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2014, Coloquio Do Museu Pedagogico Issn 2175 5493
Pierre Bourdieu concebe a escola como um instrumento de reprodução das desigualdades sociais. Por este prisma, a idéia de "escola libertadora" cai por terra. O êxito depende mais do investimento de capital de capital (social, econômico e cultural) no estudante desde o berço do que da ação escolar. A partir da noção de capital cultural bourdieusiana e dados biográficos sobre o cursus -vida escolar -de Glauber Rocha, este trabalho investiga se a aplicação desta modalidade de capital na educação de Rocha contribuiu para que ele se tornasse um cineasta de renome. E, por conseguinte, se o capital cultural acumulado por Rocha foi convertido em capital econômico, fazendo com que o artista reproduzisse os padrões econômicos familiares, conforme teoriza Bourdieu.
Novos Rumos Sociológicos
Considerando os impactos do contexto familiar e social na Educação Básica e seus resultados na vida dos alunos, objetiva - se compreender de que forma a trajetória escolar interfere na vida acadêmica no ensino superior tendo em conta o capital cultural e dem ais conceitos do sociólogo Pierre Bourdieu. Para tanto, procede-se ao estudo de caso com alunos dos cursos de graduação de Pedagogia e de Direito de uma instituição de ensino superior de Joinville, utilizando-se de questionários como instrumento de coleta de dados. Desse modo, observou-se que as realidades sociais presentes nos diferentes contextos impactam diretamente o desempenho acadêmico dos estudantes e relacionam-se com demais valores culturais de seu meio familiar.
Projeto Historia Revista Do Programa De Estudos Pos Graduados De Historia E Issn 2176 2767 Issn 0102 4442, 2010
Os arquivos audiovisuais são "lugares de memória" que conservam acervos pouco explorados pelos estudos históricos. O texto apresenta algumas possibilidades de pesquisas com acervos multimeios. Muitas vezes preservadas em cinematecas, outras vezes em arquivos pessoais, essa documentação variada foi geralmente acumulada, ao longo de anos, por personalidades ligadas à cultura de um país. Nosso texto parte da valorização desses acervos como patrimônio histórico, propondo uma análise prática de documentos em suportes variados. Nosso objetivo é cruzar os estudos da história cultural com estudos de história do cinema, considerando o patrimônio audiovisual como um objeto comum aos dois campos de pesquisa.
Estudos Teológicos
Este artigo tem como objetivo propor alternativas às difi culdades de implementação de uma agenda multicultural ao Ensino Religioso, sobretudo a partir das tensões entre os capitais culturais religiosos familiares e escolares. Para isso busca responder algumas questões: como é possível aos professores de Ensino Religioso instituir nos espaços escolares princípios multiculturais para estudantes cujos capitais culturais familiares são constituídos por uma linguagem religiosa naturalizada enquanto sistema simbólico com elementos de totalidade coerente e que absolutiza o relativo e o arbitrário? Como propor um Ensino Religioso para crianças e adolescentes com posse de capitais culturais familiares que transfiguram as instituições sociais em sobrenaturais, estruturam suas vidas a partir desses princípios e conferem às relações sociais função simbólica de conferir a ordem social seu caráter transcendente e inquestionável? Partimos do pressuposto de que o conceito de capital cultural de Pi...
VIANA, Nildo (org.). Religião e Capital Comunicacional. Rio de Janeiro: Ar Editora, 2015., 2015
O livro organizado por Nildo Viana e que conta com artigos de André de Melo Santos, Erisvaldo Pereira de Souza, Maria Angélica Peixoto e Veralúcia Pinheiro, com prefácio de Flávio Sofiatti, aborda a relação entre religião e capital comunicacional. Abaixo o texto da contracapa dessa obra e o sumário da obra. A igreja e a religião foram, no passado, tal como na sociedade feudal, as grandes influências das representações e formas de consciência da população. Na sociedade moderna, ela perde parte de sua influência e novas formas de pensamento e reprodução do mesmo ganham espaço, tais como a ciência, a escola e o capital comunicacional. O capital comunicacional (“indústria cultural”), por sua vez, emerge na sociedade capitalista e passa a ser uma das maiores forças de formação de opinião e consciência. Ao lado disso, as relações sociais na sociedade moderna são marcadas pela mercantilização, na qual tudo vai se transformando em mercadoria ou assumindo a forma de mercadoria. O próprio capital comunicacional é expressão da mercantilização da comunicação e dos meios tecnológicos de comunicação. A religião não fica imune a esse processo. Nesse contexto, a mutação da religião e de algumas igrejas se torna visível. O seu vínculo com a mercantilização se torna cada vez mais explícito e o uso do capital comunicacional é uma das formas de aliar a antiga influência com sua forma mais contemporânea. O vínculo da religião e o capital comunicacional se torna um dos fenômenos sociais mais importantes na sociedade moderna, especialmente na sociedade brasileira. O presente livro ganha importância nesse contexto, ao abordar essas “ligações perigosas”, pois revela um processo de mercantilização da religião. A relação entre capital comunicacional e religião é analisada sob vários aspectos, abordando a questão da mercantilização, do capital comunicacional, da mutação religiosa, bem como de casos específicos, tal como o uso de determinadas igrejas pelo capital comunicacional. Logo, a temática desse livro se torna fundamental para compreender a dinâmica religiosa contemporânea e sua relação com o capital comunicacional.
Manuscrítica, 2012
Estas páginas (21 e verso) fazem parte do quinto roteiro escrito por Glauber Rocha para Deus e o diabo na terra do sol (1964), cuja ubiquação é a Cinemateca Brasileira. A primeira imagem refere-se ao roteiro por ele utilizado nas filmagens (entre junho e setembro de 1963), a segunda, com desenhos, constitue instruções do diretor, muito provavelmente ao câmera e ao fotógrafo do filme (Waldemar Lima), sobre como proceder a partir do indicado no texto. Tem-se ali, entre outras informações, um rascunho do imaginado por Glauber para cada sequência-posto que praticamente todas as páginas trazem planificações iconicizadas no verso, complementadoras das idealizações inscritas nos textos verbais datilografados e manuscritos. É importante ressaltar esse ponto. O roteiro datilografado recebeu também adendos manuais do diretor. Vejamos então os planos 39 a 45 que fazem parte da sequência 8. Trata-se, na totalidade, da sequência em que Manuel é perseguido por três capangas do seu patrão, após matá-lo na feira porque estava sendo extorquido pelo Coronel. O resultado (no filme) tem neste trecho o tom de um combate entre mocinho e bandidos em um faroeste (gênero tão caro ao diretor). Atente-se para a escrita glauberiana: as orações breves, separadas por pontos-e-vírgulas; as indicações musicais e os sons de cascos vibrantes, ao lado da dramaticidade das ações, indiciam a rapidez e a violência ali previstas e que elevariam a tensão já criada com a morte do patrão. Porém, isso não é tudo e Glauber une a esses elementos outras indicações manuscritas: a sequência terá início com um travelling e será rodada a partir de um jeep enquanto os jagunços estão a cavalo; quando estes estiverem a pé, assim como Manuel, Rosa e a mãe dele, a câmera passará a ser usada na mão, acompanhando-os (e mantendo a densidade dramática). Os números indicados e cortados por um X mostram que os planos foram rodados. A lente 50 mm (ali recomendada) corresponde à visão do olho humano. Não é possível, com ela, aumentar o campo de visão distorcendo-o para os lados, como fazem as lentes menores que a 50 mm (grandes angulares e olho de peixe), e nem enxergar algo que está muito distante, como permitem as lentes superiores que a 50 mm (teleobjetivas). Um tom realista é impresso nos planos.
A noção de capital cultural impôs-se, primeiramente, como uma hipótese indispensável para dar conta da desigualdade de desempenho escolar de crianças provenientes das diferentes classes sociais, relacionando o "sucesso escolar", ou seja, os benefícios específicos que as crianças das diferentes classes e frações de classe podem obter no mercado escolar, à distribuição do capital cultural entre as classes e frações de classe. Este ponto de partida implica em uma ruptura com os pressupostos inerentes, tanto à visão comum que considera o sucesso ou fracasso escolar como efeito das "aptidões" naturais, quanto às teorias do "capital humano" 1 .
Administração de Empresas em Revista
O presente artigo tem por objetivo fazer uma análise crítica sobre a dilapidação do capital ético brasileiro e seu impacto na sociedade. Partindo dessa realidade, busca-se apresentar subsídios que possibilitem avaliar em que medida a ética e a moral podem ser resgatadas, servindo de alicerce para uma mudança de paradigma. Face ao exposto, oportuno analisar a ética e a moral como também a personalidade ética do ser humano perante a sociedade, buscando compreender os comportamentos morais dos indivíduos e suas perspectivas éticas. Palavras-Chave: Ética, Moral, Sociedade, Personalidade ética
Revista Brasileira de Educação
RESUMO Este artigo é resultado de pesquisa realizada com alunos de escola pública na comunidade da Maré, na cidade do Rio de Janeiro, de agosto de 2014 a dezembro de 2016. Os alunos selecionados possuíam histórico de notas baixas e repetência, quase todos com defasagem idade-série. A pesquisa partiu da hipótese de que a intervenção com os discentes, por meio do oferecimento de atividades culturais, valorizadas no universo educacional, poderia levá-los a melhorar o desempenho. A metodologia participante permitiu a interação entre a equipe do projeto e os educandos, de modo que se pôde confirmar a hipótese de pesquisa no decorrer do trabalho, à mediada que os alunos iam participando das atividades culturais e refletindo sobre elas. Os resultados apontaram para a estreita ligação entre o “consumo” de atividades culturais e a capacidade de interagir com os conteúdos livrescos, julgando necessária a construção de uma cidadania do acesso aos bens culturais valorizados pela escola.
Mateus Araujo. "Figurações da História no Glauber Rocha maduro". In: AGUIAR, Carolina A.; CARVALHO, Danielle C; MORETTIN, Eduardo; MONTEIRO, Lúcia R. e ADAMATTI, Margarida (Org.). Cinema e História: circularidades, arquivos e experiência estética. Porto Alegre: Sulina, 2017, p. 62-89., 2017
Compreender é primeiro compreender o campo com o qual e contra o qual cada um se fez. Pierre Bourdieu, Esboço de auto análise. O que Glauber quer? O que Glauber quer? O que Glauber quer? O que Glauber quer? Fazer onda. Abrir bate papo sobre assuntos sagrados. Demolir os figurões, os produtores boçais, os diretores comerciais, os exibidores ladrões. Discutir e achar que o cinema novo, o cinema de autor, é o que vale. Tudo o que digo pode não ter importância um mês depois, mas na hora funciona. Sempre. [...] A gente deve falar pouco, porém firme. Agora, se é para falar mesmo, tem que ser como mestre Villa: os violoncelos tudo doido, as trompas tudo alucinada, os tambores tudo correndo, os travelling, tudo montado sem continuidade. Geraldo Del Rey e (Antônio) Pitanga gritando, Waldemar no rodopio, o mar atlântico rebolando -de uma forma que quando a razão recusa, o coração aceita e perdoa. Não é assim no amor? Glauber Rocha, em depoimento a Antônio Torres para a revista Finesse , em 1964. [reproduzido no livro de crônicas Sobre pessoas, de autoria do entrevistador]
IV Encontro Brasileiro de Pesquisa em Cultura, 2016
Este artigo tem o objetivo de investigar em que medida o posicionamento político e estético do cineasta Glauber Rocha (1939 1981), um dos ideólogos do movimento do Cinema Novo, esteve sintonizado com as correntes intelectuais e militantes dos anos 1950 e 1960 que culminaram com a emergência do chamado Pensamento do Sul, sob o qual tem sido aglutinado o conhecimento e as experiências sociais produzidas no contexto do Sul Global, em oposição a um Norte hegemônico.
2016
Esta tese foi realizada com o apoio e orientação do Prof. Dr. Antônio da Silva Câmara, a quem agradeço pela dedicação e paciência em acompanhar o desenvolvimento da tese. Agradeço também aos professores Lídia Cardel e Mahomed Bamba pelas sugestões e por terem corrigido o meu percurso no trabalho. O suporte institucional da CAPES foi fundamental para o desenvolvimento da tese pelo apoio financeiro prestado ao longo do curso, em especial ao estágio realizado na França, na Université de Strasbourg, através da cooperação CAPES/COFECUB, que me permitiu o acesso aos documentos referentes à obra de Glauber Rocha, alguns somente encontrados naquele país. Por outro lado acompanhei de perto o projeto desenvolvido pela cooperação institucional, discutindo as questões sociais e ambientais do Litoral Norte da Bahia. Neste particular agradeço a professora Laurence Granchamp que orientou minhas pesquisas na França. Substancial e essencial o apoio do trabalho de pesquisa no cotidiano de Fábia Santana, pelas correções, sugestões e o auxílio nas investigações realizadas nos arquivos. Além de todo afeto, amor e segurança a mim dispensado por Fábia, fundamental no desenvolvimento da tese e por isso a quem devo muito por ter tornado minha vida feliz e encantada. Imprescindível foi a colaboração de meu pai e minha mãe, Humberto Alves Silva e Elzira Santos Silva pelo apoio afetivo e financeiro nos momentos difíceis. Neste aspecto gostaria também de demonstrar apreço e gratidão por Teresa Coelho pela a atenção em meu cotidiano. Agradeço também a Flávia Santana, Antônio Carlos Pina e Regina Okamoto pelas conversas e troca de ideias neste período de pesquisa e de elaboração da tese. Fiquei muito gratificado com as discussões "pasolinianas" compartilhadas com Fábia, Amauri Mapa e Cláudia Santos, grandes conhecedores da sétima arte. Agradeço também aos meus sobrinhos Arthur Pina, Alexandre Mapa, Nara e Yumi Okamoto pela descontração que me proporcionaram nos momentos mais árduos do trabalho. Do mesmo modo fico grato em ter conhecido a minha amiga Dominique, que acolheu a mim e a Fábia em sua confortável casa em Strasbourg e pelas "aulas" de francês que entabulávamos todas as quintas-feiras quando frequentemente nos visitava, no momento em que conseguimos alugar um apartamento. E o seu companheiro Alan muito amigável e generoso, e também Martine que nos deu uma grande atenção quando chegamos à França, nos ajudando na adaptação ao país. Agradeço enormemente a Xuxu e Isa, minhas amigas e vizinhas pelo alto astral de sempre, fazendo os meus dias em Lauro de Freitas mais alegres. Assim também os meus queridos amigos/vizinhos Elisabeth Moraes e Pedro Santana, pessoas que proporcionaram momentos prazerosos, quando era necessário descansar do trabalho árduo da escrita. Sem esquecer os debates sobre cinema no NUCLEAR fundamentais para as reflexões contidas nesta tese e por isso agradeço aos meus amigos Rodrigo,
Nos anos sessenta, cineastas argentinos, chilenos, cubanos e brasileiros, tais como Fernando Solanas, Fernando Birri, Miguel Littín, Julio García Espinosa, Tomás Gutiérrez Alea, Glauber Rocha, compartilharam um desafio comum: a criação de um novo cinema latino-americano, que fosse esteticamente original, consolidasse uma identidade própria no panorama internacional, e que tivesse como projeto subjacente a reflexão sobre os problemas peculiares à América Latina como o subdesenvolvimento, o abuso do poder, as gran-
Remate de Males, 2012
Quando alguém se coloca a refletir sobre a vida intelectual de Glauber Rocha, o mais comum é pensar na figura do cineasta. E não é por menos. Por detrás dela vislumbra-se a força das suas imagens orquestradas por uma câmera: do sertão messiânico de Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964); da tensão entre o mundo individualizado, internalizado do poeta, jornalista e militante Paulo Martins, e o mundo do seu confronto, cuja realidade conformista reina e domina o Estado entorpecido de Eldorado em Terra em Transe (1967); do "matador de cangaceiros" Antonio das Mortes, de O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969); da África de O leão de sete cabeças (Der Leone Have Sept Cabeças, 1970). E o que dizer do Di Cavalcanti construído em contexto fúnebre por Glauber, no Di (1977), e da figura de Cristo em A Idade da Terra (1980), além de tantos outros filmes e tantos outros personagens compostos pelo cineasta aqui e no exterior? A lista não para nestes exemplos e pode ser ainda espichada em um sem número de cenas e sequências captadas pela câmera nervosa que marcou a mise-en-scène de Glauber. Dito isso, não deixando de se compreender a relevância do cinema de Glauber e da crítica que ao redor dele gravita, convém salientar outro foco de possibilidades: seus escritos. O problema não é de hoje; já está disposto lá atrás. Em 1963, em função das polêmicas geradas pela publicação do livro Revisão crítica do cinema brasileiro, de Glauber Rocha, o periódico Última Hora e a Fundação Cinemateca Brasileira promoveram um debate com 322 -Remate de Males 31.1-2 alguns figurões da crítica e do cinema brasileiros de então. Interessa saber a opinião de um deles. Na ocasião, Paulo Emílio, então conservador da Cinemateca, deu uma declaração de penetrante alcance sobre o livro em debate e, mesmo anos depois, são palavras que ainda têm o mérito de nos expor as razões que justificam os estudos dos escritos de Glauber. "O livro nos interessa porque nos interessamos pela personalidade dele [Glauber Rocha], sentimos que há uma personalidade criadora que tem importância no cinema brasileiro. O tal "autor" é o próprio G.R., porque digere tudo, faz o que bem entende das coisas, não toma conhecimento das coisas como elas são. De acordo com a personalidade afirmativa que ele tem, interpreta tudo à luz dos problemas que o estão preocupando no momento. Isso é importante para a gente sentir não só os limites, mas também o interesse do livro, de que forma pode ser um livro interessante e curioso, de que ângulo muito particular pode ser levado a sério". (GOMES, 2003. p. 207). Décadas depois, Ivana Bentes, organizadora da importante obra da correspondência de Glauber Rocha, vai também apontar a relevância dos seus escritos. Por estes, visualizamos uma nova forma de abordagem de sua obra e, consequentemente, a lacuna que existe em sua fortuna crítica. Afirma, assim, Ivana Bentes: "Glauber não foi apenas um correspondente compulsivo, foi um escritor obsessivo, que passou mais tempo sobre a máquina de escrever que atrás de uma câmera. Ao nos defrontarmos com seus escritos, mais de quinhentas cartas, roteiros, poemas, ensaios, entrevistas, textos conceituais e confessionais, surge a pergunta decisiva: onde termina sua "obra" e até que ponto essa produção textual, de uma exuberância barroca, se integra a toda uma vida marcada pelo cinema? Diante desse sem-fim de papéis guardados ao longo de quase trinta anos, carregados em malas, pastas e baús pelos quatro cantos, numa errância nômade, outra questão se impõe: já é hora de tirar Glauber do "gueto" do cinema e inseri-lo na história da cultura e do pensamento contemporâneos, da qual o seu cinema faz parte". (BENTES, 1997, p. 9). Entre uma declaração e outra, passaram-se mais de três décadas. Em 1963, Paulo Emílio estava ainda diante de um jovem cineasta, autor de apenas dois filmes -Barravento e Deus e o Diabo na terra do sol. Já Ivana Bentes, em final dos anos 1990, estava diante do já mitificado autor de Terra em transe e A idade da terra. Mesmo que sejam estudiosos de diferentes épocas, um eixo, porém, parece comum às duas declarações: ambos entendem que os escritos de Glauber devam ser levados a sério para se descortinar a figura do intelectual de cultura brasileiro, que também é cineasta.
POLÍTICAS CULTURAIS NUMA SOCIEDADE DE MASSA: A LAVAGEM DO ROSÁRIO E SÃO BENEDITO 2023, NA CAPITAL DO AGRONEGÓCIO, 2024
O presente artigo parte de uma provocativa da disciplina Comunicação: Práticas e Conexões Culturais; presente no quadro de disciplinas do Programa Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea – PPGECCO - FCA/UFMT, ao 1o semestre de 2023. Neste artigo trazemos à discussão a dinâmica cultural popular, a “Lavagem do Rosário e São Benedito 2023” como um ecossistema ressonante das análises traçadas às políticas culturais latino-americanas delineadas em 1987 por Néstor García Canclini. Nosso objetivo principal é fortalecer nossa compreensão de identidades plurais autóctones, situadas para além da esfera do homem branco ocidental, encorajando o acolhimento e o fomento da continuidade de conhecimentos/epistemes/culturas ancestrais em Mato Grosso. A metodologia empregada para tal, foi a qualitativa participativa. Como resultados preliminares, visamos semear discussões acadêmicas horizontais, consequentemente, sócio-político-culturais, mais críticas da indústria cultural e dos meios de comunicação em Mato Grosso.
Revista Historiar, 2010
Este artigo pretende analisar o processo de produção do espaço urbano da cidade do Crato, desde sua origem e fundação até os dias de hoje. Procurou-se discutir a memória espacial da formação da cidade, englobando seus aspectos históricos e geográficos.
O acesso ao Ensino Superior no Brasil tem se ampliado. No entanto, a literatura aponta a persistência de padrões de desigualdade regional e socioeconômica no acesso a esse nível de ensino. O artigo analisa os determinantes do acesso ao Ensino Superior em Minas Gerais, em 2009, a partir de perspectivas teóricas que enfatizam o papel dos Recursos Familiares – sintetizados em termos de capital econômico, cultural e social – neste processo. A abordagem do trabalho concentra-se na influência do Capital Cultural Individual – os hábitos culturais dos indivíduos sobre o ingresso na educação superior. O trabalho utiliza dados da Pesquisa de Amostra de Domicílios de Minas Gerais (PAD/MG) de 2009, pesquisa amostral realizada pela Fundação João Pinheiro para testar a força explicativa das práticas culturais dos jovens sobre o acesso ao Ensino Superior.
1995
Palavras-Chave Cultura-Bourdieu Informação-Acesso Cultura-Informação Cultura-Gênero-Classe Social 1 O conceito de capital cultural Capital cultural é uma expressão cunhada e utilizada por Bourdieu para analisar situações de classe na sociedade. De uma certa forma o capital cultural serve para caracterizar subculturas de classe ou de setores de classe. Com efeito, uma grande parte da obra de Bourdieu é dedicada à descrição minuciosa da cultura-num sentido amplo de gostos, estilos, valores, estruturas psicológicas, etc.-que decorre das condições de vida específicas das diferentes classes, moldando as suas caracteristicas e contribuindo para distinguir, por exemplo, a burguesia tradicional da nova pequena burguesia e esta da classe trabalhadora. Entretanto, o capital cultural é mais do que uma subcultura de classe; é tido como um recurso de poder que equivale e se destaca-no duplo sentido de se separar e de ter uma relevância especial-de outros recursos, especialmente, e tendo como referência básica, os recursos econômicos. Daí o termo capital associado ao termo cultura; uma analogia ao poder e ao aspecto utilitário relacionado à posse de determinadas informações, aos gostos e atividades culturais. Além do capital cultural existiriam as outras formas básicas de capital: o capital econômico, o capital social (os contatos) e o capital simbólico (o prestígio) que juntos formam as classes sociais ou o espaço multidimensional das formas de poder:
Revista Contracampo, 2011
A chegada de Glauber Rocha ao Rio de Janeiro pode ser considerada um marco para as movimentações do Cinema Novo, no início dos anos 1960. Já em 1959, Glauber inicia suas colaborações no famoso Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Este artigo percorre suas principais contribuições feitas no periódico carioca com o propósito de apontar as estratégias e formulações do jovem intelectual baiano para a promoção de um debate sobre as formas do cinema moderno brasileiro em curso e a relação deste com as outras formas de arte.
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