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Nascido em Londres, 1963, e criado em Schwarzach, Áustria, Thomas Teo é Professor do Programa de História e Teoria da Psicologia na York University, em Toronto (Canadá), na qual trabalha desde 1996. Atualmente, edita o Journal of Theoretical and Philosophical Psychology, publicado pela American Psychological Association (APA). Recebeu diversos prêmios. Gravamos a entrevista a 22 de outubro de 2014, no escritório de Thomas na York University – ainda a salvo do rigoroso clima canadense, que já ameaçava, no ambiente externo, temperaturas próximas dos cinco graus Celsius, pondo melancolia nos semblantes e mais roupa nos corpo
2019
A presente entrevista ocorreu no mês de novembro entre os entrevistadores Victor Portugal e André Fukuda com o Prof. Dr. Guilherme Messas. O diálogo buscou explorar desde questões básicas pertinentes à psicopatologia fenomenológica até mesmo debates e opiniões contemporâneos presentes na literatura. De forma geral, o Prof. Messas buscou ao longo da entrevista definir e defender a psicopatologia fenomenológica não como única opção hegemônica dentro do campo, mas sim como um interessante caminho que se mantém próximo da experiência humana, que analisa as estruturas da subjetividade e que tem um alto valor clínico. Prof. Messas ressaltou diversas vezes que a psicopatologia fenomenológica não é contrária aos estudos em biologia ou farmacologia, oposição elevada muitas vezes erroneamente em diversos contextos teórico e práticos, mas que pode sim haver uma relação mutuamente benéfica. O que a psicopatologia fenomenológica se opõe é, na verdade, o que o Professor intitulou "operacionalismo filosófico" e "cerebrocentrismo", a saber, pilares fundamentais da psicopatologia recente do DSM. Além disso, o Prof. Messas ressaltou sua posição acerca da relação entre filosofia e psicopatologia fenomenológicas. Segundo o Professor, enquanto decorrência histórica da fenomenologia transcendental a partir de sua aplicação em psicopatologia, a psicopatologia fenomenológica tornou-se independente, isto é, possui vida própria em relação aquele fundamento que em primeiro lugar a originou. Não seria o caso, então, de que sempre fosse necessário retornar a autores clássicos da filosofia fenomenológica para validar o que a psicopatologia fenomenológica realiza. Por fim, o entrevistado afirmou que crê na existência de um futuro próspero para a fenomenologia na psicopatologia, principalmente para a brasileira. Esse futuro demanda, de um lado, leitura dos clássicos, mas, de outro, também ousadia para lançar-se em debates contemporâneos que ocorrem mundialmente, tornando possível que a contribuição brasileira, de ótima qualidade, se desenvolva ainda mais nessa direção. A presente entrevista representa uma tentativa de introduzir, mas também de clarificar e estruturar o campo da psicopatologia fenomenológica no Brasil com um de seus principais autores.
Tese de doutorado apresentada ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas para obtenção do Título de Doutor em Filosofia. Este exemplar corresponde à versão final da tese defendida pelo aluno Bruno Martins Machado, orientado pelo Prof. Dr. Oswaldo Giacoia Jr., aprovada no dia 18/12/2013. Campinas 2013 vi vii Resumo A presente tese de doutoramento tem como propósito analisar e justificar a emergência e a importância da noção de psicologia dentro do projeto filosófico nietzscheano a partir do primeiro aforismo de Humano, Demasiado Humano. Ao observarmos o conjunto do programa, percebe-se que o filosofo anunciou no primeiro aforismo do livro de 1878 tanto um projeto, quanto um plano interpretativo. Portanto, ao analisar MA I 01, tem-se contato (i) com a natureza da empresa crítica nietzscheana, (ii) com os termos de sua proposta metodológica e (iii) com o alcance positivo de sua perspectiva teórica. Esses três fatores apontariam para dois conceitos fundamentais em sua filosofia: história e psicologia. Defendemos que tanto a história quanto a psicologia denotam a influência de Paul Rée como um dos interlocutores mais presentes na obra de Nietzsche desse período. A determinação da psicologia, oriunda das exigências metodológicas trazidas pela filosofia histórica, remete à pergunta pela emergência das significações e das construções provenientes dos chamados sentimentos morais. Nesse curso, Nietzsche produziu sua filosofia sobre um solo psicológico em que as sensações e os sentimentos funcionariam como os elementos empíricos constitutivos das coisas humanas.
O que nos faz pensar em trabalhar o livro de Jonas é o estudo desenvolvido em torno da psicologia analítica de Carl Gustav Jung. Temos lido este autor e recentemente começamos a alimentar a ideia de utilizar os conhecimentos adquiridos dentro do estudo da teologia. Assim, direcionaremos nossa atenção para este trabalho veterotestamentário com o fim de cooptar as duas ciências. Escolhemos o livro de Jonas pela suspeita de que encontraríamos elementos mitológicos em sua narrativa. Com algumas leituras preliminares, percebemos que o símbolo do grande peixe, que engole o profeta Jonas, não tinha uma definição exata. Os comentaristas parecem um pouco desorientados quando têm que esclarecer o tema do grande peixe. Deste modo, chegamos a nossa intenção básica com este trabalho: o de buscar, a partir de uma hermenêutica psicológica, a possibilidade de um novo sentido por trás do grande peixe. Esta intenção se confirma quando percebemos uma incongruência entre a ideia popular acerca do livro de Jonas e as idéias científicas em torno do mesmo. A princípio, quando se menciona o nome do profeta “Jonas”, todos lembram logo de que ele foi engolido por uma “baleia”, e não tanto dos outros aspectos do livro (o barco, a cidade de Nínive, o mamoneiro, o verme). Já os cientistas bíblicos (exegetas e comentaristas) demonstram parecer que têm pouco o que falar acerca do grande peixe. Parece que, por não compreenderem qual o sentido deste elemento, sentem-se perdidos ao analisá-lo. A conseqüência é um silêncio entre eles. Existem algumas tentativas alegóricas de interpretação, mas estas não conseguem o apoio geral; ou seja, não há consenso entre os comentaristas e exegetas. A partir disto, procuramos desenvolver nossas idéias em torno do livro de Jonas, tendo em mente a pergunta sobre o sentido do grande peixe neste enredo. O trabalho é assim estruturado: No primeiro capítulo procuramos resumir as várias interpretações e comentários acerca do livro de Jonas, com o motivo básico de situar o trabalho dentro da pesquisa atual. Este é o primeiro passo neste capítulo; o segundo é uma investigação mitológica acerca do enredo de Jonas. Neste passo analisamos a possibilidade do livro de Jonas ser considerado ou não um mito. O terceiro passo é o desenvolvimento da chave hermenêutica que nos ajudará a interpretar o tema do grande peixe dentro do enredo maior. No segundo capítulo, desenvolvemos o texto de Jn 1.1-16. Mesmo que este texto não faça menção direta ao tema do grande peixe, ele é imprescindível, pois oferece as razões do porquê do aparecimento do elemento em questão, no texto subseqüente (Jn 2.1-3.3a). No terceiro capítulo, o texto de Jn 2.1-3.3a é trabalhado. Aqui analisamos a fundo a função e senti-do do grande peixe dentro do relato de Jn 1.1-3.3a. Pelo fato deste tema não aparecer no restante do texto de Jonas (Jn 3.3b-4.11) e pelo limite de tempo de que dispomos, nos ateremos apenas ao contexto menor de Jn 1.1-3.3a. Na conclusão pretendemos apontar uma possível função deste grande peixe, o que atrai a atenção de muitos, não obstante haver um espaço vazio na pesquisa sobre a compreensão do termo. Não pretendemos preencher este vazio com esta pesquisa, apenas investigar mais uma interpretação dentre as já existentes, a partir de um foco normalmente não utilizado pelos teólogos. Assim, cremos estar contribuindo para o universo de interpretações presentes em nossas escolas teológicas.
Urdimento, 2018
Nessa entrevista, concedida ao historiador Gunter Axt, Gerald Thomas responde a perguntas sobre seu último livro, o autobiográfico, Entre duas fileiras, lançado em 2016, e temas nele tratados.
Perspectiva Sociológica , 2022
RÊGO, Carlos Eduardo Oliva de C. ; CORDEIRO JR., J. A. ; MOSCA JUNIOR, R. ; Sampaio, B. ; Santos, Sophia ; VIANA, M. ; Carvalho Leitão, A. B. . Da Militância Sindical à Pesquisa e Docência em Sociologia: entrevista com Rogério Mendes de Lima. Perspectiva Sociológica, n. 30, 2º sem. 2022, p. 109-135, 2022. Entrevista realizada no âmbito de pesquisa para o projeto de tese Entre a Cidadania e a Ciência: os professores e os sentidos da Sociologia escolar em seu retorno ao Colégio Pedro II (1980-1990), disponibilizada por seu autor-José Amaral Cordeiro Jr.-ao Grupo de Estudos em Ciências Sociais e Memória (GECISME) vinculado ao LAEDH-Laboratório de Educação em Direitos Humanos do Colégio Pedro II-no âmbito do projeto Ciências Sociais e Memória: registros de ações para a Educação em Direitos Humanos, apoiado pela Pró-Reitoria de PósGraduação, Pesquisa, Extensão e Cultura (PROPGPEC) do Colégio Pedro II, em que o entrevistado foi o professor Rogério Mendes de Lima, docente do Departamento de Sociologia do Colégio Pedro II, que ingressou no colégio em concurso público de provas e títulos do ano de 2002. Esta publicação é uma das iniciativas para comemoração dos 30 anos do Departamento de Sociologia do Colégio Pedro II, que busca contribuir com o estabelecimento de uma memória acerca de docentes que formaram este departamento ao longo dessas três décadas.
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INTRODUÇÃO Parece que os psicólogos católicos temos uma desvantagem em comparação a outros profissionais cujas matérias foram tratadas ampla e explicitamente pelo Magistério da Igreja. Quem deseja buscá-lo, encontrará abundante material sobre educação, direito, política ou medicina, por exemplo. Não é o mesmo com a Psicologia. No entanto, o Magistério pronunciou-se sobre temas concernentes à Psicologia mais do que parece à primeira vista, e é chegada a hora de sistematizar este material, em ordem a ilustrar a atividade dos psicólogos¹, que hoje estamos presentes em quase todos os âmbitos da vida social: na escola, nas empresas, nos centros de saúde, etc.; em quase todos os momentos importantes da vida das pessoas: o parto, os estágios críticos do desenvolvimento, a orientação vocacional, as crises conjugais, as situações traumáticas, a morte, etc. Esta "onipresença" dos psicólogos é característica de uma sociedade em crise e com uma concepção tecnológica da vida pessoal (quando minhas emoções ou meus relacionamentos interpessoais vão mal, vou pessoalmente ao "técnico" que coloque as coisas em ordem para que a máquina volte a funcionar), que atravessa todos os setores da vida humana e penetra muitas vezes na vida religiosa. A isto devemos acrescentar o fato de que, como assinalou João Paulo II, grande parte das correntes de Psicologia contemporânea, consideradas globalmente, são contrárias à visão cristã do homem². Tudo isto faz da iluminação da Psicologia pela antropologia cristã uma tarefa importante e urgente. Nesse sentido, o Magistério de Pio XII é especialmente esclarecedor por diversos motivos: a) Porque se pronuncia acerca da Psicologia (e muito especialmente da psicoterapia) em alocuções dirigidas a psicólogos e psicoterapeutas, e com uma clara intenção magisterial (poderíamos dizer que com ele começa o Magistério acerca da Psicologia contemporânea). b) Porque desenvolve os temas de maneira sistemática. c) Porque ilumina os problemas centrais da Psicologia desde o ponto de vida da antropologia teológica e da moral tradicional, com clara orientação tomista. d) Porque, avaliando positivamente a finalidade da Psicologia contemporânea, alerta com lucidez sobre as dificuldades antropológicas e morais de algumas teorias e métodos. Como indica o título deste apêndice, o tema central é o da relação entre Psicologia e moral. Mas não se trata somente de um juízo deontológico sobre os deveres morais dos psicólogos. Conectando com a tradição mais profunda da moral, a que nos referimos neste livro, o Papa volta à profunda unidade entre visão de homem, personalidade e conduta, de raiz aristotélica, ao ponto de conectar intrinsicamente a atividade psicoterapêutica e a moral³.
Interview with Terence Turner
Psicologia Usp, 2020
Resumo: Este artigo apresenta a importância do pensamento de Thomas Ogden para a psicanálise contemporânea. Trata-se de um autor que tem como característica central um discurso e um modo de pensar que levam em conta as dimensões intrapsíquicas e intersubjetivas no campo psicanalítico. A experiência com a matriz clínica da esquizofrenia é o ponto de partida privilegiado para seus desenvolvimentos teóricos. Destacamos neste texto três grandes contribuições ao longo de sua obra: (a) o estado de não-experiência; (b) a posição autista-contígua; e (c) o terceiro-analítico.
Scientiae Studia, 2009
Os projetos de psicologia científica enfrentam pelo menos duas ameaças. A primeira delas surge quando uma proposta de psicologia tenta seguir os cânones da ciência moderna. Nesse caso, torna-se necessário “objetivar o fenômeno psicológico”, o que, geralmente, é feito por meio da sua tradução em termos fisiológicos. Mas, nesse ponto, a especificidade da psicologia é ameaçada pelo reducionismo fisiológico. A segunda ameaça aparece quando um projeto de psicologia tenta evitar o reducionismo fisiológico defendendo a natureza subjetiva irredutível do fenômeno psicológico. No entanto, isso coloca uma série de dificuldades metodológicas. Dessa maneira, a segunda ameaça às propostas de psicologia científica é o mentalismo, que impõe limitações ao emprego do método científico. O presente ensaio tem o objetivo de mostrar como o projeto de psicologia científica de Tolman pode ser visto como uma alternativa a essas duas ameaças. Em primeiro lugar, examinamos em que medida a concepção de comportamento como fenômeno molar afasta Tolman do reducionismo fisiológico. Em seguida, analisamos algumas dificuldades decorrentes dessa proposta, em especial, as limitações inerentes à epistemologia realista – adotada inicialmente por Tolman. Por fim, apresentamos a proposta tolmaniana de superação dessas dificuldades: trata-se da analogia entre teorias científicas e mapas, que revela a adoção de uma epistemologia instrumentalista por Tolman.
2005
Sobretudo a meus pais e meu irmão Maurício, pelo apoio, carinho, suporte e compreensão, sem os quais eu não poderia ter redigido esse trabalho; À minha querida Graziella, companheira na distância e na proximidade, que acompanhou carinhosamente, e desde o início, a confecção e a execução desse projeto; Aos professores Luís Damon e Vinicius Figueiredo: O primeiro, pela ajuda e interlocução (às vezes próxima, às vezes mais distante) que fez amadurecer minhas leituras e minha escrita, e tornou possível a elaboração de meu projeto de mestrado; o segundo, pela acolhida e orientação de meu projeto, pela confiança em meu talento e em minhas considerações, pela compreensão e pelo apoio em momentos cruciais que foram minha saída de Curitiba e meu retorno aos estudos com o recebimento da bolsa; À CAPES, pela bolsa de mestrado tardia (o pequeno detalhe de recebê-la desde o início do mestrado teria mudado completamente o rumo de minha vida subseqüente e o tempo de execução de minha pesquisa), porém essencial; À equipe da PPGFILOS-UFPR, pelo atendimento, receptividade e disponibilidade desde minha passagem pela especialização em filosofia e psicanálise; Ao grupo de estudos Foucault da UFPR, principalmente a Alberto Aleixofoucaultiano carioca que desapareceu tão repentinamente como apareceu, mas deixou marcas em minha pesquisa-e a meu amigo Augusto Bach, pelas longas discussões-que duravam tardes-e conversas regadas a café e chimarrão;
Por uma Gestalt-terapia crítica e política: relações raciais, gênero e diversidade sexual, 2022
Este ensaio dialoga com a temática do curta-metragem “Iansã”, produzido no âmbito de uma pesquisa de pós-doutorado que teve como objetivo produzir audiovisuaisinspirados nostemas que sobressaíram em atendimentos clínicos de plantão psicológico. O audiovisual trata da branquitude na clínica psicológica, problematizando o lugar do terapeuta branco ao atender uma pessoa preta envolvida em situações de racismo e teve inspiração em várias situações trazidas durante outros atendimentos e supervisões clínicas. O título “Iansã” foi inspirado em uma das usuárias atendidas que vivenciou uma situação de preconceito religioso, sendo o roteiro focado em elementos que aludem a princípios civilizatórios e tecnologias de cuidado bem presentes em religiões de tradição africana e que não são abordados na formação em psicologia. O nome de Iansã é tomado aqui como um repertório da tradição yorubá, representante da tempestade, raios e ventos, lançando para o ar questões-limites da branquitude na clínica psicológica. Palavras-chave: branquitude, racismo, audiovisual, psicologia clínica
Ecos, 2017
Propõe-se a estabelecer uma análise do filme “Tideland” de Terry Gilliam, pela importância estética psicodélica do universo que transforma os elementos do mundo real em uma assimilação de um mundo de faz de conta. Por isso, essa película cinematográfica estabelece diálogo com o conceito de ajustamento psicótico da Gestalt-Terapia, pelo viés da literatura dos filósofos Marcos José Müller-Granzotto e Rosane Lorena Müller-Granzotto, promovendo ainda uma intertextualidade com a Filosofia de Jean-Paul Sartre, para compreender os aspectos da constituição psicológica da personagem Jeliza-Rose. Levanta-se uma hipótese diagnóstica, fundamentando esta com os sintomas de JelizaRose, buscando pensar a relação da alucinação com a realidade. Procedemos a decomposição das cenas de “Tideland”. De tal intervenção metodológica, decorre nossa hipótese de que, nas cenas analisadas, é possível a psicose sem que haja a necessidade do afastamento da realidade, demonstrando tal conceito gestáltico, diferenciando-o de certas abordagens da Psicologia/Psicanálise ou Psiquiatria
Religião, corpo e saúde: entrevista com Thomas Csordas Religion, body
A proposta desta entrevista foi reunir todos os nove editores que teve a revista Psicologia: Ciência e Profissão desde a sua criação para que contassem um pouco de seu trabalho. Oito dos nove ex-editores puderam ser contatados, e estiveram presentes à gravação os professores João Cláudio Todorov, Antônio Marcos Chaves, Marilene Proença, além de membros da comissão editorial atual (Acácia
Por Marcus Tavares Conheci pessoalmente o professor Evandro Vieira Ouriques, há cinco anos, na sede do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (Pacc), do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. Estava interessado em conhecer as bases teóricas e as opiniões do professor que estava à frente da recém criada disciplina “Construção de estados mentais não-violentos na mídia”, oferecida pelo Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência-NETCCON, da Escola de Comunicação-UFRJ, sob sua coordenação desde 1984. Para ele, os estados mentais dos indivíduos – o fluxo de pensamentos, afetos e percepções – estão atravessados cada vez mais pelo discurso da mídia. Portanto, repetir inconscientemente os valores dominantes da e na mídia em nada contribui para o bem-estar da sociedade. O ser humano, destacou o professor, precisa, mudar de atitude. De lá para cá, Evandro intensificou e divulgou seus estudos. Criou, inclusive, um novo campo de conhecimento, intitulado “Economia psicopolítica da comunicação e da cultura”, cuja metodologia operacional é o que ele chama de Gestão da Mente, centrada no conceito de território mental (criado em 2009), lugar onde ocorrem os estados mentais. Em entrevista à revistapontocom, o professor explica detalhadamente o que é território mental e como a sociedade deveria repensar suas práticas e ações. Evandro avisa: “o território mental é a chave do ser humano, pois somos ‘apenas’ o que pensamos. Portanto, o controle do fluxo dos estados mentais é vital para a democracia, para a felicidade, para a vida em paz. Basta lembrar que os padrões de comportamento, como os padrões de produção e consumo, são determinados apenas pela vontade de cada pessoa em rede”. Neste ano, além de continuar na coordenação do Netccon, o professor, que recebeu no ano passado o Prêmio de Melhor Acadêmico do Mundo, o Best Scholar 2010, do Reputation Institute, de Nova Iorque, e o título de Zulu, da Universal Zulu Nation, que criou no início da decado dos 70 a Cultura Hip Hop, vai começar a supervisionar pesquisas de Pós-doutorado em Estudos Culturais no PACC e ministrar aulas sobre Psicopolítica e Gestão da Mente no Doutorado em Comunicação em Contextos interculturais, da Universidad de La Frontera, no Chile. Acompanhe a entrevista:
Thomas Csordas é um dos principais nomes da Antropologia contemporânea. Atualmente é professor na Universidade da Califórnia, em San Diego, e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Global Health da University of California San Diego (UCSD). Nas últimas três décadas, suas produções percorreram uma ampla diversidade temática, contemplando tópicos como: antropologia psicológica e médica, religião comparada, teoria antropológica, fenomenologia cultural, corporeidade, globalização, linguagem e ritual. Realizou trabalho de campo entre católicos carismáticos, os Navajo e grupos de adolescentes no sudeste americano. Foi coeditor do periódico Ethos: Journal of the Society for Psychological Anthropology (1996-2001) e presidente da Society for the Anthropology of Religion (1998-2002). Dentre suas publicações, destacam-se: The Sacred Self: A Cultural Phenomenology of Charismatic Healing1; Embodiment and Experience: The Existential Ground of Culture and Self2; Language, Charisma and Creativity: Ritual Life of a Religious Movement3; e Body/Mind/Healing4. No Brasil, desde o fim dos anos de 1990, seus trabalhos que tiveram mais repercussão foram aqueles dedicados ao delineamento teórico e metodológico do paradigma da corporeidade (embodiment) e os textos dedicados à análise de rituais religiosos de cura e de possessão. Em 2008, seu livro Corpo/significado/cura5 foi traduzido para o português. Recentemente, o periódico Debates do NER publicou a tradução de um de seus artigos mais relevantes: “Assímptota do inefável: corporeidade, alteridade e teoria da religião”6. Essas duas produções, aliadas às suas contribuições ao campo da Saúde, marcam o principal entroncamento temático que caracteriza o trabalho de Csordas: religião, corpo e saúde. Nessa entrevista, buscamos destacar alguns aspectos da trajetória acadêmica do autor, suas pesquisas etnográficas, seus principais conceitos teóricos e possíveis conexões e diálogos com outros autores da Antropologia e com outras tradições/concepções sobre o corpo. Thomas Csordas amavelmente aceitou responder às questões colocadas por Rodrigo Toniol, Regina Matsue e Pedro Paulo Gomes Pereira.
Boletim Academia Paulista De Psicologia, 2013
2009
A timidez é um fenômeno bastante comum e, nem sempre, causador de grandes inconvenientes ou problemas – por vezes é até uma forma de proteção e um necessário timing pessoal para se adaptar a uma situação, ambiente ou pessoa nova. Porém, quando esta timidez alcança níveis tais, nos quais a pessoa evita e se esquiva de trocas sociais, isto pode evoluir para um quadro de retração social grave, fazendo com que a pessoa perca oportunidades tanto no campo relacional quanto no profissional e cultural. Muitas vezes o indivíduo chega até a apresentar fenômenos físicos (somatizações) desta retração quando, no momento do contato com outras pessoas, ou numa situação social simples, começa a sentir-se muito ansioso, nervoso, sente calores ou frios pelo corpo, começa a suar muito, tem palpitações, gagueja ou perde momentaneamente a fala, tem dores musculares, sensações de mal estar generalizado, entre outros. Quando a timidez chega a um ponto aonde o indivíduo apresenta tais fenômenos de sofrimento e começa a isolar-se cada vez mais de eventos e situações de troca relacional ou exposição social, um tratamento psicoterapêutico e, por vezes, psiquiátrico é mais do que indicado. Reportagem sobre a temática da timidez foi publicada no Uol Ciência e Saúde no dia 28/11/2009 – elaborada pelo Jornalista Chris Bueno. Realizada com Psicólogo Rene Schubert ao início de novembro 2009.
Scientiae Studia, 2011
da Sociedade Brasileira de Etologia, da qual foi fundador. É editor, desde 1999, da Revista de Etologia e membro do conselho editorial dos periódicos Behavior and Philosophy e Acta Ethologica. Dentre suas variadas publicações, encontram-se "A dog at the keyboard: using arbitrary signs to communicate requests" (2008, em coautoria com A. P. Rossi), "O morcego, outros bichos e a questão da consciência animal" (1997), "Experimental studies of elementary reasoning: evolutionary, physiological and genetic aspects of behavior" (1992), "O que aprendem e de que se lembram as aranhas" (1989) e "Entre Eidilos e Xenidrins: experiência e pré-programas no comportamento humano" (1986).
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