Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2001
…
19 pages
1 file
Versão revista (sem as referências à efemeridade do centenário) & ilustrada, com indicação das páginas do texto publicado [notas no final].
Este artigo se propõe analisar como o contexto cultural e social é refletido na produção literária de Eça de Queirós, elevando-o à categoria de autor engajado, fazendo com que sua obra de arte possa ser localizada num tempo e num estilo específico, ou seja, essa obra, também engajada, passa a ser considerada um texto clássico nos meios acadêmicos.
Eça de Queirós é um dos escritores da Literatura Portuguesa mais estudados e sobre quem mais se tem escrito, o que diz bem do valor literário e cultural da sua obra. É também um dos autores mais citados, sobretudo por políticos que gostam de ostentar a, por vezes ilusória, cultura literária e bagagem cultural, o que traduz a atualidade do escritor, homem do seu tempo mas cujas ideias o ultrapassam. Assim, falar sobre um homem e uma obra que já tanta tinta tem feito correr é tarefa ingrata mas, apesar de tudo, sempre desafiante. Por onde começar? O que dizer e selecionar entre a riquíssima miríade de temas que a obra queirosiana suscita? Como fugir à banalidade ou à repetição do já dito, quando abordamos uma obra e um escritor canónicos? Estas dúvidas assaltam-me sempre que sou desafiada a falar publicamente sobre Eça. Quando a Dra. Helena Carvalhão me dirigiu o simpático convite de vir aqui à vossa associação falar sobre Eça de Queirós, inevitavelmente pensei em Amaro Vieira, Amélia e S. Joaneira... pensei nos campos de Leiria e na sua negra Sé. Mas rapidamente concluí que este era um tema saturado, para mais sobre o qual já escrevi diversas vezes, uma delas para o jornal Notícias de Colmeias, cujo diretor me deu a honra de estar aqui entre nós.
The objective of this research is to show the legacy of Faust of Goethe in the work of Eça de Queirós,
2016
Este trabalho consta de uma investigacao sobre as memorias de leitura de pessoas idosas. Tem por objetivo resgatar as memorias de leitura dessas pessoas, atraves dos seus relatos orais, metodo que nos permite trazer a tona o processo ja vivido, oportunizande a desconstrucao de imagens prontas, instituidas socialmente. Com este estudo, procuramos responder as seguintes perguntas: Como se dava a pratica da leitura no Maranhao, entre os nascidos nas decadas de 1920 a 1950? Como era a relacao das pessoas com o livro? Havia facilidade de acesso a biblioteca? Os materiais de leitura eram obtidos atraves de emprestimo entre amigos e familiares, ou compras? Para resgatar pontos marcantes da historia cultural da leitura, contamos com a abonacao dos estudos de Bosi (1994); Certeau (1972); Chartier (1998;1996); Halbwachs (1990); Le Goff (1994); Manguel (1997), entre outros que serviram para a construcao teorica desta pesquisa. Assim, com este estudo, nas circunstâncias dos relatos orais, const...
Este material pode ser redistribuído livremente, desde que não seja alterado, e que as informações acima sejam mantidas. Para maiores informações, escreva para <[email protected]>. Estamos em busca de patrocinadores e voluntários para nos ajudar a manter este projeto. Se você quer ajudar de alguma forma, mande um e-mail para <[email protected]> ou <[email protected]> A RELÍQUIA Eça de Queirós Decidi compor, nos vagares deste verão, na minha quinta do Mosteiro (antigo solar dos condes de Lindoso), as memórias da minha vida-que neste século, tão consumindo pelas incertezas da inteligência e tão angustiado pelos tormentos do dinheiro, encerra, penso eu e pensa meu cunhado Crispim, uma lição lúcida e forte. Em 1875, nas vésperas de Santo Antonio, uma desilusão de incomparável amargura abalou o meu ser; por esse tempo minha tia, D. Patrocínio das Neves, mandou-me do Campo de Santana onde morávamos, em romagem a Jerusalém; dentro dessas santas muralhas, num dia abrasado do mês de Nizam, sendo Poncio Pilatos procurador da Judéia, Élio Lama, Legado Imperial da Síria, e J. Cairás, Sumo Pontífice, testemunhei, miraculosamente, escandalosos sucessos; depois voltei, e uma grande mudança se fez nos meus bens e na minha moral. São estes casos, espaçados e altos numa existência de bacharel como, em campo de erva ceifada, fortes e ramalhosos sobreiros cheios de sol e murmúrio, que quero traçar, com sobriedade e com sinceridade, enquanto no meu telhado voam as andorinhas, e as moutas de cravos vermelhos perfumam o meu pomar. Esta jornada à terra do Egito e à Palestina permanecerá sempre como a glória superior da minha carreira; e bem desejaria que dela ficasse nas letras, para a posteridade, um monumento airoso e maciço. Mas hoje, escrevendo por motivos peculiarmente espirituais, pretendi que as páginas íntimas, em que a relembro, se não assemelhassem a um Guia Pitoresco do Oriente. Por isso (apesar das solicitações da vaidade), suprimi neste manuscrito suculentas, resplandecentes narrativas de ruínas e de costumes...
Signótica
Este artigo visa a analisar aspectos importantes acerca da memória em Indez, em Ler, escrever e fazer conta de cabeça e no conto “Foram muitos, os professores,” de Bartolomeu Campos de Queirós. De natureza memorialística, as narrativas resgatam o período da infância do autor mineiro vivida entre as cidades de Papagaios e Pitangui. Analisamos os conceitos relacionados à Memória e aos eventos narrados pelo autor, os quais tratam de suas experiências de infância, resgatadas para produzir a escrita da sua história familiar e da coletividade em que vivia, produzindo, no tempo da escrita, uma releitura desses eventos do passado.
Revista Letras, 2014
Eduardo Lourenço, em seu artigo crítico "O tempo de Eça e Eça e o tempo", propõe que os vínculos entre a ficção eciana e a realidade Oitocentista ultrapassam o contexto histórico do século XIX e refletem, de maneira avultante, nossa condição contemporânea. Para o crítico, "Tudo quanto caracteriza hoje, noutro ritmo e com outra potência, a nossa actual civilização, já é visível e está presente no tempo em que o autor de Os maias viveu, constituindo o pano de fundo da sua experiência vital e cultural" (LOURENÇO, 2006, p. 35). Para tecer suas considerações sobre o modo como Eça de Queirós dialogava com as transformações de várias ordens que ocorriam no século XIX, Lourenço detém-se especialmente sobre os textos ficcionais produzidos pelo escritor. O objetivo deste trabalho é averiguar em que medida as proposições de Eduardo Lourenço podem ser transpostas para as produções de Eça em outros gêneros textuais, tais como crônicas e artigos jornalísticos. Para tanto, me deterei especificamente na análise dos textos escritos por Eça para os panfletos As farpas, entre 1871 e 1872, e alguns artigos publicados pelo escritor em jornais, durante a década de 1890.
2008
A pergunta “Quais os escritores que mais o influenciaram?”, Vergilio Ferreira respondeu: “Em primeiro lugar, o meu sempre admirado Eca. Nao o do adulterio, etc., como e obvio. Nem mesmo o da graca por mais fina. O outro. O que sobra ainda desses. O da palavra.” E sobre o signo de Vergilio Ferreira que comeco. O que faz de Eca, na apreciacao do autor de Aparicao, o seu “sempre admirado Eca”, nao sao, portanto, os enredos mais ou menos moralizadores do naturalismo, nem os vicios ironicamente retratados, ou as finas caricaturas que construiu, “pintando”, em tom sarcastico, a sociedade coeva, nem sequer sao os tipos humanos criticados em cuja imortalidade o senso comum insiste. O melhor Eca e o da palavra, pois o escritor, como observou Oscar Lopes (1999: 119), “pertence ao numero de grandes artistas que mais modelaram a lingua literaria portuguesa, [...]”. Interrogado, no centenario da morte do escritor, sobre o que faz a actualidade de Eca de Queiros, Carlos Reis escreve: “A questao e...
Resumo: Neste texto, percorrendo um itinerário reflexivo sinalizado pelas legendas que percorrem a obra de alguns destacados autores portugueses, analisa-se a forma diversificada como a leitura de um texto se desenvolve, dissolvendo a voz do autor/poeta no âmago do leitor. Desde a imagem estampada na capa, passando pelo título e pela(s) epígrafe(s), o texto se anuncia e se antecipa ao leitor, gerando uma expectativa que só se consumará através da sua leitura integral. A experiência estética do autor, que se faz representar/reconhecer através do diálogo intertextual, numa progressiva evidenciação da sua memória metamórfica, sobrepõe imagens que desencadeia um efeito de hesitação e suspensão no leitor. Dessa forma, o mundo ficcional, sinédoque e símbolo de um real envolvente, torna-se comum ao escritor e ao leitor, enredando-os num jogo de percepções e reconhecimentos, onde as suas memórias e os seus fantasmas, revelados através de uma objetiva panorâmica, afloram, o que pode tornar a ambos cúmplices ou promover o seu afastamento. Palavras-chave: Leitura. Memória. Expectativa. Literatura
Revista de Estudos Literários
Tendo começado como jornalista, Eça, durante toda a sua vida, manteve- -se sempre ligado à imprensa periódica. E assim foi que nos acenou com a perspectiva de nele procurarmos apreender continuidades entre jornalismo e ficção. O presente estudo apresenta breve exame de uma faceta dessas aludidas continuidades. Ou seja, quando procedimentos comumente associados a romances e contos são usados em textos jornalísticos, no caso, o tratamento deslizante dado a personalidades históricas e artísticas, a intervenientes políticos, tornando-os personalidades-personagens.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
Forma Breve, 2017
Eventos Pedagógicos, 2011
Anais do XXII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa – ABRAPLIP, 2009
Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, 2016
e-cadernos CES , 2019
Revista Internacional Educon
DESAFIOS: Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins, 2016
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), 2015
Cadernos de literatura comparada, 2021
Research, Society and Development
Anais Leirienses - Estudos e Documentos, 2020
História da Historiografia, 2015