Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
…
101 pages
1 file
Esboços, 2006
O artigo apresenta dimensões de Os parceiros do Rio Bonito, de Antonio Candido, situando sua importância nos debates sobre a formação social do Brasil, em particular o lugar histórico dos grupos populares, no conjunto de discussões sobre a modernização brasileira e as idéias de dualismo e dialética.
Letras de Hoje
O objetivo deste artigo é resgatar e analisar criticamente alguns contos de Cândida Fortes, que foram publicados em periódicos não mencionados por diversos estudiosos e biógrafos, a fim de contribuir para a sua inserção na história da literatura e para um aumento de sua fortuna crítica e biográfica. Para tanto, recorreu-se a aportes teóricos da crítica feminista e da teoria literária. A metodologia utilizada neste estudo consiste em pesquisa de revisão bibliográfica e hermenêutica literária, como suporte para a leitura dos textos. Verificou-se que a escritora contribuiu com diversos periódicos, os quais são não são lembrados pelos biógrafos, e que, apesar de raramente reconhecida como contista, possui domínio da técnica de escrever contos, empregada com maestria no que diz respeito à linguagem, ao tempo, ao espaço, e a outros aspectos da criação literária.
Literatura e Sociedade, 2009
na mesma cidade. 6 Um dos veículos dessa crítica sistemática foi a revista Clima (1941-1944), projetada por Alfredo Mesquita (escritor e jornalista) e Lourival Gomes Machado (sociólogo). Além deste, que era um jovem professor de sociologia na também jovem Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, participaram ativamente no trabalho da revista, Antonio Candido, na crítica literária, Alfredo Mesquita, como escritor e alguns colegas da mesma Faculdade, em outras áreas da cultura: Ruy Coelho (crítica literária, ensaios, e, na segunda fase, crítica de cinema), Décio de Almeida Prado (teatro), Lourival Gomes Machado (artes plásticas), Paulo Emílio Sales Gomes (cinema, na primeira fase), Gilda de Moraes Rocha (ficção e crítica).
françois-marie arouet (1694-1778), que assumiu posteriormente o nome de voltaire, foi lho de notário e estudou em uma escola jesuíta de Paris. O pai queria que ele se formasse em direito, mas o jovem já tinha decidido seguir uma carreira literária. Ao ser apresentado ao meio intelectual parisiense, não demorou a se notabilizar como autor de sátiras e odesreputação não muito invejável, pois a suspeita de ser o autor de uma sátira sobre o regente o levou a cumprir pena na Bastilha. Sua libertação, em 1718, coincidiu com a representação em Paris de sua primeira tragédia, Édipo, com grande sucesso, seguida da publicação do poema que escrevera na prisão, o épico nacionalista La Henriade (1723), que, aos olhos de seus contemporâneos, colocava-o ao lado de Homero e Virgílio. Após uma segunda temporada na Bastilha, Voltaire passa dois anos e meio (1726-28) na Inglaterra, retornando à França entusiasmado com a cena intelectual e com o sistema de governo mais tolerante que ali encontrara. Esse entusiasmo e sua denúncia do sistema francês de governo são apresentados em suas Letters concerning the English nation ( ), que chegaram a ser publicadas em francês no ano seguinte como Lettres philosophiques, com sua venda sendo no entanto totalmente proibida na França. Os quinze anos seguintes Voltaire passou no sítio de sua amiga Madame du Châtelet, onde escreveu suas mais populares tragédias, o Zadig, uma espirituosa novela oriental, e começou a trabalhar em Le siècle de Louis XIV. Com a morte de Madame du Chatêlet, em 1749, Voltaire se viu forçado a passar uma longa temporada na corte de Frederico, o Grande, com quem vinha se correspondendo já havia muitos anos. Ali, pôde completar sua mais importante obra histórica, os Essai sur les moeurs et l'esprit des nations [Ensaio sobre os costumes e o espírito das nações] e começar o seu Dictionnaire philosophique. Os desentendimentos com Frederico levaram Voltaire a deixar a Prússia em 1753. Mas ele não estava seguro na França. Após vagar por dois anos, estabelece-se próximo a Genebra, conseguindo por m um lar em Ferney. Foi em seus últimos e mais brilhantes vinte anos de sua vida que ele escreveu Cândido, seus diálogos e novos contos, além de publicar seu muito lido Dicionário losó co (1764) em "edição de bolso", ao mesmo tempo em que conduzia seus incessantes e vigorosos ataques contra o que denominava a "infâmia" -todas as manifestações de tirania e perseguição empreendidas por uma privilegiada ortodoxia na Igreja e no Estado. Morre aos 84 anos, após uma visita triunfal a Paris, de onde estivera exilado por tanto tempo. mário laranjeira é professor aposentado da Faculdade de Filoso a Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e tradutor de obras de loso a, literatura e ensaística francesa. Em 1997, ganhou o prêmio Jabuti pela tradução de Poetas de França hoje. Atuou como professor visitante em Toulouse, Rennes e Bordeaux, na França, e vive em São Paulo. michael wood nasceu em Lincoln, em 1936, onde se formou em gramática. Estudou francês e alemão no St. John's College, em Cambridge, e deu aulas de inglês e literatura comparada na Columbia University, em Nova York, e na Exeter University. Atualmente, é professor de inglês na cadeira Straut, em Princeton. Entre os seus livros, guram: Stendhal, America in the movies, The magician's doubts, Franz Kafka e The road to Delphi. É membro da Royal Society of Literature e da American Academy of Arts and Sciences. theo cuffe estudou em Dublin e na Sorbonne. De Saint-Exupéry, traduziu The little prince e Letter to a hostage, e de Voltaire, Micromégas and other short ctions, todos para a Penguin. Sumário Introdução -Michael Wood CÂNDIDO, OU O OTIMISMO Notas Cronologia Introdução michael wood Avisamos aos novos leitores que esta introdução deixa explícitos os detalhes do enredo. o melhor dos mundos possíveis A palavra "otimismo", usada pela primeira vez em forma impressa em 1737, representa uma posição losó ca, a a rmação de que, apesar dos erros e das aparências, a criação divina é tão boa quanto pode ser, e o subtítulo de Voltaire visa justamente a essa doutrina. Mas o jovem herói do livro é um otimista também no sentido moderno. Cândido olha para o lado ensolarado quando pode, e nenhum momento de desânimo é capaz de impedir que sua alegria inata retorne. Voltaire não lhe facilita a vida. Cândido habita um mundo estranhamente repleto de desastre, guerra e terremoto, estupro reiterado e a persistente exploração do fraco e do inocente pelo rábido e forte. Ele sofre muito e, atencioso e bom, nota as catástrofes alheias. Desesperase ao ver em Suriname um escravo que perdeu um braço num acidente num engenho de açúcar e uma perna como castigo por ter tentado fugir. O escravo é muito franco -"É a esse preço que vós comeis açúcar na Europa" (capítulo 19) -e apresenta uma das condenações mais impressionantes e inventivas do livro das práticas desumanas. Os missionários holandeses ensinaram aos escravos africanos convertidos que todos nós, negros e brancos, somos lhos de Adão e, portanto, membros da mesma família. "Ora, haveis de concordar", diz o escravo, "que não se pode tratar os parentes de maneira mais horrível." É nesse ponto -o único lugar no livro, à parte o subtítulo -que se emprega a palavra "otimismo". A abominação da escravidão, exclama Cândido, levaria até mesmo seu mestre Pangloss a renunciar à doutrina do otimismo. Cacambo, o criado de Cândido, não conhece a palavra. "O que é otimismo?", pergunta. Cândido responde que "é a fúria de sustentar que tudo está bem quando se está mal". Olha para o negro e chora. A famosa ridicularização voltairiana da doutrina segundo a qual tudo está ótimo no melhor dos mundos possíveis ataca mais sutilmente (pelo menos) três outras hipóteses mais insidiosas: a de que o pior dos mundos possíveis Falar no melhor dos mundos possíveis, como fazem repetidamente Pangloss e Cândido, é não só esposar o otimismo que venho descrevendo como comparar mundos explicitamente e dizer implicitamente que um mundo existe. "Se é aqui o melhor dos mundos possíveis", diz Cândido depois do auto de fé em que foi açoitado e Pangloss, enforcado, "o que serão os outros então?" (capítulo 6). É provável que esteja pensando na Terra inteira, mas também é possível pensar mais modestamente, como vimos. Se a Westfália é um mundo, o são igualmente outras regiões e países. Se a Europa é um mundo, também o são as Américas, e o próprio Cândido o diz: "Nós vamos para outro universo. É nesse, por certo, que tudo está bem" (capítulo 10). Como veremos, está certo e errado quanto a isso. Mas em Cândido as pessoas também são mundos, cada qual con nada num círculo de necessidade e experiência individual, e cada qual convencida precisamente do oposto à proposição de Pangloss, ou seja, de que não há mundo pior que o seu. Esse é um dos temas prediletos de Voltaire, e ele o elabora com grande entusiasmo. Cândido ca sabendo por intermédio de Pangloss do destino terrível de Cunegunda: foi estuprada e estripada por soldados búlgaros. Resulta que houve certo exagero no que se refere à estripação, já que ela sobreviveu, e mais adiante Voltaire dedica um capítulo inteiro à sua história, a qual ela conta a Cândido. Tornou-se amante do o cial superior dos estupradores, depois foi vendida a um mercador judeu que divide seus favores, ou quase favores, com um grão-inquisidor português. Cunegunda, Cândido e a velha que a acompanha acabam de jantar quando o mercador judeu chega para exercer seu direito de propriedade. Enfurecido ao ver Cândido, ele saca um punhal, mas acaba descobrindo que Cândido é ainda mais veloz com a espada e, "embora tivesse hábitos muito gentis, […] estende o israelita teso e morto no chão, aos pés da bela Cunegunda" (capítulo 9). Minutos depois, chega o inquisidor português, e Cândido, pensando rapidamente no lugar onde se encontra, entende que o melhor é matálo também. A situação dá ensejo a uma das cenas mais espetaculares de Voltaire, uma ótima sequência de réplicas absurdas. "Como zestes isso", pergunta Cunegunda, "vós que sois tão gentil, matar em dois minutos um judeu e um prelado?" (capítulo 9). É difícil imaginar uma boa resposta a essa pergunta, mas Cândido a encontra: "Minha bela moça, quando se está apaixonado, com ciúmes e fustigado pela Inquisição, a gente não se reconhece mais". O gracejo sobre a natureza amável de Cândido não é um sarcasmo, e sim uma sugestão de que ninguém é gentil o tempo todo, e também aponta mais genericamente para a possibilidade de a natureza de qualquer um ser radicalmente modi cada pelas circunstâncias. Voltaire retoma essa ideia e esse tom quando Cândido, em outro arroubo de autodefesa, mata (ou pensa que matou) o irmão de Cunegunda. Dessa vez, ele próprio é que proclama ingenuamente sua surpresa: "Sou o melhor homem do mundo, e eis aí já três homens que eu mato; e, entre esses três, há dois padres" (capítulo 15). Cândido ainda é um homem manso? Quantos assassinatos são necessários para alterar tal atributo? O mundo pessoal de Cunegunda mostra-se bastante ruim, mas ela não está livre de concorrentes, e faz algum tempo que sua companheira, a velha, vem dando a entender que também tem uma história a contar. Quando Cunegunda frisa que tem sido "tão infeliz" (capítulo 10) em seu mundo, a velha diz que já sofreu infortúnios muito piores. Cunegunda quase ri e, resvalando comicamente na vanglória do sofrimento que tanto marca o livro, se põe a multiplicar tudo por dois, em parte em prol da argumentação, e em parte, sem dúvida, porque sente que sofreu tudo duas vezes. "Ah!", disse ela, "minha boa senhora, a menos que a senhora tenha sido violada por dois búlgaros, que tenha recebido duas facadas na barriga, que tenham demolido dois dos seus castelos, que se tenham degolado diante dos seus olhos dois pais e duas mães, e que tenha visto dois de seus amados chicoteados num auto de fé, não vejo como a senhora possa me superar." (Capítulo 10) O número de búlgaros parece correto, o resto é...
mestrando em Sociologia IFCH/Unicamp GT 8: Cultura, Capitalismo e Socialismo Introdução O trabalho que pretendemos desenvolver a seguir é fruto de leituras e reflexões iniciais acumuladas para a pesquisa de mestrado em andamento. Além disso, parte do conteúdo que será desenvolvido a seguir foi trabalhado na disciplina Tópico sobre Críticas: a crítica literária no Brasil, ministrada na pós-graduação do Instituto de Estudos Literários pelo professor Antonio Arnoni Prado. Nesse artigo, trataremos da concepção de estética do crítico literário brasileiro Antonio Candido, a complexa relação que ele estabelece entre "vida social" e "obra de arte", pontuando brevemente sua crítica ao sociologismo vulgar e ao formalismo. Ao longo do texto, colocaremos em diálogo com a teoria de Candido outros pensadores que se dedicaram à crítica de arte, entre eles Georg Lukács e Theodor Adorno, observando as semelhanças e diferenças entre os três teóricos e críticos da literatura. Julgamos necessário apontar já no início do texto alguns elementos importantes para pensarmos o objeto desse trabalho, tais como, o papel cumprido por Sílvio Romero na constituição da crítica literária brasileira e alguns traços da sua influência no pensamento de Candido. O segundo elemento trata-se do debate do crítico, ensaísta e poeta Haroldo de Campos -filiado a uma escola artística de caráter mais formalista -com a teoria de Candido. Em nenhum momento -ou em raros -Candido alimentou o debate com o crítico concretista, caracterizando mais um monólogo do que propriamente uma discussão.
A Terra É Redonda, 2020
O esgotamento é uma das marcas deste estilo tardio, quando o artista (e também o pensador) se ergue como leão faminto sobre a própria obra ‘deixada para trás’ e a sacode em plena irresponsabilidade criativa, impedindo que o ruminar ciente da sociedade repouse na boa consciência da interpretação. A obra esgotada, a obra que carrega sobre si o esgotamento tardio, é aquela que, no limiar da representação, encara de modo afirmativo a parte do fim que lhe cabe. É testemunho, ainda segundo o Adorno jovem, da ‘finita impotência do eu confrontado com o ser’. Se há uma guinada em Caetano, sua base original sempre foi a de um estilo libertário, provocador, que, num primeiro momento, trouxe para o Brasil o inédito diálogo sem fronteiras com os produtos culturais do capitalismo avançado. A interação criativa do Tropicalismo com o lixo e o luxo da indústria cultural, num viés ‘pop’, lhe valeu uma prolongada polêmica com o crítico marxista Roberto Schwarz que, dentro da coerência de sua posição, não poderia ver com bons olhos a aproximação, ainda que de caráter deglutidor, com o arcaico alienado e outros ‘estilhaços’ hipermodernos que, na época, explodiam ‘sobre Copacabana’– num modo ‘superbacana’.
Livro descreve modelos econômicos de forma simplificada.
Palimpsesto, 2024
Usando como fio condutor uma comparação entre o capítulo de Formação da Literatura Brasileira (1958) sobre Memórias de um Sargento de Milícias (1852) e o ensaio Dialética da Malandragem (1993), este artigo propõe um esboço do desenvolvimento das concepções teóricas que norteiam o trabalho de Antonio Candido (1918-2017), assim como suas implicações históricas e políticas. Expandindo a discussão, procuramos em seu estudo sobre o caipira e em sua tese sobre Sílvio Romero os fundamentos de sua concepção inicial e, no recuo teórico, fruto do fechamento da janela de modernização em que elaborou a primeira parte de sua obra, a explicação para a concepção de redução estrutural que elaborou em sua maturidade.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
os efeitos das mudanças climáticas na Zambezia , 2023
Literatura e Sociedade, 2009
V. 34, Numero especial, 2011