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2017, Educação em Revista
Desenvolvimento e Sociedade, 2021
O surgimento da doença provocada pelo SARS-Covid 19, a qual tem sido tratada como Coronavírus, afetou diversos países em todo o mundo, desde março de 2020 e, somente no Brasil, já provocou um número superior a 600 mil óbitos. Neste cenário, como resultado do impacto da pandemia, a sociedade incorporou uma série de novos comportamentos. Dentre estes, destacam-se a insegurança alimentar, a violência urbana e uma certa aversão das autoridades em atender aos cidadãos em um momento em que aquilo a que denominamos de anomia vai se materializando de forma bastante evidente. Isso não vem ocorrendo somente no Brasil, mas em vários outros países, principalmente, na América do Sul e Ásia. Questiona-se, a partir de uma “tela eliasiana”, até que ponto o descompromisso com alguns níveis de civilidade pode ensejar um retrocesso em relação ao projeto civilizatório e emancipatório construído nos últimos três séculos? O Brasil é um país onde a desigualdade social e suas mazelas sempre existiram em razão do baixo investimento em educação, saúde e outros serviços básicos. Temos um país marcado pela existência de uma elite descompromissada com as questões de fundo da sociedade. O racismo e a falta de um projeto de nação uníssono são marcas indeléveis de nossa sociedade. Com a pandemia tais condições se acirraram, evidenciando graves e danosas consequências dessa desigualdade. Diante disso, o presente trabalho questiona a possibilidade de existência de um caminho que esteja nos levando a um rompimento da nossa sociedade com o processo civilizatório, assim como preconizado por Norberto Elias, e que é o cerne de sua importante obra. Abstract The new coronavirus disease (Covid-19) affected several countries around the world and at the end of March this year there were almost 600.000 deaths, only in Brazil. In this scenario, society, as a whole, assumed new behaviors and in this context, food insecurity, urban violence and a certain aversion by the authorities to serve citizens are highlighted at a time when the so-called anomie is materializing. This is not only in Brazil, but in several other countries, mainly in South America. It is questioned, based on an “Eliasian canvas”, to what extent the lack of commitment to some levels of civility can mean a setback, almost a rupture, in relation to the civilizing and emancipatory project built in the last three centuries? Brazil is a country where social inequality and its ills have always existed due to low investment in education, the existence of an elite uncommitted to the fundamental issues of society, racism and the lack of a unified nation project. With the pandemic, these conditions have intensified, showing serious and damaging consequences of this inequality. In view of this, the present work questions the possibility of the existence of a path that is leading us to a rupture of our society with the civilizing process, as advocated by Norberto Elias, and which is at the heart of his important work.
"A presente reflexão equaciona o problema do individualismo à luz da problemática da individuação salientando as implicações sobre a ideia de “indivíduo”. Ela procura encontrar um caminho teórico que permita uma melhor e mais abrangente compreensão do seu papel nas sociedades humanas. Será sugerido que a ênfase colocada pela modernidade no indivíduo pode ser avaliada, não como individualismo solipsista, mas como uma forma configuracional específica dos ambientes regidos por uma objectivação alargada do tecido social. O que significa que para além do individualismo podemos pensar as individualizações a partir do fundo seminal das individuações. Essa hipótese encontra-se já insinuada no pensamento sociológico alemão, em particular, na sociologia das formas sociais de Georg Simmel e na sociologia de Norbert Elias."
2013
RESUMO Pensar a relacao entre individuo e civilizacao e o objetivo maior deste artigo. Parece existir, nessa relacao, um conflito basico entre as aspiracoes individuais e as coercoes sociais que existem para enquadrar os individuos como seres sociais. Na atual configuracao social, o individualismo caminha pari passu com a anulacao das individualidades acometida pela industria cultural, a qual passa a “gerir” os gostos, desejos e aspiracoes de grande parte das pessoas. Para entender este contexto com mais profundidade faz-se uso, aqui, especialmente do pensamento Sigmund Freud, o qual se tornou uma referencia necessaria para entender a formacao do ego em meio a uma civilizacao que, entre outras coisas, acaba por causar um mal-estar entre o que as pessoas desejam, enquanto individuos, e o que elas podem realizar, enquanto seres sociais. Alem de Freud, a analise se pautara nas reflexoes da Teoria Critica sobre a industria cultural e nos pensamentos de Aristoteles e Thomas Hobbes sobre ...
A pergunta sobre o que vem primeiro -a sociedade ou o indivíduo -é como a pergunta sobre o ovo e a galinha. Quer se considere a pergunta do ponto de vista lógico ou histórico, quer não, o fato é que nada se pode afirmar, de uma maneira ou de outra, sem que logo surja um ponto de vista oposto e igualmente parcial. A sociedade e o indivíduo são inseparáveis; eles são necessários e complementares um ao outro e não opostos. "Nenhum homem é uma ilha na sua totalidade", segundo a frase famosa de Donne: "cada homem é um pedaço do continente, uma parte do principal" 1 . Esse é um aspecto da verdade. Por outro lado, tomemos a expressão de J. S. Mill, o individualista clássico: "Os homens, quando são colocados juntos, não se convertem em outra espécie de substância" 2 . É claro que não. Mas a falácia está em supor que eles existiam, ou que tinham uma espécie de substância antes de serem "colocados juntos". Logo' que nascemos, o mundo começa a agir sobre nós e a transformar-nos de unidades meramente biológicas em unidades sociais. Todo ser humano em qualquer estágio da história ou da pré-história nasce numa sociedade e, desde seus primeiros anos, é moldado por essa sociedade. A língua que ele fala não é uma herança individual, mas uma aquisição social do grupo no qual ele cresce. Ambos, língua e meio, ajudam a determinar o caráter de seu pensamento; suas primeiras idéias são provenientes de outras. Conforme já se afirmou, o indivíduo, desligado da sociedade, seria incapaz de falar e de pensar. A fascinação persistente do mito de Robinson Crusoé deve-se à sua tentativa de imaginar o indivíduo independente da sociedade. A tentativa não resiste. Robinson não é um indivíduo abstrato mas um inglês de York; ele carrega sua bíblia consigo e reza para seu deus tribal. O mito rapidamente lhe outorga seu homem, Sexta-Feira; a construção de uma nova sociedade começa. Outro mito relevante é o Kirilov, em Demônios de Dostoievski, que se mata a fim de demonstrar sua liberdade perfeita. O suicídio é o único ato perfeitamente livre franqueado ao homem individual; qualquer outro ato envolve, de uma maneira ou de outra, sua situação de membro da sociedade. 3 Os antropólogos afirmam, geralmente, que o homem primitivo é menos individual e mais completamente moldado por sua sociedade do que o homem civilizado. Reside aí um elemento de verdade. As sociedades mais simples são mais uniformes, no sentido de que elas requerem e fornecem oportunidades, para uma diversidade de habilidades e ocupações individuais, muito menor do que a de sociedades mais complexas e avançadas. A crescente individualização neste sentido é um produto necessário da sociedade moderna avançada e percorre todas as suas atividades, do alto para baixo. Mas seria uma falta grave estabelecer uma antítese entre este processo de individualização e a força e a coesão crescentes da sociedade. O desenvolvimento da sociedade e o desenvolvimento do indivíduo caminham de mãos dadas e condicionam-se um ao outro. Aliás, o que nós queremos significar por uma sociedade complexa e avançada é a sociedade em que a interdependência de indivíduos entre si assumiu formas complexas e avançadas. Seria perigoso supor que o poder de que dispõe uma comunidade nacional moderna para modelar o caráter e o pensamento de seus membros * CARR, Edward Hallet. Que é História? 4ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, Cap. 2, p. 31-49. 1 Devotions upon emergem occasions. n9 xvii. i. 2 J. S. Mill. A system ollogic. vii, I. 3 Durkheim, em seu famoso estudo sobre o suicídio, inventou a palavra "anomia" para denotar a condição do indivíduo isolado de sua sociedade -um estado que conduz especialmente ao distúrbio emocional e ao suicídio; mas mostrou também que o suicídio não independe das condições sociais.
São comuns ao debate sociológico: indivíduo, sociedade, intelectual. Tomando Giddens e Bourdieu como sociólogos eminentes nessa discussão, o presente artigo presta-se a elucidar suas teorias sobre o tema. Para tanto é feita uma abordagem científica não-ortodoxa, trazendo Shakespeare para mostrar materialmente um tema abstrato e propor tipos-ideais. Palavras-chave: Indivíduo e sociedade; Anthony Giddens e Pierre Bourdieu, Intelectuais e agentes. "To be, or not to be, that is the question: Whether ´tis nobler in the mind to suffer The slings and arrows of outrageous fortune Or to take arms against a sea of troubles And by opposing end them?" William Shakespeare "Now does my project gather to a head: My charms crack not; my spirits obey; and time Goes upright with his carriage"
Trabalho, Educação e Saúde, 2019
Resumo Este artigo teve por objetivo evidenciar e analisar as mudanças relativas às expectativas do tornar-se médico ao longo da graduação em medicina. Fizeram parte da pesquisa, realizada entre abril e junho de 2018, estudantes de medicina matriculados na primeira, quinta, oitava e décima segunda fases de uma instituição pública de Ensino Superior de Santa Catarina. Após aplicação de questionário, foram analisadas 145 respostas à seguinte pergunta: Por que você escolheu cursar medicina? Por meio de análise de conteúdo, evidenciou a presença crescente, no decorrer do curso, por aquilo que denominamos de 'retorno financeiro' e, de maneira inversa, o decrescente interesse por 'ajudar ao próximo'. Os resultados, analisados com base em teorias que abordam os processos de socialização e de formação identitária mostraram que, apesar de inseridos em realidades socioculturais distintas, os indivíduos se encontram envoltos por ritos e estereótipos comuns, socialmente convenci...
Revista Moinhos
Essa pesquisa tem como objeto de estudo compreender quais os limites da escola no processo de socialização dos indivíduos. Nessa perspectiva, enfoca-se o processo de socialização dos indivíduos por meio da família e escola, ou seja, socialização primária e secundária. É na socialização primária que acontece o primeiro contato social do indivíduo, é nesse período que inicia em sua vida a formação social, sendo esse tipo de socialização considerado a mais importante, e é por meio deste que ocorre a socialização sequencial, a secundária, em que a escola é a principal responsável. Essa pesquisa objetiva compreender o processo de socialização secundário, ou seja, o processo de socialização escolar, a partir da primeira socialização que o indivíduo recebe a socialização primária e busca quais os limites da escola diante desse embate. A abordagem dessa pesquisa é de cunho qualitativo, tendo como suporte metodológico o estudo de caso e os procedimentos utilizados para o desenvolvimento da p...
Revista Ciências Humanas, 2021
A gestão do conhecimento vem sendo introduzida em diferentes organizações visto seu diferencial em ambientes dinâmicos. O conhecimento é um recurso estratégico, que fornece subsídios para a criação de uma organização, tendo ela fins lucrativos ou não. O indivíduo na organização, impacta direta ou indiretamente a cultura organizacional. A cultura organizacional influencia a aprendizagem, o comportamento e o compartilhamento do conhecimento institucional. Nesse sentido, neste estudo propõe-se discutir sobre a influência exercida pelos indivíduos na cultura organizacional para o que compartilhamento do conhecimento explícito ocorra de forma eficaz e eficiente. Assim, um recorte do tema cultura organizacional foi extraído de uma revisão sistemática de literatura sobre compartilhamento do conhecimento em associações. Como resultado percebeu-se que a cultura organizacional pode ser criada, gerenciada e transformada a partir da liderança que promove o empoderamento dos indivíduos e compart...
O presente artigo traz uma contribuição acerca da emergência e maturação do individualismo metodológico. Discute a problemática que perpassa as Ciências Sociais no que concerne as abordagens micro e macro no entendimento da realidade social. Investiga, os primórdios do que se convencionou denominar Individualismo metodológico (escolha racional) situando autores e concepções que de uma forma ou de outra têm se rendido a esta abordagem e discute o desenrolar deste debate no pensamento contemporâneo ressaltando a problemática da ação coletiva.
Germinal Marxismo E Educacao Em Debate, 2013
Resumo: O presente texto tem como propósito tratar da relação dialética entre indivíduo e sociedade na história da sociedade de classes. Numa clara ruptura com a mistificação da história encetada pela burguesia, Marx defende uma concepção de história fundada nas relações de produção e no desenvolvimento das relações sociais, em que o papel do indivíduo é relativizado, pois a história emerge da unidade de interesses e forças contrapostas e não do interesse pessoal de certos indivíduos. Por fim, para apontar a relevância da participação da individualidade plenamente conectada à universalidade concreta na atualidade, o artigo recorre à experiência histórica das mães da Praça de Maio, na Argentina. Palavras-chave: história; classes sociais; indivíduo; sociedade; mães argentinas.
Polem Ca, 2012
Resumo: O objetivo deste artigo é investigar o processo de individualização social de nossos tempos, considerando a Psicologia Social como um analisador no processo da individualização do social. Este estudo conclui que devemos assumir um posicionamento ético-político, reconhecendo a relação existente entre os modos de existência de uma determinada formação social e a produção de modos de conhecimento desta realidade, valorizando rotas que enfatizem os processos de subjetivação nos processos grupais.
2020
Surpreendeu-nos, trazendo consigo inúmeros impactos na vida das pessoas. Isso tudo causou mudanças não apenas nas questões emocionais e afetivas como, por exemplo, na forma das pessoas se relacionarem, mas também, a respeito da saúde de forma geral, ou seja, psicológica e/ou física. Além do aspecto social e de saúde, a pandemia de COVID-19 provocou também consequências no âmbito político-econômico de diversos países. Com isso, selecionamos trabalhos que abordam o tema, mostrando os impactos em diversas áreas, tais como na epidemiologia, na saúde pública e do trabalhador, nas ciências farmacêuticas, medicina, nutrição, economia e sociedade, odontologia e alguns trabalhos também relacionados à educação em saúde. Em nossos livros selecionamos um dos capítulos para premiação como forma de incentivo para os autores, e entre os excelentes trabalhos selecionados para compor este livro, o premiado foi o capítulo 16, intitulado "Relação do desenvolvimento de delirium em pacientes com COVID-19 hospitalizados em unidade de terapia intensiva".
Contribuciones a las …, 2009
individualidade ao individualismo: aspectos psicossociais para os indivíduos, en Contribuciones a las Ciencias Sociales, septiembre 2009. www.eumed.net/rev/cccss/05/ofkm.htm Resumo Este trabalho visa a analisar a operação da individualidade, na experiência da condição humana por um determinado ser, em um valor cultural e ideológico, o individualismo. Em um ângulo psicossocial, este assunto é um tema importante de estudo, uma vez que percebeu a sua importância para o lugar do indivíduo na sociedade. Assim, a investigação aqui apresentado tenta mantém uma 1 Psicólogo (2006) e especialista em Gestão de Negócios em contexto empreendedor-MBA em Administração (2008) pela Universidade federal de São João del Rei (UFSJ); Mestre em Administração pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Professor das disciplinas Economia Social e solidária; Gerencia de cooperativas; Economia do terceiro Setor; Empreendedorismo e Cooperativismo. Contato:
Revista de Sociologia, Antropologia e Cultura Jurídica
Este artigo pretende analisar de que maneira a indústria cultural, como um poder criado a partir do sistema capitalista, instrumentaliza o indivíduo na sociedade, a ponto de transformá-lo em um ser nulificado e desprovido de direitos humanos. Assim, tem por objetivo investigar de que maneira o moderno sistema-mundo, a partir da indústria cultural, instrumentaliza e coisifica os indivíduos na sociedade. Esta análise parte de uma perspectiva interdisciplinar, abordando os fundamentos do capitalismo, bem como suas virtudes e vícios, a partir da teoria de Immanuel Wallerstein constante na obra Capitalismo Histórico e Civilização Capitalista, bem como os fundamentos da indústria cultural, a partir da teoria de Theodor Adorno e Max Horkheimer, presente na obra Dialética do Esclarecimento. A hipótese centra-se na ideia de que o capitalismo, por colocar o indivíduo como centro do sistema e, apesar de basear-se no universalismo e nos direitos humanos, trata o ser humano como um ser genérico,...
Revista Sociologia em Rede. V. 9, n. 9, 2019, 2019
Com o advento das novas tecnologias, a sociedade atual vive um momento onde o espaço real e o virtual se entrelaçam e se relacionam de maneira que a diferenciação destas instâncias não pode se fazer mais de forma simples e puramente objetiva. As redes sociais e os dispositivos tecnológicos, arisca-se dizer, compõem e/ou auxiliam no processo de experimentação que o indivíduo traça entre o seu Eu e a realidade social colocada. Dentro deste contexto, importante atentarmos ao olhar da forma como o sujeito se coloca dentro do espaço virtual, através dos perfis em plataformas de redes sociais online, ferramentas usadas como elemento de interação dentro do ciberespaço. A partir da conceituação de Goffman acerca das máscaras sociais, busca-se aqui entender como tal sujeito se edita na rede, a forma como este constrói a persona com objetivos específicos em diferentes esferas virtuais. Logo, o objetivo desta análise é, além de entender em parte a relação deste novo sujeito com esse espaço midiatizado, expor a forma como este se encontra fragmentado, dotado de uma plasticidade e fluidez da personalidade humana propiciada por uma maleabilidade das aparências. Com relação a este espaço de representação virtual, qual pretendemos empreender tais análises, se faz interessante discutir algumas percepções apontadas por Harvey no
Breves considerações sobres as concepções metodológicas referentes às ciências sociais de Max Weber, contrapostas às de Ludwig von Mises.
Revista Ambivalências
Em 2009, o ex-Beatle Paul McCartney lançou a campanha Meat-free monday (segunda-feira sem carne), incentivando seus coespecíficos a serem vegetarianos uma vez por semana. Além da preocupação com a saúde planetária – uma “cosmopolítica”, se podemos adaptar o termo de Isabelle Stengers (2010) para o showbiz –, a campanha é justificada como um passo rumo à diminuição do sofrimento animal. Em recente entrevista (BRADY, 2017), pergunta-se a Paul por que recomendar apenas um dia para a restrição alimentar, e não eight days a week, se a questão é, de fato, grave. Vegetariano em tempo integral, ele responde que não quer obrigar ninguém a adotar suas próprias convicções. “Temos que ser gentis com as pessoas”, diz Paul...
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