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A Psicologia da dominação

Abstract

O presente artigo tem como objetivo construir um esboço sobre a função da psicologia apontando qual seu real interesse desde sua chegada em solo brasileiro até o surgimento da psicologia comunitária nos anos 90. Analisamos diversos teóricos para tentar construir um modo de compreensão sobre as implicações da psicologia na contribuição que esse saber oferece a classe dominante. Em nossa reflexão apontando para quais interesses e interesses de quem a psicologia defendeu. Traçamos uma análise critica que argumenta a psicologia como saber que centra-se em controlar o comportamento humano e imputar-lhe responsabilidade naturalizando questões que legitimem contextos de opressão, exploração e espoliação. Argumentamos que a psicologia não pensa em transformar a sociedade em beneficio da maioria da população, mas estagna seu desenvolvimento nesse sentido e desenvolve-se cada vez mais em sentido cientifico estrito com objetivo de manter o status quo, pois é nessa concepção de desenvolvimento que a mesma tem sua gênese. Defendemos que a psicologia é um saber implantado no Brasil por sua capacidade de ajustamento e que essa percepção dos governos acerca do instrumento cientifico psicológico foi um facilitador em sua difusão em um solo fértil que desejava emergir enquanto autônomo. O presente artigo oferece uma possibilidade argumentativa acerca de como a psicologia é um saber genuinamente policialesco e tendencioso e busca ser um facilitador no processo de reflexão e na descoberta de novas possibilidades práticas, teóricas e epistemológicas acerca do assunto.