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Financiadores e Instituicoes 30 01 2016

Saudações iniciais As minhas primeiras palavras são, naturalmente, de penhorado agradecimento à Organização deste evento, em especial à Senhora Doutora Madalena Abreu, que, arriscando lesar em muito a qualidade deste encontro, ousou convidar-me a nele participar, sabendo que sou um neófito nestas lides. Todavia, muito honrado pelo convite, tentarei não defraudar a confiança depositada. Corria o ano de 2008 quando abracei o projecto de trabalhar numa organização da Economia Social, outrora mais conhecido por terceiro sector. Desde início, fascinou-me a missão da organização: ajudar quem mais precisa, seguindo o preceito de que não saiba uma mão o que faz a outra! Com o passar dos dias e com o aprofundar dos meus conhecimentos sobre estas organizações, logo comecei a debater-me com uma questão central: procurar fazer muito com pouco e com esse pouco ganhar muito, como dizia, nas suas Cartas, o Padre António Vieira. Ora, esta questão encerra um conjunto de subquestões que é necessário conhecer: em primeiro, conhecer a cultura institucional deste tipo de organizações, desmitificando-a e consciencializando a sociedade para a sua pertinência e necessidade. Ou seja, é preciso tornar evidente o que são, quem são e o que fazem; de seguida, é imperioso também que as comunidades onde estas organizações se inserem percebam que se está viver uma profunda transformação social, sendo necessário encetar um caminho de reeducação de paradigmas; por fim, devem também as organizações da Economia Social encetar uma reflexão interna quanto aos modelos de gestão em vigor e respectivo planeamento estratégico, a fim de acompanharem as evoluções que a sociedade está a viver, procurando uma aliança proficiente entre razões ideológicas fundacionais e razões económicas actuais, na esteira da expressão de João Paulo II de que " a economia só será viável se for humana, para o homem e pelo homem ". É, pois, tempo de as organizações do sector social deixarem de ser entendidas apenas como movimentos da sociedade civil com fins eminentemente caritativos e, bem assim, como uma espécie de outsourcing do Estado para a prestação dos chamados serviços sociais, até porque o seu peso na economia geral do País começa a ser já muito significativo (cfr. Conta satélite da Economia Social).