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Passado e Futuro no Cinema de Ficção Científica

Abstract

The science fiction narratives, as all narratives, part from the experience of the present, that results from a known past and contains numerous possibilities of future, all of them possible scenarios to be explored by science fiction. Several authors consider that science fiction has a goal similar to History: they both have the same will to understand the present, exploring the hypotheses of what has been and how will became a world that has no divine destiny. For that purpose, science fiction moves back and forward in an omnitemporal horizon, creating alternative pasts, dystopian futures, time travels, time loopings, time splitting and parallel time lines that dislocate the viewer from the present in order to reflect about it. This paper intends to explore these heterochronic science fiction scenarios to understand which futures our present can bring us.

Key takeaways

  • Um dos autores que defende a similaridade entre ficção científica e História é Edward James (1994), argumentando que ambas obrigam a uma reconstituição mais ou menos ficcional do real e à exploração de possibilidades, recorrendo à especulação como ferramenta metódica.
  • A história alternativa é um outro modo narrativo que reflete sobre a sequência entre presente, passado e futuro numa linha única.
  • Os filmes Terminator são narrativas exemplares de paradoxo: em 2029, um ciborgue assassino é enviado para 1984 para matar Sarah Connor, a futura mãe do líder da resistência, com o objetivo de acabar com uma guerra que não viria a ter início se a missão fosse bem sucedida.
  • A questão da memória é recorrente na ficção científica das últimas três décadas, tornando-se central quando se aborda a duplicação do ser humano, quer por via tecnológica, quer por via biológica.
  • O potencial reflexivo da ficção científica enquanto ferramenta para imaginar o que vem depois do presente, para extrapolar cenários a partir das incertezas do mundo real é elevado, principalmente porque se constitui como uma forma de entretenimento, como espetáculo sublimativo capaz de chegar às massas e de as levar a avaliar os perigos inerentes à ciência, à tecnologia, à virtualização da vida, à exploração económica, ao esgotamento de recursos, à falta de respeito pela natureza, permitindo a inversão de comportamento que as poderá conduzir a melhores futuros.