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2009, Letras
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil resumo: discutimos o conceito deleuziano de máquina de guerra como elemento constitutivo do fazer literário. Entendendo que a literatura tem potência de revolução, apresentamos o livro, máquina de guerra, contra o livro, aparelho de Estado. À luz dos escritos de João Guimarães Rosa, mais especificamente da novela "Campo Geral", analisa-se a guerra entre personagens, o segredo como mobilizador e estruturador da revolução interna de Miguilim, e ainda uma aposta de que, dentro do projeto maior do autor, Corpo de Baile se configura como uma máquina de guerra contra uma possível obra mais estruturada.
Diante de regimes violentos e das catástrofes do século XX, houve uma série de tentativas de refletir e ressignificar o que era anteriormente impensável. A própria condição de representação é colocada em xeque. A obra de Svetlana Aleksiévitch, prêmio Nobel de Literatura de 2015, se insere na busca de um novo gênero literário a partir de um esgarçamento dos gêneros literários tradicionais, que não mais dão conta das exigências do novo tempo. Como testemunha do testemunho, a partir de uma construção polifônica e híbrida, as obras de Aleksiévitch se organizam através da escuta de entrevistas realizadas sobre as temáticas das obras. A criação autoral, no entanto, não é apagada, e se compõe como uma espécie de trabalho de arqueólogo, ou curador, que busca a sua matéria nos vestígios e nos restos dos arquivos. A proposta deste artigo é pensar essa nova forma de definir a literatura, bem como as especificidades da inscrição, em A guerra não tem rosto de mulher. ABSTRACT: In face of violent regimes and catastrophes in the 20th century, there have been a series of attempts to reflect about and to resignify what was previously considered unthinkable. The conditions of representation themselves are put under scrutiny. Svetlana Aleksiévitch, Nobel Prize winner in Literature in 2015, takes part in a pursuit for a new literary genre, following the exhaustion of traditional literary genres, which are no longer capable of dealing with the demands of the century. As witness to the testimony, from a polyphonic and hybrid construction, Aleksiévitch's works are organized by listening to women’s interviews on selected themes. The author's creativity, however, is not effaced, and becomes a work akin to that of an archaeologist or curator, who seeks his material in the vestiges and remains of the archive. This article reflects on these new ways in which literature can be defined, as well as the specificities ofinscription in The Unwomanly Face of War.
Este artigo pretende discorrer sobre a pertinÍncia das ideias de Frantz Fanon, defendidas em Os condenados da terra (1961), na leitura de Mayombe (1980), de Pepetela, indagando de que forma a posição ideológica do romancista, bem como a violência histórica, na confluência da guerrilha e revolução colonial, se relacionam com a construção do texto literário.
RESUMO: O estudo apresenta reflexões acerca do modelo educacional presente em “Tróia o romance de uma guerra” de Cláudio Moreno. Nesse sentido, objetivou-se identificar o modelo educativo, o modelo de educador, de educando e caracterizar os conteúdos trabalhados no processo educativo presente nesta obra. Sob a luz de alguns teóricos como: Marrou (1975); Jaeger (2003); Almeida (2012) e Queiroz (2012). Metodologicamente é uma pesquisa qualitativa de delineamento bibliográfico. A partir da análise realizada ficou-nos claro que o modelo educacional presente neste romance coincide com o modelo educacional homérico, do qual tanto os educadores como os educandos pertencem à aristocracia e os conteúdos trabalhados são técnicos, éticos e estéticos. PALAVRAS-CHAVES: História da Educação grega; Guerra de Tróia; Modelo educacional.
Organon
In this essay, we consider how war and literature can be related, inLiterary Studies. War is not only a theme, but also a formal issue. Literary genres,realism and images of death are examined as relevant aspects in this matter. Accordingto Frankfurt School, we comment texts written by Guimarães Rosa and Sérgio Chejfec,explaining how they confront images of war coming from the tradition of classical epicand conventional realism.
2020
A partir da literatura brasileira, o esboço de uma nova posicionalidade dos sujeitos e dos discursos que nos cercam e formam nossa compreensão acerca das histórias.
A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir esta distância que a literatura nos importa 2 (BARTHES).
artigos e resenhas em alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e português. Tem como objetivo divulgar a produção acadêmica recente nas áreas de estudos de línguas e literaturas estrangeiras.
Resumo O presente trabalho analisa a importância e a contribuição da literatura fantástica na formação de leitores brasileiros e traz, como problemática, a falta de interesse pela leitura. Como suporte teórico, baseamo-nos em autores como: Jaqueline Oliveira Leão, Thaís Carvalho, Rosana Rios, dentre outros, sem deixarmos de mencionar um dos nomes mais importantes desta literatura: Tzvetan Todorov. A condução deste estudo, se dará pelo viés do sobrenatural, do fantástico, da magia e do paranormal. Pois, estes elementos juntos, são capazes de induzir os leitores a um mundo onírico, despertando-lhes a imaginação, e, atraídos por isso, são capazes de ler infindáveis histórias, levando-nos a crer que essa prática de leitura possa ocorrer em outras literaturas também significativas. Resumen El presente trabajo analiza la importancia y la contribución de la literatura fantástica en la formación de lectores brasileños trayendo como problemática, la falta de interés por la lectura. Nos basamos en autores como: Jaqueline Oliveira Leão, Thaís Carvalho, Rosana Rios, sin dejarmos de mencionar uno de los nombres más importantes de esta literatura: Tzvetan Todorov. La condución de este estudio se dará por el camino de lo sobrenatural, de lo fantástico, de la magia y de lo paranormal. Pués estos elementos juntos, son capaces de inducir a los lectores al mundo onírico, atrayendo a la imaginación, y atraídos por eso, son capaces de leer infindables historias, llevándonos a creer que esa práctica de lectura pueda repetirse en otras literaturas también significativas.
Revista Acervo, 2023
Abordar a produção literária sobre o Contestado pressupõe discutir categorias como testemunho, memória e arquivo, bem como considerar o papel dos autores com relação ao passado e à história. Este trabalho mapeia o acervo literário sobre a Guerra do Contestado para identificar o que Leonor Arfuch chama de “temporalidades da memória”, mostran-do que há peculiaridades na forma de se escrever sobre um evento traumático nos períodos que lhe sucedem.
Revista Odisséia, 2023
Resumo: O artigo aborda as obras Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, A Bagaceira (1928), de José Américo de Almeida, O Quinze (1930) de Rachel de Queiroz, e Pedra Bonita (1938), de José Lins do Rego, objetivando identificar pontos em comum, como a violência compositiva da estruturação formal do sertanejo: a fome e o meio-natural e social-hostil. O estudo permite delimitar problemáticas em torno da vida no sertão que, denunciadas na obra euclidiana, são ficcionalizadas pelos romances almeidiano, queiroziano e reguiano, observando-se a relação entre a literatura e o contexto de sua criação. A abordagem possibilita vislumbrar a literatura como forma de provocar reflexões, outras percepções ante a realidade de violência com a qual os indivíduos se habituaram, podendo contribuir para alterar esse quadro, sobretudo quando se verifica, dia a dia, o número crescente das suas vítimas. Palavras-chave: Literatura e violência. Literatura e fome. Literatura e sociedade. 1 Da literatura e do direito, da violência e da fome
2020
RESUMO: Este artigo visa abordar a literatura como um direito humano, mostrando seu papel de humanização do indivíduo e de emancipação dos sujeitos, permitindo que o ser humano exista em sua completude. Para tanto, apoiados em estudos de teoria literária e obras de literatura, em especial a obra de Antonio Candido, analisaremos as esferas de atuação da literatura nos indivíduos. Primeiramente, abordaremos a esfera pessoal, em decorrência de seu caráter humanizador, em segundo, a esfera psicológica, já adentrando o papel de sublimação das pulsões da literatura e, por fim, a esfera social, evidenciando seu caráter emancipatório. Finalmente, desenvolveremos a relação do direito à literatura com o direito à educação e o direito à cultura. Buscaremos, portanto, mostrar que a literatura é essencial para que se viva de forma digna e completa, justamente por conferir ao ser humano uma parcela de sua humanidade, sendo-lhe inegável o título de direito humano. PALAVRAS-CHAVE: direito; literatura; humanização; direitos humanos; direito à literatura. 1 INTRODUÇÃO O presente artigo 3 tem como objetivo demonstrar que a literatura é um direito humano. Para sustentar essa hipótese, recorremos a obras literárias, de teoria literária e documentos jurídicos nacionais e 3 Agradecemos imensamente aos avaliadores pelas valiosas sugestões e críticas. Todos os comentários foram fundamentais para o aprimoramento do texto.
Revista Tempo e argumento, 2010
O Relíquias de Casa Velha foi o último livro organizado por Machado de Assis. Nele, o autor quis arejar sua casa ao expor as relíquias de um tempo passado, vivido e testemunhado por ele. Na leitura dos contos e dos outros textos não-ficcionais, é possível perceber uma relação entre o passado imperial e o presente republicano, época da organização do livro. Logo, esse artigo pretende discutir essa relação através de uma leitura mais atenta dos contos e problematizar os valores destacados pelo autor para seu tempo, por exemplo, patriotismo, modernidade, progresso e trabalho, e que seriam as relíquias do Império para a República.
RESUMO: O ato da escrita em Salústio revela a necessidade de exercitar o espírito e " transmitir à posteridade os feitos dignos de memória " (SALÚSTIO, 1993, p. 66). Por isso, nele unem-se o historiador e o artista, além do filósofo: a influência grega em Roma naquela época fazia-se sentir tão intensamente que era comum nobres romanos serem educados por preceptores gregos. Nisto, literatura, filosofia e história convergem, porque não se compreendiam ainda separadas, na obra deste homem público tão importante em sua época para a política e a literatura romana. Busca-se estudar a arte, o espírito e a memória sintetizados na obra escolhida, pois tais áreas atravessam um discurso comum. Justifica-se a escolha da " Guerra Jugurtina " pelo fato de nela poder-se verificar elementos caracterizadores da literatura, filosofia e história. A metodologia utilizada foi a bibliográfica. Os trabalhos de Zélia de Almeida Cardoso, Luís Costa Lima, Laura Silveira e Jacyara Ribeiro Salengue serviram de base teórico-metodológica. Na cultura latina, a literatura nem sempre pode ser claramente discernida da filosofia nem da história. Eis porque se faz imprescindível uma abordagem interdisciplinar, especialmente no estudo da obra de um autor como Salústio, ele mesmo filósofo, político, homem de letras, historiógrafo latino. ABSTRACT: The act of writing in Sallust reveals the need to exercise our spirit and "transmit to posterity the deeds worthy of memory" (Sallust, 1993, p. 66). Therefore, he unites the historian and artist, and also the philosopher: Greek influence in Rome at that time was felt so strongly that it was common that Roman nobles were educated by Greek tutors. Herein, literature, philosophy and history converge, because they are not yet understood separately, in the work of this public figure as important in his time to politics as he is to Roman literature. The aim is to study the art, the spirit and memory synthesized in the chosen work, as these areas are going through a common discourse. The choice of the "Jugurthine War" is justified by the fact that characteristic elements of literature, philosophy and history can be verified in it. Bibliographic methodology is used in this research. Works by Zelia Cardoso de Almeida, Luís Costa Lima, Laura Silveira e Jaciara Ribeiro Salengue served as theoretical and methodological basis. In Latin culture, literature cannot always be clearly discerned from philosophy or history. This is why an interdisciplinary approach is indispensable, especially in the study of the work of an author as Sallust, he himself a philosopher, a statesman, a man of literature, a Latin historian.
O presente artigo analisa o livro A literatura como arquivo da ditadura brasileira (2017), da professora da Universidade Federal Fluminense, Eurídice Figueiredo, apresentando-o como o primeiro inventário crítico do que, em Literatura e em Crítica Literária, se escreveu sobre a ditadura militar. A avaliação começa pela consideração do próprio livro e como ele responde ao conceito de “arquivo” proposto no título, bem como ao silêncio que ajuda a interromper no que diz respeito a uma compilação de tal tema dentro da crítica literária brasileira. Em seguida, considero-o dentro do cenário atual, onde a memória, convertida em produto, se torna também ela mercadoria de apelo comercial e responde à naturalizada demanda das efemérides – em 2014, completaram-se 50 anos da instalação da ditadura civil-militar brasileira. Interessa pensar como tal movimento destaca os absurdos do regime sem, entretanto, lograr a ampliação das discussões sobre os torturados e desaparecidos brasileiros. Em outras palavras, avalio como tal publicação pode colaborar na construção do imaginário coletivo, no cenário de luta de narrativas que vivemos na atualidade. Nas considerações finais, trago uma leitura do livro Dos veces junio, do argentino Martín Kohan, de modo a inseri-lo no grande Arquivo, que afigura toda a narrativa que, na América latina, aborda o tema, e, do qual, no capítulo dedicado à literatura brasileira, o livro da professora Eurídice Figueiredo é índice incontornável.
Este artigo apresenta uma breve análise diacrônica da variação –ões/-oens dentro de alguns termos militares presentes em dois manuscritos de língua portuguesa dos séculos XVIII e XIX. Para o desenvolvimento do intuito apresentado, são apresentadas aclarações sobre a importância da crítica textual na preparação dos corpora de onde foram extraídos os dados analisados.
A cartografia é a ciência que estuda a representação do espaço, cujo principal objeto de investigação é o mapa. Por sua vez, a cartografia literária é o ramo de estudos que investiga as relações dos mapas com o espaço dos textos literários. Neste artigo, é feita uma breve análise semiótica de um dos mapas da série A Guerra dos Tronos. A metodologia de análise está baseada na teoria dos signos desenvolvida por Charles Peirce. A semiótica de Peirce afirma que os mapas se constituem como um tipo especial de signo que pode revelar analogias estruturais do objeto representado. Assim, parte-se da hipótese de que os mapas literários tornam visíveis as articulações descritas na narrativa e funcionam como dispositivos de raciocínio.
A LITERATURA COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DA “NOVA HISTÓRIA INDÍGENA”, 2019
No presente trabalho é dado ênfase na utilização da literatura como ferramenta metodológica pra o ensino da nova História Indígena, mais particularmente através de uma narrativa da cosmogonia Desana, intitulado “Origem do mundo e da humanidade”, dividido em duas partes: a primeira se concentra na criação de tudo, explicando como as coisas que nos cercam apareceram, como o universo foi criado, quem teve participação nisso; e a segunda, enfatiza o surgimento da humanidade, dos homens, bem como a criação do sol e da terra e das línguas, nesse contexto.
2023
A Literatura Brasileira, ao longo de séculos, concentrou-se sob os domínios de uma minoria detentora dos poderes político, econômico e cultural do país. Este cenário contribuiu para que as dinâmicas de constituição das letras nacionais se organizassem tradicionalmente de maneira vertical e excludente. Há resistência e luta diante do estabelecido por parte daquelas e daqueles que estão à sombra do sistema e, nas últimas décadas, verifica-se, progressivamente, uma mudança estrutural da arte em questão a partir de ações individuais e coletivas destes sujeitos. Almeja-se compreender algumas das formas pelas quais as mulheres negras, especificamente, ocupam o espaço literário com o fim de reconfigurá-lo. Através de uma abordagem analítica das estratégias de Conceição Evaristo em diálogo com intelectuais que refletem sobre as temáticas étnico-raciais, como Grada Kilomba e Lélia Gonzalez, acredita-se que encontraremos caminhos que nos ajudam a reordenar o literário no Brasil de modo mais plural e colaborativo. Palavras-chave: Literatura afrolatinoamericana. Literatura brasileira contemporânea. Literatura negro-brasileira. Espaço literário. Conceição Evaristo.
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