2014
O décimo congresso da Sociedade Brasileira de Primatologia foi o primeiro a ser realizado na Amazônia, bioma que abriga a maior parte das espécies de primatas brasileiras. Foi também o primeiro congresso do novo milênio. Embora este seja apenas um marco simbólico, a passagem de época despertou as esperanças de mudança, de transição e de modernização em todo o mundo ocidental, que não deixou de servir de fonte de inspiração também para os primatólogos de todo Brasil. Do ponto de vista primatológico, o que mais impressionou, talvez, na última década do velho milênio, foram as descobertas de nada menos do que seis espécies novas e endêmicas, não somente na imensidão inexplorada da Amazônia, como também nos cantos sitiados da Mata Atlântica. Assim, o novo milênio começou com uma perspectiva renovada, e com horizontes de pesquisa ainda inexplorados. Neste contexto, o congresso de Belém reuniu mais de cem participantes, de todos os cantos do país e ainda do exterior, que apresentaram seminários, painéis e mesas-redondas. Um dos destaques da semana foi a realização dos minicursos "tradicionais" da SBPr, que aproveitaram a disponibilidade de recursos locais, como o Centro Nacional de Primatas, a Escola Experimental de Primatas, do Departamento de Psicologia Experimental da UFPA, e o grupo de pesquisa de genética. Encerradas as atividades, partimos para a edição do volume 9 da série A Primatologia no Brasil. Reunimos neste volume dezesete dos trabalhos que foram apresentados no Congresso, que abrangem praticamente todas as áreas de atuação dos primatólogos brasileiros, desde a genética e a fisiologia, até a conservação e a ecologia, com certo destaque para a dispersão de sementes. Inovadores e importantes, os trabalhos publicados aqui mantêm a tradição de excelência estabelecida nos volumes anteriores. Gostaríamos de agradecer as contribuições de