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Discurso amoroso ou manifestações discursivas sobre o amor?

Abstract

A versão mística clássica do mito do amor, mesmo transformada em retórica, convertida para o discurso religioso e depois ao ideal trovadoresco, manteve-se em um período de assunção. Por muito tempo, não houve diferença entre o amor – convívio de diferentes – e o amor – fusão total no absoluto. Contudo, essa primeira idéia amorosa de convívio é a que constituiu e mais influenciou nossa cultura ocidental, ao passo que sofre constante modificação na sua representação e entendimento através de diferentes discursos, o literário, o filosófico, o científico, que descem aos costumes, vulgarizam e dessacralizam o mito. Essas manifestações se convertem em meio que a sociedade oferece ao sujeito amoroso para que se reconcilie com a linguagem do Outro, por meio de narrativas de episódios românticos, ou em discursos ideologicamente neutros, que dão a última palavra quando se trata de amor e sexualidade, ensinando a amar adequadamente.