Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2024, Interdisciplinar
…
15 pages
1 file
Dois romances africanos no Brasil* Two african novels in Brazil Mirella do Carmo Botaro 1 RESUMO: Publicados respectivamente em 1995 e 2005 na França, os romances Pelourinho e Copo Quebrado foram recentemente traduzidos no Brasil. Este artigo pretende discutir e comparar os possíveis efeitos de leitura desses romances e suas diferentes propostas no Brasil, em um movimento não apenas linguístico, mas propriamente intercultural. Que significados as imagens do Brasil e da África assumem na tradução desses dois romances? Como os leitores brasileiros podem apreendê-las e como essa apreensão reconfigura poética e politicamente os projetos de Monénembo e Mabanckou? Qual Brasil e qual África se apresentam e se reinventam nas narrativas e o que essa invenção nos diz sobre nós, (potenciais) leitores brasileiros desses romances?
O objetivo deste artigo é analisar o comportamento crítico das personagens da literatura africana de língua portuguesa Régulo Bsum Nanki, do romance A última tragédia, e Arcanjo Mistura, do romance O outro pé da sereia, considerando o modo como se relacionam socialmente, para ponderar sobre o discurso crítico que revelam enquanto personagens populares. Para tanto, nosso subsídio teórico compreendeu, principalmente, as teorizações de Said (1994) e de Santos (2000). Concluiu-se, tangendo à questão racial levantada pelos personagens, que esta pode ser abordada com um viés diferenciado por já se conseguir transcender as oposições binárias que costumam permear os debates raciais que se dão desde o processo colonizatório ocorrido nos países do Sul. Esta nova abordagem surge consubstanciada no discurso de Arcanjo Mistura, que, contemporaneamente, nos remete ao discurso do candidato à presidência nos Estados Unidos Barack Obama, em detrimento do enfoque bipolarizado enunciado pelo Régulo, personagem de um tempo histórico mais antigo. Ressalta-se que a nova focalização do assunto surge como uma conseqüência da emergência de subjetividades rebeldes que acreditam na modificação do futuro, dando corpo a uma esperança mais ativa e ambígua que se converte na ação presente, visando à modificação do que está em um momento além.
Literaturas africanas e afro brasileira, 2020
Livro desenvolvido para os estudantes de letras da Universidade do Vale. Este material didático provém de estudos realizados sobre as relações entre a literatura e a africanidade, valorizando questões referentes à negritude, à crioulização, à mestiçagem e à formação de professores. O título da disciplina já anuncia a diversidade cultural e identitária dos estudos aqui propostos: trata-se de “africanas” no plural porque são vários países africanos de língua portuguesa a serem estudados e, por outro lado, “afro-brasileira” remete apenas ao Brasil e, por isso, está escrita no singular. A partir da Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira, também o ensino na graduação, em curso de licenciatura, torna-se necessário. Não somente para atender a legislação, mas também para olharmos para nossas raízes e nossa cultura contemporânea faz-se necessário ampliarmos esses estudos. Boa Leitura.
Cordis Revista Eletronica De Historia Social Da Cidade Issn 2176 4174, 2012
Resumo: O artigo propõe um estudo sobre a construção das representações de raça e gênero em romances publicados no Brasil e na África do Sul na primeira metade do século XX. Discute como questões relacionadas às políticas raciais e às práticas cotidianas de discriminação racial foram incorporadas e retratadas em romances, e como a sexualidade aparece racializada nos romances selecionados para este estudo, demonstrando a ligação entre história e literatura.
Miguilim - Revista Eletrônica do Netlli
Este artigo, à luz dos conceitos do Orientalismo de Edward Said (2007), tem como objetivo observar, em dois romances brasileiros, — A descoberta da América pelos turcos (2008 [1994]), de Jorge Amado, e Nur na escuridão (1999), de Salim Miguel — como se articula o olhar orientalista. Através da análise comparativa desses romances, observa-se que há a tentativa de superação do discurso orientalista por parte do autor de origem libanesa por meio da narrativa memorialista. Por sua vez, na obra de Jorge Amado percebe-se ainda a presença das características homogeneizantes dos árabes, apesar da tentativa de romper com os estereótipos. A partir dos aportes articulados por CURY (2006), GARCIA (2014), GATTAZ (2007;2012) e TRUZZI (2000), a análise nos permitiu concluir que existem maiores possibilidades de superação do Orientalismo através das estratégias narrativas de Salim Miguel, que se utilizou da nacionalidade, da autoficção e da memória para garantir uma autoridade discursiva cultural e...
Dimensões: Revista de História da Ufes, 2011
Resumo: O objetivo deste estudo é mostrar as relações literárias entre Brasil e o Império Português na África. Do ponto de vista histórico, o Brasil tornara-se o destino final de 38% dos escravos transportados para a América do Sul. As marcas deixadas pela África nas terras brasileiras são biológicas, lingüísticas, sociais e culturais. Em parte, também ocorreu um processo inverso, pois se encontram características brasileiras em várias partes da África, principalmente nos setores sociais e culturais. Desde o século XIX, a literatura brasileira desperta nos intelectuais e escritores da África de língua portuguesa grande interesse. O artigo discute as redes de cumplicidades estabelecidas entre os continentes, as literárias e além delas.
Neste artigo, examinamos alguns rumos do romance africano de língua inglesa na contemporaneidade. Num primeiro momento, discutimos algumas concepções teóricas a respeito do gênero do romance e a especificidade dos romances pós-colonial e africano. Em seguida, passamos a tratar do processo de desenvolvimento do romance africano de língua inglesa, analisando suas diversas fases desde o surgimento durante a colonização até os dias atuais. Palavras-chave: romance, romance pós-colonial, romance africano
Via Atlântica, 2012
Nascido em Luanda (c. 1860), Pedro Félix Machado era filho de António Félix Machado, natural dos Açores, comerciante cujos negócios decorriam entre Luanda e o Recife, e da angolana Ana Joaquina do Amaral Gourgel, filha de Pedro Maria do Amaral Gourgel e de Catarina da Costa, ambos naturais de Luanda. O nome da família materna do escritor, Amaral Gourgel, indicia uma ascendência mestiça e brasileira, uma vez que se trata de uma entre as muitas famílias que, sobretudo depois do governo de Salvador Correia de Sá e Benevides, entre 1648 e 1651, assim como dos governadores brasileiros que lhe sucederam ao longo de todo o século XVII, foram afluindo do Brasil a Angola, estabelecendo alianças matrimoniais com africanos e controlando o comércio de mão de obra escrava para o Brasil nos dois principais portos angolanos, Luanda e Benguela, pelo menos até à Independência brasileira, em 1822. Se é certo que muitos dos nativistas angolanos -ou angolenses ou filhos do país, como se autointitulavam -que colaboraram na imprensa livre da segunda metade do século XIX eram oriundos destas famílias, não é demais lembrar que o próprio sentimento de nativismo, criação inteiramente brasileira, foi penetrando paulatinamente no território angolano através delas (PINTO, 2004). Embora tudo leve a crer que Pedro Félix Machado nunca esteve no Brasil, é possível, pois, discernir, no seu percurso biográfico, três elementos que o ligam a este país: os negócios do pai, a ascendência da mãe e a gênese do nativismo angolano. Como vão eles repercutir-se em Cenas de África. ?. Romance Íntimo? Fernando e Leonila, Bug-Jargal, de Victor Hugo, e a perseguição ao tráfico negreiro nos anos de 1850 Fernando Gouveia, natural de Lisboa e filho adulterino do judeu David Bendrau e da costureira Lourença Gouveia, tem 22 anos de idade em meados do
Literaturas de resistência e tradução, 2024
Artigo para graduandos sobre aspectos de resistência social, política e literária, nos romances de Conceição Evaristo e Ana Maria Gonçalves.
Scripta, 2017
Escritas partilhadas: parcerias em produções etnográficas realizadas em contextos africanos, 2023
O presente capítulo consiste em entrevistas que realizamos entre nós, à distância, a respeito de nossas trajetórias pessoais e acadêmicas, nossos dados de campo e nossas percepções sobre a disciplina antropológica. Além de compartilharmos dilemas geracionais de nossos tempos37, compartilhamos também o interesse pela mesma temática de pesquisa e muitas vezes os mesmos interlocutores. Atendendo à proposta do livro, Nelson e Francisco, jovens doutores que somos, o primeiro moçambicano e o segundo brasileiro, buscaremos aqui refletir “os diálogos que as trajetórias de pesquisa nos proporcionaram, desde as conexões com nossos/as interlocutores/as de pesquisa, das amizades que construímos, até os diálogos acadêmicos e/ou políticos que construímos em meio às sociedades ou grupos aos quais nos dedicamos a compreender”, conforme as organizadoras dessa coletânea sugeriram na chamada-convite para a publicação. Com base nessa proposta, fizemos perguntas um ao outro, que aqui compartilhamos em formato de diálogo. Nesse sentido, esperamos, com a publicação desta conversa, não apenas fazer um certo registro histórico do momento em que vivemos, mas também colaborar na divulgação de algumas pesquisas ainda inéditas a grande parte das pessoas interessadas em questões de gênero e sexualidade, principalmente em contextos africanos. Sem mais, convidamos o leitor e a leitora a embarcar nessa conversa.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
Biblioteca Virtual do Pensamento Social, 2021
Através das Águas. Os Bantu na formação do Brasil, 2023
Mulemba, 2024
História, Cultura e Religiosidades Afro-Brasileiras: volume 2, 2019
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG
Miguilim - Revista Eletrônica do Netlli, 2018
Palimpsesto - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ
Scripta, 2012
Revista História Hoje, 2012
Antiteses, 2008
Estudantes africanos e africanas no Brasil (Anos 1960), 2021
Revista de Educação Pública, 1995
Rotunda 4, 2006
Brazilian Journal of Development, 2020