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Sobre a urgência do pensamento de Michel Foucault

Abstract

Em Introdução à analítica do poder de Michel Foucault, João Paulo Ayub procura mostrar como o conceito de poder perpassa quase toda a produção bibliográfica do filósofo francês, indo da fase arqueológica e dos estudos sobre as discursividades, às genealogias e aos complexos dispositivos de poder, que sempre estão articulados em redes e não estáticos como se queriam as teorias que viam o Estado e as instituições como “detentoras” do poder. Em uma última fase, encerrada precocemente, Foucault deu início aos estudos sobre os processos de subjetivação, em um retorno à ética grega, discutindo como os indivíduos agem sobre si mesmos através de um “cuidado de si”. Ayub ainda destrincha algumas das principais críticas ao método foucaultiano, em especial àquelas feitas por Jürgen Habermas e José Guilherme Merquior.

Key takeaways

  • passing through his genealogical method and the composition of complex apparatuses of power, always articulated in non-static networks.
  • As práticas confessionais na maioria das vezes atuam como forma de acesso a características íntimas ou não que igualmente podem entrar em conformidade ou não com as normas conservadoras que insistem nas separações e divisões dualistas fêmea-macho, homem-mulher, louco-normal, deixando as singularidades apartadas e marginalizadas; um borderline não tem espaço na sociedade, nem mesmo na prática psicanalítica tradicional (DELEUZE, GUATTARI, 1976