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2014, Humanitas
Princípios, 2021
Por sua discussão da questão do não-ser e por sua intenção de fundamentar o discurso filosófico, o diálogo Sofista ocupa uma posição central na história da filosofia. O objetivo deste artigo é relacionar o método de definição empregado por Platão no diálogo Sofista (a diérese) com sua concepção do discurso filosófico. As diferentes definições para o sofista propostas no diálogo não são somente parte da polêmica de Platão contra a sofística, mas fundamentam a própria con-cepção platônica do filósofo e do discurso filosófico. Enquanto a dialética seria o método empre-gado pelo filósofo para chegar ao conhecimento e à sabedoria, a sofística seria apenas imitação do verdadeiro conhecimento e da verdadeira sabedoria.
2015
Pretende-se abordar dois temas fundamentais para qualquer estudioso da obra platonica: a forma dialogal da escrita filosofica e o aspecto erotico da filosofia. A interpretacao apresentada propoe que a morte de Socrates condenado pela democracia rompeu a possibilidade de comunicacao entre o filosofo e a cidade. Socrates, como amante que e, afirma agir em beneficio da cidade que, no entanto, reconhece na atividade do filosofo a corrupcao de seus costumes. A escrita platonica seria, entao, a recriacao da possibilidade de dialogo entre filosofia e cidade. Como Aquiles volta a batalha apos a morte de Patroclo, Platao lanca-se ao obrar filosofico como amante do filosofo-amante morto. Suas armas: os dialogos.
Intuitio, 2013
Resumo: O diálogo platônico Lísis apresenta uma instigante análise acerca do conceito de amizade (philía). O estudo de tal tema justifica-se mediante sua relevância tanto para o estudo da filosofia antiga, como para o estudo da ética clássica. Desenvolve-se o tema apresentando a tese de que o diálogo Lísis se constitui em oito hipóteses desenvolvidas ao longo de seu texto. Também se apresenta a hipótese, contrária de Giovanni Reale, que não é Eros, em si, que impede a philía filosófica, mas a parte da alma (psychê) que se direciona, ou não, para o Eros filosófico. Portanto, é a alma (psychê) que delibera sobre o amor pela sabedoria e lhe tem ou não a amizade. Palavras-chave: Amizade (philía). Alma (psychê). Diálogo. Platão.
Ética e Filosofia Política, 2023
Resumo: Pretende-se abordar dois temas fundamentais para qualquer estudioso da obra platônica: a forma dialogal da escrita filosófica e o aspecto erótico da filosofia. A interpretação apresentada propõe que a morte de Sócrates condenado pela democracia rompeu a possibilidade de comunicação entre o filósofo e a cidade. Sócrates, como amante que é, afirma agir em benefício da cidade que, no entanto, reconhece na atividade do filósofo a corrupção de seus costumes. A escrita platônica seria, então, a recriação da possibilidade de diálogo entre filosofia e cidade. Como Aquiles volta à batalha após a morte de Pátroclo, Platão lança-se ao obrar filosófico como amante do filósofo-amante morto. Suas armas: os diálogos.
2006
Sócrates, através da dialética, tornava seus interlocutores conscientes da própria ignorância, libertando-os da ilusão de pensar que sabiam o que estavam dizendo. Assim, Sócrates lhes dava o benefício da possibilidade de buscar o verdadeiro conhecimento.
Gêneros Poéticos da Grécia Antiga, 2014
No Górgias, Sócrates se desculpa antecipadamente à personagem homônima, caso ela venha a entender que sua crítica à retórica lhe pareça ser uma ridicularização de sua atividade profissional (462e-463a). A ocorrência do verbo diakōmōidein nesta passagem (literalmente, “fazer comédia de”, 462e7) não é uma escolha acidental de Platão, pois a discussão subsequente entre Sócrates e Polo é de fato permeada de elementos tipicamente cômicos. Todavia, a menção indireta à comédia neste trecho do Górgias não parece indicar apenas que o debate entre as personagens remeta o leitor aos agōnes cômicos, tais como aqueles que conhecemos por meio das peças supérstites de Aristófanes; Platão parece ter em mente aqui, no tratamento da retórica como uma espécie de “lisonja” (kolakeia), uma comédia aristofânica em específico: Os Cavaleiros, encenada no festival das Leneias em 424 a.C. Nela, Aristófanes satiriza a figura do político Cléon (sob a máscara da personagem Paflagônio) e do político democrático em geral, bem como sua relação de dominação e/ou subserviência para com o Povo, representado na peça também como personagem. O objetivo principal desta comunicação, portanto, será mostrar como em Os Cavaleiros encontram-se presentes diversos elementos de caracterização da prática oratória que serão centrais na crítica de Platão à retórica no Górgias, quando ele a define como uma espécie de lisonja (462b-466a). Serão ressaltadas nesta análise tanto as semelhanças de imagens, analogias e metáforas empregadas por ambos os autores (e, em especial, a analogia entre retórica e culinária), quanto os ecos verbais, com o intuito de mostrar como Platão parece se apropriar de elementos da sátira aristofânica na sua reflexão crítica sobre a retórica e a democracia ateniense no Górgias. Se é neste diálogo que se verifica uma das primeiras ocorrências do termo rhētorikē na história da literatura grega, então a comédia Os Cavaleiros de Aristófanes nos oferece, em contrapartida, indícios de que a caracterização da prática oratória como kolakeia precede a abordagem crítica do filósofo.
Polyphonía/Solta a voz, 2007
RESUMO Neste artigo, procuramos demonstrar como a questão da paidéia é colocada por Platão, na constituição de uma paidéia fi losófi ca, como verdadeira educação. Para compreender sua originalidade, situamos o pensamento pedagógico de Platão no debate que realiza com a cultura de sua época, sobretudo com os sofi stas-educadores que vendiam o seu conhecimento e viam na erudição a essência da paidéia.
pela paciência e pela orientação durante essa Tese de Doutorado e, também, pelos mais de dez anos de parceria que incluem duas Iniciações Científicas e uma Dissertação de Mestrado. O meu interesse pela Filosofia e pela Língua Grega foi despertado em um curso seu sobre Aristófanes e Platão. Ali, nasceu a nossa parceria que acabou transformando-se em amizade. Agradeço a todos os professores que fizeram parte de minha formação acadêmica e, também, aqueles com os quais estabeleci profícuos diálogos ao longo de todo esse tempo. Agradeço, especialmente, ao Professor Doutor Roberto Bolzani Filho por despertar o meu fascínio pela figura de Sócrates. Agradeço aos meus amigos e colegas, que sempre mantiveram vivo o meu interesse pelo conhecimento através de sugestões e discussões inspiradoras: Flávio Lorza,
ConTextura, 2017
O artigo tem por objetivo demonstrar como o diálogo Cármides é uma resposta hábil e sutil de platão às contradições e desafios do seu tempo; e não, como poderia parecer, apenas uma busca infrutífera por uma definição ou um mero exercício intelectual. Para tanto, oferecemos contextualização do diálogo através de uma reconstrução da conjuntura histórica e política dos períodos arcaico e clássicos, valendo-nos da noção de temperança (σωφροσύνη) como fio-condutor. The article attempts to show how the dialog Charmides is a skillful and subtle response by Plato to the contradictions and challenges of his time; and not, as one could assume, a fruitless search for a definition or a vain intellectual exercise. In order to do that, we’ll contextualize the dialog through a reconstruction of the historical and political conjuncture of the archaic and classical periods, using the notion of temperance (σωφροσύνη) as our guide.
Educacao, 2011
Resumo -Este artigo tem por objetivo apresentar aproximações entre a filosofia e a literatura e discutir a relevância de seus textos na prática docente. Essas duas áreas do conhecimento, através da sabedoria e de processos civilizatórios que envolvem seus escritos, dialogam de diferentes maneiras, contribuindo para a formação do sujeito. O estudo, vinculado à linha de pesquisa Educação, Linguagens e Tecnologia, do PPGEd/ UCS, sustenta-se a partir dos pressupostos da obra de Platão e de uma breve análise de um conto do escritor russo Anton P. Tchekhov (1999), representante da literatura clássica. Tais disciplinas constituem instrumentos valiosos para uma educação comprometida com a humanização dos indivíduos.
Caderno de Letras da UFF, 2018
Starting from the idea that the opening of a work plays a significant role in the economy of its composition, this article presents an analysis of the openings of the Platonic dialogues, putting in evidence the usage of the dramatic mimesis. This work highlights the mimetic character of such texts, indicates the position of the author in relation to his work, and points out the construction of the one who will be able to read the dialogues. KEYWORDS: Platonic dialogues; Plato; mimesis.
DISSERTATIO Revista de Filosofia, 2020
Nossa investigação propõe a hipótese de que os introitos dos diálogos platônicos não se esgotam enquanto mero recurso dramático para suas respectivas ambientações, mas visam, sobretudo, expor as disposições de espírito necessárias para o fazer filosófico e o método que o põe em movimento. Ante a impossibilidade de recorrer ao exame particular de cada introito, escolhemos Parmênides como diálogo exemplar a ser investigado. Os resultados obtidos apontaram que há, no introito selecionado, uma compreensão do método dialético enquanto condução fortuita, global e paradoxal que leva à rememoração e que, como tal, é acompanhado de uma disposição que se explicita enquanto um fazer-se presente no lugar do encontro e da conversa, deixando-se conduzir corajosamente à rememoração pela ausculta cuidadosa.
ANAIS DE FILOSOFIA CLÁSSICA, vol. 11 no 21, 2017
In Plato's Phaedrus, not only does the dynamic of dialectical research materialise through the lines of his characters, but they also highlight dialectical research as a subject of reflection (266a-274b; 276a-279c). In an analysis of the third discourse (265e-266b), Socrates reveals a remarkable similarity between the structure of discourse and the "dialectical method": the search for general definitions for the subject researched, followed by a method of divisions (διαίρεσις) and collecting (συναγωγή), with which one learns to speak and to think (266c). At the end of the dialogue, the speakers also reflect on the interweaving between dialectical discourse and writing: dialectical speech is capable of defending itself (it may contain a germ that will give rise to other discourses in different souls - 277a), as a corollary of the idea that, although writing is generally dangerous (precisely because it is not autonomous, always responding to the same and requiring a kind of tutelage of its author - 275d), it would be a mistake to condemn all kinds of writing, since there is a specific type of writing to be studied and pronounced for didactic purposes that would characterise dialectics (278a). In these two passages, what is clear is that the dynamics of dialectics in the Phaedrus does not seem to dispense with the clashes that this modality of language has in relation to oratory discourse on the one hand and to writing on the other. By specifically illuminating this second point, we propose to put forward some notes intending to examine the extent to which "talking and thinking" in Plato is enriched and may (or may not) also be embodied in the written mode of language.
São contrapostas duas teses/posições sobre a semântica: o naturalismo, pelo qual cada coisa tem nome por natureza (o logos está há physis), tese defendida no diálogo por Crátilo; e o convencionalismo, posição sofística defendida por Hermógenes, pela qual a ligação do nome com as coisas é absolutamente arbitrária e convencional, é dizer, não há qualquer ligação das palavras com as coisas. Em síntese, no 1º posicionamento existe uma ligação natural do nome com a coisa, enquanto que a 2ª corrente, a utilização do nome é arbitrária, ou seja, sem nenhuma vinculação, apenas convenção
Revista De Estudos Filosoficos E Historicos Da Antiguidade, 2014
RESUMO: Aqui, pretende-se explorar -sem a pretensão da completude ou do tratamento exaustivo -alguns dos aspectos constitutivos da assim denominada teoria platônica da comunicação fi losófi ca, a partir de um "estudo de caso", qual seja: a composição dramatúrgica do diálogo Teeteto. Para tanto, a partir da recíproca determinação implicada na estrutura bipolar personagens/natureza temática do diálogo, busca-se tratar da caracterização teatrográfi ca do personagem Teeteto e sugerir chave de leitura do diálogo baseada também em uma leitura cruzada com algumas das informações extraídas da República sobre a formação do dialético. Por fi m, tenta-se demonstrar a íntima relação entre determinação prosopográfi ca e dimensão artistica do diálogo; dimensão esta que, esperamos, poderá servir ao estudioso como uma verdadeira meridiana pelo intrincado percurso pensado para o diálogo em questão.
Resumo: Partindo da aceitação da proposta platônica de que a alma consta de três partes, procuraremos compreender o modo no qual, na interioridade da psyché de quem é "senhor de si mesmo", a razão transmite eficientemente seus conselhos e ordens aos elementos inferiores e estes, por sua vez, os recebem e reagem a eles dando origem à ação virtuosa. Revisaremos em primeiro lugar a resposta a este problema que se apoia (i) na receptividade das partes não-racionais às imagens sensíveis e (ii) na ideia de que a razão é capaz de criar imagens deste tipo, "carregadas" do conteúdo a transmitir sob a forma do sensível, e fazê-las acessíveis aos elementos inferiores no interior da própria alma, os quais, em concordância, podem ser vistos como dotados de uma cognição nãoracional que os torna receptivos a tais influxos (Lorenz). Em seguida, consideraremos o caso do acrático, tomando como linha guia o seu conflito motivacional (stasis) e considerando (iii) a terminologia platônica da domesticação como uma alternativa frente à da persuasão, investigando como o uso da força pode derivar na modificação da conduta e no controle da torrente pulsional. Observaremos aqui o conceito de hábito...
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