Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2018
A circulacao de textos em primeira pessoa que tematizam a escrita de si em tons (auto) biograficos e presenca cada vez mais marcante no âmbito da vida contemporânea, nao somente em generos tradicionais da esfera literaria (biografia, autobiografias, diarios, etc), mas tambem sob outras formas que tem se proliferado cada vez mais numa sociedade altamente midiatizada. Porem, em tempos ja posteriores a morte do autor, como podemos pensar a escrita de si e sua relacao com uma suposta instância autoral no âmbito do texto autobiografico? Por meio de pesquisa bibliografica embasamos nossas respostas a esses questionamentos nas reflexoes teoricas de Foucault (2001), Barthes(2004), Compagnon (1999), Bakhtin e seu circulo (2000;2011), Lejeune(2014), Arfuch (2010), entre outros. Rediscutindo concepcoes acerca da atividade autobiografica, percebemos no conceito de espaco biografico o despontar de novas possibilidades no estudo de (auto) biografias e demais textos que apresentam matizes (auto) ...
Arteriais - Revista do Programa de Pós-Gradução em Artes
ResumoA aposta de que se trata nesse trabalho visa sustentar que a escrita cumpre funções diferentes, para diferentes sujeitos, em diferentes momentos. É nessa direção que acreditamos que Clarice Lispector fez de seu exercício de escriba o próprio manejo implicado no refazer de seu corpo, enlaçando-se, através do ato de escrever, pulsionalmente a uma língua. Essa perspectiva adotada a respeito da escrita nos permite destacar um importante aspecto a ela relacionado, pois julgamos que vida e obra são vertentes indissociáveis na produção de um estilo, não somente para um escritor, mas para todo artista.RésuméL’objectif de cet article est de maintenir que l’écriture remplit différentes fonctions pour différents sujets et à différentes époques. C’est dans cette direction que nous sommes convaincus que Clarice Lispector s’est confiée à l’exercice de scribe la manipulation même impliquée dans la refonte de son corps, s’entremêlant, à travers l’acte d’écriture, pulsionnément à une langue. C...
2020
Este trabalho tem como intuito refletir sobre uma modalidade narrativa amplamente difundida na contemporaneidade, a autobiografia. Contudo, nem todos os tipos de textos desta categoria sao relevantes para nosso estudo, interessa-nos sua vertente literaria, as autobiografias que galgam o status de arte. Claro esta que nao se trata de um genero estanque ou limitado as formas convencionais, sendo um de nossos propositos verificar as solucoes esteticas de renovacao deste objeto. Como corpus de analise, elegemos o romance A favor do vento (2014), de Duca Leindecker, musico com larga e bem-sucedida carreira, principalmente como lider da banda Cidadao Quem, e escritor de tres livros, com boa aceitacao do publico leitor, sendo seu primeiro livro, A casa da esquina, um bestseller, com mais de doze edicoes. Julgamos que A favor do vento configura-se como uma autobiografia nao convencional, pelo uso de artificios que manejam constantemente a acao de cifrar e decifrar, dando ao leitor relevante...
2021
Entrevista com José da Silva Ribeiro por Manoela dos Anjos Afonso Rodrigues
Revista Polêmica, 2020
Este artigo objetiva uma melhor compreensão da morte a partir do fenômeno do suicídio. O suicídio se apresenta como um analisador desta discussão, pois compreende-se como a fuga, pela morte, a uma aniquilação presente em vida. O artigo se utiliza, principalmente: dos estudos de Karl Menninger (1938/2018) sobre comportamentos autodestrutivos, tais como automutilação e acidentes propositais; da experiência de Elisabeth Kluber-Ross (1969/1981) com pacientes terminais e de suas impressões sobre a lida de pessoas próximas e da equipe médica desses pacientes com o estreitamento da morte; e da análise de Maria Julia Kovács (1992) acerca da morte durante o desenvolvimento humano, bem como das mudanças de significação do corpo morto, no decorrer dos séculos; juntamente com demais autores para complementar a sustentação teórica do artigo. Com eles, argumenta-se que os comportamentos autodestrutivos buscam, muitas vezes, a preservação do sujeito, ao invés de seu total aniquilamento, e que a retirada da morte de seu lugar inacessível na cultura é uma das possíveis formas de evitá-la. A partir disso, conclui-se que a preservação da vida a todo custo promove mais morte do que vida e aniquilamento de subjetividade, que poderia ser considerada uma morte em vida, como nos dirá Kovács (1992). A evitação da morte propõe sua negação e mudez em torno de comportamentos supostamente destrutivos relacionados a ela.
Cena
A afirmação do real tem sido um campo de debate nas artes da cena que trabalham com aspectos performativos. Dentre os diversos modos de se trabalhar o real observa-se em profusão um tipo de teatro denominado autobiográfico. Esse teatro parece ter como impulso a elaboração de traumas individuais que dialogam com questões de interesse coletivo. O presente artigo percorre brevemente os paradigmas que envolvem a discussão do gênero autobiográfico na literatura e sua transposição para o teatro. O artigo propõe que a base autorreferencial no teatro autobiográfico se afirme não apenas pelas palavras, mas pelo corpo, que é a afirmação de uma memória física. A cicatriz torna-se o paradigma de um trauma sofrido pelo corpo e que não precisa da palavra como único intermediário artístico. Palavras-chaveAutobiografia. Teatros do Real. Corpo. Trauma. Experiência.
Comumente, a crítica tem dificuldade de considerar as escritas de si, em suas várias modalidades, como exemplares de texto literário. Isso se deve às diferenças entre fato e ficção. Este artigo problematiza a noção de crise, geralmente enfatizada pelo discurso crítico quando se refere à produção contemporânea relacionada à autobiografia. Partindo de exemplos distintos de manifestações artísticas até chegar a alguns exemplos da literatura brasileira contemporânea, observa-se que o esgarçamento do nível ficcional em favor de textos cada vez mais híbridos, longe de enunciar uma crise, questiona os paradigmas que regem o conceito de literatura.
Cinemas, 2023
Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Visual, atuando principalmente nos seguintes temas: antropologia visual, antropologia digital, cinema, métodos de investigação em antropologia, interculturalidade e cultura afro-atlântica. Tem realizado trabalho de campo em Portugal,
No ensaio A morte do autor (1988), Barthes postula que é a linguagem que fala; não o autor. Em 1969, na conferência O que é um autor?, Michel Foucault discorre, entre outros temas, sobre a função de autor, gestada no fim do século XVIII, que converte os escritores em instauradores de discursividades. Na obra Profanações, o filósofo italiano Giorgio Agamben, considerado um dos grandes interlocutores contemporâneos do pensamento de Foucault, retoma a discussão associando o conceito de gesto ao de autoria. Este trabalho pretende discutir as aproximações e tensões entre a postura desses três pensadores sobre a noção de autoria e, desse modo, contribuir para os debates que propõem um diálogo entre a literatura e a filosofia.
Cadernos de História da Educação, 2018
Este artigo parte de uma análise do livro 8:28, a autobiografia de Eva Yarwood Mills publicada em 1976, em Lancaster, Estados Unidos. Eva Mills veio da Inglaterra para o Brasil como uma missionária protestante no período de 1928 a 1959, aposentando-se nos Estados Unidos. A partir da materialidade do 8:28, procuramos identificar os sentidos acionados pela autora nas representações tanto de si quanto do grupo religioso ao qual ela pertencia. Conjuntamente exploramos os elementos do pacto autobiográfico e discutimos as estratégias acionadas a partir da relação entre editor, autora-narradora-personagem e público leitor. Identificamos uma narrativa rica em sentidos e caminhos de possíveis análises, capazes de suscitar questões relevantes, como as estratégias usadas na representação de uma vida, os usos da autobiografia na construção identitária de um sujeito e do grupo que faz parte e o lugar da educação na vida desta personagem. Apesar de Eva Mills ser uma professora e construir-se por ...
Palíndromo
Este artigo buscou compreender a autobiografia como matéria da arte tendo como referência os artistas Louise Bourgeois, Frida Kahlo e José Leonilson. Bourgeois transforma suas memórias, perdas e traumas em arte. Kahlo dribla a dor, expressa sua paixão pela vida. Leonilson enfrenta a proximidade da morte. Encontrei conexão com estes artistas cujas vidas e obras se confundem. O procedimento metodológico parte da investigação teórica e do trabalho prático em relação dialética ao longo de todo o processo. De Gaston Bachelard, interessa o conceito de casa/corpo, como lugar da dimensão onírica da recordação. Philippe Lejeune discute autobiografia e a escrita de diário com a função de conservar a memória. E Georges Didi-Huberman trata a ausência como presença, vestígio, e a pele como lugar dos sinais tanto do envelhecimento/memória quanto do desejo/toque. Resultaram desse processo três obras que se conectam aos artistas elencados e aos conceitos trazidos pelos teóricos, e evidenciam o uso da memória, da autobiografia e das ausências como expressão singular.
Faces da História, 2019
As discussões a respeito das relações entre identidades e narrativas são recorrentes nas Ciências Humanas e Sociais. Desde a virada linguística no século XX, os estudos em diferentes áreas do conhecimento como a história, a crítica literária, a psicanálise e a antropologia têm procurado compreender estruturas, práticas e processos que envolvem o ato narrativo, destacando constantemente sua relação com a formação de identidades/identificações e representações. Publicada em 2019, a obra Vivendo autobiograficamente: A construção de nossa identidade narrativa, do pesquisador estadunidense Paul John Eakin, contribui para o aperfeiçoamento das discussões sobre identidades e narrativas em áreas de estudos como práticas biográficas, cultura escrita e narrações contemporâneas. Paul John Eakin é graduado em História e Literatura pela Universidade de Harvard, onde também cursou seu mestrado e doutorado. Especialista na área de autobiografias, é professor emérito da Indiana University, onde ocu...
Revista Eletronica De Letras, 2012
O objetivo do presente trabalho é elaborar um estudo sobre os textos autobiográficos de George Orwell, o ensaio O abate de um elefante (1936) e a obra Na pior em Paris e Londres (1933), apontando as características estilísticas presentes nesta modalidade de escrita e esclarecer que o propósito e a preocupação com a totalidade política é configurado a partir de uma visão exteriorizada sobre a própria vivência. Para tanto foram utilizados os estudos teóricos bakhtinianos sobre autobiografia e a auto-contemplação.
Desde a recente virada de século, vimos assistindo à consolidação da narrativa autoficcional não somente na literatura como também no cinema. A partir de romances de Ricardo Lísias (O céu dos suicidas e Divórcio) e Julián Fuks (Procura do romance e A resistência), e dos filmes Histórias que contamos, de Sarah Polley, e Irmãs jamais, de Marco Bellocchio, a proposta deste ensaio é descrever um tipo de narrador não exclusivo das formas literárias e típico da contemporaneidade. À luz dos célebres ensaios de Walter Benjamin, O narrador, e de Silviano Santiago, O narrador pós-moderno, o contador de histórias autoficcional recupera sua experiência para e na narrativa, e não se relaciona com a imagem somente como espectador: a tecnologia e as particularidades da comunicação lhe permitem hoje entrar na mídia e, a partir desta posição, problematizar concepções como as de ficção e realidade, documento e objeto estético, dentre outras.
Deleted Journal, 2019
3º Colóquio Internacional de Estudos Linguísticos e LiteráriosCaderno de resumos dos simpósios. Maringá/PR: Eduem, 2014. v. Único. p. 99 - 99, 2014
A ficção autobiográfica como possibilidade de significância existencial ou estética As possibilidades de uma ficção autobiográfica estendem-se para muito além da natureza complexa desse conceito. Ser ficção implica em fingimento; ser autobiográfica indica estar ancorada em fatos da experiência pessoal. Novamente, está-se diante dos estreitos limites que separam a ficção do acontecimento real. Paul Ricoeur ocupa-se, em Tempo e narrativa, a explicitar os modos pelos quais as narrativas tentam explicitar a perplexidade humana diante do tempo. A narrativa empreende "jogos com o tempo" (RICOEUR, 2010, p. 103), modos de compor a obra que acabam resultando em elaboração estética. A essa elaboração, Ricoeur chamou "configuração", momento que corresponde à produção da obra narrativa. Por ser um esforço de configuração do passado, a ficção autobiográfica olha para o tempo. Não apenas como memória. Não se trata apenas de retomar o passado como uma história para ser contada. Buscam-se tanto modos de compreensão do tempo como possibilidades de representação. O esforço dá origem às inúmeras possibilidades que a narrativa literária exibe. A ficção autobiográfica assume essa preocupação, quer entender o sujeito inserido na temporalidade. O tempo é objeto de toda narrativa literária. Esta resultaria do esforço humano para entendê-lo. Dessa forma, a atenção dada a este não poderia ser reduzido a uma característica eventual. O tempo sempre foi objeto, mas o sujeito também pode ocupar essa condição, quando olha para si. Firma-se estreita ligação do objeto com o sujeito que com ele se preocupa. As análises de Proust empreendidas por Ricoeur atentam para essa possibilidade de a preocupação com o tempo, como objeto, explicarem o sujeito, sobretudo porque a memória torna-se o objeto a ser entendido e configurado pela narrativa. Ou seja, a ficção autobiográfica possui essa condição: o sujeito inserido no tempo configura-se a si mesmo na obra, observa-se, desvela-se como objeto da narrativa, algo que o torna indissociável da compreensão das especificidades do tempo. Ricoeur sabe que o tempo não se reduz a um fenômeno imediatamente compreendido a partir de seu conceito. Por isso, retoma Santo Agostinho e sua
Neste ensaio, trato das imbricações de canções de cunho autobiográfico e da cultura autobiográfica do nosso tempo. Proponho que consideremos aquelas canções que têm como assunto a personalidade ou determinados episódios da vida de seu intérprete como uma declaração sobre si que se soma a muitas outras. Ao longo do artigo, percorro canções que descrevem ritos de passagem geográficos e simbólicos; canções que visam captar a essência de uma personagem; canções que, em conjunto, apontam para a coincidência de percepções acerca de um mesmo indivíduo.
Práticas e Confrontações, 2018
(Capítulo de Livro) (Simpósio 10 Anpap 2018)
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.