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Da alma

Tum ille: «Tu autem cum ipse tantum librorum habeas, quos hic tandem requiris?» «Commentarios quosdam», inquam, «Aristotelios, quos hic sciebam esse, ueni ut auferrem, quos legerem, dum essem otiosus.» Então ele perguntou: «Tu que tens tantos livros, que livros procuras tu aqui?» «Vim buscar uns comentários de Aristóteles», disse eu, «que sabia que aqui havia, para os ler quando tiver vagar.» Cícero, De finibus 3. 9-10. O ritual da procura, na biblioteca, de um volume da extensa obra aristotélica, imitando o gesto de Cícero, filia-nos numa tradição de leitura e interpretação tão antiga como o próprio filósofo. E lê-lo é, ainda hoje, um desafio. Séculos de leitores e exegetas reconhecem a complexidade do seu pensamento, debatendo-se por o esclarecer e traduzir; a sua dificuldade, o carácter obscuro de muitas passagens, o nível de corrupção do texto tornaram-se desabafos «tópicos» de quem exaspera na luta constante pela aproximação ao grego, necessariamente imerso em problemas e perplexidades. Numa nota introdutória, não poderia ser nossa pretensão elencá-los, muito menos esclarecê-los 1 ; Parte da alma que move Desejo e entendimento Implicação de outras faculdades 9 10 11 A faculdade nutritiva e a sensibilidade Necessidade da faculdade nutritiva no ser vivo. Carácter necessariamente compósito do corpo do animal. Necessidade da sensibilidade no animal, e primeiramente do tacto. Necessidade do tacto, sem o qual não existem outros sentidos. Carácter necessariamente compósito do corpo do animal. Explicação teleológica dos sentidos. Necessidade da nutrição e da sensibilidade Necessidade do tacto, finalidade dos sentidos 12 13 TRADUÇÕES ANOTADAS E COMENTÁRIOS CALVO MARTÍNEZ, T., Aristóteles: Acerca del Alma, introducción, traducción y notas, Madrid, 1978.