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Criptoanálise: abrindo a caixa preta da inteligência artificial

2024, Anais do XX Coloquio Habermas e XI Coloquio de Filosofia da Informação

Abstract

Este artigo apresenta uma revisão do conceito de Inteligência Artificial pela ótica da transformação digital, que é, alegadamente, uma transformação dos meios de produção. Esta transformação acaba por confundir o terreno da produção, local histórico da análise marxista, com o da reprodução social, levando a uma expansão do campo de análise social para além das fronteiras econômicas tradicionais. É observado que a plataformização é a arquitetura hegemônica que acomoda a transformação digital. Ela amplia o cercamento dos bens comuns próprio ao sistema capitalista acrescentando uma mercadoria fictícia, a informação, às demais já presentes (terra, trabalho, dinheiro). Cria-se mais uma camada de regime de acumulação, que denomino de “espetacularização”. Como modelo para esta abordagem, é sugerido o método estratégico da criptoanálise que se estabelece pelo tratamento da distinção transparência/opacidade, proposta pelo sociólogo Niklas Luhmann. Observa-se que esta é a distinção que rege o princípio da complexidade. Com isso, é possível rastrear os danos gerados pelos usos indiscriminados da Inteligência Artificial generativa, que estão latentes (ocultos) na adoção da tecnologia. O artigo finaliza com uma reflexão sobre o alcance do arcabouço legal e regulatório que está sendo pensado no Brasil para esta nova tecnologia. Palavras-chave: Transformação digital. Inteligência Artificial Generativa. Criptoanálise.