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Comentário teórico-político publicado no blog convergência.
Resumo: Este artigo tem por objetivo mostrar, a partir da concepção de Karl Marx, como se desenvolveram as noções de progresso, liberdade e sujeito ao longo da história ocidental. Segundo Marx, essas noções surgiram juntamente com a apropriação privada da Natureza, a partir da dissolução da chamada comunidade primitiva e da emergência da escravidão antiga. Essas noções continuaram a se desenvolver ao longo da Idade Média europeia e atingiram seu auge com o aparecimento do trabalhador assalariado posto pelo capitalismo moderno. O artigo pretende, ainda, mostrar a diferença entre a concepção materialista de Marx e a concepção teleológica de Hegel – que pensa a história como uma grande teodiceia rumo à liberdade e à racionalidade – e em que sentido Marx teria invertido esta concepção mistificada da história. ABSTRACT. Marx’s notions of progress, liberty and subject in History. The purpose of this article is to show, from the philosophical and dialectical conception of Karl Marx, how the notions of progress, liberty and subject have been developed throughout Western History. According to Marx, those notions arose together with the private appropriation of Nature that began with the dissolution of the so-called primitive community and the emergence of ancient slavery. These notions continued to develop along the European Middle Ages and reached their peak with the appearance of the wage worker imposed by modern capitalism. The article also aims to show the difference between Marx’s materialistic conception and Hegel’s teleological conception (which reflects about History in terms of a great theodicy moving towards liberty and rationality) and the ways by which Marx inverted this mystified conception of History. Key words: philosophy of history, progress, liberty, subject, Hegel, Marx
Revista Outubro (São Paulo), 22, 2014
Este artigo busca analisar a noção de desenvolvimento presente na obra de Karl Marx partindo de duas das interpretações mais difundidas de sua abordagem do assunto. A primeira é a interpretação que atribui a Marx uma concepção histórico-filosófica do desenvolvimento e de caráter teleológico, em que as distintas formações sociais percorreriam os mesmos estágios, de forma linear e na qual a principal tendência do capitalismo seria o nivelamento dos patamares de desenvolvimento em todo o mundo. A segunda interpretação é a que aponta uma mudança radical do autor em um momento maduro de sua evolução. Após a comparação de ambas as interpretações com algumas análises de situações concretas, com as teorias da história e da alienação, com os fundamentos da teoria do valor e com o método da crítica à economia política construídos pelo autor, apontam-se as limitações de ambas as interpretações.
Nesta apresentação busca-se analisar as principais interpretações sobre a noção de desenvolvimento existente na obra de Karl Marx surgidas no contexto do debate da Economia do Desenvolvimento (2o. pós-guerra). Para isto, busca-se comparar as proposições das duas principais interpretações existentes com algumas análises de situações concretas, com as teorias da história e da alienação, com os fundamentos da teoria do valor e com o método da crítica da economia política construídos pelo autor.
"Este estudo busca analisar a noção de desenvolvimento presente na obra de Karl Marx partindo de duas das interpretações mais difundidas de sua abordagem do assunto. A primeira é a interpretação que atribui a Marx uma concepção histórico-filosófica do desenvolvimento e de caráter teleológico, onde as distintas formações sociais percorreriam os mesmos estágios, de forma linear e na qual a principal tendência do capitalismo seria o nivelamento dos patamares de desenvolvimento em todo o mundo. A segunda interpretação é a que aponta uma mudança radical do autor em um momento maduro de sua evolução. Após a comparação das proposições de ambas as interpretações com algumas análises concretas, com as teorias da história e da alienação, com os fundamentos da teoria do valor e com o método da crítica economia política construídos pelo autor, aponta-se as limitações de ambas as interpretações. Palavras-chave: 1. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. 2. Teoria social marxista. 3. Teoria do valor.
Veras, 2021
Desde meados do século XIX, a palavra progresso assumiu a forma de pensar e agir economicamente da sociedade contemporânea. Era o início da Revolução Industrial. O pensamento positivista, cujo principal mentor teria sido o sociólogo e filósofo francês Augusto Comte, perpassa por essa postura. O progresso foi considerado a principal forma de desenvolvimento, regendo o mundo capitalista e também moldando parte das políticas dos países que adotaram o socialismo real. Para ilustrar esse tema são apresentadas partes das teses de Herman Edward Daly, crescimento sem desenvolvimento, e de Karl Heinrich Marx, crescimento com equidade social fora do capitalismo.
Iniciando seus estudos sobre Marx em 1931 por conta da curiosidade em entender melhor a crise que afetava o mundo de então, ao sociólogo e filósofo francês Raymond Aron é revelada uma teoria que se tornaria presente em suas aulas e obras. Em meio ao Marx do século XIX e aos vários marxismos presentes no século XX e, com eles, às mais diversas perspectivas acerca da história e do sistema econômico, por exemplo, Aron, em busca de um real entendimento da ideologia marxista e da própria voz do pensador alemão, coloca para si a explicação da afirmação de Marx de que ele mesmo não se considera marxista. Então, perguntar-se-ia Aron: qual seria o marxismo de Marx? Publicado em 2002, mas construído a partir das anotações feitas por Raymond Aron para a realização de seu curso sobre Marx na Universidade de Sorbonne em 1962-3 -e impossibilitado de ser publicado neste período por conta do foco de Aron em outras obras e, mais tarde, por motivos de saúde -, "O Marxismo de Marx" vem ressaltar o entendimento do pensamento de Marx para uma abordagem crítica da realidade e sua importância enquanto ideologia revolucionária. Sobre este caráter do pensamento marxiano, deve-se marcá-lo, de acordo com Aron, como intrínseco à Marx, sendo expresso por meio de sua constante busca pela verdade, justiça e libertação do ser humano. Com 24 capítulos distribuídos em pouco mais de 600 páginas, Aron realiza a análise acerca do percurso intelectual de Marx e de seu sistema 1 . Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC);
1. Essa não é uma expressão jogada ao vento: ela foi trabalhada em detalhe por Robert King Merton em Social Theory and Social Structure, Free Press, 1968, versão ampliada da original, de 1957. 2. Há quase meio século proponho que o marxismo é uma orientação sociológica geral profícua. Não obstante, defendo, também, a ideia de que a transformação do marxismo em doutrina política sabota sua utilidade. (Ver Soares, G. A. D. Marxism as a General Sociological Orientation. British Journal of Sociology. Londres, v. XIX, pp. 365-374, 1968.) 3. A base que usamos, mais atualizada, tem perto de 30 milhões de livros. valia mais
Church, Marxism, and Development, Brazilian elements The present work was elaborated in a general framework of the examination of the history of the ideas and the contemporary formation of the Christian left in Latin America and Brazil and the inflows that it suffered from developmental conjunctures. As such it was not possible to ignore the fruitful dialogue with Marxism. In this way, it observes the intolerance that marked the early times and the conjunctures that allowed an approximation. It identifies that Brazil was not a mere reflection of this process seeing in the revolution of 30 a milestone for the alteration of the strategies of the Church. The result of this effort provided the basis for future publications on some of the core political currents of the Brazilian political spectrum, the PT left, Christian democracy and labor. Keywords: Marxism. Christianity. State. Politics. Brazil.
Raízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas, 1988
Desenvolvimento sem "ismos": uma crítica ao novo-desenvolvimentismo a partir dos Grundrisse de Marx Resumo: O artigo tem por finalidade inspecionar criticamente o movimento (teórico/político) que vem se definindo como "novo-desenvolvimentista". Surgido no rescaldo do fracasso do neoliberalismo na América Latina, o novo-desenvolvimentismo pretende constituir uma "alternativa aos males do capitalismo" por meio de uma atividade estatal capaz de se conjugar harmonicamente com mercados "fortes"-isso é, definidores do norte da vida social. Apesar do apoio encontrado por essa visão mesmo em setores da sociedade tradicionalmente associados à esquerda, pretendemos aqui chamar atenção para a necessidade da crítica radical, nos valendo para isso das indicações deixadas por Marx em seus esboços da crítica à Economia Política. Palavras-chave: 1. Desenvolvimentismo. 2. Novo desenvolvimentismo. 3. Crítica da Economia Política. Development without "isms": a critique to the neo-developmentalism, based on Marx's Grundrisse Abstract: This article aims to critically inspect the (theoretical/political) movement self-called as "neo developmentalism". Appearing in the aftermath of neoliberalism's failure in Latin America, neo-developmentalism argues for an 'alternative to capitalism evils' by means of a state activity capable of harmonically connecting with 'strong' markets-i.e., markets that define the sense of social life. Although this perspective had found support among sectors of society traditionally associated with the left, our goal is to point to the need of a radical critique, and for that we used the indications left by Marx in his Grundrisse.
2018
As ideias não são autônomas, não surgem do nada; abstrair este pressuposto fundamental, é não perceber a realidade concreta dos seres humanos que as produzem. Como bem disse Marx (1986), não é a consciência dos seres humanos que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência. Nesse sentido, percebendo que as ideias, ou melhor, a consciência está condicionada ao modo de produção e reprodução da vida material dos indivíduos, como podemos apreender o significado histórico e político do Marxismo? A que(m) serve esta teoria? Partindo destas reflexões iniciais, podemos avançar no seu desenvolvimento histórico, tanto em nível geral (o marxismo) quanto em nível particular (Karl Marx e Rosa Luxemburgo), buscando uma breve síntese do legado marxista para a análise do fenômeno social e da busca pela transformação social e emancipação humana. Este é o percurso do presente escrito. À guisa de introdução O marxismo aparece como uma grande teoria de nosso tempo. Sem dúvidas, sua influência é perceptível em quase todas as ciências que tratam e se debruçam sobre os fenômenos sociais e, ao mesmo tempo, sua presença se estende também sobre os círculos militantes políticos que anseiam pela transformação social. A sua origem remonta à metade do século XIX, onde sua essência foi esboçada, sobretudo por Karl Marx, e desenvolvida e aprofundada por outros autores ao longo do século XX e XXI. Contudo, por mais que muitos grupos e indivíduos tenham se autoproclamado marxistas, poucos foram os que desenvolveram e atualizaram essa teoria. Isso se deve ao caráter de classe, perspectiva, mentalidade e, sobretudo, ao processo histórico de luta de classes e do movimento operário. Assim, a deformação, má-interpretação e a retirada do caráter revolucionário dos escritos marxistas é o
Tempo Social, 2015
Tradução do alemão de Patrícia da Silva Santos Assim como a maioria das teorias das ciências sociais, a teoria de Marx é uma teoria da evolução. Embora separe a investigação histórica relativa às lutas de classes da lógica de desenvolvimento do sistema capitalista, Marx não diferencia de modo suficientemente claro-conforme uma antiga objeção de Habermas-trabalho e interação, e, por isso, tem de assimilar a luta de classes à lógica do capital (1) (Habermas, 1967a; 1967b). Apesar de Marx em seus trabalhos históricos ter sempre entendido as grandes revoluções como revoluções jurídicas, o precedente conceitual para o primado da economia-criticado, com razão, por Habermas, Apel e muitos outrosimpede sua compreensão correta da vontade própria normativa da revolução e do papel do direito como-conforme diria Habermas-marca-passo da evolução (2) (Habermas, 1978). Embora Marx tenha reconhecido corretamente o nexo interno de diferenciação funcional e formação de classe condicionada funcionalmente, ele reduziu tal nexo ao subsistema econômico, em vez de generalizá-lo (3) (Habermas, 1981). Por fim, Marx permanece na Europa da classe trabalhadora branca. Embora tenha reconhecido-no início da global age (Bright e Geyer, 2012)-que vivíamos há muito na era do mercado mundial, da literatura universal e das revoluções mundiais, ele não tinha, contudo, nenhum conceito adequado de sociedade mundial e de globalização (4).
U m a das maiores com provações do valor científico do materialismo histórico, da teoria marxista da sociedade, é sua capacidade de aplicar-se a si mesmo: com o todas as manifes tações do pensam ento hum ano, também o marxismo é fruto de constelações históricas concretas. E revela sua vitalidade porque evo lui, se enriquece e se m odifica na tentativa in cessante de compreender e responder adequa damente aos novos problemas colocados pela evolução histórico-social. A inda são poucas, ao que eu saiba, as tenta tivas de elaborar uma história global do mar xism o à luz do próprio marxismo. A s amplas e im portantes monografias sobre períodos e au tores concretos, independentemente do seu eventual valor autônom o, são um material pre paratório indispensável, mas não anulam a ne cessidade dessa história global; uma história que, por ser marxista, não pode se limitar a re produzir a evolução das idéias, mas deve tam bém indicar as raízes sociais dessas idéias e sua influência concreta nos m ovim entos políticos e sociais que nelas se inspiram. T ão-som ente uma história desse tipo pode indicar a resposta para uma questão decisiva: o marxismo foi capaz, em suas inúmeras ramifi cações e " escolas" , em suas várias etapas e cor rentes, de se conservar ao mesmo tem po fiel aos princípios básicos do materialismo históri co e à com plexidade de uma realidade dinâmi ca e em permanente evolução? Para uma concepção dogm ática do marxis m o, uma história assim concebida seria im possível. Marx e Engels (e Lênin) já teriam for m ulado um corpo doutrinário com pleto e aca bado, que caberia aos novos marxistas apenas " aplicar" à realidade; tudo o que aparente mente diverge desse pretenso corpo acabado-definido, adem ais, de m odo estreito e dogmáti co-não passaria de " revisionism o", de aban
Boletim de Ciências Económicas, 2012
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Cadernos Cemarx, 2018
A proposta do texto é contribuir para a refl exão de como o marxismo pode subsidiar a análise das relações de gênero e sexualidade, em diálogo com algumas categorias e perspectivas desenvolvidas pelo pós-estruturalismo. Para tanto, parto do questionamento da ideia, vastamente presente na esquerda marxista, de que a luta pela diversidade sexual e de gênero é uma luta simplesmente particular e identitária. Depois, elaboro alguns apontamentos sobre como o marxismo pode colaborar para o desenvolvimento de uma análise da articulação das relações de poder e de estratégias políticas que contribuam para o avanço das lutas de sexualidade e gênero.
Hirschman and the desecration of epic development by a developmentalist. The essay presents a reading of Albert Hirschman’ work aiming at highlighting his differentiated approach to economic development while exploring the economic, social and political dimensions involved in joining economic growth and social equity. Some concepts and references gain importance in this effort such as possibilism, hidden rationalities, unbalanced growth, social conflicts, unintended consequences and open solutions. Latin American countries are the main empirical reference, with specific concerns on the food question involved in development processes.
Marx E O Marxismo, 2013
O artigo trata da dupla dimensão da concepção de "sujeito histórico" expressa por Karl Marx. Na parte inicial, o "sujeito" é discutido no sentido mais totalizante da concepção marxiana de história, enquanto no segundo momento do artigo busca-se abordar a perspectiva de Marx em relação ao papel do proletariado na revolução socialista. Ao fim, o intuito é retomar a unidade entre essas duas discussões. Para tanto, o artigo recorre aos textos de Marx e, de forma complementar, a alguns autores representativos da melhor tradição do materialismo histórico no século XX. Palavras-chave: Marx, marxismo, sujeito histórico, classes sociais Abstract The article deals with the dual conception of "subject of history" expressed by Karl Marx. In the first part, the "subject" is discussed in Marx's conception of history, while the second moment of the article aims to address Marx's perspective on the role of the proletariat in the socialist revolution. In the last part, the focus is on the unit between these two discussions. For this, the article uses the texts of Marx and, complementarily, some authors which represent the best tradition of historical materialism in the twentieth century. 1 Originalmente apresentado no evento Marx e o marxismo 2012, organizado pelo NIEP-Marx, na Universidade Federal Fluminense. * Universidade Federal Fluminense, UFF. 16 Marx e o Marxismo v.1, n.1, jul/dez 2013 Marx, o marxismo e o sujeito histórico A discussão sobre o sujeito histórico em Marx e no marxismo envolve um conjunto amplo demais de questões para que se tenha a pretensão de esgotá-la em uma intervenção rápida. Uma reflexão ainda que sumária teria que dar conta da unidade entre análise do social e ação política transformadora. Ou seja, trata--se de discutir o papel da ação humana na história, assim como de, no mesmo movimento, localizar o agente que, nas sociedades capitalistas, possua o potencial de transformá-la em direção a uma forma social totalmente distinta. Neste artigo, vou me pautar por esse tipo de divisão esquemática da exposição, tratando inicialmente do sujeito no sentido mais totalizante da concepção marxiana de história, para em seguida abordar a perspectiva de Marx em relação ao papel do proletariado na revolução socialista, esperando ao fim ser capaz de retomar a unidade entre essas duas discussões. Para tanto, vou me servir de Marx, mas também de alguns momentos do que de melhor a tradição do materialismo histórico nos legou no século XX. Sujeito histórico Conhecemos suficientemente a clássica citação de O 18 de Brumário: Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade, em circunstâncias escolhidas por eles próprios, mas nas circunstâncias imediatamente encontradas, dadas e transmitidas (Marx & Engels, 1982, p. 417).
Cuestiones de Filosofía, 2017
O presente artigo busca (re)apresentar o filósofo francês Paul-Michel Foucault, partindo do pressuposto de que o pensamento deste é, em boa parte, fruto de discussões e lutas teóricas com Karl Heinrich Marx e, principalmente, com o marxismo. Num primeiro momento, defendemos que Foucault fez uso das ideias de Marx, tendo-o como influência sobretudo durante a sua curta passagem pelo Partido Comunista. Num segundo momento, expomos alguns dos impasses com o marxismo e com o pensamento de diferentes pensadores e militantes, ditos marxistas. Por fim, parece-nos que Marx e Foucault não são filósofos para todas as estações. Embora seja sabido que o pensamento de ambos foi e é utilizado em longa escala, eles não servem para tudo! O pensamento de Foucault demonstra uma visão cristalina acerca da diferença existente entre a pessoa Marx e seu pensamento, o marxismo e os marxistas. Talvez daí venha o espanto de Foucault ao perceber que desde o início foi considerado um inimigo pelos marxistas.
2018
Orientador: Renato Peixoto DagninoDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de GeocienciasResumo: O paradigma do progresso constitui o pilar fundamental sobre o qual estão assentados os principais valores da sociedade ocidental. O processo que conduz à sua hegemonia sobre o paradigma da decadência histórica e dos ciclos recorrentes, ocorre paralelamente à consolidação do Capitalismo, e isto revela a existência de fortes vínculos entre este modo de produção e o paradigma do progresso. Primeiramente, porque o sistema capitalista tem um caráter eminentemente progressivo. A contínua introdução de inovações e as sucessivas modificações nos produtos e nos processos produtivos acaba consolidando, perante o senso comum, a idéia de um mundo em permanente evolução. São essas constantes transformações que nutrem o paradigma do progresso. Em segundo lugar, ao instalar-se, o Capitalismo rompeu com o misticismo e com o autoritarismo, que legitimavam a forma de dominaçã...
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