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tEORIA LITERARIA

Abstract

Nas famílias burguesas, do século XVIII, a "nuclearização" e a interdição a masturbação assumiram progressivamente o centro do discurso e da visibilidade e, consequentemente, das preocupações. As mulheres das classes superiores tinham que entender cedo que a única porta aberta para uma vida que fosse, ao mesmo tempo, fácil e respeitável era a do casamento. "Logo, ela dependia de sua boaaparência, nos conformes do gosto masculino daqueles dias.'' "Permanecer solteira era considerado uma desgraça e aos trinta anos uma mulher que não fosse casada era chamada de velha solteirona. Depois que seus pais morriam o que elas podiam fazer, para onde poderiam ir? Se tivessem um irmão, poderiam viver em sua casa, como hóspedes permanentes e indesejados. Algumas tinham que se manter e, então, as dificuldades apareciam. A única ocupação paga aberta a essas senhoras era a de governantas, em condições desprezadas e com salários miseráveis. Nenhumas das profissões eram abertas as mulheres; não havia mulheres nos gabinetes governamentais; nem mesmo trabalho de secretaria era feito por elas. Segundo, Louisa Garrett Anderson, (1860) "…Os pais acreditavam que uma educação séria para suas filhas era algo supérfluo: modos, música e um pouco de francês seria o suficiente para elas. Aprender aritmética não ajudará minha filha a encontrar um marido, esse era um pensamento comum. Uma governanta em casa, por um breve período, era o destino habitual das meninas. Seus irmãos deviam ir para escolas públicas e universidades, mas a casa era considerada o lugar certo para suas irmãs. Alguns pais mandavam suas filhas para escolas, mas boas escolas para garotas não existiam. Os professores não tinham boa formação e não eram bem educados. Nenhum exame público (para escolas) aceitava candidatas mulheres",Louisa Garrett Anderson, (1839).

Key takeaways

  • O mundo doméstico, afirma Rosseau, é o livro das mulheres, e não há necessidade de qualquer outra leitura.
  • [8] Sendo assim, não é de se estranhar que numerosos tratados de conduta para mulheres jovens se popularizaram no século XVIII, ensinando doutrinas morais e enfocando a educação em aspectos domésticos, religião e "talentos", e separando-as de outros conhecimentos, que a tornariam pouco desejável aos olhos masculinos.
  • De fato, é necessário para a leitura dos romances de Jane Austen compreender que a autora escrevia num contexto patriarcal que herdara do Iluminismo a naturalização da categoria de gênero e que tinha no casamento e no amor a tentativa de perpetuação desse poder e da nova classe social que surgia.
  • O que a ironia nos propõe, no seu exercício retórico e argumentativo, é um novo enquadramento da racionalidade, vista à luz de uma perspectiva que a determina num contexto de problemas filosóficos, que já não se compadecem com a concepção geral e habitual de racionalidade.
  • Nós podemos ver isso em Orgulho e Preconceito, onde Elizabeth não é perfeita mesmo.