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2019, Literatura e Autoritarismo
Este artigo aborda como a perspectiva de resistência se manifesta no conto brasileiro contemporâneo, buscando identificar na forma e no tema de contos brasileiros do século XXI meios de resistência a qualquer situação de caráter conflitivo, não circunscrevendo a abordagem de resistência na literatura a episódios históricos específicos que poderiam gerar um teor testemunhal ou uma memória de fatos sociais representados nos contos. Para isso, expõe-se a concepção de resistência de Alfredo Bosi e análise de narrativas publicadas a partir dos anos 2000: “Boi”, de Marçal Aquino, e “O sorriso de brinquedo”, de Carlos Gildemar Pontes.
Le Centre pour la Communication Scientifique Directe - HAL - SHS, 2020
Resumo -A narrativa nos constrói, alinhava o sentido que encontramos para a vida. As narrativas podem ser refeitas, são estruturas móveis. Somente ao perceber nossos atos, escolhemos como agir. Após esse processo assumimos a condição de autoria de nossa existência. Quando podemos nos narrar de outra forma vivemos o processo de transformação. O ser humano ao fazer música se funda por esse fazer. Cantar, tocar um instrumento pode ser a porta de saída para novas narrativas de si.
Na contemporaneidade o diálogo entre arte e ciência cada vez mais vêm obtendo relevância e visibilidade nas pesquisas acadêmicas, na publicação de artigos, livros e tema de exposições, ressaltando a parceria e contribuição ao agregar teorias e produção artística em seus projetos e campos de estudos. Artistas visuais, críticos de arte, curadores, antropólogos e filósofos se aproximam, criam e compartilham suas bases teóricas demonstrando que o diálogo e suas práticas tendem a enriquecer essa relação tanto no cenário político e social, como também, na dimensão estética. No período moderno (1350-1850) a concepção e produção de arte era majoritariamente na pintura para fins acadêmico, de cunho religioso e amparada no modelo historicista. Já na contemporaneidade essa concepção se rompe em prol de um estilo e experiência não mais com base no visível, mas nas sensações, emoções e funcionalidade. Nesse contexto, os movimentos artísticos intensificam-se a partir das primeiras décadas de 1900, e novas linguagens, movimentos e técnicas são criadas como instalações, performances, objetos e outros, somados as questões culturais, políticas e sociais principalmente após a Segunda Guerra Mundial. Rompe-se com o academicismo, ultrapassando os limites da moldura, dos costumes e hábitos. Nesse contexto, a arte contemporânea adquiri espaço e legitimidade a partir da década de 1950, superando os conceitos de base tradicional e hegemônica, elegendo espaços alternativos e as ruas na apresentação de suas obras e a inclusão e interação do público em seus projetos. Essa ideia de arte no Brasil ocorre com o movimento de artistas e críticos paulistas e cariocas tendo como referencial a fase do concretismo. No
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, 2017
http://www. cesargiusti. ddfnet. com. br/ …, 2001
I Poder-se-ia dizer que o tema deste texto surgiu de uma observação empírica, mas, na verdade, ele se deve a algo menos concreto; deve-se mais a uma percepção difusa, ao sentimento de uma ausência, da falta de alguma coisa que ocupou grande parte do horizonte das discussões teórico-críticas sobre cultura e literatura na primeira metade da última década. Refiro-me à questão da pós-modernidade, da sua existência, definição, cronologia e aplicabilidade às letras brasileiras. Esse silêncio atual intriga e levanta suspeitas de que o tema não se esgotou. Apenas "saiu de moda", como tantos outros temas, métodos, teorias e abordagens que hoje surgem, crescem, causam enorme celeuma e desaparecem, sem suscitar maiores inquietações. Essa rápida obsolescência, essa fungibilidade, essa substituição ininterrupta de uma coisa por outra coisa -seja ela um bem, uma pessoa, uma teoria -são, entretanto, alguns dos elementos (quase inapreensíveis) que balizam os contornos justamente do que se chama ... pós-moderno.
Muitos teóricos mergulham na essência de cada obra literária, percorrem seus escaninhos , desvendam seus artifícios, iluminam seus significados ocultos.
Contexto - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFES, 2019
RESUMO: Este trabalho se dispõe a refletir sobre a aproximação entre narrativa de vida, resistência e utopia, pondo em evidência questões étnicas raciais, violência, testemunho, memória, protagonismo e liberdade. Nele buscaremos mostrar como esses elementos são representados no romance Diário de Bitita (2014), da escritora negra Carolina Maria de Jesus. E como esses elementos podem ser articulados na escrita como um ato de resistência, contra um racismo socialmente estruturado. Para aclarar essa discussão, nos aproximamos das ideias de Alfredo Bosi em Narrativa e resistência (1996), Thomas More em Utopia (2006) e Giorgio Agamben em O uso dos corpos (2017). Essas concepções teóricas estarão em diálogo com outros autores, pertinentes para o crescimento da discussão a que nos propomos.
REVISTA DE LETRAS - JUÇARA, 2021
Este artigo visa analisar como são elaboradas as marcas de resistência frente ao Estado de Exceção de Direito, especificamente a partir do conto Botão de Rosa (1974), de Murilo Rubião. Partimos do entendimento de que a Literatura tem uma função subversiva de denúncia do status quo, que se torna possível quando a narrativa ficcional possibilita a reflexão da realidade social. O estudo visa expor, através das marcas de engajamento da narrativa, como as lógicas de opressão das estruturas soberanas encontram no Direito a sua legitimidade culminando em distopias causadas pelo próprio Estado. Tudo isso por meio de uma investigação que tem a revisão bibliográfica como método de abordagem e possui caráter qualitativo e exploratório. Deste modo, ao descortinar os dramas humanos oriundos dos espaços de existência presentes na narrativa descobrimos, como resultado, que o Estado de Exceção que parece distante, mostra-se muito mais abrangente e próximo do que imaginado. Palavras-chave: Literatur...
2020
Esse artigo analisa as narrativas produzidas pela midia e pelos segmentos juvenis durante os movimentos de ocupacao nas escolas e universidades no segundo semestre do ano de 2016. O exame dessas narrativas em disputa revela estrategias discursivas especificas: no âmbito das ocupacoes, o agendamento de temas destinados a formacao de certos enquadramentos propostos pelos jovens estudantes, interessados em: (1) “furar” a narrativa dominante inaugurada pelos meios de comunicacao televisivos; e (2) escapar as estrategias de silenciamento por meio dos atos de resistencia. No âmbito midiatico, tem-se o agendamento de temas destinados a formacao de enquadramentos centrados na: (1) deslegitimacao do movimento (a partir de chaves de oposicao e contrafaccao no campo semântico); na (2) estigmatizacao do discurso da resistencia; e (3) na criminalizacao dos atos de resistencia.
Revista De Letras, 2011
Signo, 2012
tema e a perspectiva narrativa da obra. Subúrbio é um marco na literatura brasileira contemporânea, não só pelo tema difícil da pedofilia que trata e pelo seu realismo brutal, mas pela linguagem e pela estrutura híbrida, em que literatura e cinema se fundem. Tentarei evidenciar os elementos de novidade do livro, o modo em que o espaço urbano é representado, a economia de meios expressivos, a estrutura que incorpora elementos das outras artes, a sofisticação e adequação da linguagem ao tema.
Revista Crioula, 2010
RESUMO: A questão das identidades vem, desde os anos 1980, ocupando lugar cada vez mais privilegiado no debate acadêmico. Além disso, nas últimas duas décadas, alguns escritos brasileiros inseriram essa questão como elemento central de composição de suas narrativas. Nosso intuito aqui é analisar como o problema das identidades desempenha função estrutural na forma dos romances Budapeste (Chico Buarque, 2003) e O sol se põe em São Paulo (Bernardo Carvalho, 2007). Não se trata unicamente, portanto, de ver como o tema identitário aparece nas obras, mas de averiguar -no escopo da investigação estética -a maneira como a estrutura particular dos romances é construída em função dos problemas identitários enfrentados por seus narradores.
2022
Discussões teóricas sobre a literatura e a ditadura civil militar no Brasil. Reúne trabalhos de pesquisadores brasileiros de diferentes universidades.
A rua não é sua, eu não preciso prestar contas.
A nArrAtivA como superAção dA crise 1. Considerações prévias: a crise dos jornais de papel O que pretendo partilhar convosco nesta reflexão prende-se essencialmente com um pressuposto: o de que o Jornalismo vive uma crise sem precedentes, mote que, aliás, tem sido retomado de forma insistente na última década. O Jornalismo, enquanto atividade e área sociocultural, também não escapa, portanto, à abrangência da crise nas sociedades atuais, sendo ele um campo marcado por problemas endógenos mas também e, seguramente, por tensões externas que dilaceram o campo socioprofissional. Crise de legitimidade profissional, dramática para os profissionais que têm de encarar despedimentos ou submissões diversas, muitas vezes violentando a sua independência e liberdade; crise de leitura, pois cada vez menos os jornais impressos são comprados e lidos; crise ético-deontológica, assistindo-se a subversões nos critérios de seleção e tratamento das notícias; crise de estratégias e práticas editoriais: estas são algumas das consequências, na nossa opinião, decorrentes da lógica de mercado selvagem que impera sobre o jornalismo, a que Carlos Camponez chama de "crise sistémica das lógicas do novo capitalismo" (Camponez, 2010), e também das mudanças rápidas provocadas pelo surgimento dos novos media que arrastam consigo novos paradigmas de construção do sentido, de escrita e de leitura, tema desenvolvido na conferência do Professor António Fidalgo publicada neste volume. Na sua lição para Provas de Agregação, Manuel Pinto faz uma radiografia bastante bem circunstanciada das múltiplas crises que atravessam o campo jornalístico na atualidade, explicando como a formação de grandes oligopólios mediáticos, a ditadura da rentabilização que preside à lógica de mercado tiveram Ana Teresa Peixinho FLUC -CEIS20 116 Os textos de Carlos Camponez e de João Figueira, publicados neste volume, abordam de forma circunstanciada o panorama da crise do Jornalismo.
Pascale Casanova, ao analisar a questão do «tempo» em relação às nações e suas produções culturais (também a literatura), afirmava que: «Il faut être ancien pour être puissant puisque le capital culturel national est constitué principalement de temps accumulé, transformé en ressources» (Casanova 2011: 15). Deixa claro que essa ancienneté é uma noção relativa e que os diferentes espaços nacionais — rivais num cenário mais amplo a nível mundial — não são iguais1 e propõe uma perspetiva dualista, indicando mesmo que não pretende criar uma visão rígida (Casanova 2011: 23), que contempla a distinção entre «literaturas menores» e «literaturas maiores». As primeiras — como já tinha comentado em A República mundial das letras — têm, em sua opinião, um vínculo muito forte com aquilo que diz respeito, entre outras, à definição do «nacional» e à própria história dessa nação (Casanova 2011: 22); e nas segundas, as mais antigas — incluída a Francesa —, essa relação ter-se-ia diluí- do, apresentando sistemas literários mais autônomos quanto a essas relações. Sendo a tradição francesa,2 em sua opinião, um claro exemplo de um sistema literário «ancien», a produção literária e cultural do Brasil estaria situada no outro polo, de «espaces littéraires les plus récemment apparus et peu dotés» (Casanova 2008: 128). Trata-se de uma perspetiva, em minha opinião, excessivamente simplificadora e reducionista. 1 Afirma também que: «Chaque espace national
Signótica, 2007
RESUMO A literatura brasileira contemporânea é heterogênea e de difícil definição. Ainda assim, algumas tendências são claras em seu interior. Ao lado de um conjunto majoritário de obras que se mantêm presas à ambientação e às preocupações mais tradicionais da narrativa no país-isto é, assuntos da esfera privada, envolvendo personagens de classe média, brancas e freqüentemente intelectualizadas-, há um foco renovado nas periferias e na marginalidade, reforçado pela visibilidade que o cinema nacional tem dado a essas questões. Existe um terreno comum, entretanto, sobre o qual todos (ou praticamente todos) se movem: o realismo. Este artigo discute, a partir de ampla pesquisa realizada na UnB sobre as personagens do romance contemporâneo, as conseqüências desse efeito de realidade que a narrativa busca produzir em seus leitores. PALAVRAS-CHAVE: literatura brasileira contemporânea, representação, realismo. Recebido em 16 de abril de 2007 Aceito em 4 de maio de 2007
Revista Estudos de Literatura Brasileira …, 2011
Assis e inclui, entre seus clássicos, autores do peso de Mário de Andrade, Clarice Lispector ou Guimarães Rosa. Em relação aos anos do boom, na década de 70, a nova onda do conto brasileiro apresenta menos força, mas também maior diversidade. Tratam-se, afinal, de dois momentos históricos diferentes. O "boom" dos anos 70 Em plena ditadura militar-com as arbitrariedades acontecendo do lado de fora e a censura dentro dos grandes jornais-o Brasil viveu na década de 70 um período de efervescência literária e editorial. Só em 1979, 250 milhões de livros foram lançados. Nunca se publicou tanto. Nunca tantos escritores foram apresentados ao público. Concursos, jornais, revistas especializadas e antologias divulgavam novos autores, criavam renomes passageiros e mesmo consagravam definitivamente alguns, que passariam a fazer parte da vida literária do País. Só como exemplo, a revista carioca Ficção-que circulou mensalmente durante quatro anos, de janeiro de 1976 a setembro de 1979-abrigou entre suas páginas nada menos que 350 contistas
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