade como fator humano, tecendo reflexões à liberdade, opressão, reconhecimento e condição feminina. Disto, é interpelando Beauvoir que Butler interroga os gêneros. Rastreando no tornar-se mulher o uso incipiente do gênero, Butler sugere revisões às noções fenomenológicas de sujeito, corporeidade, situação e diferença sexual. Fomenta uma concepção performática onde o gênero é um constante devir. Descreve como se constituem os gêneros, considerando que não existem gêneros ideais. Assim, tornar-se gênero significa que, enquanto corpo, o dramatizamos e estilizamos. Crítica, esta performance personifica um modo de agir onde repetição, inovação, necessidade e contingência são ressignificáveis.
Julio Cortázar, ao discorrer sobre narrativas breves, relaciona aspectos fundamentais neste: brevidade, pela máxima economia dos meios. E mais, Cortázar relaciona, em seu texto, a poesia e o conto. No caso específico deste trabalho, trabalhar-se-á com Herberto Helder. Parece-nos possível argumentar e tentar demonstrar, principalmente nos concentrando na análise das narrativas curtas de Helder, que o processo da criação poética influenciou na opção pelas narrativas curtas nesta obra em questão.
viravolta, a chamada Khere, ele continua seguindo o percurso em direção à questão basilar que o interpelou e que se manteve constante em toda a sua filosofia, ou seja, a indagação sobre o sentido e a verdade do ser. Tal continuidade pode ser constatada quando declara o filósofo na referida correspondência: "é apenas a partir do que é pensado no I que é possível ter acesso ao que é pensado em II, mas, o I torna-se possível apenas se ele estiver contido no II". 7 O que o próprio Heidegger nomeia com o termo "viravolta" ou "virada" no seu pensamento, vem sendo objeto de diversas reflexões por parte de comentadores. Aqui, no entanto, só podemos esboça-la em grandes traços, dos quais apontaremos alguns aspectos que caracterizam a mudança na forma de abordar a questão jamais abandonada, ou seja, a temática do sentido do ser. Segundo Ernildo Stein, 8 desde 1929, é que aparecem os sinais da mudança no pensamento de Heidegger, quando este parece deixar para trás a análise das estruturas existenciais da presença, cujos termos básicos empregados em Ser e Tempo tomam um sentido mais amplo, dando lugar, por assim dizer, a novos modos de falar. A partir daí, a preocupação do filósofo está cada vez mais direcionada para os gregos e para o pensamento de Nietzsche. Por outro lado, a sua especulação filosófica encontra-se como que interpelada por um pensar cujos fios desenrolam-se em reflexões sobre a relação que liga ser e homem. Observa-se ainda neste período, que a existência humana não é mais referida pelo termo Dasein (presença), tal como na analítica existencial, mas utiliza os termos "homem" ou "mortal". Nesta fase, como já mencionamos, o pensamento de Heidegger se encontra influenciado, de modo mais intenso, pelo pensamento e pela poesia de Hölderlin e Rilke. Aí, a perspectiva é a da linguagem, através da qual o homem é tido como o ente privilegiado que tem a possibilidade de escutar o dizer originário da linguagem, somente acessível pela palavra poética, tornando-se, por isso, aquele que interpreta, o mensageiro do ser, ou seja, o hermeneuta. Ainda, conforme Stein, a viravolta no pensamento de Heidegger fica mais precisamente evidenciada em 1930, nas suas considerações Sobre a Essência da Verdade. Ademais, a viravolta tem ainda uma face que expõe, de modo paralelo, o esforço empreendido por Heidegger para a determinação do sentido do ser, ao procurar desenvolver uma ontologia da coisa, tema que abordamos e nos esforçamos por deslindar nesta dissertação. É, justamente neste período, que se situam os textos A coisa -conferência proferida na Academia de Belas Artes da Baviera, aos 6 de junho de 1950, publicada em 1951 -e a conferência Construir, Habitar, Pensar 7 Idem, Ibidem, p. 34. 8 Cf. STEIN, Ernildo. Compreensão e Finitude: estrutura e movimento da interrogação heideggeriana. Ijuí:Unijuí, 2001, p. 301.
Inserido no contexto da história da imigração e suas escritas, o presente trabalho tem por objeto a releitura de Heiner Müller para um dos mitos originários da estrangeiridade. Ao retomar na década de 1980 a história de Medéia, a estrangeira primordial, o dramaturgo e poeta alemão reafirmou naquele momento a presença do mito da feiticeira da Cólquida, personagem trágica que contem em si todas as modificações identitárias inerentes ao atribulado processo de imigração, que é permanentemente acossado por ondas de xenofobia e violência. Passados trinta anos de sua escritura, o texto de Müller, Margem Abandonada Medeamaterial Paisagem com Argonautas, com sua "forma difícil", parece não ter perdido sua força haja vista seu potencial desestabilizador da hegemônica lógica cultural do capitalismo tardio. Publicada no ano de 1982, a peça Margem Abandonada Medeamaterial Paisagem com Argonautas, de autoria do poeta e dramaturgo alemão Heiner Müller, falecido em 1995, foi construída a partir de fragmentos escritos em anos anteriores, como, aliás, nos informa o próprio autor em sua autobiografia publicada em 1992 (MÜLLER, 1997, p. 232). Percorrendo um largo espectro de tempo, indo do pós-guerra até a década de 1990, quando se deu a queda do muro de Berlim e a posterior reunificação da Alemanha, a obra de Müller tratou dos dilemas vividos pela então República Democrática Alemã (RDA) e a complexa relação com sua contrapartida capitalista, a República Federal da Alemanha (RFA).
Revista Valise, 2021
Este artigo parte de certas imagens de Shibboleth, obra da artista colombiana Doris Salcedo, exposta na Galeria da Tate Modern, em Londres (2007/2008), para operar uma noção de imagem-intrusa, imagem-acidente e imagem-perturbação dentro do paradigma contemporâneo. Deseja-se dissolver, por vezes, conceitos e categorias artísticas, bem como, refletir sobre a incerteza, a exclusão e ruptura no mundo atual. Diante da força enunciativa dessa obra e sua razão, se intenta uma gestão teórica e estética a partir de Marguerite Duras, Marie-José Mondzain, Georges Didi-Huberman e Zygmunt Bauman, por meio de notas filosóficas-literárias capazes de lubrificar singulares experiências ressentidas. O estatuto desta abordagem inacabada evidencia a prática de uma outra lógica, de outra razão, uma à flor da pele, formadora de um pensamento sensível que se pergunta sobre a postura da artista e a plural singularidade da arte contemporânea.
Janet e Stewart Farrar (9) Leia Lar da Colheita de Thomas Tryon-um romance aterrador mas perspicaz, agora transformado em um filme muito bom. Nota : Temos no original uma página com o resumo tal como acima mencionado. Ao decidir como disponibilizar witches masculinos para os papéis de Deus Sol, Rei do Carvalho e Santo Rei, fomos governados por duas considerações: (1) que a Suma Sacerdotiza, como representante da Deusa, tem apenas um 'consorte'-seu parceiro de invocação, o Sumo Sacerdote-e que qualquer ritual que simbolize seu casamento deve ser com ele; e (2) que não é praticável ou desejável para o Sumo Sacerdote finalizar qualquer ritual simbólicamente 'morto', uma vez que ele é o líder masculino do coven sob a Suma Sacerdotiza e deve, por assim dizer, ser restaurado à disponibilidade no curso do ritual. Em Bealtaine e Lughnasadh, portanto-os dois ritos de casamento e renascimento sacrificiais-nós temos o Sumo Sacerdote representando os papéis de Rei do Carvalho e Santo Rei, respectivamente. Em cada caso o ritual implica em seu casamento com a Grande Mãe, e sua 'morte'; e antes de o drama ritual terminar, ele é renascido. O Deus Sol não é representado, como tal, nestes Sabás. No Meio de Verão e Yule, contudo, todos os três aspectos do Deus estão envolvidos. No Meio de Verão o Deus Sol está no ápice de seu poder, e o Santo Rei 'assassina' o Rei do Carvalho. Em Yule,o Deus Sol passa pela morte e renascimento, e o Rei do Carvalho por sua vez 'assassina' o Santo Rei. Nessas duas ocasiões, a Deusa não é desposada, ela preside; e em Yule, adicionalmente, ela dá a luz ao Deus Sol renovado. Então para estes dois, nós temos o Sumo Sacerdote atuando como o Deus Sol, ao passo que o Rei do
Revista Letras, 2010
Comenta os poemas-fábula de Bufólicas – em especial o poema “A rainha careca” –, de Hilda Hilst, um dos livros que compõe a produção obscena da autora, considerando aspectos da tradição literária cômica. Examina a noção de comicidade seja pelo viés estruturalista de Vladímir Propp, o que enseja uma aproximação estreita com o poema em si, seja pelo viés histórico de Georges Minois, o que propicia uma reflexão sobre o poema e seus arredores contextuais.
A reflexão sobre a temática das relações internacionais está presente desde os pensadores da antigüidade grega, como é o caso de Tucídides. Igualmente, obras como a Utopia, de TI10mas More, e os escritos de Maquiavel, Hobbes e Montesquieu requerem, para sua melhor compreensão. uma leitura sob a ótica mais ampla das relações entre estados e povos. No mundo moderno, como é sabido, a disciplina Relações Internacionais surgiu após a Primeira Guerra Mundial e, desde então, experimentou notável desenvolvimento, trans formando-se em matéria indispensável para o entendimento do cenário a tual. Assim sendo, as relacoes internacionais constituem área essencial do conhecimento que é, ao mesmo tempo, antiga, moderna e contemporânea.
Judith Butler - Vida Precária, 2011
Neste ensaio, Judith Butler reete sobre o que nos vincula eticamen-te à alteridade, ao Outro compreendido como as pessoas marcadas por vi-das precárias. Este vínculo não é um a priori, antes emerge apenas quando reconhecemos a humanidade deste Outro sob ameaça. Aí emerge a proble-mática da representação do Outro em nossos tempos midiatizados, quando frequentemente não nos permitem ver a alteridade ou a apresentam de for-ma a impedir nossa identicação com ele(a). Na argumentação de Butler, a representação da alteridade constitui-se em um meio de humanização/des-humanização, de reconhecimento do vínculo ético-moral com o Outro ou de justicativa para sua eliminação. Palavras-chave: Direitos humanos, vida precária, representação da alteridade, re-conhecimento, não violência. Abstract: In this essay, Judith Butler reects about what connects us ethically to alterity comprehended as the people marked by precarious lives. is bond is not an a priori, instead depends in our ability to recognize the threatned humanity of this Other. erefore, emerges the problematic of the representation of the Other in our mediatic era. e media oen do not allow us to see the Other or presents him/ her to us in a way that avoids our indentication with him/her. In Butler's argument , the representation of alterity is a way of humanize/de-humanize someone, Tradução de Angelo Marcelo Vasco. Revisão de Richard Miskolci. Agradecemos a Judith Butler por autorizar-nos a publicar esta tradução na Contemporânea. Universidade da Califórnia, Berkeley.
Estudos Linguísticos e Literários, 2015
RESUMO: Este artigo apresenta uma análise da poética de Paulo Henriques Britto inspirada na noção de "angústia do sentido", empregada pelo crítico Marcos Siscar em suas análises da crise da poesia moderna e, mais especificamente, das principais linhas de força da poesia contemporânea no Brasil. Com foco nos três últimos livros do poeta, pretende-se mostrar que sua poesia se estrutura em torno da problematização dos limites da poesia e da linguagem em geral.
ITINERÁRIOS - Revista de Literatura, 1993
The paper presents Sophocles' PHILOCTETES, André Gide's PHILOCTÉTE, and Heiner Müller's PHILOKTET, highlighting what is common in the three plays and in what they differ and why.
Nascido em 1925, estudou filosofia, teologia e pedagogia. Sua formação religiosa levou-o depois a ingressar em uma ordem religiosa católica. Mais tarde trabalhou como missionário na África do Sul. No início dos anos 70 deixou a ordem religiosa católica dedicando-se então à psicoterapia.
2021
O livro se divide em duas partes que discutem, em abordagens distintas, as relações de Hamlet com a filosofia. Na primeira , "A filosofia em Hamlet", trata-se das fontes e referências filosóficas de que Shakespeare se apropriou para escrever a peça, como o estoicismo de Sêneca, o maquiavelismo e o ceticismo tal como apresentado nos Ensaios de Montaigne. A segunda parte, "Hamlet na filosofia", discute a recepção da peça, caracterizada pela variedade de interpretações contraditórias de seu enredo e de seu protagonista, entre as quais se destacam as leituras de Goethe, Nietzsche, Freud, Benjamin, Deleuze e Derrida.
dissertação de mestrado, 2005
Este estudo tem como objetivo analisar a construção da poesia metafísica da escritora brasileira Hilda Hilst a partir da física ou da materialidade da linguagem poética. Para isso, perseguimos os procedimentos poéticos que promovem a indissolubilidade entre forma e idéia na poesia hilstiana, entre eles, a construção da metáfora que se refaz continuamente em busca do inominável, possibilitando a identidade conceito-imagem. No decorrer da investigação, observou-se que a poeta garante a materialidade de sua poética por meio da fusão entre dois modos de construção do pensamento: a condensação, própria da poesia, e a expansão, própria da prosa. Essas relações formais, analisadas na macro e na micro-estrutura poemática, revelaram um projeto autoral em grande dimensão, no qual todos os elementos da obra ligam-se por meio de linhas imaginárias que movimentam o continuum do pensamento, numa geometria fundada sobre o devir das formas inacabadas. Os resultados da análise demonstraram que, conciliando o desejo metafísico com o rigor poéticocientífico, Hilda Hilst torna visível a estrutura geométrico-diagramática do pensamento, materializando a metafísica no texto poético, ora por meio de linhas ascendentes - que partem do sublime -, ora descendentes - que partem do grotesco. Tais linhas, no entanto, não desenham uma imagem fixa, mas em contínuo esboço, daí a denominação “poema-croqui” que propomos para os textos hilstianos. A movência poético-conceitual é responsável, também, pela criação de uma poesia de caráter especulativo e ensaístico, estruturadora de uma teoria de representação poética, que alicerça a criação de um método de investigação interior, fazendo da poesia fonte para o processo de conhecimento humano. Essas considerações apontam para a originalidade da obra hilstiana, cujo processo de geometrização triangular não exclui o leitor, mas o incorpora numa obra que dispensa categorizações de gênero, subverte o modelo, desorganiza os lugares instituídos e re-inventa os valores de uma poesia de plasticidade reflexiva ímpar.
Revista da Fundarte, 2019
O presente trabalho tem como objetivo discutir estratégias de composição coreográfica utilizadas pela diretora Berê em espetáculos do Centro Contemporâneo Berê Fuhro Souto. Abordam-se os caminhos que a diretora percorreu para preparar suas intérprete-criadoras, dentre eles a técnica de Pilates e a respiração, e o uso de voz e de palavra coreografada. A pesquisa é baseada no método da cartografia, pois a pesquisadora está imbricada com o objeto estudado. São utilizados como instrumentos metodológicos, entrevistas com as intérprete-criadoras do grupo, bem como o TCC da coautora deste trabalho. Percebe-se que a diretora tinha uma vivência muito sensível com suas bailarinas, agregando democraticamente diferentes pessoas em suas composições.
A ervas têm sido usadas para curar o corpo desde os tempos pré-históricos, e o estudo das ervas medicinais data de mais de cinco mil anos, na época dos antigos sumerianos. Os remédios de ervas são um sustentáculo na medicina tradicional chinesa, e o livro de ervas mais antigo de que se tem conhecimento é o chinês Pen-teüo, escrito pelo imperador Shen-nung (3737-2697 a.C.). Estão registrados nesse livro mais de 300 preparados com ervas medicinais. Os antigos egípcios também usaram remédios de ervas, e, de acordo com um registro antigo chamado Papiro Ebers, houve perto de 2.000 doutores em ervas praticando sua arte no Egito por volta do ano 2.000 a.C. Foram encontrados livros sobre ervas dos antigos gregos, que estudaram suas qualidades medicinais e registraram muitas observações. Segundo o filósofo grego, botânico e autor Teofrasto, mais de 300 ervas medicinais cresciam no jardim de Aristóteles. No primeiro século da era cristã, o primeiro tratado europeu sobre as propriedades e uso medicinal das ervas foi compilado por Dioscórides, médico grego. A cura pelas ervas foi rito importante em várias religiões pré-cristãs. Referências que se repetem aparecem até nos Antigo e Novo Testamentos da Bíblia, independente do fato de a igreja cristã primitiva ter preferido a cura pela fé à prática formal da medicina, a qual tentou proibir. As tribos indígenas da América do Norte utilizavam ervas tanto para curar como para a prática da magia e descobriram utilidade para quase todas as plantas nativas. Seu conhecimento inestimável de inúmeros medicamentos botânicos foi passado para os colonizadores brancos europeus nos Estados Unidos e no Canadá. No ano de 1526, o anónimo Grete Herball foi o primeiro livro sobre ervas publicado em língua inglesa. Em 1597, surgiu um dos mais famosos livros dessa era. Foi chamado de Gerardes Herball e era um trabalho de John Gerard, cirurgião e farmacêutico inglês do rei James I. Em 1640, surgiu o livro Theatrum Botanicum, de John Parkinson, seguido de outro, sobre as influências astrológicas nas ervas, de Nicholas Culpepper. À medida que a química e outras ciências médicas rapidamente se desenvolveram, nos séculos 18 e 19, a medicina das ervas perdeu popularidade nos Estados Unidos e na Europa, cedendo lugar às drogas químicas ativas e à prática da quimioterapia. Atualmente, nos Estados Unidos, testemunha-se o ressurgimento do interesse popular pelas ervas e pêlos produtos derivados, e algumas pessoas (incluindo wiccanianos, os seguidores da Nova Era e os que se voltam para a natureza) estão começando a se afastar dos medicamentos artificialmente preparados da sociedade moderna para buscar os métodos mais naturais e antigos da cura. As ervas são naturais. Muitas podem ajudar a prevenir e a curar doenças. E, para muitas doenças, a cura da Mãe Natureza pode ser muito melhor do que as pílulas sintéticas de sabor desagradável produzidas pelo homem e que proporcionam alívio temporário dos sintomas, mas não erradicam a causa da doença.
Revista Ágora, 2018
Resumo Este artigo toma como objeto de estudo a escrita de bell hooks, escritora afro-americana, analisando seu pensamento, expresso em ensaios coletados na antologia Belonging: a culture of place (2009), bem como em seu livro memorialístico: Bone Black: momories of girlhood (1996). Objetiva investigar a constituição da identidade em hooks, e como o lugar se configura como um elemento construtor de identidades via cultura em seu pensamento. Para introduzir as considerações sobre identidade, recorremos a uma base teórica pautada nos Estudos Culturais, sobretudo a partir de Kathryn Woodward (2000), Stuart Hall (2000; 2008) e Tomaz Tadeu da Silva (2000): aí buscamos uma definição acerca da identidade, para então, expor o pensamento de hooks acerca das relações entre lugar, identidade e cultura, e o papel desses fatores no desenvolvimento do senso de pertencimento. PALAVRAS-CHAVE: Identidade. bell hooks. Estudos Culturais. Literatura Afro-Americana. Lugar. INTRODUÇÃO Este trabalho se dedica à discussão do conceito de identidade na escrita de bell hooks 3 ; ou seja, como percebemos a conformação da identidade da escritora a partir de seus textos teóricos e literários, observando o papel desempenhado pelo lugar em processos culturais de formação de identidade. bell hooks é escritora dos Estados Unidos com notória produção no campo da Teoria Feminista e do ativismo negro. Dentre a sua vasta produção recortamos, como corpus investigativo, ensaios que compõem o livro Belonging: a culture of place (2009), bem como Bone Black: Memories of Girlhood (1996), livro de memórias da escritora. A fim de ampliar e fundamentar a discussão sobre identidade, buscamos o pensamento de teóricos dos Estudos Culturais, sobretudo como postulado por Kathryn Woodward, Tomaz Tadeu da Silva e Stuart Hall. As investigações sobre identidade vêm ganhando cada vez mais força, sobretudo as referentes às formações identitárias periféricas. Papel fundamental nessa discussão tem sido desempenhado por estudiosos do campo dos Estudos Culturais, especialmente por Stuart Hall, considerado por muitos como o "pai" dos estudos nessa área. Este teórico aponta que as 1 Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) Câmpus de Frederico Westphalen, Brasil. Acadêmico do curso de Letras na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) Câmpus de Frederico Westphalen. 2 Doutora em Letras pela UFRGS e professora do Departamento de Linguística, Letras e Artes da URI-FW. 3 A autora opta por grafar seu nome em letras minúsculas.
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