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VIOLÊNCIA URBANA RACIALIZADA E BRUTALIDADE POLICIAL NO BRASIL

2024, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS: TÓPICOS ATUAIS EM PESQUISA - VOLUME 4

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Abstract

De acordo com o Atlas da Violência edição 2020, ao longo de uma década (de 2008 a 2018), a taxa de homicídios de jovens negros na faixa etária entre 15 e 29 anos aumentou em 11,5%, enquanto entre jovens brancos foi na direção oposta, caindo 12,9%. Ademais, observa-se também que esse quadro persistente de elevada violência urbana é tão grave e preocupante, que muitos(as) autores(as) e diferentes agentes sociais o classificam como uma forma de “genocídio” da juventude negra brasileira. Sendo assim, o presente ensaio teórico se debruça sobre o questionamento do que explica esse fenômeno que ceifa a vida de milhares de jovens negros inocentes anualmente e quais são os principais elementos estruturantes. Para esse fim, o ensaio revela a existência de um flagrante componente racial por trás desse fenômeno, e apresenta também um modelo explicativo, onde os principais pilares de sustentação compreendem: 1) desigualdades sociais, 2) crença no mito da “democracia racial” e 3) ideologia do branqueamento. Em última instância, a dinâmica por trás do “genocídio” da juventude negra brasileira assemelha-se bastante com a ideia de “banalidade do mal”, conforme conceptualizado pela filósofa e historiadora Hannah Arendt.