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1997
A questao agraria e um componente constante do debate politico nacional desde ha muito. Os determinantes desse debate - os grupos sociais que envolve e suas perspectivas forcas politicas - e que, vez por outra, fazem com que a tematica, realmente antiga, como que submirja, desaparecendo nos subterrâneos da clandestinidade - gracas a midia, hoje, ou mesmo devido a repressao oficial por decadas.
Sociedade e Território
Compreende-se que a gênese dos atuais problemas agrários existentes no Brasil está na forma como sociedade têm organizado o uso, a posse e a propriedade da terra ao longo de sua história, partindo do pressuposto teórico de que esses problemas são inerentes do próprio desenvolvimento do modo de produção capitalista, que em sua essência é desigual, contraditório e combinado. A proposta de análise desse texto tem como objetivo abordar algumas das principais discussões que permeiam o debate da questão agrária brasileira na contemporaneidade, tanto na perspectiva de sua negação, como na perspectiva de sua afirmação. Para tanto, faz-se leituras e análises de autores consagrados, tais como Martins (1981), Oliveira (1986; 1999; 2007; 2010) e Stedile (2012) e de dados levantados nos censos demográficos (1950 a 2010) e agropecuário (2006) da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Revista Direito e Justiça, 2018
Sumário: Considerações iniciais. 1 A questão agrária brasileira historicamente situada. 2 A reforma agrária na Constituição de 1988: uma expressão da constitucionalização simbólica. 3 Reorientação das políticas de reforma agrária: o MST. 4 Atualização do debate: entrevista com representante do MST. Considerações finais. Referências. Resumo: O artigo investiga a atualidade da questão agrária no Brasil. Parte de uma revisão da literatura, especialmente Prado Júnior. Analisa a permanência dos conflitos no campo em uma fase da história brasileira marcada pela ampla previsão de direitos e garantias. Constatados os limites das normas referentes à política agrícola, fundiária e à reforma agrária presentes no texto constitucional, busca explicar a ineficácia a partir da teoria da constitucionalização simbólica de Marcelo Neves, ressaltando o caráter simbólico de suas disposições, que culmina na manutenção do modelo agrário vigente. A pesquisa adotou metodologia teórica e empírica, por meio de revisão de literatura e análise de dados e entrevista referentes ao Movimento dos Sem Terra, para concluir pela permanência de um modelo excludente e causador de conflitos sociais, políticos e econômicos.
O Brasil está num momento em que precisamos refletir nossa situação para, com isso, projetar novos horizontes e termos claro o que queremos para nosso futuro como sociedade brasileira, tanto a nível local, como regional e nacional, em áreas vitais como a discutida na mesa, a questão agrária, que pode nos comprometer ou nos contemplar com um futuro promissor. A desigualdade de terras contribui para o aumento da injustiça e da fome? Vários especialistas afirmam que sim. De qualquer maneira, sendo o Brasil um dos países mais desiguais do planeta em termos de terra e renda, e tendo índices elevados de violência, tanto em regiões urbanas como no campo, não há como não refletir sobre esta possível associação. A redução da desigualdade de terra pode propiciar menos fome e mais condições dignas aos que trabalham e vivem no/do campo.
Revista da Anpege, 2014
A fronteira é espaço de limite entre territórios forjado no processo contraditório e desigual de expansão das relações sociais de produção. Ela possui características gerais e particulares que se articulam entre si. São características do espaço agrário de fronteira no Brasil as ilegalidades na apropriação de terra, ausência do Estado, utilização de terras para ns especulativos, trabalho análogo à escravidão, luta pela terra e atuação de movimentos sociais camponeses, dentre outras. A partir dessas características veri cadas na fronteira é possível a rmar que existe uma questão agrária de fronteira no Brasil .
Raízes: Revista de Ciências Sociais e Econômicas
A concertação política do agronegócio, composta por grupos políticos contrários à democratização da terra visa desmantelar as conquistas obtidas na Constituição de 1988, como se assistiu tanto em medidas do Legislativo, quanto do Executivo, sobretudo a partir do Golpe de 2016, como também durante as gestões federais lideradas pelo Partido dos Trabalhadores. Este trabalho, ao usar o conceito de “recalque” para explicar como esta ofensiva foi possível, parte do ponto de vista de que a marginalização política da questão agrária brasileira é resultado do enquadramento de memória que se estabilizou a partir do Golpe de 64, que se associa com os efeitos concretos da “modernização conservadora” da agricultura por parte da ditadura empresarial-militar. Através de levantamento bibliográfico e trabalho de campo, foi possível verificar que várias iniciativas políticas implementadas pelos governos petistas, voltadas para as populações pobres do campo, esvaziaram e “silenciaram” seu conteúdo agr...
Cadernos De Ciencias Sociais Aplicadas, 2012
Resumo: Este texto se propõe a discutir a questão agrária e verificar de que forma o Estado, mediante políticas públicas, pode impulsionar o desenvolvimento social e econômico. Centrado nas transformações ocorridas no rural brasileiro na década de 1990 e nas implicações do desenvolvimento "sustentável", o estudo apresenta dados, bem como o posicionamento de pesquisadores da Academia sobre a pluriatividade, previdência e reforma agrária e conclui: a pluriatividade no Nordeste está longe de ser "a solução" para a problemática do rural; as mudanças na previdência exerceram grande impacto na economia rural; a reforma agrária apesar de ter saído do foco do debate ainda é de fundamental importância para se pensar no desenvolvimento humano no campo e na cidade.
XI Jornada Internacional de Políticas Publicas, 2023
Produzido no âmbito do curso de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UFMA, com o recurso da pesquisa bibliográfica, o estudo analisa as concepções de questão social e questão agrária, a partir do referencial marxista e da particularidade brasileira. E aponta possíveis nexos, declinando hipoteticamente que, se a questão social se constitui a partir da contraditória relação capital-trabalho, resultante da lei geral de acumulação capitalista, como um conceito que expressa manifestações da totalidade do modo de produção capitalista; e sabendo-se que suas manifestações concretas expressam as particularidades histórico-culturais, dos diferentes estágios do capitalismo, das formas de Estado, e das conjunturas específicas dos Estados nacionais, a particularidade da questão social no Brasil tem raízes na questão agrária e nos seus desdobramentos na formação social brasileira.
2017
Este trabalho objetiva pôr em evidência a importância dos estudos sobre questão agrária no âmbito da produção do conhecimento histórico. Para tanto, foca nas diferentes possibilidades de resistência empreendidas pelos camponeses ao partir da análise de duas ocupações de terra em áreas de perímetro irrigado no Ceará e na Bahia no século XXI. Palavras-chave: questão agrária; campesinato; história. THE AGRARIAN QUESTION: EXPERIENCES AND RESISTANCES IN THE (HISTORIOGRAPHIC?) FIELD Abstract: This work aims to highlight the importance of studies in the realm of historical knowledge production regarding the agrarian question. For such, it focuses on different possibilities of resistance endured by peasants starting from the analysis of two occupations in irrigated areas in Ceará and Bahia in the XXI century.
Projeto Historia Revista Do Programa De Estudos Pos Graduados De Historia E Issn 2176 2767 Issn 0102 4442, 2009
Resumo A questão agrária é analisada sob o enfoque jurídico, com base no estudo da formação da propriedade rural brasileira, que tem sua origem na colonização fundada no latifúndio exportador, monocultor e escravagista. Esse modelo gerou um vício histórico: a concentração fundiária. Em torno do latifúndio também foi estruturada a vida social brasileira. Contemporaneamente, com a valorização dos direitos humanos e as exigências de qualidade de vida, tal realidade agrária restou conflituosa. Direitos como a reforma agrária, meio ambiente ecologicamente equilibrado e outros merecem tutela. Assim, um encaminhamento viável deve ser ministrado para acomodar a situação ao respeito a esses novos valores jurídicos. Palavras-chave Brasil; propriedade agrária; latifúndio; direitos humanos; reforma agrária; direito ao meio ambiente.
1990
A transitoriedade e o ajustamento que acompanham a redemocratização envolvem, necessariamente, um processo de regularização e ordenação das demandas sociais e dos conflitos de interesses entre as diversas classes, reforçando o caráter contraditório que permeia a instância institucional do governo federal como espaço de luta de classes. Este artigo busca analisar o período de transição democrática no Brasil, observando, em particular, como as contradições de classe que se organizaram em torno dos interesses específicos, relativos ao monopólio da terra e ao controle da produção agropecuária, repercutiram no selo do aparelho do Estado, criando cisões e contradições nas esferas do público e do privado, do Estado e da sociedade e fazendo transparecer a crise política do regime, cujos contornos já haviam começado a delinear-se mais claramente no início da década de 80, com o agravamento da crise econômica internacional. Este processo só pode ser entendido a partir da percepção da natureza...
REVISTA NERA, 2019
A Revista NERA surgiu em 1998 no contexto de criação do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (NERA), vinculado ao Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Presidente Prudente, e do Banco de Dados da Luta pela Terra (DATALUTA), projeto de pesquisa e extensão que sistematiza dados sobre a questão agrária brasileira. Passados vinte e um anos, a Revista NERA publica em 2019 a sua quinquagésima edição. Para comemorar tal feito, o artigo tem como objetivo analisar as tendências dos estudos sobre a questão agrária a partir dos artigos publicados pela revista. Para isso, um banco de dados com as informações desses artigos foi organizado. Pode-se afirmar que a tendência que estuda a (re)criação, resistência e autonomia do campesinato é a que mais se destaca nos artigos publicados pela Revista. Dentre as temáticas, destacam-se os estudos sobre o avanço do agronegócio no campo, assim como as lutas camponesas por terra, água, reforma a...
A presença de um grande contingente populacional vivendo no campo em condições de grande precariedade revela a persistência e gravidade da questão agrária na sociedade brasileira. A dimensão do problema fica caracterizada quando se leva em consideração que, no final da primeira década do segundo milênio, cerca de 30 milhões habitam a zona ruralmais do que a população da Venezuelasendo que aproximadamente 55%quase 17 milhões de pessoas -encontram-se em situação de pobrezapopulação superior à chilena. 2 A persistência de homens pobres no campo está diretamente relacionada à forma de exploração da terra. O predomínio de grandes empresas agrícolas, que organizam sua atividade produtiva tendo como base o controle de vastas extensões de terra e a mobilização de grandes contingentes de mão-de-obra barata para produzir mercadorias em grande escala no regime de monocultura, cristaliza o latifúndio e a superexploração do trabalho como pilares fundamentais da vida econômica e social no campo. 3 Herança não resolvida da economia colonial, tal padrão de organização da agricultura tem revelado surpreendente capacidade de resistir à força do tempo e de opor-se a qualquer iniciativa de democratização do mundo rural. A estabilidade da estrutura fundiária na história brasileiraexpressa na inabalável rigidez do índice de Ginideixa patente a perfeita simbiose entre modernização técnica e latifúndio. A baixa renda do E., Política de mercado de trabajo y pobreza rural en América Latina. Tomo 1, Roma, CEPAL/FAO/OIT, 2012, cap. 2. 3 A origem histórica e a natureza do problema agrário brasileiro, cuja essênciaa superexploração do trabalho e a depredação do meio ambiente -permanece inalterada, foi examinado por Caio Prado Júnior,
Caminhos de Geografia, 2018
Este artigo almeja discutir e desvelar o caráter ideológico de expressões, frases e vocábulos utilizados nos estudos concernentes à geografia agrária e às políticas formuladas para o setor agropecuário, responsáveis principalmente pela despolitização da questão camponesa no Brasil e pela manutenção de discursos e práticas conservadoras em relação à questão agrária. Neste sentido, as classes dominantes utilizam frases e vocábulos que escamoteiam as relações de produção, no intuito de conservar e reproduzir as estruturas vigentes. Deste modo, o texto é dividido em duas seções. Na primeira, discute-se conceitualmente a noção de ideologia, amplamente disseminada nas práticas cotidianas, nos estudos científicos e no senso comum, mostrando algumas de suas principais características, especialmente as relativas à sua materialidade, às interpelações, às práticas e aos sujeitos. Na segunda seção do artigo, será discutida a maneira como a ideologia interpela os indivíduos enquanto sujeitos através do uso de determinados termos, tais como reforma agrária, Revolução Verde, agricultura familiar e camponesa, e de alguns discursos amplamente difundidos em obras concernentes à questão agrária, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, como aqueles que consideram o rural como sinônimo de atraso, conferindo-lhe conotação pejorativa.
2014
No inicio da decada de 1990, o segmento de produtos orgânicos comecou a ganhar mercado, primeiramente em feiras livres e, mais tarde, no inicio do seculo XXI, nas prateleiras das grandes redes de supermercados. Nesse universo, o recente incentivo a producao de orgânicos ganhou destaque nos discursos de parcela da academia e do Estado, que propoem enquanto alternativa para reducao da condicao de miseria que se encontram milhoes de agricultores familiares em todo o Brasil a sua insercao no mercado, atraves da especializacao da producao. Desse modo, as reflexoes que ora trazemos para o debate tem como intuito propor elementos para se analisar criticamente o crescimento nos ultimos anos do mercado de produtos orgânicos no Brasil, contribuindo para desmistificar os interesses politicos e ideologicos que permeiam o recente incentivo a producao de orgânicos no pais.
Revista Verde Grande: Geografia e Interdisciplinaridade
Este artigo traz o depoimento de Ariovaldo Umbelino de Oliveira, Professor Sênior da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para episódio da websérie Leituras Brasileiras. Dentro da proposta da série, o professor apresenta uma síntese introdutória de seu pensamento, resultando em um vídeo de cerca de 22 minutos. O depoimento traz quatro blocos principais: primeiro, uma apresentação dos fundamentos teóricos que embasam o pensamento do professor que, em seguida, expõe sua abordagem acerca do campesinato no Brasil. A seguir, faz uma breve discussão sobre os conflitos de terra no Brasil, e encerra sua fala com o tema da propriedade da terra no Brasil.
HOLOS, 2007
Este trabalho tem como principal objetivo refletir sobre a questão agrária no Brasil. Para isso, atenta-se para o histórico de expropriações e sofrimentos que marcam a vida dos trabalhadores do campo no país, bem como para as lutas e esperanças destes, que anseiam pelo direito a um pedaço de terra e, assim, poder ter uma vida mais digna, caracterizada por tranqüilidade e qualidade. As discussões colocadas no trabalho são decorrentes de algumas pesquisas bibliográficas, em livros, periódicos e sites da internet, sobre o assunto. Além disso, colocam-se em tela versos de poesia popular que retratam a questão, como também ilustrações da vida dos trabalhadores sem-terra em acampamentos localizados em margens de estradas no Estado do Rio Grande do Norte, à espera de um pedaço de chão que encontra-se atualmente improdutivo, para produzir a sua subsistência. A postura metodológica adotada nas reflexões do trabalho é a crítica. PALAVRAS-CHAVE: Questão agrária brasileira. Expropriações. Lutas...
Revista Presença Geográfica, 2020
No decorrer dos decênios, a conjuntura agrária brasileira experimentou diversas transformações, especialmente com a adesão ao pacote tecnológico oriundo da Revolução Verde. No entanto, algumas características permanecem no campo e na agricultura nacionais há décadas, como a elevada concentração fundiária, a degradação ambiental, a desigualdade, a violência e a exploração do trabalho agrícola. Diversos literatos, como Euclides da Cunha, João Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e João Cabral de Melo Neto, descrevem em suas obras importantes aspectos associados à questão agrária, sobretudo no Nordeste brasileiro. Sob esse prisma, o objetivo do estudo foi identificar e avaliar os principais elementos da problemática agrária nacional presentes nos textos de João Cabral de Melo Neto, cuja obra denuncia vários problemas que assolam o campo brasileiro. Nesta perspectiva, foram analisadas as seguintes obras de sua autoria: O rio (1953) e Morte e vida severina (1955). A pesqui...
Estudos Ibero-Americanos, 1986
Este comentário e arrolamento de fontes tem por origem uma tese de doutoramento intitulada Terra e Poder: a questão agrâfia no RS-1850-1930, defendida na USP em 1986. Com o objetivo de contribuir para o avanço das direções de pesquisa apontadas naquela ocasião optou-se por publicar as fontes pesquisadas, comentando rapidamente a localização e conteúdo de algumas que, pela forma como estão arquivadas, não permitem, muitas vezes, ao pesquisador conhecer previamente o seu conteúdo. É importante ressaltar que foram realizados vários estágios de pesquisa em inúmeras instituições, arquivos, museus e bibliotecas, sendo que o de maior duração foi feito no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul em Porto Alegre, onde se encontra a maioria das fontes pertinentes à pesquisa. Dentre elas considerou-se de capital importância as que se referem a Leis, Decretos e Atos do Governo, bem como os Relatórios de Secretarias do Estado e Mensagens do Presidente do Estado, por permitirem uma ampla visão da política governamental sobre o assunto em pesquisa. As Mensagens, por exemplo, possibilitam a apreensão dos projetos governamentais, mesmo aqueles que não aparecem nos relatórios por não terem sido colocados em prática Entretanto, muitas discussões em torno de projetos políticos e problemas agrários encontram-se também na seção de Arquivos Particulares do AHRS, sendo mais significativos os de: Aurélio Bitencourt, João Neves da Fontoura e Homero Batista. .No que se refere à administração de terras, bastante elucidativas e muito numerosas são as fontes das Comissões de Terras e das Inspetorias e Diretorias de Terras e Colonização, catalogadas no arquivo sob o título de Imigração Terras e Colonização ou Obras Públicas. Essas fontes possuem, alem da documentação relativa a formação de colônias, dados quantitativos
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