O diálogo socrático [ 2015 ]

Diálogos, 2011

Diálogos está completando 15 anos de atividades ininterruptas em 2011. A cada ano, a Revista vem sedimentando o seu espaço no cenário científico nacional e internacional; e hoje é um dos mais importantes periódicos da área de História no Brasil. A Revista, que é publicada na versão impressa e distribuída gratuitamente para centenas de bibliotecas no Brasil e no Exterior, mantém todos os seus números disponibilizados na íntegra na internet, sendo que os artigos podem ser acessados e baixados gratuitamente. A Revista pode ser acessada pelo sítio: www.uem.br/dialogos ou pelos sítios dos mais conhecidos indexadores internacionais. Desde 1997 foram publicados 290 artigos, 58 resenhas de livros e 42 resumos expandidos de Dissertações e Teses. Dos 290 artigos publicados, 197 foram de autores brasileiros e 93 de autores estrangeiros. Os autores brasileiros são oriundos de 49 diferentes universidades brasileiras; já os autores estrangeiros pertencem a 18 países distintos. Entre os pesquisadores nacionais, os das Universidades de São Paulo (USP), Federal Fluminense (UFF), Estadual de Londrina (UEL), Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Federal da Grande Dourados (UFGD) e Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) são os que mais demandam, respectivamente, a Revista. Entre os pesquisadores estrangeiros, os autores da Argentina, Paraguai, França, Inglaterra e Estados Unidos são os que mais publicam na Diálogos, o que demonstra a boa circulação e repercussão da revista fora do país. Durante esses anos, avançamos em diversos tópicos. A Revista internacionalizou o Conselho Editorial e o Conselho de avaliadores externos. Os artigos estão indexados nas mais importantes bases internacionais. Em 2010, foi criada uma nova plataforma digital, visando melhor desempenho no fluxo de submissão, avaliação, editoração e publicação dos artigos. Com isso, todos os artigos passaram a receber o código do The Digital Object Identifier (DOI), visando facilitar a identificação digital dos artigos e textos publicados. Hoje, a Revista se enquadra em todos os critérios de classificação de periódicos de nível A, estipulado pelo Documento de Área de História da Capes. Queremos aproveitar esse espaço para agradecer todos aqueles que colaboram com a Revista nestes 15 anos, mas especialmente aos integrantes do Conselho Editorial, aos anônimos consultores externos, aos Priori Diálogos, v. 15, n. 1, p. 11-16, 2011. funcionários da Secretaria de Redação e aos ex-editores da Revista que, cada um ao seu tempo, contribuíram de forma decisiva para o sucesso da publicação. Cabe-nos, a partir de agora, como na canção de Almir Sater e Renato Teixeira, "tocar em frente". Neste número, que ora apresentamos à comunidade científica, a mesa redonda discute o tema "A história nos livros didáticos", tendo como referência a questão da Guerra do Paraguai, e de como esta guerra é interpretada em manuais escolares da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. No espaço reservado aos artigos, são quatro contribuições, todos focados no período recente. No primeiro texto, discute-se a repercussão da revolução cubana e a sua relação com o movimento comunista internacional. No segundo, a história da Ação Popular (AP) é revisitada, à luz de suas próprias experiências. No terceiro artigo, analisa-se o papel da Igreja Católica na organização do associativismo rural no Rio Grande do Sul, mas sem deixar de realizar um diálogo mais amplo com os temas nacionais. O tema das disputas políticas em torno da memória sobre a ditadura militar é o foco do quarto artigo. Na seção "Documentos", o professor Peter Johann Mainka, da Universidade de Würzburg, apresenta um balanço das reflexões da historiografia alemã sobre os documentos da Companhia de Jesus. No fim do número, há ainda três resenhas e um resumo de Dissertação. Queremos agradecer a todos os autores, avaliadores externos, revisores e os funcionários do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Estadual de Maringá, pelo empenho na realização do processo editorial, fundamentais para o sucesso da publicação deste número. Por fim, um agradecimento especial à Fundação Araucária, ao CNPq, e à CAPES que viabilizaram o suporte financeiro para tornar realidade mais uma edição da Revista Diálogos.

Unicentro, 2015

Novo livro Sociologia e Drogadição de autoria de G. Caliman e V. Pieroni. Como afirma o sociólogo BAUMAN, na sociedade de hoje as pessoas passam a valer pelo que consomem. E muitos jovens consomem estados de ânimo para enfrentar a sufocante condição na qual são impelidos ao viver nessa sociedade do consumo: como consumidores e como tal como geradores de capital e renda. Nessa sociedade é fácil adquirir a bom preço “estados de ânimo”, nas prateleiras das esquinas… O livro aborda assuntos como: Quadro teórico que interpreta as dependências; Conceitos de transgressão, de dependência e toxicodependências; O mundo das drogas e as drogas no mundo mostrando uma tipologia e suas modalidades de assunção; Adolescência: um período a risco? O controle social sobre a toxicodependência; Melhor prevenir que remediar… Enfim, 125 páginas bem densas abordando essa questão. Foi publicado para a Universidade Aberta do Brasil (UAB), dentro de um projeto da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), em que participo com bolsa da CAPES de professor pesquisador. De modo particular duas áreas conceituais estão sob análise nestas páginas: a questão do mal-estar social dos jovens que se manifesta em expressões às vezes de violência e às vezes de consumo de drogas; e o lugar da educação, entendido aqui como espaço de prevenção seja em ambientes escolares que não-escolares. No centro do objeto de pesquisa não se situa tanto o “problema das drogas”, ou “os jovens como problema”. Entendemos as manifestações de dependência de substâncias como sintomas de um mal-estar que subsiste na sociedade de hoje. Sociedades cujos filhos se drogam colhem os frutos de uma cultura subjacente às relações sociais que nela intercorrem. Se existem problemas, estes seriam encontrados nas estruturas e nas culturas violentas que se reproduzem dentro das relações que se têm desenvolvido na sociedade. Neste sentido as drogas, como também outros sintomas como as violências, são considerados aqui expressões de um mal-estar. E os jovens encontram nas drogas sua maneira de exprimir, de dizer que direitos fundamentais estão sendo negados no itinerário de quem deles precisa para responder aos desafios que a sociedade mesma impõe à infância e à adolescência.

Fundamento, 2018

A proposta do artigo é destacar as semelhanças e diferenças entre a dialética socrática e a erística, baseando-se principalmente no diálogo platônico Eutidemo. Neste diálogo, Platão tem a preocupação de retratar duas formas de discursos refutativos que concorrem como modelos pedagógicos. Por um lado, o discurso erístico cujo objetivo consiste em refutar para vencer, sem compromisso maior com a verdade e valendo-se de estratagemas capciosos. Por outro, o discurso dialético que apresenta um ideal de educação filosófica pautado pelo questionamento crítico e dedicado ao real conhecimento conceitual. Platão sustenta que apesar do vulgo identificar Sócrates com os sofistas erísticos, ele próprio, como herdeiro socrático, reconhece a diferença de métodos. Platão arquiteta esta oposição entre erística e dialética socrática através de um diálogo teatral no qual cada novo ato visa persuadir paulatinamente o leitor de que a dialética socrática é a melhor forma de educação.

Ensino, Saude e Ambiente

O objetivo deste artigo é apontar algumas contribuições de Paulo Freire, a partir de pesquisas desenvolvidas com o Timor-Leste e Brasil, além de alguns avanços para o campo da Educação em Ciências, tendo em vista uma relação com a decolonialidade e a ênfase no diálogo com as realidades locais na formação intercultural docente, bem como na abertura de trincheiras na luta contra as condições de opressão resultantes das marcas da colonialidade nos dois países. A partir do cenário em questão, as leituras freireanas, e seus desdobramentos na Educação em Ciências, foram essenciais para a compreensão do cunho assistencialista de muitas das práticas formativas propostas em solo timorense, principalmente pelas influências de países cooperantes, que variam desde os asiáticos, europeus, americanos e inclusive os do eixo Sul-Sul, tal qual o Brasil. Assim, foi possível perceber que o contexto de formação da cooperação se configurou como um ambiente em que a tensão (intercultural) se tornou essen...

Novos Estudos 86 , 2010

O artigo aborda quatro filmes biográficos brasileiro recentes - Santiago (2007), de João Salles, Acácio (2008), de Marília Rocha, Pan-cinema permanente (2008), de Carlos Nader (sobre Waly Salomão) e Vida (2008), de Paula Gaitán (sobre Maria Gladys) - buscando compreender um movimento dialógico e reflexivo semelhante que os caracteriza. Analisa-se, sobretudo, a estrutura do diálogo e os modos como as obras tecem urdiduras entre memória individual e história pública, entre os arquivos e as imagens tomadas no presente da filmagem. The article discusses four recent brazilian biographical films - João Salles' Santiago (2007), Marília Rocha' s Acácio, Carlos Nader' s Pan-cinema permanente (2008) and Paula Gaitán' s Vida (2008)- and tries to understand a same dialogical and reflexive stance that characterizes them: the dialogical structure, and the manner by which they treat the depicted character' s life story, by associating personal memory and public history, archive footage and present images.

5 Retomamos parcialmente a seguir o nosso prefácio ao número 24 da revista Signo & Seña, que inclui um dossiê sobre Análise de Discurso no Brasil (cf. Zoppi Fontana, 2013).

Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 2000

Este estudo tem a intenção de avaliar algumas características discursivas e estilísticas da composição dialógica dramática. Busca, assim, verificar a necessidade da integração de elementos extratextuais em comparação a um texto mais con·vencional, por exemplo, um romance, e a leitura da mensagem nele implícita. Nessa linha argumentativa, considera como fundamental a função textual de elementos como a representação física e expressão oral dos atores, o papel do diretor, luzes, trilha musical, espaço físico do palco e mesmo o interesse da platéia pelo texto teatral sendo apresentado.

2016

2006

Sócrates, através da dialética, tornava seus interlocutores conscientes da própria ignorância, libertando-os da ilusão de pensar que sabiam o que estavam dizendo. Assim, Sócrates lhes dava o benefício da possibilidade de buscar o verdadeiro conhecimento.

Vasconcelos, Ivar César Oliveira de; Síveres, Luiz. O diálogo: drama e contradrama da educação. In: Diálogo: um princípio pedagógico, p. 57-75, 2016