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Dissertação de Mestrado, 2022
No ponto exato em que o riso e o absurdo da vida se chocam, tem sua gênese a obra Glória (2012), de Victor Heringer. Trata-se de um romance sobre o desgosto, sobre o riso e, como o título sugere, sobre a glória. Esta dissertação, então, surge como uma reflexão a respeito desses mesmos três pontos, partindo, principalmente, da pesquisa do riso e de suas funções, passando por Bergson (2018), Weems (2016), La Taille (2014), Minois (2003), Eagleton (2020), entre outros autores de áreas como literatura, sociologia, filosofia, psicologia, neurologia e história, para poder observar tal fenômeno tanto na narrativa quanto em certos aspectos da vida real. Por outro lado, temos o desgosto, uma espécie de metáfora que oscila entre o suicídio e a melancolia e que é analisada a partir de uma perspectiva pautada principalmente na filosofia do absurdo teorizada por Camus (2010), mas também com o auxílio de Kierkegaard (1979) e Solomon (2014). A partir disso, temos a análise da glória, que, além de conceituada em seus sentidos e implicações na realidade, sendo observada à luz do riso e do absurdo, também é metaforizada no espaço, por meio do bairro da Glória no Rio de Janeiro, onde se passa grande parte da narrativa. Por fim, esses três pilares da dissertação são investigados, a partir dos estudos de Booth (1980) e de Heringer (2014), na voz do narrador, por se tratarem de elementos norteadores, materializando o conteúdo da obra em sua própria estrutura e influenciando nossa percepção acerca deles. Tendo em vista a profundidade com que a obra aborda os assuntos mencionados, discutindo-os em diferentes camadas, imergindo seus personagens nos temas, fazendo-os discutir sobre isso, narrando as situações de modo ora cômico, ora reflexivo e, inclusive, metaforizando tudo isso de diferentes maneiras, pareceu-nos acertado e justificado lançar sobre Glória a luz dos estudos acadêmicos para, não apenas explicar a sua filosofia, mas aprender com ela.
2025 "O riso tem como causa o sangue que, vindo da cavidade direita do coração pela veia arterial e enchendo de súbito e repetidas vezes os pulmões, obriga o ar que eles encerram a sair com impetuosidade pela laringe, provocando sons inarticulados e vibrantes; e tanto os pulmões a encherem-se como o ar ao sair excitam todos os músculos do diafragma, do peito e da garganta, fazendo desse modo mover os do rosto que com eles têm qualquer conexão. E é apenas esta acção do rosto com esses sons inarticulados e vibrantes que constituem o riso." (Descartes, As Paixões Da Alma, 124, p.132). "(...) Os macacos não riem o riso é próprio do homem, é sinal da sua racionalidade (...) O riso é sinal de estultícia (...) Cristo não ria (...)" (Humberto Eco, O Nome da Rosa, pp.128, 129); "(...) É claro que se ri por infinitas razões (...) há quem ria por vitalidade, quem o faça por alegria (...) e quem (...) por visão beatífica (...)" (Humberto Eco, Entre a Mentira e a Ironia, p.62). "(...) Não há cómico fora daquilo que é (...) humano (...)" (Henri Bergson, O Riso, p.14); "(...) o riso é uma das expressões mais frequentes e mais notórias da loucura (...)" (Charles Beaudelaire, Da Essência do Riso, p.17). 2 "-Voltaire dizia que o céu nos deu duas coisas como contrapeso às muitas misérias da vida: a esperança e o sono. Ele teria podido ainda acrescentar-lhe o riso (...)" (Kant, Crítica da Faculdade do Juízo, 228, p.242). É físico, inesperado, transgride, desafia, desconstrói, o que é o riso? "(...) De resto, se alguma coisa omiti, és tu, Aristófanes, que a deves completar! Todavia, se preferes louvar o deus de maneira diferente, fá-lo, já que tão depressa os soluços te passaram. -Passaram, sim, mas não sem que tivesse de usar o remédio dos espirros. Admira-me que a harmonia do corpo exija ruídos e cócegas como os espirros, porque logo que espirrei passaram os soluços. -Meu caro Aristófanesrespondeu Erixímacotoma tento no que dizes, pois provocas o riso no momento do discurso (...)" 1 . ... "Nem todos podemos ser filósofos (...) mas todos podemos rir (...)" 2 . "(...) o riso, como ensinam os teólogos, é próprio do homem (...) Cristo nunca riu (...) São Lourenço sabia (...) rir e dizer coisas ridículas (...) para humilhar os próprios inimigos (...) o que demonstra que o riso é coisa bastante próxima da morte e da corrupção do corpo (...) e devo admitir que se comportou como bom lógico (...)" 3 .
Romanische Forschungen, 2017
Defendemos, neste artigo, que muito do valor mais substancial da crítica portuguesa de todos os tempos sobre o riso e a sátira reside em textos de Eça de Queirós e de Ramalho Ortigão (que, como é bem sabido, também escrevem textos satíricos em prosa ficcional e jornalística). No seu todo, esses escritos funcionam como uma poética mais didática do que normativa e como um tratado de sociologia da sátira portuguesa, acessível a um grande público. Segundo Eça e Ramalho Ortigão, a sátira deve orientar-se pelos melhores modelos universais, de Rabelais a Boileau. Ao procurarem e ao divulgarem as leis ou as invariantes de uma sátira eticamente formada, ao detetarem os exageros e os perigos em que incorrem os satíricos, estes autores referem-se com grande clareza e profundidade à elevação e à sublimação mas também à maldição da sátira.
Contexto, 2020
RESUMO: Este artigo procura abordar o riso no terceiro capítulo do livro VI da Instituição Oratória, de Marco Fábio Quintiliano, denominado De risu, que trata de aspectos da utilização do riso no discurso oratório. Citando a obra de Marco Túlio Cícero, De oratore, no livro II (§ § 216-291) De ridiculis, Quintiliano procura explicar o empreendimento da arte do riso na Oratória. Ainda que não havendo um conjunto de regras pré-estabelecido, o riso funciona, segundo os autores, nos embates, nos momentos em que o orador necessita de mais agudeza e engenho na sua argumentação. Autores como Ivan Júnior (2008, p. 17) afirmam não haver uma categorização cabal e definitiva do riso, nas obras de Cícero e de Quintiliano, dado que a matéria é flexível e aprendida pela prática e pelos exemplos, mas ambos os autores colocam o riso como ponto de apoio fundamental no âmbito da Retórica. Quintiliano acrescenta, nas suas reflexões, o uso do riso com moderação, nos discursos do orador.
COLIBRA II: CONGRESO INTERNACIONAL DE LITERATURA BRASILEÑA, 2022
“Darandina”, de Guimarães Rosa, integra a coletânea Primeiras Estórias. Dos vinte e um títulos que compõem a coletânea, um jogo especular faz de “Darandina” par homólogo de “Sorôco, sua mãe, sua filha”. Ambas as narrativas partilham da temática da loucura, cada qual sob uma ótica específica. Na perspectiva do paciente, Sorôco entrega a mãe e a filha aos cuidados do Hospital Psiquiátrico; na perspectiva do doutor, o narrador de Darandina testemunha um surto psicótico em frente ao Instituto Psiquiátrico onde trabalha. Se em “Sorôco, sua mãe, sua filha”, o povo demonstra empatia com a ruptura da família, o narrador de “Darandina” relativiza o escrutínio da razão de quem não se deixa abalar pelas sentenças do alucinado.
2013
O riso e um fenomeno cultural, nao rimos das mesmas coisas em diferentes coletividades. O riso se realiza como instrumento de catarse, permitindo a liberacao de energias reprimidas e recalcadas, revelando uma visao de mundo dos sujeitos na esfera cotidiana. Na sociedade ocidental, e possivel observar mudancas sobre as praticas em que se evidencia o riso, isto e, a escolha dos temas, a forma de sua realizacao, bem como na relacao dos interlocutores envolvidos nesta atividade. Os componentes provocadores do efeito risivel foram estudados profundamente por Bergson (1987), Bakhtin (1996) e Propp (1992). Estes autores demonstram como os aspectos comicos e humoristicos se organizam para criticar individuos, de uma forma particular, ou atacar valores ditados por uma instituicao social. A forma irreverente de lidar com realidade, presente no dominio discursivo humoristico que conhecemos hoje, esta estritamente ligada a manifestacao do riso na cultura ocidental da Antiguidade e da Idade Medi...
Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. debaixo da terra. ÊXODO ÊXODO-Cap. 20, v Cap. 20, v E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar olhar para ele. Apocalipse Apocalipse-Cap. 5 v Cap. 5 v E ouvi a E ouvi a toda a a criatura que está no céu e na terra, e debaixo da terra, debaixo da terra, e que está no mar... mar... Apocalipse Apocalipse-Cap. 5 v Cap. 5 v Apocalipse-Cap. 20 v 1, 2, 3 Apocalipse-Cap. 20 v 1, 2, 3 índice índice Assim está escrito I .
Uniletras, 2012
2013
O presente trabalho e um estudo sobre a peca teatral Auto da Compadecida , de Ariano Suassuna, e a presenca da mentira e do riso na obra. A analise da especial atencao ao impacto da mentira na narrativa, o porque da mentira ser contada e as consequencias de seu uso. Para desenvolvermos essa analise, partimos da definicao da mentira e da importância de seu uso na literatura e no teatro. Em seguida, analisamos o riso por meio da apresentacao de um pequeno trecho de sua historia dentro da literatura, e a mentira como geradora do riso dentro da peca.
TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias ISSN 2236-993, 2011
O trabalho pretende estabelecer um paralelo entre o conceito de riso e o princípio esperança de Ernest Bloch, diferenciando sua relação entre a busca da felicidade individual, tida como ideológica, enganosa e precária, e a busca da felicidade coletiva, de caráter altruísta, que apesar de utópica, é também verdadeira e real, exatamente por ser altruísta e real porque, sendo expressão coletiva, indica de modo concreto e politicamente, a possibilidade real.
A partir de uma reflexão sobre a resposta do poeta Armando Silva Carvalho (n. 1938) à questão “A poesia é uma forma de resistência?” e sobre o seu dictum “O texto não faz nem refaz o mundo”, este trabalho procura reconstituir na sua obra poética, desde o inaugural Lírica Consumível (1965), os princípios elementares que presidem ao exercício da “expressão desassossegada”, da retórica da ironia e da textualidade paródica que têm singularizado o discurso do poeta no panorama da literatura portuguesa contemporânea, exigindo ao leitor a colaboração num complexo jogo de reconstrução da intencionalidade autoral. Esta análise terá em vista um equacionamento sistemático das modulações que a razão cínica, fundada no culto da polifonia irónica, tem apresentado numa certa linhagem da poesia moderna e contemporânea que ambiciona, na síntese de Armando Silva Carvalho, “incomodar os vivos” e assim, nesta justa medida, assumir a resistência enunciativa como forma de existência poética.
Revista Eletronica De Letras, 2012
análises sobre vida e obra de Lispector, ou subsidiaram a compreensão desses mecanismos de construção discursivos acima citados e dos efeitos de sentido por eles revelados. Para nosso percurso de leitura, foram selecionados quatro dos treze contos, que compõem a obra A via crucis do corpo (1974), e que nos permitem refletir que mesmo em uma obra com temática singular como essa, Lispector mantém seu estilo de provocação e estranhamento, propondo um riso irônico acerca dos dogmas sociais instaurados.
versão original, a bolsa continha um veneno, não um sonífero, e o gato não adormecia, mas morria. Mas não gosto de brincar com a morte de um gato. * "Por mais misterioso que seja o problema corpo-mente para nós, temos sempre de nos lembrar que, para a natureza, é um problema resolvido." (N. T.
Breve amostragem da autoria feminina negra em diferentes momentos da literatura brasileira.
Kalankó Indians live in the hinterland of Alagoas and until 2003 were not recognized as indigenous by the nation-state. This is part of a historical process that seeks to erasure ethnic difference and increase territorial expropriation. They are aware about that. From Kalankó point of view, this process gave rise to what is called "Time of Struggle", when they try to organize themselves politically in order to guarantee their rights. This happens especially with the intensification of rituals and the establishment of particular behaviors, based on some emotions. This paper seeks to identify this ethic of emotions. And, moreover, analyze their importance in relation to the concept of person among them. In this context, the ritual of toré is a central living space, where subjects set values related to certain emotions and a particular style of life, called "quiet life". This style exists in contrast to the world of suffering.
Open Minds International Journal, 2023
This study deals with humor in teaching Portuguese, a Brazilian variant, for foreign learners, considering that humor is part of a discursive practice marked by culture. Thus, it aims to verify the interweaving between the linguistic, the image, the cultural and the situation of use in which the laughable humor occurs. For that, it is necessary to recover knowledge about discourse as an interactional social practice, the discursive context marked by the milestones of social cognitions, the culture printed and expressed in the language, the laughable humor related to specific, individual and social knowledge, present in the expressions polysemous lexicals. The results point to the importance of considering, in language-culture teaching, the possible relationships between image and lexical expressions to explain the multiple and polysemic values hat provoke laughter among Brazilians.
Cadernos de Tradução, ISSN 2175-7968, Florianópolis, Brasil., 2009
O propósito deste artigo é refletir sobre minha tentativa de obter o resultado cômico decorrente do embate intrínseco das diversas feições da natureza humana na versão em português do romance Reflexões do Gato Murr, de E. T. A. Hoffmann. The purpose of this article is to reflect on my attempt of getting the comic result that comes from the intrinsic conflicts of human nature within the Portuguese version of E. T. A. Hoffmann Lebensansichten des Katers Murr.
Acta Scientiarum. Education, 2010
Santo Agostinho autor de várias obras, entre elas a que originou este artigo, intitulada A Instrução aos Catecúmenos, e referenda partindo do pressuposto de que o ser humano está em peregrinação nesse mundo rumando para a Jerusalém Celeste. No livro analisado neste artigo, Santo Agostinho mostra como o catequista deve se utilizar da alegria e do riso enquanto elementos que facilitem o ensino da religião cristã aqueles e aquelas que pretendem fazer parte dela. A partir desse processo é possível perceber como o riso possui uma lógica de fundamental importância no que tange ao funcionamento das práticas sociais e culturais de um determinado grupo humano em um determinado momento histórico, servindo como ferramenta para ações práticas em torno de vários assuntos, inclusive pedagógicas. Palavras-chave: educação, história medieval, igreja católica. ABSTRACT. Religious instruction by amusement in St. Augustine. St. Augustine, the author of several books, including Instruction for catechumens, analyzed in current essay, bases his arguments on the presupposition that all human beings are on a pilgrimage towards the Heavenly Jerusalem. In the book reviewed in the present essay, Augustine shows how the catechist should use mirth and amusement as factors that facilitate the teaching of the Christian religion to people who desire to partake of the latter. Such process shows the manner amusement has a fundamentally important logic with regard to the functioning of social and cultural practices of a particular group within a given historical moment. Actually it is a tool for practical activities on several issues, especially pedagogical ones.
Fernando Pessoa: abordagens, 2021
Atmosferas, estilhaços, ruídos. Livro do Desassossego-da escrita enquanto abandono da vontade de poder Silvina Rodrigues Lopes Pessoa/ Soares desacorrentado: diegese da sensação no Livro do Desassossego Diego Giménez To be discontinued… Desassossegar Pessoa Francesca Pasciolla Atracagens A vida como sonho. Reler o onironauta Bernardo Soares à luz do "sonho lúcido" e do "yoga do sonho" Paulo Borges O desassossego e o pensamento poético-filosófico de Fernando Pessoa Gisele Batista Candido Fernando Pessoa leitor de Pascal e Novalis: estética do sonho e criação heteronímica Nuno Ribeiro Tripulantes As personae de Pessoa: a árvore genealógica britânica dos heterónimos Mariana Gray de Castro
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