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O Brasil não conta com dados oficiais sobre a população em situação de rua. Esta ausência prejudica a implementação de políticas públicas voltadas para este contingente e reproduz a invisibilidade social da população de rua no âmbito das políticas sociais. Para contornar esta dificuldade, este texto apresenta estimativa da população em situação de rua no Brasil utilizando-se de dados disponibilizados por 1.924 municípios via Censo do Sistema Único de Assistência Social (Censo Suas). Com base nessas informações, realizou-se um modelo linear generalizado, com a variável de resposta assumindo uma distribuição de Poisson, considerando o tamanho da população municipal como variável de exposição ao fenômeno, ou offset, para estimar a população em situação de rua para as demais municipalidades brasileiras. O modelo teórico considera variáveis de crescimento demográfico, centralidade e dinamismo urbano, vulnerabilidade social e serviços voltados à população de rua, bem como o número de pessoas em situação de rua cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (Cadastro Único). Estima-se que existiam, em 2015, 101.854 pessoas em situação de rua no Brasil. O texto se encerra recomendando que seja incentivada a realização de pesquisas municipais com a população em situação de rua nos maiores municípios e que, nos municípios menores, o desenvolvimento e a disponibilização de metodologia de diagnóstico da população de rua pode fomentar a incorporação deste segmento nas atividades locais de vigilância socioassistencial, incluindo um maior esforço de incorporação deste grupo no Cadastro Único. Palavras-chave: população em situação de rua; estimativa populacional; assistência social; vigilância socioassistencial.
RESUMO: O presente estudo tem como objetivo identificar as condições de vida e saúde de uma determinada população-moradora de rua-, bem como evidenciar sua relação com os serviços de saúde, da perspectiva dos diferentes atores sociais envolvidos. Desse modo, propõe-se fornecer subsídios para as práticas assistenciais de saúde, para a capacitação de recursos humanos e contribuir para a elaboração de políticas públicas específicas. Foram realizadas entrevistas com diferentes atores sociais envolvidos nesta situação: os moradores de rua, os profissionais de saúde, os dirigentes de organizações não-governamentais e as autoridades públicas. A falta de equipamentos sociais e de retaguarda hospitalar, a resistência dos profissionais, as normas vigentes nos serviços de saúde, a desarticulação entre as esferas de governo, tudo isso associado â violência urbana, apresentam-se como expressões da exclusão social dessa população. PALAVRAS-CHAVE: população de rua; serviços de saúde; acesso aos serviços de saúde; áreas metropolitanas.
The Homeless Population (HP) is characterized by social vulnerability that in their experience live with discrimination, prejudices and stigmas, violation of Human Rights (HR) and difficulty in accessing the public health service. Thus, this study aimed to identify the intersectoriality and insertion of HR in the management of health care in HP. This is an integrative literature review carried out in the Lilacs, PubMed, Scopus, Web of Science and PsycArticles databases based on the guiding question: How are intersectoral actions and HR inserted within health care management for the homeless population? The PICo strategy was used to survey the indexed descriptors and their respective synonyms in the Health Sciences and Medical Subject Headings Descriptors, in the languages in Portuguese, English and Spanish, in which each acronym was combined using the Boolean operator AND / OR (P AND I AND / OR Co), namely: "Health Management", "Intersectoral Collaboration", "Human Rights" and "People on the Street". As inclusion criteria, we opted for full articles, published in the three languages mentioned above, in the period between 2015 and 2020. As an exclusion, duplicate articles, and finally as eligibility, articles that addressed the intersectoriality and inclusion of HR in management the health care of the HP. The search expression was inserted in the databases, in November 2020, via CAFe access in the CAPES Journals Portal, obtaining 588 articles, of which 509 were excluded for not meeting the previously established criteria, resulting in 78 articles that were exported to the Rayyan QCRI systematic review application, for blind peer review based on titles and abstracts. And in the face of conflicts, evaluated by a third evaluator. Of these, 55 articles were excluded, as they did not meet the eligibility criterion, totaling 23 articles for full reading and, subsequently, analyzed by the MAXQDA software to categorize the core of meaning, namely: Care management to HP permeated by HR and intersectoriality, Intersectoriality as a support to the care of the HP and Violation of the HR of the HP. The intersectoral actions in the services for the care of the HP are still disjointed, which directly implies the distancing of care management in relation to the needs of the HP and exposes gaps, such as bureaucratic, inflexible services that hinder access to health, collaborating for violating their HR and dissatisfaction with their basic needs.
INTRODUÇÃO: As pessoas em situação de rua são uma parcela da população muitas vezes desconsiderada ou mal vista pelos olhares preconceituosos de muitos. Segundo Varanda e Adorno (2004) “ O sujeito em situação de rua ocupa uma posição de sem lar, sem laços e sem dignidade, sendo que o único lugar que lhe resta para tentar existir de algum modo é a rua. ”. Há uma negligência histórica para com a assistência a pessoas em situação de rua, todavia, apesar das dificuldades, também assistimos a crescente criação de dispositivos que tentam mediar o processo de vinculação e cuidado voltado a esta população. Em todos esses serviços há a presença do profissional de psicologia, que sem dúvidas apresenta grande potencialidade técnica e teórica para desenvolver intervenções produtivas. Porém a assistência a pessoas em situação de rua ainda se configura como uma área de atuação para os profissionais da psicologia bastante desafiadora devido à diversos fatores, entre eles podemos destacar as inúmeras vulnerabilidades sobrepostas que este público está exposto e a complexidade da situação de atendimento que na maior parte das vezes precisa, ao menos em um primeiro momento, acontecer na rua. Porém dentre todas as dificuldades ressaltamos que os estudantes e profissionais de psicologia também sofrem influências de uma lógica social segregacionista, preconceituosa, culturalmente construída em torno da população em situação de rua. Apoiados no conceito de imaginário coletivo e na influência que o mesmo pode desempenhar no posicionamento dos estudantes de psicologia, acreditamos que mudanças em práticas de cuidados e assistência a população em situação de rua não dependem apenas de capacitações em nível de informações, mas sim, de espaços de escuta que propicie encontros com estes imaginários e possibilite rupturas, transformações- sensibilizações e produções de novas formas de saber-fazer para a psicologia.
I ENCONTRO VIRTUAL DO CONPEDI DIREITOS HUMANOS E FUNDAMENTAIS II HORÁCIO MONTESCHIO, 2020
Sob o prisma do princípio da fraternidade no Direito brasileiro, o qual fundamenta-se, especialmente, na dignidade da pessoa humana, segundo o qual reconhece o outro como ser humano, independente das diferenças que mereça respeito sobre sua própria existência, sem deixar de responder pelos direitos e deveres, regrados pelas normas, inclusive abarcando compromissos e responsabilidades por ser sujeito de direito e viver em sociedade (OLIVEIRA; CASTAGNA, 2016, p. 40). O estudo fundamenta-se na análise das políticas governamentais e nas ações fraternas adotadas pela sociedade para auxiliar as pessoas em situação de rua no Brasil em tempos de pandemia do COVID-19. Não há no Estado brasileiro dados oficiais a respeito do número de população em situação de rua, porém, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que o Brasil tenha mais de 100 mil pessoas nessa condição (IPEA, 2017).
2018
O presente artigo aborda umas das expressoes mais extremas da questao social na contemporaneidade, asaber, a relacao entre Politicas Publicas e a pessoa em situacao de rua, constituida por sujeitos que vivemem extrema precariedade social e violacoes de sua dignidade como pessoa humana. Historicamenteexcluida e invisibilizada, a populacao de rua teve rumo modificada quando o Estado brasileiro, nobojo da implementacao das politicas sociais, garantiu, por meio do decreto lei 7.053, as bases de umapolitica publica propria, a garanti-lhes os direitos fundamentais. A pergunta que motivou a questao foi:Como se dar acesso e efetividade dessa politica? Produto de uma reflexao bibliografica e da observacaoempirica, descrita nos relatorios e no acompanhamento das discussoes do forum de rua de Fortaleza,o trabalho apresenta um panorama acerca da Politica Nacional para Populacao em Situacao de Rua edas normativas legais que lhe configuram, a partir da reflexao acerca dos limites e possibilidade ...
RAÍZES E RUMOS, 2018
O presente trabalho é um relato de experiência do Projeto de Extensão acima intitulado, desenvolvido entre março de 2017 e março de 2018. Este projeto se desenvolveu sobre a ótica da invisibilidade social que paira sobre as pessoas em situação de rua, visando garantir o direito à saúde e à dignidade social. Por meio do processo de implantação do Consultório na Rua e durante o processo de trabalho seguiu-se buscando garantir o direito ao acesso integral e longitudinal da saúde, criando vínculos entre essa população e a saúde pública de modo a restabelecer a cidadania dessas pessoas. Esse processo é complexo e longitudinal, sendo desenvolvido de forma intersetorial, a fim de garantir que a visibilidade se estenda para além da garantia da saúde e se torne uma via de acesso a todos os direitos já afirmados em Constituição Federal.
A CONVIVÊNCIA ENQUANTO MÉTODO DE PESQUISA: PISTAS SOBRE A REALIDADE DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA ATRAVÉS DA ESQUIZOANÁLISE, 2018
O presente ensaio tem como objetivo central a contextualização de algumas das especificidades no modo de ser e estar de pessoas que vivem em situação de rua na cidade de Santa Cruz do Sul (RS). Para tanto, foi utilizada a perspectiva da esquizoanálise enquanto potencialidade de pesquisa, e a partir das intervenções realizadas nas ruas do município e em um serviço público específico-que, atualmente, é referência que dispõe de cama, alimentação e banho para pessoas desabrigadas-foi identificado que o fenômeno "convivência" se configura como um elemento fundamental e integrador no que se refere aos dados encontrados que compõem algumas pistas sobre os modos de ser/estar/viver na realidade de rua.
Saberes Plurais: Educação na Saúde
Em 2022, 33,1 milhões de pessoas são atingidas pela fome, e o acesso à alimentação pela população em situação de rua é dificultado ainda mais no contexto pandêmico da COVID-19. Este artigo busca compreender como está preconizado o acesso à alimentação da pessoa em situação de rua na cidade de Porto Alegre. Trata-se de pesquisa qualitativa em que as entrevistas foram guiadas por um roteiro com questões abertas. As entrevistas aconteceram pelo método bola de neve em que cada entidade sugeriu outra para a entrevista. Assim, foram totalizadas 10 entidades relacionadas ao tema, cujos dados foram analisados por meio da análise de conteúdo. Como critério de inclusão está ‘a entidade que trabalha com população em situação de rua e alimentação em Porto Alegre’. Como resultados, evidencia-se que há quatro formas de acesso à alimentação: ações individuais, de terceiros, do Estado e de projetos sociais. Destaca-se, também, o desmonte de políticas públicas vivenciado no Brasil e a consequente au...
Enfermagem no cuidado à saúde de populações em situação de vulnerabilidade: volume 1
II capítulo tem como objetivos apresentar aspectos históricos, teóricos e práticos sobre o cuidado em saúde, mais especificamente o de enfermagem, para a população em situação de rua e oferecer recomendações para práticas de cuidado pautadas em preceitos técnicos, éticos e estéticos. SOBRE QUEM ESTAMOS FALANDO? A Política Nacional para a População em Situação de Rua define PSR como grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória (Art. 1º, § único) (1). Por suas características, perspectivas e dinâmicas diversas, as PSR encontraram nas ruas meios possíveis e alternativos para sobrevivência e convivência individual e coletiva. Convivem e sobrevivem nas/das ruas pessoas que imigraram ou estão refugiadas dos seus países, desempregadas, que receberam alta judicial ou evadiram do sistema prisional, egressas dos sistemas psiquiátrico, que usam de forma prejudicial substâncias psicoativas, vítimas de extrema pobreza, condições de miséria, violência intrafamiliar, desprovidas de vínculos afetivos fortes, entre outras (2-3) .
Resumo: O projeto tem como objetivo realizar junto aos moradores de rua um trabalho de promoção e cuidado à saúde, resinificando seus corpos, identidades e autoestima por meio de técnicas interdisciplinares, como: o teatro do oprimido, ação estética e educação popular, pois entendemos que essas populações necessitam de novas metodologias e estratégias de interação, de promoção, de educação e de atenção integral a saúde. O projeto possui três eixos de trabalho que são complementares entre si e multidisciplinares, são eles: eixo de pré-ação, eixo de ação na rua e o eixo de pós-ação.
Revista Artigos.Com , 2020
O objetivo da pesquisa foi analisar a efetivacao destas normas em relacao a esses sujeitos sociais. Mediante a uma revisao bibliografica, pode-se perceber que ha muito a ser feito no que diz respeito a colocar essas leis em pratica pois muitos moradores em situacao de rua nao procuram o sistema de saude por medo ou por se sentirem invisiveis aos olhos da sociedade. direito a saude para a populacao em situacao de rua no Brasil e produto de uma intensa militância de grupos que dao assistencia e lutam pela dignidade dessas pessoas e para que os direitos delas sejam efetivados. Para articular tal empreitada de “saude para todos”, a propria Constituicao instituiu tambem como direito fundamental o Sistema Unico de Saude (SUS), que, por meio de politicas publicas, toma decisoes politicas com o escopo de oferecer servicos a toda a populacao, inclusive aos que vivem em situacao a margem da sociedade morando na rua. Desta maneira considera-se finalmente que a implantacao da intersetorialidade...
Resumo Quais as implicações da pandemia para a população em situação de rua? Quais foram as respostas do Estado? Há um novo perfil de pessoas em situação de rua? Esses são alguns dos elementos discutidos neste artigo, cujo objetivo é debater sobre as implicações das medidas de contenção da pandemia do novo coronavírus para a vida desse grupo populacional. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, feita em dois sítios digitais no período entre março a julho de 2020, pautada pela teoria crítica. Os resultados indicam que houve crescimento dos que vivem nas ruas, e sua sobrevivência foi obstaculizada, visto a impossibilidade ou redução da realização dos trabalhos informais, sua principal fonte de sobrevivência. O Estado brasileiro ampliou o número de vagas em abrigos, criou abrigos emergenciais, instalou pias em locais públicos, todavia, tais medidas foram insuficientes para lidar com a questão. Palavras-chave: População em situação de rua. Pandemia. Papel do Estado.
Tcc, 2022
O presente trabalho tem por objetivo fazer a conceituação do que podemos entender como população de rua. Adentramos então no contexto histórico em que estas pessoas surgiram no período da Grécia Antiga, sua evolução no período da Revolução Industrial e a realidade em que se encontram nos dias de hoje. Ainda seguindo a linha de pesquisa é pontuado motivos que as levam a se encontrarem em tal situação, retratando de forma breve as violências enfrentadas por elas. Expomos acerca das leis que foram implementadas visando prestar assistência a estes cidadãos. É a partir de uma pesquisa qualitativa que o seguinte artigo apresenta dados destas populações na cidade de Teresina Piauí; capital que tem apresentado um elevado crescimento no número de pessoas que se encontram em situação de rua. Busca-se então enumerar neste trabalho sobre as políticas públicas que estão sendo implantadas pelos órgãos governamentais e instituições religiosas que visam prestar assistência a esta parcela da população que carece de ajuda.
PESQUISAS EM EDUCAÇÃO: POLÍTICAS, REPRESENTAÇÕES E PRÁTICAS, 2020
Alguns temas são mais sensíveis que outros. No caso, falar de pessoas em situação de rua traz à tona uma das situações mais claras de vulnerabilidade do ser humano, no limite, por vezes, da perda da referência do que seria dignidade social. O propósito com esse singelo texto não é solucionar – ainda que fosse o real desejo – uma problemática tão profunda, que tem marcas pessoais, sociais, econômicas, políticas e, até mesmo, culturais
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