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Linguagem e mente na Filosofia de Wittgenstein

Abstract

Argumentos, ano 7, n. 13-Fortaleza, jan./jun. 2015 195 RESUMO Este artigo pretende analisar de que modo é possível falar, em Wittgenstein, da existência de um estado interior quando adotamos os recursos expressivos da linguagem. Neste sentido, os argumentos de Wittgenstein, especialmente em Investigações Filosóficas e Últimos Escritos sobre a Filosofia da Psicologia, permitem libertar a filosofia da mente de uma compreensão que insiste em separar o físico e o mental, enquanto distintos e independentes em substân-cias e qualidades. Em linhas gerais, a primeira objeção à filosofia da mente consistiria em alegar que os modelos artificiais da cognição humana são ca-pazes de replicar características específicas da vida mental humana como, por exemplo, é o caso das qualia. Uma segunda objeção, sustentada no decorrer no artigo é clarear, por um lado, a confusão gramatical e os pseudoproblemas que são associados à expressividade das vivências interiores e, por outro, esta-belecer uma crítica ao modelo funcionalista de mente. Por fim, apontamos que a ambiguidade na expressão do conteúdo mental [ou significação do conteúdo mental] passa a residir nas sutilezas epistemológicas, e não ontológicas, da relação entre linguagem, mente e sociedade. ABSTRACT This article aims to analyze how it is possible to approach, in Wittgenstein, the existence of an inner state when we adopt the expressive resources of language. In this sense, the arguments of Wittgenstein, particularly in Philosophical Investigations and Last Writings on the Philosophy of Psychology, enable the detachment of the philosophy of mind from an understanding that insists to