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Nos bailes, eu era uma das mais alegres e cheias de energia. Uma noite, um primo de Sasha, um garoto jovem, me puxou de lado. Com uma expressão grave, como se fosse anunciar a morte de um companheiro querido, ele sussurrou que não convinha a uma agitadora ficar dançando. Com certeza não convinha com um tal abandono. Não era uma atitude digna para quem estava para se tornar uma força no movimento anarquista. Minha futilidade apenas mancharia a causa. Fiquei furiosa com a interferência sem pudor do garoto. Falei para ele cuidar da própria vida e disse que estava cansada de jogarem a causa toda hora na minha cara. Eu não acreditava que uma causa que defende um ideal tão lindo, o anarquismo, a liberdade e emancipação das convenções e do preconceito exigisse a negação da vida e da alegria. [...] Se fosse isso, eu não o queria. Eu quero a liberdade, o direito à livre-expressão, o direito de todos às coisas bonitas e radiantes!
Resultado parcial de um projeto de pesquisa em desenvolvimento, sobre corpo, identidade, consumo e publicidade, intitulado: Fanáticos na Pele, este artigo aponta para algumas reflexões sobre as tatuagens dos torcedores de futebol inspiradas em jogadores e seus respectivos clubes e a construção de identidades midiáticas associadas à publicidade, considerando-se a redescoberta do corpo com grande potencial de consumo e resistência social. Foram levados em consideração os aportes teóricos de publicização com Casaqui, de linguagem discursiva com Braga e os estudos corporais com Le Breton, entre outros. A partir de um levantamento sobre tatuagens presente nas mídias digitais, verifica-se a previsibilidade do repertório das tatuagens, pois são elementos imagéticos dos times reconhecidos no âmbito esportivo, e registram figuras e jogadas dos atletas que reforçam signos apaixonantes. Surgindo assim, um segmento de consumo contemplado pela publicidade e que legitimam os corpos na atualidade. Palavras-chave: Torcedor de futebol. Identidade. Resistência. Consumo. Corpo. Parcial result of research project (still in development), on the male body identity, consumerism and publicity, under entitled Skin Fanatics, this paper indicates some reflections on the tatoos of soccer fans inspired by soccer players and their respective clubs and the building of mediatic identities associated to publicity, considering the rediscovery of the body with great comsumption power and social resistance. For such, we have taken into account theoretical studies by Casaqui, in terms of publicizing, Braga, with discursive language and body studies by Le Breton, among others. From a research on tatoos in digital media, we verify the predictable indigital media of the tatoo repertoire, once they are imagetic elements of teams that are recognized in the sports area, and they register pictures and moments of the athletes that reinforce passionate ideas. As a result, we face a consumption segment regarded by publicity and it validates contemporary bodies.
2021
O artigo investiga a transformação do banheiro, tradicionalmente dividido em dois gêneros, em um espaço “unissex” durante o efêmero período das escolas ocupadas por estudantes em 2016. A escrita analisa as práticas discursivas presentes nos banheiros públicos como uma silenciosa tecnologia de gênero, que coloca em ação várias práticas do dispositivo da sexualidade e do gênero. Finalmente, diante da vigilância panóptica e da governamentalidade desse espaço de gestão do lixo corporal, percebe-se, em contrapartida, o agir político de corpos resistentes aos movimentos de normalização e ajustamento cis-heterorreguladores de uma possível pedagogia do banheiro.
Este trabalho busca uma reflexão sobre o The Venus of Willendorf Project de Brenda Oelbaum que parece integrado na discussão contemporânea sobre as práticas e representações corporais. A artista esculpe formas femininas rotundas com páginas de livros sobre dietas. Os resultados demonstram a potência artística na luta contra a hegemonia e aparente e contínua padronização de corpos na contemporaneidade.
Resumo: Segundo os dicionários, desbundar é perder o auto-controle, perder as estribeiras, tirar o disfarce, causar espanto e impacto. Daí a possibilidade de relacionar o desbundado e o louco, o alienado e o vagabundo. A imagem do hippie estadunidense serviu de modelo para a dicionarização do desbunde entre nós. No entanto, fazendo uso das estéticas convergentes da Tropicália, o desbundado vivia no corpo seus ideais de contracultura e de contestação dos modos de vida ocidental. Misticismo, orientalismo, terapias alternativas, psicologia corporal, sexualidade libertária e ecologia regiam a ética do desbunde. A consciência da falência dos modelos disponíveis levava o desbundado – sendo de esquerda – a questionar os procedimentos da própria esquerda. Ou seja, o desbundado era marginal por excelência, pois afrontava tanto a direita conservadora, quanto a esquerda militante; tanto o regime militar, quanto quem combatia o regime com a luta armada. Ao contrário da energia permanentemente solar imposta à imagem dos desbundados, eles pareciam agir entre aquilo que Oswald de Andrade chamou de " uma consciência participante " e " uma rítmica religiosa ". O desbunde estava intimamente relacionado à ação performativa em seu instante-já, a um jeito de corpo: de Caetano Veloso interpretando " Tenho ciúmes de tudo " na TV a Maria Alcina interpretando " Fio Maravilha " no Macanãzinho. Passando pelos amalgamas de gênero e sexo dos Dzi Croquettes e dos Secos e Molhados. No Brasil, desbundar é resistir, é engendrar gestos artísticos antiprovincianos e lutar contra a mentalidade conservadora e domesticadora dos corpos. O desbundado faz do desbunde a crítica: a crítica como resistência, a resistência como desvio, o desvio como enfrentamento. Palavras-chave: desbunde, corpo, canção, contemporâneo É fatal ser um homem ou uma mulher pura e simplesmente; é preciso ser feminil-masculino ou másculo-feminino. (Virginia Woolf) Esferas plurais de influência, luta por novos sentidos e diversidade de experiências culturais devem ser levadas em conta para pensar não só a produção, mas a circulação e a recepção de canções. (Marcos Napolitano)
Democracia Precária: Etnografias de Esperança, Desespero e Resistência no Brasil, 2021
O autor analisa a cena de “artivismo” que usa e mistura expressões artísticas, incluindo moda, arte, música, teatro e redes sociais. Essas são novas formas de expressão, que usam performance e teatro como maneiras de comentar e criticar a perceptível perda de liberdades democráticas. Nesse caso específico, trata-se de estabelecer um confronto direto com a transfobia, e o gênero, que são aqui celebrados enquanto arte política. O artigo mostra, ainda, como esse ativismo inconformado, acabou por produzir uma reação visceral em sua audiência, atuando como uma força capaz de desestabilizar modelos pretensamente estabelecidos. E tudo isso na contramão. Homofobia e transfobia são políticas centrais no governo de Jair Bolsonaro. Segundo o autor, a visibilidade da comunidade LGBT estava em alta quando Bolsonaro venceu a eleição, o que facilitou que ela se tornasse em “vidraça” e “inimiga dileta,” com o executivo investindo fortemente contra políticas por ele chamadas de “ideologia de gênero”. Esse cenário levou a um aumento no “transfeminicídio”, termo introduzido e difundido pelos grupos trans e travestis, que se refere aos altos números de morte entre essas comunidades. O artivismo denunciando esses fatos é inteiramente interseccional e se torna cada vez mais visível, a despeito da guinada conservadora vivenciada no país..
In Texto (UFRGS. Online), 2011
Análise do filme XXY a partir de reflexões dos estudos queer
Dialogos Latinoamericanos, 2000
Livro: A tirania do prazer e do corpo fragmentado em questão. Uma proposta ético-educativa num contexto pós-moderno, 2019
O presente livro, de forma sintética e simples, pre- tende criticamente, analisar a tirania do prazer e do corpo fragmentado no contexto pós-moderno e propor alguns critérios ético-educativos a serem considerados a partir deste contexto. Trata-se de um tema de extrema relevância para os dias de hoje, pois, a cultura, centralizando a atenção em apenas uma dimensão da sexualidade, ou seja, a genital, reduz o prazer apenas à sua dimensão física, omitindo a enorme gama de dimensões que estruturam e ordenam a sexualidade humana. Vivemos em um estágio da sociedade humana ocidental segundo a qual o ser humano demonstra certa dificuldade em usar sua liberdade e orientar sua corporeidade para um verdadeiro encontro amoroso. Necessita, então, urgentemente de valores éticos, de forma propositiva, para formar sua consciência e tomar suas decisões com responsabilidade diante do apressamento da vida. Queremos fazer algumas propostas que possam favorecer a humanização integral e efetiva do ser humano. Para isso, utilizamos o método de análise bibliográfica e dialogamos com autores de diversas áreas, desde a filosofia, antropologia e ética, até a da sexualidade, propriamente dita, e a da teologia. O diálogo com os diversos saberes se divide em três partes que, são, respectivamente, os três capítulos desta reflexão. O livro está estruturado em três capítulos: Gênese e características da pós-modernidade; Corpo e prazer na pós-modernidade; Uma proposta ético-educativa: para além da tirania do prazer e do corpo fragmentado.
Psicologia & Sociedade
Resumo Neste artigo trazemos a noção de errância proposta no campo da arte e da arquitetura, para fazer uma analogia do transitar no espaço urbano com o trânsito de gênero. Considerando que a errância embute uma concepção de circular pelo espaço da cidade apenas orientado pela experiência de afetação no espaço-tempo presente, discutimos a possibilidade de transitar entre masculinidades/feminilidades como um percurso corporal. Tomamos a noção de abjeção aqui para pensarmos a maneira desumanizada como essa errância é marcada, perdendo assim sua condição de alteridade. Consideramos que há um potencial transformador do trânsito corporal e, nesse sentido, o artigo propõe discutir alguns trabalhos artísticos que têm como emblema a quebra com a norma binária. Conclui que corpos errantes fazem com suas errâncias uma ruptura criativa com o instituído. Para além do gênero ancorado em padrões de azul ou rosa, uma infinita palheta de cores se abre para [trans]existências.
O presente trabalho tem como objetivo investigar a exploração do corpo – em especial o feminino – no âmbito do jornalismo impresso, com ênfase no jornalismo popular. O recorte estabelecido para a discussão se dá na forma de apresentação dos corpos femininos nas capas e a evolução do “padrão de beleza” das mulheres no âmbito do jornalismo impresso. Nesse sentido, destaca-se também a representação do corpo erotizado, como forma de atrair a atenção de um público essencialmente masculino e que se dispõe, diariamente, a “consumir” esses corpos por meio de imagens fotográficas. Além de travarmos uma discussão acerca das imagens dos corpos, valemonos também da análise dos textos que acompanham essas imagens, entendendo a importância da ancoragem entre texto e imagem na produção de sentido.
O que nos faz pensar, 2022
Our aim in this article is to illuminate the relevance and the density of the political performance of the protagonist Lysistrata in the homonymous play by Aristophanes. To do so, we will explain the assumptions of the sexual elements that permeate the lucid political tactics that this character puts into operation throughout the play. Such operation will be made in three steps. In a first moment, we will list the images-not by chance almost always sexual and sexualized-of the feminine in the play. In a second section, we will analyze what the parallelism abundantly explored by Aristophanes between the famous sex strike practiced by young married women and the occupation of the Acropolis carried out by older women means, in terms of sexual politics. Finally, we will seek to present an interpretation for the meaning of the interventions proposed and led by Lysistrata in terms of the social conditions of the historical context in which the play is set. We will conclude by developing a parallel between feminine and comic inclinations, which can only be fully realised in a peaceful environment.
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros
O artigo investiga o nexo entre corpo e liberdade como questão norteadora para pensar o racismo. Partindo das reflexões desenvolvidas por Emanuel Levinas, mostra como o antissemitismo nacional-socialista reaproveita o modelo de raça conceituado no começo da época moderna e discute as ligações entre discurso racista moderno e o mito da democracia racial no Brasil. Finalmente trata de uma possível apropriação do pensamento de Levinas no debate contemporâneo brasileiro sobre racismo.
Livro Corpo, gênero e sexualidade: memórias, lutas e insurgências nas educações , 2023
UESB e UEM; o que denota a sua representatividade no campo dos Estudos de Gênero e Sexualidade. Em detrimento da permanência da pandemia de Covid19, o evento foi realizado em formato online, no ano de 2022, contando com trinta e seis eixos temáticos para submissão de trabalhos, além de atividades de reuniões de grupos de pesquisa, lançamento de livros, apresentação de trabalhos, conferência de abertura e mesas temáticas, compostas por intelectuais do Brasil e do exterior. No âmbito deste Seminário Internacional, o Grupo de Trabalho Temático Gênero (GTT 07) do Colégio Brasileiro de Esporte (CBCE), propôs o eixo temático 30, Práticas corporais: diálogos com corpo, gênero e sexualidade, após deliberações com o seu comitê científico. O intuito deste eixo temático foi reunir pesquisas acerca dos temas gênero, e sexualidade no campo de conhecimento mais amplo da Educação Física (EF) e de áreas afins, tematizando as práticas corporais atravessadas pelo gênero e outros marcadores da diferença, tais como raça, classe, geração, regionalidade, nacionalidade, sexualidade, religião, deficiência, entre outros.
Madame Satã is no doubt one of the most famous representative of the "malandragem" from the first half of XX century. But the character includes, indeed, features that insert him into other categories as, black, homosexual and delinquent. This study aims to reveal a complex process that imbricates symbolic appropriation (and re-signification) of the "malandro", and the applying of biopolitical strategies over the "out of normative" bodies. The identity unfoldings of Madame Satã suggests also a political potency to be explored. Over the years, the character interpretations go from the most conservative to the most transgressors, breaking out, besides the different contexts to which they belong, the distinct aesthetical and political projects delineated. The main purpose of this work is to analyse Madame Satã's course and to promote a reflection about the power of body's instrumentalization, taking the contemporary subjectivities production as the horizon for reflection. As well as his acting age, two specific moments are analyzed: The seventies, when he was put back on the media scene and published an autobiography, and the XXI century, after the release of the film Madame Satã (2002), by Karim Aïnouz.
Revista Polis e Psique, 2012
P á g i n a | 113 melhores, devido, segundo elas, mais à atuação do movimento social do que aos aparelhos de proteção e políticas públicas estatais.
Este trabalho trata de políticas públicas e estratégias para o enfrentamento da violência sexual em diferentes conjunturas, fazendo uma análise de documentos oficiais do Brasil e de Portugal. Compreendemos a Política Pública como uma forma por meio da qual o Estado intervém na realidade com o intuito de preservá-la ou alterá-la. Compreende-se o conceito de violência sexual contra a mulher como uma expressão da violência de gênero e assume-se a noção de políticas públicas voltadas para o enfrentamento à violência sexual contra a mulher. Introdução Para falarmos de política pública é necessário considerar o problema público, pois os fins da política pública são combater, diminuir ou até mesmo resolver o problema público. " O problema público é um conceito intersubjetivo, ou seja, ele só existe se incomoda uma quantidade ou qualidade considerável de atores " (Secchi, 2016). Um problema público pode tornar-se uma agenda governamental à medida que os atores envolvidos, especialmente os afetados pelo problema conseguem se articular politicamente para pressionar os poderes públicos para a consolidação de uma política pública, seja ela um programa, projeto, orçamento, ou seja, uma intervenção direta do poder público para amenizar ou sanar o problema. Uma vez que o problema foi incluído na agenda, são realizados estudos, planejamentos e estratégias para realização da política pública de público de acordo com seus objetivos e esfera federativa (Municipal, Estadual ou Federal) responsável pela execução e acompanhamento. A constituição dos objetivos é um processo fundamental para definição dos resultados esperados da política pública. Quanto mais precisos os objetivos, mais segura será a verificação da eficácia da política pública. Por questões de saúde pública, pressão social, educação e outras razões, o enfrentamento à violência sexual é uma agenda que preocupa governos do Brasil e de Portugal. Comparar experiências de políticas públicas para esta agenda é importante para analisar as semelhanças e diferenças que este
2011
Este ensaio discute os efeitos do imperativo da beleza sobre o contexto identitário de afro-descendentes brasileiros. A partir das significações atribuídas no cotidiano às intervenções no corpo e cabelo e às diversas contribuições da mídia, defendemos que a reiteração do discurso estético hegemônico é, sobretudo, uma questão de cunho político, que apresenta como efeito imediato a produção de um ideal estético eurocêntrico às custas da abjeção do corpo negro.
Ponto de Vista, 2020
Partindo dos escritos de Preciado, este artigo propõe uma problematização contradisciplinar das representações do corpo enquanto produto epistemológico e enquanto laboratório político. A primeira parte, dedicada ao tópico central do Manifesto contrassexual (plasticidade dos sexos e sexos de plástico), discute o sentido de Natureza e a ruptura epistemológica com o discurso sobre uma ordem natural que precede e constitui o humano. A segunda parte centra-se nas noções do corpo como laboratório, introduzidas em Testo yonki. Combinando ficção autopolítica, autoteoria e ensaio corporal, Testo yonki relata um protocolo de intoxicação voluntária à base de testosterona sintética. Essa experimentação corporal, que permite a Preciado ficcionar-se como hacker-sexual ou pirata-dosexo, apresenta-se como um meio de renovação do sentido de si. No seu conjunto, este artigo pretende contribuir para uma análise preciadista de Preciado, isto é, uma análise do sujeito (biografia) que é feita a partir das próprias categorias criadas pelo autor (bibliografia), fazendo de Preciado simultaneamente fonte e objeto de teorização. Trata-se, desse modo, de um ensaio biópico, no qual procuro explorar e combinar as dimensões de produção biográfica e bibliográfica de Preciado.
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