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2010, Revista Eletronica Historia Em Reflexao
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Mestrando em História-UFG Bolsista do Fundo de Apoio à Pesquisa do Estado do Maranhão-FAPEMA RESUMO: Este texto retrata parte da história de um camponês maranhense chamado Manoel Conceição Santos, um dos maiores articuladores da luta camponesa em resistência ao regime militar no país. Começou organizando o sindicato de trabalhadores rurais no vale do Pindaré-Mirim, no Maranhão, posteriormente contribuiu na organização de entidades importantes no cenário nacional como a Central Única dos Trabalhadores-CUT, o Partido dos Trabalhadores-PT e o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural-CENTRU. Por suas ações foi perseguido, preso e torturado na ditadura militar. No exílio em Genebra, se engaja, juntamente com outros exilados, na luta contra governos repressivos. Após três anos fora do Brasil, retorna e dá continuidade, até os dias atuais, a luta em favor de uma sociedade justa. Trabalha com associações e cooperativas, desenvolvendo atividades que visam o aperfeiçoamento dessas organizações e o bem-estar dos trabalhadores.
2023
Texto publicado num livro em homenagem a João Quartim de Moraes.
Sessão magna-apreensão de burundangas. Assim, o jornal Diário de Notícias, um dos mais lidos em Belém na década de 1880, anunciava a prisão de um pajé e seus paramentos rituais na noite do dia 31 de novembro de 1886. O termo utilizado pela imprensa -burun dangas -para qualificar a ação da polícia era usual no século XIX e, quase sempre, como sinônimo de "coisas imprestáveis", mixórdia, confusão, embrulhada, trapalhada. A etimo logia do termo não deixa enganar. Do espanhol burundanga, o vocábulo significa, além do que já citei, palavreado confuso, algaravia, cozinhado malfeito, algo sujo e repugnante. Porém, segundo Aurélio Buarque de Holanda, na Amazônia brasileira é comum o uso da expressão como analogia às "mezinhas empregadas na feitiçaria" 1 • Raymundo Moraes registrou em seu dicionário amazônico, o termo berundanga como sinônimo de feitiço, puçanga, ou "beberagem usada para desgraçar o inimigo"2• A notícia do jornal no dia 1 de dezembro de 1886, traria novidades sobre o caso. o jornal Diário de Notícias tinha ampla circulação e notícias do gênero eram esperadas pelos leitores do diário. Dessa feita, se tratava da prisão de um pajé na Estrada de Nazaré, região com bonitas rocinhas, nas imediações do centro da cidade. O prosaísmo da nota talvez chamasse alguma atenção pelo fato de o pajé, envolvido na história, ser português de nascimento e ter se transferido para o Pará, já em idade adulta. Manoel dos Santos, como era chamado, havia nascido em Lisboa e depois imigrado para o Pará e aqui constituído família com uma mulher chamada Antonia d'Almeida, provavelmente também de origem portuguesa. Difícil precisar, mas a própria gazeta informava que, àquela altura, já se tratava de um homem de "meia idade". Tudo indica que por aqui aprendeu o ofício da pajelança, sendo amplamente conhecido na cidade por amigos e inimigos. Vivia da venda de flores na cidade, durante o período da tarde, e, durante a noite, recebia os clientes interessados em resolver os problemas do corpo e do espírito. O subdelegado do distrito de Nazaré, Joaquim Luiz Gomes, que havia recebido denúncia de vizinhos, acabou por realizar uma diligência no meio da noite. Pelo que se pode notar pela notícia, o Sr. Gomes ficou "oculto em uma casa", contígua a que morava o pajé Manoel dos Santos, na Estada da Independência, nas imediações da rua dos Cearenses, no Bairro de São Braz. A vizinhança se queixa que o português "exercia descaradamente a sua profissão", que o jornal qualificou de embuste com a credulidade pública. Parte do ritual da pajelança pode ser apreciado pelo delegado e, em algumas passagens, transcrito pela folha. Na sala da casa estavam a esposa do pajé, um cliente chamado Manuel Lázaro Martins da Silva, um tal Silvestre e uma mocinha que não teve o nome citado. Na presença Manoel dos Sa ntos, o pajé de Portugal: imigração e contatos culturais em Belém do Pará no final do século XIX • 21
Raízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas
Por quê abordar o tema da conceituação das populações agrárias relacionando-o com uma teoria da identidade em termos contemporâneos? uma primeira resposta que me parece bem relacionada com esta questão, considerando que a
Lampião, 2021
O artigo discute a qualificação de “comunista” atribuída a Antonio Conselheiro e ao Belo Monte que liderou: tal caracterização jogou papel importante na criação da caricatura que justificaria a “guerra de Canudos” e o massacre dela decorrente. Mostra como o termo ganhou força no país por obra dos debates em torno da escravidão e da sua abolição, na segunda metade do século XIX.
A partir de uma análise da literatura sobre o sindicalismo rural, este artigo tratou de revisitar a trajetória da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) refletindo sobre sua prática de formação de quadros. Com isso, buscando entender os motivos que levaram a Contag a criar em 2006 sua Escola de Formação Política, a Escola Nacional de Formação da Contag (Enfoc), bem como seus objetivos. De um modo geral, nosso intuito foi desvelar o sentido que a prática da formação política teve (e tem) para os desdobramentos das ações políticas da Confederação.
Esta dissertação, baseada na etnografia realizada junto à “Comunidade Quilombola Manoel Ciriaco dos Santos”, localizada em Guaíra/PR, problematiza a vinculação direta entre a legitimidade da reivindicação territorial das comunidades quilombolas e a ideia de territorialidade fixa, que tem sido presumida pela política de garantia de direitos territoriais quilombolas no Brasil. Esta pesquisa indicou como a construção da identidade quilombola é perpassada pelos processos de deslocamentos constitutivos da trajetória das famílias que vivem atualmente em Guaíra/PR, mas são provenientes de Santo Antônio do Itambé/MG. A reivindicação da identidade quilombola é elaborada pelos meus interlocutores(as) com base na origem e na ancestralidade comuns com antepassados negros que foram escravizados nesta região de Minas Gerais, a partir da qual ocorre a saída das famílias em busca de melhores condições de vida, passando pelo estado de São Paulo até a mudança para Guaíra/PR, onde adquirem área própria. Nas narrativas dos membros da comunidade, percebe-se como o movimento não dissolve, mas, ao contrário, sustenta o pertencimento coletivo. Este caso exemplifica como a ideia de territorialidade fixa desconsidera experiências de “resistência à opressão histórica sofrida” – critério trazido pelo Decreto Federal 4887/2003 ao regulamentar o processo de titulação quilombola –, constituídas por meio de estratégias de deslocamento e não pela permanência em um mesmo território de ocupação tradicional. Estas dinâmicas de movimento foram, em um primeiro momento do processo de regularização territorial, que ainda tramita no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), entendidas como um elemento de descaracterização da legitimidade da reivindicação do grupo pelo primeiro relatório antropológico produzido sobre a comunidade. Com a não aprovação deste estudo por parte do INCRA, um novo relatório foi contratado, tendo este investido no argumento de que há uma continuidade entre as dinâmicas socioculturais do grupo de Guaíra/PR e as comunidades quilombolas de sua região origem, a partir de pesquisa realizada no entorno do município de Santo Antônio Itambé/MG. Esta pesquisa realizada pelo segundo relatório criou o interesse por parte da comunidade de que eles mesmos pudessem visitar a região. Tais viagens de retorno foram realizadas no âmbito desta dissertação para buscarmos mais informações sobre a trajetória histórica das famílias, o que gerou um entrelaçamento entre a minha pesquisa e a trajetória do grupo. O (re)encontro entre parentes perdidos e a possibilidade de acesso às histórias dos antepassados proporcionados por estas viagens sugerem que a busca pela reconstituição de histórias e vínculos com a região de origem, por parte dos quilombolas de Guaíra/PR, não se restringe ao âmbito instrumental e administrativo, mas tem também uma importante dimensão afetiva. A articulação destas dimensões aponta para o anseio dos quilombolas pelo reconhecimento da legitimidade de sua versão sobre sua história, do valor de sua origem e trajetória, bem como do direito de se construírem como sujeitos e como coletividade específica. Palavras-chave: comunidade quilombola; relatórios antropológicos; movimento; memória.
O artigo objetiva analisar o processo pelo qual Antonio Conselheiro tornou-se matéria de interesse da imprensa periódica da cidade de Salvador entre os anos de 1876 e 1893. O período corresponde ao tempo de peregrinação de Antonio Conselheiro pelos sertões da Bahia e Sergipe. Nessa época, na Bahia, a maior parte dos jornais pertencia a grupos políticos, praticando um jornalismo opinativo, porta-voz de grupos oligárquicos. Diante desse corpus – constituído pelos diferentes registros sobre Antonio Conselheiro publicados nesses jornais – buscamos então identificar de que forma essas notícias contribuíram para a constituição de uma memória discursiva acerca do peregrino e dos seus seguidores.
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Fronteiraz Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Critica Literária - PUCSP, 2009
Espaço Ameríndio, 2020
GEOgraphia, 2023
Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
Topoi. Revista de História, 2001
XI Congresso PPGHE-USP, 2020
Tensões Mundiais, 2019
ANAIS DO SEMINÁRIO NACIONAL A TERRA E O HOMEM: CENTENÁRIO DE MANUEL CORREIA DE ANDRADE 1922 - 2022, 2022
REVISTA ELETRÔNICA DOCUMENTO/MONUMENTO, 2019
Geographia, 2024
Velho General - História, 2023
Sinal de Menos, 2009